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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

KAMIJO, Eduardo Delatorre; LIMA, Maria Victória Schweder de; PEREIRA, Ana Paula  e  BONAMIGO, Elcio Luiz. Escolha da medicina como profissão e perspectiva laboral dos estudantes. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2021, vol.45, n.4, e216.  Epub 28-Out-2021. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-5271v45.4-20210093.ing.

Introdução:

A medicina é uma profissão de prestígio, e, por isso, embora a concorrência para a admissão seja acirrada e os estudos exijam dedicação e sacrifícios, todos os anos milhares de jovens enfrentam o desafio de se tornarem médicos.

Objetivo:

Este estudo teve como objetivo descrever as razões pelas quais os acadêmicos de um curso de Medicina escolheram a medicina como profissão e suas preocupações quanto à perspectiva laboral.

Método:

Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva e documental, realizada por meio da aplicação de questionário com questões sociodemográficas e específicas.

Resultado:

Destacou-se elevada percentagem do gênero feminino, com 63,31% dos participantes. As principais razões de escolha da medicina como profissão foram altruísmo (71,75%), estabilidade financeira (59,42%) e realização pessoal (58,77%). Entretanto, houve diminuição da preferência pelo altruísmo durante o internato (p < 0,01). A maior preocupação após a formação foi “realizar um bom trabalho/ser um bom profissional” (79,87%), e, em relação ao “mercado de trabalho” e à “desvalorização da profissão”, verificou-se aumento da preocupação durante o internato (p < 0,001). A maioria (91,92%) manifestou a intenção de tornar-se médico especialista, sendo mais desejada a especialidade ginecologia e obstetrícia. Em relação à forma de trabalho, 51,3% apontaram que gostariam de trabalhar como profissionais autônomos, 55,52% manifestaram o desejo de ter um emprego público ou particular, e 7,92% mencionaram a atuação como profissionais liberais. A maior dificuldade esperada na profissão foi a concorrência (57,70%), e o requisito mais importante para o exercício profissional foi a “medicina como meio para ser útil ou ajudar pessoas” (98,38%). Sobre os sentimentos experimentados como estudante, os níveis de ansiedade, estresse e sensação de sobrecarga foram elevados, respectivamente 80,52%, 79,55% e 73,38%.

Conclusão:

No início do curso, existe uma visão mais idealizada da medicina, e, no desenvolver das fases, conforme ocorre o contato com a prática médica, os acadêmicos percebem melhor as dificuldades e aumentam suas preocupações, sobretudo com o mercado de trabalho e a desvalorização da profissão, provocando, em alguns, a diminuição dos ideais humanísticos que motivaram a escolha da profissão, aspecto a ser valorizado pelas escolas de Medicina durante o ensino.

Palavras-chave : Medicina; Estudantes de Medicina; Escolha da Profissão; Altruísmo.

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