SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.13 número27Bens Internos Do Ensino Na Filosofia Para Crianças: O Papel Do Professor E A Natureza Do Ensino Em Filosofia Para CriançasImagens e infância, indiscerníveis territorialidades índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Compartilhar


Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

KANE, laura wildemann. As crianças são capazes de uma intencionalidade coletiva?. child.philo [online]. 2017, vol.13, n.27, pp.291-302. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2017.26958.

A família apresenta um desafio interessante a muitas concepções sobre a atividade coletiva e a configuração de grupos sociais. Os filósofos sociais definem grupos sociais como compostos por indivíduos que conscientemente consentem em ser membros do grupo ou que atuam voluntariamente para continuar sendo membros deste. Essa noção de voluntarismo, construída no conceito de um grupo social, repousa sobre uma estreita concepção de agência que é difícil de estender além dos adultos capacitados e autônomos. As famílias, no entanto, comumente estão compostas por membros que supostamente carecem desse sentido desenvolvido de agência e que, portanto, são considerados incapazes de consentir em ingressar ou permanecer em um grupo: infantes e crianças pequenas. A família, então, parece ser uma adequação estranha para a designação de grupo social ainda que seja frequentemente anunciada como um exemplo paradigmático do mesmo. Neste artigo argumento que as crianças e infantes são, de fato, agentes capazes de intencionalidade coletiva, especialmente no contexto da família onde agem cooperativa e reciprocamente com aqueles que os cuidam. Deste modo, apresento uma compreensão de família como um grupo social que tem graus de voluntarismo para todos os membros nas formas de boa vontade e compromisso conjuntos. Argumento isso em três etapas. Primeiro, emprego os conceitos de Margaret Gilbert de compromisso e atitude conjuntos como uma estrutura para a intencionalidade coletiva. Em segundo lugar, ecoando a Carol Gould, sustento que devemos expandir nossa concepção de agência para além do caso ideal. Por último, me baseio em uma pesquisa recente de Michael Tomasello que demonstra a habilidade da criança em agir cooperativa e reciprocamente. Juntas, essas etapas provém um fundamento forte à afirmação de que crianças e infantes são agentes capazes de intencionalidade coletiva dentro das famílias.

Palavras-chave : Intencionalidade Coletiva; Agência; Cooperação; Família..

        · resumo em Inglês | Espanhol     · texto em Inglês     · Inglês ( pdf )