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Conjectura: Filosofia e Educação

versão impressa ISSN 0103-1457versão On-line ISSN 2178-4612

Resumo

TORRES, Milton Luiz  e  SANTOS, Aimê Heloína Cândido da Silva. Uma breve análise arqueológica foucaultiana da escola integral. Conjectura: filos. e Educ. [online]. 2019, vol.24, e019037.  Epub 31-Jul-2020. ISSN 2178-4612.  https://doi.org/10.18226/21784612.v24.e019037.

O presente estudo analisa a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o Plano Nacional de Educação e o Programa “Mais Educação São Paulo”, especificamente as partes que tratam da política curricular da ampliação da jornada de aulas na rede pública de ensino de São Paulo, conhecida como escola integral.

Metodologia:

A análise se dá a partir da perspectiva arqueológica de Michel Foucault, sua terminologia e análise discursiva.

Objetivo:

O objetivo da pesquisa é valer-se da contribuição do filósofo e de sua analítica para a leitura crítica e ponderada de documentos educacionais oficiais. Os documentos foram analisados à luz dos pressupostos que alicerçam seus objetivos e concepções, mas principalmente sob a perspectiva da analítica arqueológica. A metodologia contemplou, portanto, a análise das regularidades (homogeneidades, continuidades e identidades), contradições (intrínsecas, extrínsecas e derivadas), comparações (isomorfismos, modelos, isótopos e correlações) e transformações (permanências, repetições e descontinuidades) dos três documentos fundantes da escola integral.

Resultados:

A leitura arqueológica de três documentos da escola integral revelou que a proposta é, de certa forma, totalizante, no sentido de que apresenta a escola integral como supostamente detentora de enorme poder de transformação social, política e educacional. Revelou, além disso, que a proposta tem características paliativas, no sentido de que a escola integral é apresentada como panaceia, quando, de fato, não parece funcionar efetivamente em todos os casos, circunstâncias e objetos, como os documentos presumem. Mostrou, ainda, que a proposta padece, entre outras coisas, de contradições intrínsecas, extrínsecas e derivadas. Finalmente, revelou que a proposta hierarquiza saberes e nem sempre tem aplicação prática e assume, às vezes, contornos demagógicos. O discurso da escola de tempo integral parece trair a ideia de que o tempo proporciona uma espécie de controle regimental sobre os outros. Fala-se de mais tempo na escola como se issto significasse, automaticamente, mais qualidade no ensino.

Conclusão:

Concluímos, portanto, que a proposta de escola em tempo integralesvazia a discussão de uma consideração mais atenta acerca da qualidade das políticas educacionais como um todo, especialmente as curriculares.-

Palavras-chave : Foucault; Arqueologia do saber; Políticas públicas; Escola integral.

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