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Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

SCHILLING, Flávia  e  FERREIRA, Patrícia Helena. Figuras da infância: inscrições, circunscrições e incêndios. child.philo [online]. 2016, vol.12, n.23, pp.111-136. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2016.23400.

É impossível resistir à tentação de escrever, neste breve artigo, sobre avessos e contrapelos. Pois, afinal, estamos sob a égide de Incêndios que, ao contrário do que se espera hoje, é uma história sem final feliz. Sem final, talvez. A contrapelo das figuras contemporâneas de infância, em Incêndios há a presença das genealogias e suas possibilidades de liberdade, centradas na memória, na dor, na luta, na resistência. Há, nestas mesmas genealogias, ao mesmo tempo, suas muitas prisões. Há miragens de liberdade centradas nas figuras femininas que conseguem olhar, de olhos bem abertos. Há a palavra - difícil e frágil - que se apresenta no cantar. Há silêncios a serem decifrados (e respeitados) e há, principalmente, a libertação via domínio da palavra: aprender a ler, aprender a escrever, aprender a contar, aprender a falar, aprender a pensar. Há, como seu avesso, a impossibilidade de colocar em palavras, a inutilidade de aprender a contar, aprender a falar, aprender a pensar. Além dos grandes discursos, há uma proposta de decifrar pequenos gestos, pistas, enigmas. Todavia, inspirando-nos no conceito de campo de visão e na ideia de visão periférica, como a capacidade do indivíduo enxergar pontos ao redor de seu campo visual, trabalharemos no artigo o duplo infância-felicidade afetado pelo discurso do risco e procuraremos focar algumas questões presentes no que chamamos de enxurrada discursiva acerca do infantil, em especial, o apaziguamento da memória, da dor, da luta, da resistência e do acontecimento. Para tanto percorremos a discussão sobre a proteção/ cuidados da infância com suas figuras do risco; as figuras das crianças felizes com o deslocamento contemporâneo da ideia de resistência para o de resiliência, como sendo a capacidade de enfrentar as adversidades. Assim tentamos captar, na angular formada, a racionalidade vigente de uma época e ainda perceber que nela, supostamente, não há nada de inaugural, somente rearranjos e deslocamentos, mas que produzem, efetivamente, efeitos nos/de sujeitos.

Palavras-chave : Infância; Governo; Risco; Felicidade; Memória.

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