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Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

FERNANDES, Profa. Dra. Rosana Aparecida  e  OLIVEIRA, Prof. Dr. José Menna. Fragmentos - os ventos, os amigos, a estrada. child.philo [online]. 2012, vol.8, n.15, pp.221-232. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2017.90505.

Passeios esquizos, fendidos, um pouco de ar, vento, estradas, e passos sugerem um aprendizado, uma amizade, memórias, fabulações, devires, segredos de viajantes de diferentes tribos. E toda uma diagramática é concebida para capturar as relações de forças e ressaltar, no percurso e no percorrido, linhas, fluxos e composições. Da vida, fragmentos de pensamentos desgarram-se. Dos pensamentos, possibilidades de vida desprendem-se. E, continuamente, a experimentação de uma vida suscita outros modos de pensamento e desencadeia novas maneiras de viver. A conexão entre vida, pensamento, passeios esquizos, amizade, devires e fabulações duplica forças e abre os corpos ao incomensurável de si e do mundo. Não obstante, nesta conduta de vida, neste modo de orientar-se e transitar pelo mundo, não há nenhum transcendente autorizado a dizer o que é certo e o que é errado. Somente cada corpo pode mapear os próprios caminhos, compulsar as próprias fibras, e decifrar os próprios signos. Cabe a cada um inventar suas próprias pisadas, escolher para onde remar seu barco e aprender a identificar qual vento é bom e favorável à sua navegação. Há muitos modos de percorrer um caminho, tantos quantos caminhos há. Acreditar em um desenvolvimento ordenado do caminhar, em um procedimento de caráter central e exato, é acreditar que existe o caminho, e, como indicou Zaratustra, o caminho não existe; existem, sim, muitos caminhos e meios de transpô-los. Maneira tal que uma experimentação de si requer um artesão de si. E tornar-se um artesão de si é fazer de si uma viagem que não termina nunca; é tornar-se sensível aos veios do próprio corpo; é desfazer o Eu para ir atrás das próprias matilhas, das amizades e dos encontros que aumentam a potência de agir, viver, pensar, sentir; é conjugar as forças do próprio corpo com as forças de outros corpos; é fazer fibra com outros corpos, fazer rizoma, e entrar em um devir-amigo; é atender às amizades trazidas pelo vento, pelo acaso, e junto com o amigo experimentar potências da percepção, da sensação, da memória e do pensamento. A amizade se faz condição para pensar, como bem testemunharam Gilles Deleuze e Félix Guattari, Maurice Blanchot e Georges Bataille.

Palavras-chave : Passeios esquizos; Aprender; Amizade; Pensar..

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