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Childhood & Philosophy

versión impresa ISSN 2525-5061versión On-line ISSN 1984-5987

Resumen

GRISOLIA, felipe salvador  y  CASTRO, lucia rabello de. o movimento de jovens pobres em direção a instituições renomadas de ensino superior: motivações e contradições. child.philo [online]. 2022, vol.18, e67641.  Epub 27-Sep-2022. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2022.67641.

Crianças e jovens são posicionados como sujeitos em aprendizagem. Quando se fala em crianças e jovens de classe popular, se faz comum a crença de que o deslocamento às instituições escolares se transladará em um deslocamento social. Isto é, crianças e jovens desse segmento econômico que investem no estudo poderiam ascender economicamente. É nesse contexto que podem ser entendidas políticas públicas recentes que visam à manutenção e à extensão da presença de crianças e jovens em instituições educacionais. Algumas dessas políticas visam garantir o acesso de negros e pobres, historicamente excluídos do ensino superior, a esse nível de ensino. O presente artigo realiza uma investigação de cunho qualitativo abordando as motivações que fazem com que jovens de classes populares se sintam chamados a se deslocar a centros de ensino superior de excelência e quais as consequências subjetivas desse movimento. Foi realizada uma pesquisa qualitativa com 23 estudantes universitários, beneficiários da Lei de Cotas ou do Programa Universidade para Todos, de duas instituições de ensino superior, de reconhecida qualidade, localizadas no Rio de Janeiro. Os resultados demonstram que o apoio da família e de figuras próximas; o gosto pelo estudo; a identificação com o curso e a expectativa de mobilidade social ascendente foram fatores que contribuíram para motivar os jovens em seu movimento ao ensino superior. No que compete à universidade, vimos que ela enseja práticas contraditórias aos jovens de camada popular. Assim, verificamos que a entrada em uma instituição historicamente destinada a outra classe social pode fazer com que os jovens não se sintam pertencentes à universidade, e que o jovem pobre tem incertezas sobre o futuro. Frente a esses desafios, o que se coloca para os jovens pobres é a aposta em si mesmo como forma de vencer as agruras do presente. Entretanto, também foi observado que os jovens almejam usar de seu conhecimento e seu status universitário para ensejar transformações na realidade. Conclui-se que a universidade no contexto neoliberal pode reforçar um modelo de subjetivação individualista, mas que, em contrapartida, também pode operar linhas de fuga a esse modelo, instrumentalizando o jovem pobre para a ação em direção ao outro.

Palabras clave : movimento; estudantes universitários; jovens pobres; mobilidade social..

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