SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.46 número3Racionalidades Médicas: avaliação de componente optativo na formação médicaProgramas de pesquisa para graduandos em Medicina no Brasil: uma revisão sistemática índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Compartilhar


Revista Brasileira de Educação Médica

versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271

Resumo

ISIDORO, Fabiana Goulart Rabelo et al. Formação interprofissional na graduação em saúde: revisão sistemática de estratégias educativas. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2022, vol.46, n.3, e113.  Epub 16-Ago-2022. ISSN 1981-5271.  https://doi.org/10.1590/1981-5271v46.3-20220030.

Introdução:

A educação interprofissional (EIP) procura desenvolver habilidades colaborativas dos profissionais de saúde para a melhoria do cuidado ao paciente.

Objetivo:

Essa revisão explora as estratégias educacionais não pontuais utilizadas na formação interprofissional, na graduação em saúde, identificando seus potenciais e suas fragilidades.

Método:

A busca incluiu artigos publicados nas bases de dados BVS (LILACS), Cochrane, CINAHL, Embase e MEDLINE. Definiu-se a questão de pesquisa pelo anagrama PICO: selecionaram-se estudos que incluíssem, pelo menos, dois cursos de graduação em saúde, sendo um deles de Medicina, e que relatassem estratégia educacional mínima de 15 horas e sua avaliação. Resumos publicados em congressos, opiniões, editoriais e revisões sistemáticas foram excluídos.

Resultado:

Avaliaram-se 28 estudos publicados entre 2005 e 2019, sendo 31% no último biênio. Prevaleceram a simulação (36%) ou o uso de métodos combinados (29%) na avaliação de atitudes dos alunos, a compreensão dos papéis dos profissionais de saúde, o trabalho em equipe, a comunicação e o conhecimento em resposta à intervenções de EIP. Predominaram estudos nos domínios: papéis e responsabilidades (75%) e trabalho em equipe (64%). A abordagem de valores e ética (32%) e de comunicação (28%) foi menos frequente. Dos artigos, 18 (64%) apresentavam dois ou mais objetivos e seis (18%) buscavam estudar, em conjunto, os quatro domínios da EIP. Entre as intervenções utilizadas como estratégias de ensino, 36% (dez estudos) eram de simulação; 29% (oito), métodos combinados; 18% (cinco), prática clínica (trabalho colaborativo em unidades ambulatoriais ou enfermarias); 14% (quatro), observação direta (shadowing); 11%, aprendizagem baseada em problemas; e dois, aprendizado on-line (e-learning) e workshop. A qualidade geral dos estudos incluídos foi baixa, atendendo de dois a cinco dos seis critérios de qualidade. O cegamento do avaliador não foi citado em 25 publicações. O trabalho colaborativo em cenários reais é descrito como o mais eficiente.

Conclusão:

A EIP vem sendo incorporada ao processo de formação na saúde, e múltiplas estratégias focadas em resultados e baseadas em competências otimizam a construção de relações efetivas e o desenvolvimento de habilidades para a prática colaborativa. A fragilidade dos artigos aponta que a EIP de estudantes ainda constitui grande desafio para as instituições formadoras.

Palavras-chave : Educação Interprofissional; Estratégias de Ensino-Aprendizagem; Graduação em Saúde; Formação em Saúde; Currículo; Ensino; Relações Interprofissionais.

        · resumo em Inglês     · texto em Português     · Português ( pdf )