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Conjectura: Filosofia e Educação
versão impressa ISSN 0103-1457versão On-line ISSN 2178-4612
Resumo
HABOWSKI, Adilson Cristiano e RATTO, Cleber Gibbon. O brincar como mecanismo de controle do espaço, tempo e do corpo em Friedrich Fröebel. Conjectura: filos. e Educ. [online]. 2023, vol.28, e023011. ISSN 2178-4612. https://doi.org/10.18226/21784612.v28.e023011.
O ensaio se ocupa em mostrar como se manifestaram os ideais educacionais em relação às brincadeiras na modernidade, identificando Fröebel como o principal referente teórico nesse âmbito. Veremos, em Fröebel, como as ideias do brincar são importantes para a sociedade e para as escolas modernas, e como podem funcionar nos modos de subjetivação infantil. Fröebel enfatiza a necessidade de organizar o cotidiano de forma estruturada, que envolve todas as atividades das crianças na instituição escolar, o que revela uma preocupação com o tempo. Quanto mais estrita a programação, mais controle se tem sobre os corpos. Dessa forma, o espaço e o tempo se constituem em modos de controle do brincar. Quanto mais o espaço é definido, mais podemos vigiá-los e observar como brincam, manifestam-se e reagem. Nesse movimento, o espaço, o tempo e o corpo precisam ser aproveitados ao máximo para que as atividades sejam eficientes e realizadas de forma otimizada. Essas operações ritualizadas e mecanicamente executadas para ordenar a vida cotidiana por meio de rotinas buscam imprimir práticas programáticas de normalização. Assim, podemos entender a rotina da infância como um processo de racionalização, utilizado por sujeitos e instituições para estruturar e controlar a vida, passa a fazer parte do cotidiano. Ao finalizar o ensaio, realizamos uma tentativa de pensar o brincar como modo de resistência a formas disciplinadoras, mostrando que, onde há poder (modos de conduzir o brincar como algo que tem finalidade pedagogizante) há resistência (o brincar como ato de fruição, sem utilidade), apontando acerca da despedagogização do ato de brincar.
Palavras-chave : Brincar; Modernidade; Fröebel.