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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

PEREZ, Milena Regina Dos Santos et al. Percepção de pacientes sobre a comunicação de médicos clínicos e cirurgiões em hospital universitário. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2021, vol.45, n.2, e064.  Epub 30-Mar-2021. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-5271v45.2-20200492.ing.

Introdução:

A maneira de transmitir informações é essencial na relação médico-paciente, pois a boa comunicação reduz queixas por práticas inadequadas e preocupações dos pacientes, e melhora a adesão aos tratamentos e a recuperação da saúde. Porém, não são raras as insatisfações dos pacientes sobre esse assunto.

Objetivo:

O objetivo deste trabalho foi avaliar a percepção dos pacientes internados em um complexo hospitalar sobre a comunicação de médicos clínicos e cirurgiões durante o período de internação.

Método:

Trata-se de estudo transversal, descritivo e analítico, do tipo inquérito, com aplicação de um questionário com perguntas sobre a comunicação geral do médico. O instrumento foi construído pelos pesquisadores e respondido por 120 pacientes adultos. A amostra foi definida por conveniência, estratificada por clínica médica e cirúrgica. Realizaram-se análises de frequência e estatística dos resultados encontrados.

Resultados:

Dos 120 pacientes, 53,33% (n = 64) foram internados na clínica cirúrgica e 46,67% (n = 56) na clínica médica. Desse total, 57,5% (n = 69) tinham escolaridade que variava de ensino médio a superior. Os pacientes relataram respostas mais negativas do que positivas em questões referentes a: informações sobre os efeitos colaterais dos medicamentos (66%), orientações de procedimentos pós-cirúrgicos (68,75%) e informações sobre promoção e prevenção da saúde no ambiente hospitalar (63,33%). A clínica cirúrgica teve proporções de respostas positivas significativamente menores para: “O médico disse o nome dele” (p < 0,01; OR bruta 0,33; IC95% 0,15-0,76); “O paciente foi informado sobre como será seu tratamento” (p = 0,02; OR bruta 0,38; IC95% 0,17-0,87); e “O paciente foi informado sobre a necessidade de realizar exames” (p = 0,02; OR bruta 0,40; IC95% 0,18-0,90), que se mantiveram significativas após o ajuste por determinados fatores intervenientes. Não se observaram diferenças significativas para as demais questões. Na análise da questão “Que nota você daria para a comunicação geral do médico? ”, verificou-se valor significativamente maior (p = 0,007) para a clínica médica (média 4,46 ± 0,76) quando comparada à clínica cirúrgica (média 4 ± 1,19).

Conclusão:

A comunicação médico-paciente apresentou déficits significativos. Por isso, é necessário que as escolas médicas ofereçam para os discentes o desenvolvimento dessa competência. Além disso, para uma generalização adequada dos resultados encontrados, novos estudos precisam ser realizados em níveis diferentes do cuidado médico.

Palavras-chave : Especialidade Médica; Comunicação em Saúde; Relações Médico-Paciente.

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