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Childhood & Philosophy

versão impressa ISSN 2525-5061versão On-line ISSN 1984-5987

Resumo

REYNOLDS, Rose-Anne. Votar na pergunta como prática pedagógica numa comunidade de investigação filosófica. child.philo [online]. 2023, vol.19, e70520.  Epub 24-Jan-2023. ISSN 1984-5987.  https://doi.org/10.12957/childphilo.2023.70520.

Este artigo considera duas das etapas metodológicas de uma Comunidade de Investigação Filosófica: elaboração das questões e votação das questões. Ambas as práticas são realizadas por crianças de 8 e 9 anos que são participantes de uma investigação filosófica, que facilitei em uma escola pública primária na África do Sul. Matthews (1994) nos lembra que as crianças como pensadoras/agentes filosóficas foram deixadas de fora das narrativas dominantes sobre crianças e infância. Uma questão que norteia esta pesquisa é onde está o lugar para as questões filosóficas (desenvolvidas pelas crianças) e o tipo de pensamento/desenho/criação/ser filosófico para crianças (e adultos) nas escolas? Como abrir espaço para tais questionamentos - para que a riqueza desses encontros pedagógicos realmente importe e faça a diferença no ensino e aprendizagem em curso? Gandorfer, em entrevista a Barad (2021), sugere que o pensamento crítico “é encontrar o que é irreconhecível e imperceptível, mas sensível e construtivo de sentido sem separá-lo do mundo físico” (p. 20). Eu concordaria e aplicaria isso aos pensamentos críticos da criança. Esse pensamento não está localizado na criança, na sua mente e não surge apenas através dos pensamentos que a criança verbaliza. Uma análise crítica da teoria/prática do pós-humanismo garante que, como pesquisadora, eu não fico fora da pesquisa observando à distância. Da mesma forma, as crianças, as perguntas, as votações e as indagações não estão separadas do mundo, mas já estão todas emaranhadas com o mundo. Quando as crianças estão votando nas questões, isso funciona como uma pedagogia da interrupção (Michaud, 2020). Como facilitadora, não sei qual a pergunta que receberá o maior número de votos para a investigação filosófica. Isso possibilita um currículo emergente em seu tornar-se(com). As formulações de Toby Rollo (2016) sobre a criança como agente político e não apenas moral e as implicações para uma escolarização mais democrática e justa são teorizadas neste artigo por meio do ato de as crianças votarem nas questões. Eu argumento que as crianças não são apenas excluídas da participação nas decisões sobre o que e até mesmo como estão aprendendo na escola, mas também da maioria das práticas pedagógicas nas salas de aula e nas escolas. Mostro como as práticas de as crianças criarem e votarem nas perguntas podem ser práticas democráticas, com implicações políticas e morais em uma comunidade de investigação filosófica.

Palavras-chave : comunidade de investigação filosófica; votação; pós-humanismo crítico; questões; educação infantil..

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