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Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

TOPOLSKI, Anya R.. O direito de ser crianças: uma exploração arendtiana sobre a responsabilidade do crescer. child.philo [online]. 2011, vol.7, n.14, pp.171-190. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2011.14171.

Devido à interseção do mundo da história e das fronteiras biológicas, Hannah Arendt (1906- 1975) infelizmente nunca teve a oportunidade de experimentar a maternidade, contudo isso não a impediu de escrever, com paixão e promessa, sobre a miraculosa responsabilidade do parto e da criação de filhos. O que pode vir a ser uma surpresa para aqueles que não estão familiarizados com seu trabalho é que sua visão sobre as crianças é encontrada ao longo dos seus escritos políticos. É, assim, a primeira tarefa deste artigo articular uma conexão, dentro do projeto de Arendt, entre criança e o político. Depois disso, eu pretendo desenvolver dois de seus argumentos políticos, o primeiro bem conhecido, sua crítica ao discurso contemporâneo sobre os direitos humanos, e o segundo, à educação. Eu vou usar essa tese para argumentar que a visão dos direitos das crianças, como proposta inicialmente por Janusz Korczak em 1920 e, posteriormente, codificada na declaração de 1959 sobre a Declaração dos Direitos da Criança das Nações Unidas, está sendo destruída pela recusa de todos os cidadãos adultos (pais, educadores, políticos, etc) para crescer. No cerne dos escritos políticos de Arendt, especialmente naqueles concernentes à criança, há um apelo sincero para enfrentar a crise de responsabilidade em nossa sociedade contemporânea. Como cidadãos, devemos aceitar que apenas limitando nossos próprios desejos infantis para sermos livres da responsabilidade e aceitando o fardo de uma autoridade é que há uma possibilidade para que as crianças tenham a chance de serem crianças. Todos os direitos são ilusões sem sentido, ao menos que sejam fundados sobre a relacionalidade e responsabilidade. É este preâmbulo que, infelizmente, está faltando à declaração de 1959, que Arendt poderia argumentar que é necessário não só para as crianças mas também para o mundo compartilhado.

Palavras-chave : Arendt; responsabilidade; direito das crianças; comunidade; educação.

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