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Contrapontos

versão On-line ISSN 1984-7114

Resumo

CICUREL, Francine. Quand la littérature parle de l’interaction et de l’action…. Contrapontos [online]. 2010, vol.10, n.03, pp.268-280. ISSN 1984-7114.

Ao considerar como um falante é capaz de interagir com outro, durante uma conversa, como ele pode simultaneamente decodificar a mensagem verbal e apreender o complexo conjunto de índices e sinais emitidos, pode-se justamente perguntar sobre a gênese e o desenvolvimento dessa competência. Como podemos realizar tais ações complexas, que instâncias somos confrontados para aprender a expressar e a ler as intenções e as emoções? Nós nos propomos aqui a analisar a capacidade humana de realizar uma “leitura do outro” a partir da seguinte hipótese: uma parte importante da comunicação oral não é verbalizada, e é por meio da literatura que podemos ter acesso a elementos que fazem parte integrante dessa troca, mas que não são expressos no processo oral. Propomo-nos a abordar a interação oral através das formas de textos escritos dialogados que imitam ou reproduzem as formas de interlocução oral. O texto, através de mimese, finge a produção de palavras pronunciadas pelos personagens, define as formas pelas quais uma pessoa se dirige a outra. Essas “conversações escritas” (cenários, diálogos de romances, diálogos filosóficos, piadas, diálogos didáticos de métodos, etc.) utilizamos no desenvolvimento de uma ficção que dá a ilusão da oralidade. Nossa intenção é mostrar que as formas literárias escritas podem se tornar um suporte privilegiado para uma melhor compreensão da oralidade. Na verdade, não é fácil trabalhar com o que faz a especificidade da comunicação oral - as estratégias de conversação, os discursos indiretos da fala, as insinuações, a expressão de sentimentos, as intenções - com base numa oralidade dita autêntica, porque onde encontraremos falantes dispostos a “se abandonar” e libertar suas emoções diante de um gravador? “Formas escritas do oral” constituem, portanto, dados valiosos para descobrir o que está em torno (de) e concomitante numa troca verbal. E é em grande parte graças à literatura que podemos descobrir o registro emocional e suas manifestações. Assim, é por “forma escrita” que o leitor pode acessar as intenções dos personagens, seus modos de fazer as coisas. As palavras expressas, os comentários nos permitem determinar a troca não somente dentro de um contexto social, numa tipologia das interações, mas também em uma lógica psicoemocional dos comportamentos.

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