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Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

SCHERTZ, Dr. Matthew. A escola do templo: pedagogia transcendentalista e regulação moral na américa antes da guerra. child.philo [online]. 2012, vol.8, n.15, pp.179-194. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2017.80505.

Com o advento da era da escola comum nos Estados Unidos, membros do Club Transcendentalista desafiaram diretamente a pedagogia de Locke e da instrução tradicional, dogmática e religiosa em favor de uma experiência de educação moral dialógica, que remontava à Academia de Platão. Em particular, os transcendentalistas contestavam a ascensão do empirismo no movimento da escola comum, em geral, e dentro da vida espiritual e intelectual de seus próprios irmãos, Unitários de Harvard. As línguas gregas e latina, que haviam marcado a tradição intelectual ocidental durante milhares de anos, estavam sendo suplantadas pelas ciências modernas da academia à universidade. Muitos intelectuais estavam preocupados de que as artes liberais já não tinham dado forma às mentes, focadas desde o exterior no desenho e na construção do moderno estado industrial. Desconfiados de qualquer andaime materialista cognitivo que pudesse surgir do fato de se centrar unicamente no mundo empírico, os transcendentalistas favoreceram Kant e Hegel, defendendo o racionalismo, ao lado da mística cristã. Um transcendentalista, em palavras de Emerson, "crê na abertura permanente da mente humana à nova afluência de luz e poder, crê na inspiração, no êxtase [...] A medida espiritual de inspiração é a profundidade do pensamento, e nunca, quem o pronunciou." A educação portanto, deve honrar a abertura perpétua e a profundidade de pensamento através diversas formas de expressão, sendo o discurso uma delas. Em 1834, Bronson Alcott, um membro do Club Transcendentalista, abriu a Escola para a cultura humana em Boston, Massachusetts. Alcott buscava oferecer às crianças uma educação que honrasse a inspiração pessoal e a visão intelectual através de uma pedagogia que desafiava a mimesis dogmática. Alcott argumentou que "a criança é o livro. As operações de sua mente são o verdadeiro sistema [...] Que siga com seus impulsos, os pensamentos [...] em seus próprios princípios e a ordem racional de expressão [...]" Trinta meninos e meninas entre três e doze anos frequentaram a escola de Alcott que foi projetada para promover o crescimento intelectual e espiritual dos jovens. O método socrático formou a base pedagógica do programa de estudos na instituição de Alcott. Ele usou citações dos Evangelhos, da filosofia e da literatura clássicas, como disparadores do diálogo. Durante as classes de ortografia palavras específicas eram discutidas para ajudar a elucidar a compreensão conceitual e a fluidez linguística. Felizmente, uma professora assistente de Alcott, Elizabeth Peabody, gravou muitas dessas conversas. Este texto apresenta uma análise de vários dos diálogos que se apresentam no texto de Peabody. O estudo das questões específicas de Alcott, das respostas dos estudantes a essas perguntas, e os movimentos dialógicos subsequentes propiciam uma porta de entrada para a compreensão da pedagogia transcendentalista. Em particular, o artigo se centra nas tentativas de Alcott de uma regulação moral, um conceito definido por Rousmaniere, Delhi e Coninck Smith como "a disciplina das identidades pessoais e da formação da conduta e da consciência através de auto-apropriação de morais e crenças sobre o que é correto e incorreto, possível e impossível, normal e patológico." Alcott acreditava que a deliberação razoável é imperativa para a regulação moral das crianças, porque no encontro dialético se molda a mente reflexiva. Mais ainda, Alcott argumentava que o reino das ideias permite a alguém experimentar o bem, e assim evitar as tentações do mundo material.

Palavras-chave : Pedagogia Transcendental; Bronson Alcott; Educação moral..

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