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Childhood & Philosophy

versión impresa ISSN 2525-5061versión On-line ISSN 1984-5987

Resumen

SOUZA, adelaide rezende. tchinguilile: infâncias da ganda. crianças “de lá”. child.philo [online]. 2022, vol.18, e67621.  Epub 30-Nov-2022. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2022.67621.

Em diferentes lugares do mundo, pesquisadores vêm fortalecendo outra perspectiva de estudar infâncias a partir de um olhar que evidencie as crianças consideradas “periféricas” - distantes do modelo ideal associado aos países da Europa e Estados Unidos. Com a intenção de conhecer as crianças africanas de Angola e por acreditar que a preservação das línguas se mostra importante para manter conhecimentos e tradições das sociedades, esse texto conta sobre um estudo preliminar realizado em um local rico culturalmente e com fortes tradições, apesar de marcado por processos de negação e desvalorização. Segundo Ndombele e Timbane (2020), grande parte das crianças angolanas aprende português aos sete anos, quando ingressa na escola, especialmente nas zonas rurais. Este fato dificulta o processo de alfabetização na língua portuguesa e ainda potencializa o risco de desaparecimento de algumas línguas nativas já que muitas escolas alfabetizam as crianças somente na língua portuguesa. Ao visitarmos uma escola da Ganda, zona rural de Benguela, encontramos um grupo de crianças que, através de suas brincadeiras, mantêm viva a língua umbundu e, com isso, a identidade e cultura de seus antepassados. Assim foi criado, junto com os professores, um jogo de associação de sílabas a partir da música cantada na brincadeira. O jogo teve duas modalidades - na língua umbundu e na língua portuguesa - caracterizadas por ser um instrumento pedagógico bilingue. No momento inicial de oferecimento do jogo para testagem junto as crianças, foi identificado que, ao cantar a cantiga da brincadeira e discutirem sozinhas as possíveis soluções, conseguiram fazer associações corretas das silabas em umbundu, apesar da insegurança inicial dos adultos em relação ao desafio. E, em seguida, fizeram a tradução para a língua portuguesa. Assim, foi criado um recurso junto com os professores que, além de valorizar a língua originária da população, permitiu a utilização de um conhecimento das crianças para a criação de um recurso didático. Além disso, foi possível abranger o conceito de infância e ser criança no mundo atual, descontruindo a ideia de um modelo único e ideal. Falamos de crianças, que trazem hábitos de casa e que nem sempre comungam com o que há no cotidiano escolar. Vale ressaltar que a maioria das escolas no ocidente segue um modelo euro/ocidental, pautado na separação etária das classes estudantis como requisito principal para a garantia da aprendizagem, desvalorizando outras trocas, que ajudam as crianças a aprender.

Palabras clave : criança; umbundu; brincadeira; ganda; angola..

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