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Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

FYNES-CLINTON, elizabeth jean  e  RENSHAW, peter. o papel da dúvida na investigação filosófica colaborativa com crianças. child.philo [online]. 2021, vol.17, e59436.  Epub 29-Dez-2021. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2021.59436.

Este artigo examina a dúvida epistêmica cultivada no contexto da investigação filosófica colaborativa (IFC) com crianças de 2 a 7 anos numa escola primária no interior de Brisbane, Austrália. O artigo documenta e categoriza episódios de dúvida epistêmica expressada por crianças conforme elas participavam de extensivas sessões baseadas no design da IFC. A dúvida epistêmica é tratada de acordo com as noções pragmáticas desenvolvidas por Charles Sanders Peirce (1877), que sustentava que o espaço para a investigação é formado entre uma "dúvida genuína" e uma crença fixa ou estabelecida. O processo de investigação é genuinamente provocado quando uma experiência "real" provoca em alguém um senso de desequilíbrio, resultando na necessidade de revisar uma crença já existente. Mais tarde, ele propôs que o processo pode começar com uma "dúvida cultivada" (para além de uma dúvida genuína), iniciada dentro do processo de investigação pelo desejo do/a/s pesquisador/es/as de rever suas próprias crenças e assunções existentes. O cultivo da dúvida provocaria então um exame mais profundo e a reavaliação destas crenças, levando assim à dúvida genuína em um ponto no meio da investigação. A dúvida expressa pelos alunos neste estudo surgiu do discurso e da indagação em sala de aula, ao invés de espontaneamente por meio da experiência direta, portanto seria considerada dúvida cultivada. Duas categorias distintas de dúvida cultivada foram encontradas: a dúvida como um processo interativo dentro do grupo que intensifica a investigação coletiva; dúvida como o próprio objeto de investigação. Quando a dúvida era o objeto da investigação, as crianças procuravam distinguir suas características e como funcionava dentro do grupo para manter o diálogo. O artigo aprimora nossa compreensão da dúvida cultivada durante a IFC e demonstra que mesmo os alunos muito jovens podem se envolver no exame coletivo das características da dúvida. As implicações para os educadores são elaboradas em termos de práticas pedagógicas que envolvem as crianças de forma produtiva na exploração da dúvida epistêmica.

Palavras-chave : filosofia; investigação; colaboração; dúvida; pedagogia.

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