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Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

MEIRELES, Antônio Alexandre Valente; AMARAL, Cíntia Dias; SOUZA, Vitor Bidu de  e  SILVA, Selma Gomes da. Sobre a morte e o morrer: percepções de acadêmicos de Medicina do Norte do Brasil. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2022, vol.46, n.2, e057.  Epub 18-Mar-2022. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-5271v46.2-20210081.

Introdução:

A morte é um fenômeno universal que permanece fruto de intenso debate, e, embora ainda exista uma tendência de evitação sobre o tema, ela perdura como elemento importante no processo saúde-doença. Dessa forma, o luto e as percepções sobre a morte tornam-se mais complexas, sobretudo para os indivíduos despreparados para enfrentar o falecimento, recorrente nos âmbitos social e profissional da prática médica.

Objetivo:

Este estudo teve como objetivo avaliar a percepção de estudantes de Medicina da Universidade Federal do Amapá (Unifap) acerca da morte, do processo de morrer e do luto.

Método:

Trata-se de um estudo transversal, exploratório e descritivo com uso de método misto, qualitativo e quantitativo. A amostra foi composta por alunos da disciplina “Emoções no Processo Saúde/Doença/Morte” do curso de Medicina da Unifap, que responderam a um questionário sociodemográfico, de experiência com a morte e de percepções acerca do processo de morte e morrer. Para dados quantitativos, realizou-se estatística descritiva, e, para os qualitativos, adotou-se o método de análise de conteúdo de Bardin, de modo a formar agrupamentos semânticos e utilizá-los para comparar grupos. Utilizaram-se tagclouds para sumarizar respostas segundo importância e frequência.

Resultado:

Observou-se um entendimento da morte como processo natural em 55,6% da amostra, e, no que tange às estratégias de enfrentamento do luto, 7,4% afirmaram não apresentar estratégias, predominando a solução de problemas em 24,1%, seguida pela autoconfiança em 22,2% e pela acomodação em 20,4%, como estratégia usual. Ademais, 35,2% revelaram apresentar preparo acadêmico-profissional emocional para lidar com a situação de morte de um paciente, enquanto 51,9 e 50% revelaram diretamente despreparo acadêmico-profissional e emocional, respectivamente. Nesse sentido, as emoções tristeza, angústia e saudade foram as mais relacionadas à morte, ao processo de morrer e ao luto, considerando frequência de citação na percepção evocada pelos estudantes.

Conclusão:

Observou-se globalmente maior percepção de despreparo diante da morte. A análise do inconsciente evocado demonstrou emoções como tristeza e angústia associados à morte, ao morrer e ao luto. Dessa forma, faz-se elementar abordagens contínuas e frequentes, com associação prática, sobre o processo da morte longitudinalmente na graduação.

Palavras-chave : Morte; Luto; Percepção; Educação Médica.

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