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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

KUBRUSLY, Marcos et al. Nomofobia entre discentes de medicina e sua associação com depressão, ansiedade, estresse e rendimento acadêmico. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2021, vol.45, n.3, e162.  Epub 19-Jul-2021. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-5271v45.3-20200493.ing.

Introdução:

À medida que o mundo se torna cada vez mais interconectado, a adoção de tecnologia continua sendo um dos fatores definidores do progresso humano. A nomofobia representa uma condição mental causada pelo medo de ficar sem celular. Tal condição está diretamente associada à depressão, à ansiedade e ao estresse. Ainda, a nomofobia pode levar a danos cerebrais estruturais.

Objetivo:

O presente estudo visa conhecer o efeito da nomofobia nos estudantes de Medicina de uma faculdade privada e sua associação com depressão, ansiedade, estresse e rendimento acadêmico.

Método:

Trata-se de um estudo observacional de corte transversal, do qual participaram estudantes do curso de Medicina do Centro Universitário Christus. O distúrbio foi mensurado por meio do Questionário sobre Nomofobia (NMP-Q). Esse instrumento tem 20 questões, todas baseadas na escala do tipo Likert de 7 pontos, a qual foi validada para o português brasileiro. A depressão, a ansiedade e o estresse foram mensurados pelo instrumento DASS-21, uma versão simplificada da DASS. Validou-se também o questionário DASS-21 para o português brasileiro. O rendimento acadêmico foi mensurado por meio do IRA, fruto de uma complexa operação matemática que resulta em uma nota média do aluno no semestre e funciona como um índice de referência para o acompanhamento pedagógico na faculdade estudada. Além disso, estudaram-se os hábitos de uso do dispositivo. Apresentaram-se os resultados descritivos, e realizaram-se análises bivariadas de associação e correlação. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultado:

Obteve-se uma amostra de 292 estudantes. Praticamente todos os alunos (99,7%) apresentaram algum grau de nomofobia, e 64,5% demonstraram nível moderado ou grave de nomofobia. Mais de 50% dos estudantes apresentaram graus superiores ao nível leve de estresse, e 19,5% e 11,2% dos estudantes manifestaram ansiedade e depressão graves ou muito graves, respectivamente. Quando se analisou a correlação dos escores no NMP-Q com os escores da DASS-21, observou-se que aumentos nessa pontuação levam à elevação do escore geral da DASS (p < 0,001) e que piores resultados na DASS-21 estão associados ao pior IRA.

Conclusão:

Nosso estudo sugere que a nomofobia pode provavelmente aumentar a ansiedade, o estresse e a depressão, e, como consequência, levar uma baixa do rendimento acadêmico.

Palavras-chave : Smartphone; Angústia Psicológica; Avaliação Educacional.

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