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Contrapontos

versión On-line ISSN 1984-7114

Resumen

HARDT, Lúcia Schneider. A fadiga das palavras e o espírito livre em Nietzsche. Contrapontos [online]. 2013, vol.13, n.01, pp.61-68. ISSN 1984-7114.

As palavras indicam autoridade para medir, classificar e regular a vida das pessoas, dos currículos, da cultura. Paradoxalmente, a sensação é de fadiga, as palavras parecem cansadas, já não querem mais ser pronunciadas no processo de repetir o que já está dito. A fadiga fica potencializada pelo cansaço da verdade e pela desistência da novidade. O que fazer quando cansamos de usar palavras, pois elas parecem capturadas pelo desejo de pronunciar algum tipo de verdade. A vontade de saber tem se convertido em uma vontade de repetir. O que fazer com a fadiga, então? Parece, precisamos desviar as palavras da velocidade, da pressa, dos espaços qualificados que legitimam os discursos. As palavras velozes estão atropelando-se para disputar o espaço do direito à visibilidade. Como inserir palavras mais vagarosas que precisam de mais tempo para serem pronunciadas? O silêncio entre as palavras, entre os parágrafos, mais que interrupção são gestos de reflexão, de maturação para dizer o que ainda possa ter sentido e significado. Diante da fadiga parece ser necessário, como diz Nietzsche, deixar-se levar por um “rebelde, arbitrário, vulcânico anseio de viagem, de exílio, afastamento, esfriamento, enregelamento, sobriedade, um ódio ao amor, talvez um gesto e olhar profanador para trás...” para nessa viagem, sem pressa, com vagar, pensar de novo o que se tem a dizer e a pensar. Todos lidamos com uma espécie de desejo de esclarecimento, dependente também das palavras. Quando de fato enganamos e esclarecemos ao falarmos em formação humana? A pergunta remete o texto até o alienista, de Machado de Assis. No texto, Simão Bacamarte engana ou esclarece sobre a saúde mental? As palavras lhe dão autoridade para medir, classificar e regular a vida das pessoas de Itaguaí. Mas o que acontece, de fato? Nesse cruzamento entre palavras que vão da literatura até o campo pedagógico, o texto pretende pensar sobre nossos desejos de formação do outro e a necessidade de desfazer-se de palavras para ganhar o espírito livre.

Palabras clave : Espírito Livre; Educação; Fadiga.

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