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Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

MACIEL, Maria Regina. O infantil ou o que não se desenvolve, entretanto cria. child.philo [online]. 2011, vol.7, n.14, pp.207-219. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2011.14207.

O protagonismo da infância tem sido ressaltado hoje. Com este intuito, o presente artigo pretende afirmá-lo a partir da noção de "infantil". Esta concepção é aqui entendida enquanto aquilo que não se desenvolve, entretanto cria. Nosso ponto de vista pode ser sustentado, principalmente, via psicanálise e seus conceitos de inconsciente e pulsão de morte. Neste sentido, a infância deixa de ser concebida como o "outro" do adulto, o que muitas vezes acabou por confundi-la com imaturidade diante de um tempo cronológico. Ela, ao contrário, passa a ser pensada fazendo parte do campo psíquico o que, por sua vez, remete a outra noção de tempo. O "infantil", portanto, liga-se ao corpo e à linguagem como condições de possibilidade de uma história subjetiva. O interessante, neste caso, é a criança que no adulto sonha e cria. A interpretação que faz Derrida dos textos freudianos, na qual estes podem servir de crítica ao logos e ao fonologismo, nos aproxima de um sujeito da escritura. Ou seja, sistema de relações entre camadas. A escritura evoca um pensamento do traço que é marcado pela diferença. Esta, por seu turno, relança a estrutura para sua abertura. A memória, neste caso, seria uma escrita que é marcada por traços diferenciais. O sistema psíquico se delineia, então, na articulação entre a excitação que se dissemina e as resistências que estas encontram para a descarga, não existindo oposição entre o registro da força e o registro do sentido. Os traços se inscrevem no psiquismo no jogo entre esses registros. Já os arquivos existentes podem ser apagados pela pulsão de morte fazendo com que novos arquivos possam ser inscritos. Assim, a repetição, essência da brincadeira, ganha uma positividade na medida em que permite fazer sempre de novo. Este texto, portanto, serve como uma crítica à noção de tempo linear e progressivo que evoca uma idéia de infância como algo menor se comparado ao adulto. A relação entre esses momentos da vida é outra. Além disto, o poder de criação do "infantil" é aqui destacado.

Palavras-chave : infantil; psicoanálise; tempo; relação criança-adulto.

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