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Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos
versão impressa ISSN 0034-7183versão On-line ISSN 2176-6681
Resumo
SILVEIRA, Catharina da Cunha; MEYER, Dagmar Elisabeth Estermann e FELIX, Jeane. A generificação da intersetorialidade no Programa Saúde na Escola. R. Bras. Est. Pedag. [online]. 2019, vol.100, n.255, pp.423-442. ISSN 2176-6681. https://doi.org/10.24109/2176-6681.rbep.100i255.3807.
Este texto, inserido nos estudos de gênero e nos estudos culturais que dialogam com a teorização foucaultiana, utiliza pesquisa documental e análise cultural para escrutinar os modos pelos quais o trabalho intersetorial é definido, descrito e regulado em documentos normativos e materiais didáticos do Programa Saúde na Escola (PSE), a fim de discutir como o gênero atravessa e dimensiona um de seus princípios organizadores - a intersetorialidade. Destaca o que é dito, o que é silenciado, o como se diz e em quais circunstâncias e relações de poder-saber determinadas coisas podem ser enunciadas. Argumenta que, no PSE, noções como “somar esforços”, “unir-se” e “articular-se” são mobilizadas para propor modos de fazer educação e(m) saúde que demandam adaptabilidade, multifuncionalidade, flexibilidade e disposição para assumir trabalho a mais, sem remuneração adicional. Discute que esse processo, nomeado “generificação da intersetorialidade”, é descolado de corpos biológicos sexuados, mas segue (re)constituindo, reiterando e legitimando exercícios profissionais que naturalizam ações, lugares e arranjos institucionais que tomam atributos femininos como recurso funcional às necessidades da intersetorialidade proposta na política estudada.
Palavras-chave : gênero; intersetorialidade; políticas públicas; Programa Saúde na Escola.