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Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

IIRITANO, Massimo. Fazendo filosofia com crianças. Um caminho utópico desde sócrates até hannah arendt. child.philo [online]. 2018, vol.14, n.30, pp.471-482. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2018.30434.

A análise do Sócrates de Hannah Arendt abre a possibilidade de uma fértil reinterpretação do sentido e do modo de conceber a filosofia com crianças. Um modo que dentro da presente proposta é definido como "utópico", dado que pretende retomar, com a lição socrática, o quanto permanece nele aberto, indeterminado, passível de renascimento do encanto na viva oralidade de um diálogo filosófico - absolutamente sem precedentes e imprevisível - como o que é travado com uma criança. O espaço dado ao inesperado, à escuta, à livre divergência, se torna então radical, passa a se tornar uma fundação paradoxal de uma "metodologia" que não pode ser captada por esquemas e caminhos estruturados, dado que permanece aberta ao espaço "utópico" do filosofar. A comparação com Arendt é então oferecida, por referências à outras leituras que são contemporâneas à lição socrática, com a experiência vivenciada pela autora, que liderou por anos laboratórios de filosofia com crianças de escolas primárias. De fato, Sócrates nunca foi e nunca pretendeu atuar como "mestre": sua condução do diálogo, mesmo sendo sempre assimétrica, teve sempre como objetivo explorar no interlocutor a sua própria linha de raciocínio, e nunca o oposto (evidente e quase que paradoxal em Platão), nunca tendo como fim o ensinamento de uma doutrina. Mais vale, ao invés, levar o interlocutor da suposta certeza até uma radical incerteza, da opinião até a dúvida, da afirmação à aporia. Disso temos que autenticamente experimentar, antes de tudo, quando nos colocamos a ouvir as questões das crianças, quando tentamos dialogar com elas, "fazer filosofia", "pensar junto".

Palavras-chave : utopia; diálogo; pensamento em conjunto.

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