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Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

HENNING, Leoni Maria Padilha  e  CARVALHO, Andressa Coelho Righi de. Análise dos conceitos de inacabamento freiriano e crescimento deweyano para a infância em processo formativo. child.philo [online]. 2013, vol.9, n.18, pp.297-318. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/110.12957/childphilo.2017.26705.

Este trabalho apresenta algumas considerações sobre as perspectivas antropológicas de Paulo Freire e John Dewey e seus desdobramentos teóricos, principalmente no que concerne à infância. Tomando o primeiro autor como um leitor do segundo, pelo menos por via indireta através de Anísio Teixeira, focaliza basicamente duas noções fundamentais: o inacabamento freiriano e o crescimento deweyano. Nesse sentido, a figura do educador baiano, Anísio Teixeira, nos ofereceu subsídios importantes e reveladores das vinculações das ideias deweyanas e freirianas. Discutindo detalhes e consequências teóricas desses conceitos para a educação, utilizamos as críticas dos autores em relação à educação bancária e/ou tradicional para apresentar os argumentos que foram elaborados em favor de uma nova educação. Recuperando estudos realizados por Marcus Vinícius da Cunha em relação a Dewey, tomamos as categorias de "apropriação" e "recontextualização" como sugestão produtiva para o entendimento de algumas críticas reveladoras de mal entendidos com respeito tanto ao autor norte-americano como quanto a Freire. Considerando os diferentes contextos espaço-temporais em que os referidos autores viveram, observamos que eles apresentam algumas semelhanças quanto às suas preocupações e ao campo teórico que estabeleceram, não obstante tivessem se diferenciado quanto às vias que construíram para apresentar os seus argumentos. Dessa forma, pela perspectiva antropológica, vemos que tanto um quanto o outro entendem o homem como um ser ligado substancialmente ao mundo em permanente mudança, no qual realiza incessantes experiências que devem ser selecionadas para garantir uma consciência reveladora da busca pelo seu crescimento, pela superação das situações-limites que enfrenta, pelo atendimento ao chamamento do ser mais. Trata-se, pois, de um ser inacabado cuja inconclusão sustenta a sua educabilidade permanente. Tudo isso requer assim uma educação que considere a busca, o devir, aquela que possa merecer os designativos, seja de libertadora, de progressiva, etc., mas que acredita na relação íntima do ser com mundo, do educador com os educandos, sejam estes adultos ou crianças. Enfatizamos que a antropologia aqui apresentada não exclui as considerações pela criança, ao contrário, foi a partir do contexto teórico apresentado e desenvolvido que as implicações pedagógicas para a infância foram pensadas.

Palavras-chave : Infância; Inacabamento; Crescimento; Paulo Freire; John Dewey.

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