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Educação e Filosofia

versão impressa ISSN 0102-6801versão On-line ISSN 1982-596x

Resumo

MIGLIORI, Maurizio. Um caso extremo: o projeto educativo de Platão, escritor de filosofia: a centralidade da educação para a sociedade ateniense. Educação e Filosofia [online]. 2017, vol.31, n.61, pp.107-139. ISSN 1982-596x.  https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.issn.0102-6801.v31n61a2017-p107a139.

Platão considera o problema da educação uma das questões centrais para a salvação da polis grega de seu tempo. Mas, digno aluno de Sócrates, põe, antes de tudo, o problema para si próprio como escritor de filosofia. Esta não é tran smissível como outras ciências, porque requer a participação ativa do sujeito que indaga. Conforme sublinha no Fedro, a escrita parece esmaecida por sua fixidez e pela impossibilidade de escolher o leitor e dialogar com ele. No entanto, Platão não renunciou à escrita, que parece útil seja como recurso da memória, seja para aqueles que estão longe no tempo e no espaço e que seguem o mesmo caminho de pesquisa. Portanto, Platão inventou uma técnica de escrita que ele descreve como “um jogo”: os diálogos são uma sequência de textos protréticos que propõem, sob a forma de jogo, crescentes problemas filosóficos, baseados naquilo que o diálogo comunica; este sempre remete à apresentação das coisas mais valiosas, em suma, à solução (platônica) dos problemas propostos. De um certo ponto de vista, essa tentativa falhou completamente: as gerações seguintes utilizaram a escrita para se comunicar e aprender muitas coisas, não para um jogo tão complexo como aquele que esses textos propunham. No entanto, se o desejo de Platão era forçar o leitor a “fazer” filosofia, ele e seus diálogos se tornaram verdadeiramente os mestres do pensamento ocidental

Palavras-chave : Educação; Filosofia; Escrita; Diálogos.

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