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Revista Brasileira de Educação Médica
versão impressa ISSN 0100-5502versão On-line ISSN 1981-5271
Resumo
PUCCINI, Rosana Fiorini et al. Ensino de pediatria e puericultura no curso médico: cenários de prática em discussão. Rev. Bras. Educ. Med. [online]. 2024, vol.48, n.3, e090. Epub 22-Jul-2024. ISSN 1981-5271. https://doi.org/10.1590/1981-5271v48.3-2023-0038.
Introdução:
A integralidade da atenção à saúde da criança constitui diretriz para o ensino de pediatria, sendo essenciais as atividades práticas em todos níveis de atenção do Sistema Único de Saúde.
Objetivo:
Este estudo teve como objetivo descrever carga horária, cenários de práticas e preceptoria utilizados no ensino da saúde da criança e do adolescente.
Método:
Trata-se de um estudo transversal, com aplicação de questionário constituído por 43 questões objetivas e duas questões abertas, encaminhado por meio de formulário eletrônico para 247 escolas médicas do país que contavam com pelo menos uma turma formada em 2019.
Resultado:
Responderam ao questionário 37 (14,97%) escolas médicas, sendo 16 públicas e 21 privadas de 14 estados da Federação e das cinco regiões. Verificou-se mediana de 940,5 horas direcionadas à saúde da criança e do adolescente, equivalente a 11% da carga horária total dos cursos; 13 escolas apresentaram inserção de temas de saúde da criança desde o primeiro ano, e a maioria (75,8%), a partir do terceiro ano. Atividades práticas predominaram no internato: 87,5% (quinto ano) e 88,8% (sexto ano). Os cenários incluíram unidades básicas de saúde, comunidade, ambulatórios de pediatria geral e especializados, unidades de internação, serviços de neonatologia, urgência e emergência e laboratórios de habilidades e simulação. Foi referido que o ensino de puericultura é desenvolvido em ambulatórios de pediatria geral (32 escolas) e em unidades básicas de saúde dos municípios (32 escolas), estas consideradas essenciais para formação. Docentes pediatras desenvolvem preceptoria na maioria dos cenários de práticas; pediatras da instituição de ensino ou do sistema local de saúde estão mais presentes em unidades de internação (70,3% e 54,0%, respectivamente) e ambulatórios especializados (54,0% e 35,1%, respectivamente).
Conclusão:
Com participação de 37 escolas médicas, este estudo apresenta limitações para generalizações sobre o ensino no país. Neste estudo observou-se que o ensino sobre saúde da criança e do adolescente desenvolve-se em todos níveis de atenção à saúde, visando à integralidade, sendo destinados em média 11% da carga horária total do curso para esse ensino. Houve predominância de docentes e médicos pediatras na preceptoria, e a puericultura permaneceu como componente relevante na atenção básica, sendo apontados desafios para manutenção desse cenário de práticas.
Palavras-chave : Educação Médica; Pediatria; Currículo.