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Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

QUEIROZ, Caroline Trapp de. A aprendizagem do "estar morto" como estratégia metodológica na pesquisa com crianças. child.philo [online]. 2018, vol.14, n.31, pp.645-657.  Epub 17-Maio-2019. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2018.36007.

Este artigo tem por objetivo, de um lado, apresentar uma metodologia maturada, em sua concepção, de forma coletiva, no interior das discussões do Grupo de Pesquisa Infância e Cultura Contemporânea, institucionalmente vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e explorada, de modo particular, no contexto do campo de uma pesquisa de doutorado. Por outro lado, se propõe conhecer as experiências de deslocamento de crianças que se mudam de residência. O "estar morto", presente no título, se fundamenta no conto do escritor italiano Ítalo Calvino que traz, na reflexão de Palomar, um personagem literário cuja vida é marcada pelo modo singular com que enxerga o mundo, ou seja, a possibilidade da criação de uma perspectiva de visada que implica perceber uma realidade na qual sua presença não determina de modo diretivo os rumos das experiências, ainda que implique alteração material no tempo e no espaço vividos. Assim, quando fala sobre aprender a olhar o mundo como quem está morto, Palomar nos provoca a pensar formas de conhecer o outro que demandam um observar não isento e que, por isso mesmo, não desresponsabiliza o pesquisador da relação que com seus interlocutores estabelece. Passam a compor nossas questões, então, as seguintes reflexões: quando a criança atrai nosso olhar no cotidiano de um tempo marcado pela aceleração, em que olhar para o outro tornou-se perda, seja de tempo, seja de dinheiro, seja da ética que preconiza considerar o outro nas decisões que tomamos individualmente? Como a infância se mostra para nós no movimento da vida? O que é possível que ela nos diga, ainda que a proposta seja adiar a interlocução direta, demorando-se na observação que, mediada pelo que nos afeta, também provoca um movimento dialógico?

Palavras-chave : educação; pesquisa com crianças; estudos da infância.

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