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Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

AMELIVIA, Rodolfo Rezola. É possível escrever uma carta para um aprendiz de filósofo?. child.philo [online]. 2013, vol.9, n.18, pp.401-421. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/110.12957/childphilo.2017.26710.

Existe uma maneira de falar dos filósofos como de espíritos infantis que perguntam e questionam o que para os demais parece óbvio, e assim se situam e nos colocam frente a lugares antes insuspeitados. É possível ser aprendiz de algo que consiste em ser aprendiz de todo? De tudo ou de quase tudo? São também aprendizes de línguas os filósofos? Porém, não as desaprendem por que já as tinham aprendido? Parece que já existe algo na pergunta que nos impulsiona a abordar ela desde jogos em e com a linguagem, desde velhos e novos usos linguísticos com os que habitamos nossas maneiras de viver, nossos territórios, tão familiares e tão selvagens. Até que ponto escolhemos nossos jogos de linguagem, nossos mundos e formas de vida em comum? Talvez o que fazem os filósofos aprendizes ou os aprendizes de filósofos seja continuar o diálogo aberto entre incompetentes, entre pesquisadoras ou pessoas pouco hábeis com as respostas dadas sobre como temos que agir em nossos contextos. Nessa carta, trata-se de trazer para a realidade o que questionamos dela: se a podemos estar escrevendo a um aprendiz de filósofo. Eis um ato de criação com as palavras no qual estamos pesquisando como fazemos para saber fazer vir outras realidades usando línguas. Quando fazemos isto, também acontece que questionamos os mundos das educações, aproximando eles dos territórios onde habitamos ignorantes e infantis, como crianças recriadoras de brincadeiras que nos surpreendem e nos fazem filosofar, buscar. Interrogando os modos de comunicarmo-nos e educarmo-nos, interrogamos a própria atitude filosófica, que é a atitude de perguntar o que não tínhamos perguntado ou, pelo menos, como não o tínhamos perguntado. Parece que nesse pôr em questão vamos errando por outras maneiras de pensar, de habitar, de comunicar, de experimentar a vida como arte, paixão e encontro com ela, com a vida que fazemos viver e que merece mais a pena como humana medida de pessoas entre pessoas. Nesta viagem com o aprendiz de filósofo, neste caminho epistolar, transitamos por três considerações, por três paisagens. Pela primeira, como sugere a estratégia Protágoras, talvez não seja necessário falta definir algo para fazê-lo - o que seria a ruina da inversão epistemológica do mundo da estratégia Platão. Pela segunda paisagem, quiçá não existam expertos para isso de saber como estamos desejando viver, nem precisamos disso. Quiçá este seja o sentido mais interessante dos usos democráticos para a vida em sociedade: propiciar o desejo compartilhado de reconhecimento mutuo nas relações interpessoais. E assim, na vida em comum cultivaríamos o sentimento de pertença a algo, à demanda de humanidade, a de todos. Essa pesquisa bem pode preencher toda uma vida. Pelo terceiro, talvez faça certo sentido se enredar dizendo que o para que da atitude dos aprendizes de filósofo seja o da utilidade humana: para que servimos as pessoas?

Palavras-chave : Filósofo; Preguntas; Infância; Jogos de linguagem; Pessoas..

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