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Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

SPLITTER, Laurance Joseph. Um comentário "analítico" sobre a apresentação de gert biesta: "tocando a alma: educação, filosofia e crianças em um era de instrumentalização". child.philo [online]. 2017, vol.13, n.28, pp.505-519. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2017.29945.

Neste artigo, primeiramente sumarizo quais considero serem os pontos principais da apresentação de Biesta e, partindo deles, ofereço algumas críticas a partir da perspectiva da filosofia analítica. Proponho uma estrutura alternativa para encarar o self como um sujeito no mundo, que é não somente mais transparente, como também conceitualmente mais intuitivo do que aquele proposto por Biesta. Entre outras vantagens, esta estrutura dá conta do lugar central do diálogo e da comunidade de investigação, ambos componentes-chave da Filosofia para Crianças. O foco de Biesta é a criança como sujeito que está no mundo desde o princípio, por assim dizer, em vez de um sujeito que constrói este mundo. Corretamente crítico de grande parte do jargão contemporâneo envolvendo a educação - incluindo sua obsessão com resultados mesuráveis de aprendizado - , o ceticismo de Biesta sobre o construtivismo o leva a questionar a ênfase no pensamento, que caracteriza a Filosofia para Crianças desde a sua formação. Eu questiono a sua afirmação de que esta ênfase dirige muita atenção à "cabeça", em detrimento do "coração" e da "alma". Sugiro que Biesta construiu um "espantalho" com suas críticas à Filosofia para Crianças quando propõe, por exemplo, que em vez de ensinar crianças a fazer perguntas, é função do professor ajudá-las a verem a si mesmas como estando em questão. Reconheço sua representação do "bem ensinar" como um processo de interrupção da busca subjetiva da criança por seus desejos - através do qual elas fazem a transição ao que seja desejável, mas sugiro, primeiro, que a ideia de interrupção também pode ser entendida como um processo de tornar as coisas instáveis para as crianças e, segundo, que em sua determinação em encontrar um terreno comum entre permitir pessoas, enquanto sujeitos a aniquilarem o mundo, e permitir ao mundo aniquilá-las, ele falha em articular uma concepção clara de autoconsciência. Cito o trabalho do filósofo analítico Donald Davidson, que fornece uma visão triangular da autoconsciência como sendo mutualmente dependente tanto da consciência de cada pessoa dos outros (i.e. das outras pessoas) quanto de nossa consciência compartilhada do mundo.

Palavras-chave : Pessoas-no-mundo; Autoconsciência; Análise conceitual.

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