Resumo

PUCCI, Bruno. O privilégio da experiência filosófica no processo educacional. Rev. Comunic [online]. 2016, vol.23, n.3, pp.145-155. ISSN 2238-121X.  https://doi.org/10.15600/2238-121X/comunicacoes.v23n3p145-155.

Este ensaio propõe-se a analisar o aforismo “O Privilégio da Experiência”, da Dialética Negativa, de Theodor Adorno, em diálogo com outros conceitos do mesmo livro, com o objetivo de lançar luzes e sombras sobre problemas culturais e educacionais contemporâneos. O aforismo é dividido em sete ideias-chave que se tensionam e se complementam ao salientar que a realização de experiências filosóficas formativas, de um lado, apresenta- -se como privilégio dos ainda não modelados por uma sociedade coercitiva e autoritária, que impede grande parte da população de ter tempo e acesso à verdade e à construção da objetividade, pela negação das condições sociais de educação; de outro lado, que a realização de experiências filosóficas formativas pode transformar-se em uma prática solidária e abrangente se os privilegiados assumirem a responsabilidade moral que lhes cabe, de atuação educativa e reflexiva junto a essa maioria que se adaptou como que completamente às normas vigentes. O ensaio busca ressaltar ainda que fazer experiência filosófica não é apenas contrapor-se intelectualmente ao objeto na procura de sua verdade; é também uma atividade eminentemente política, pois o sujeito do conhecimento, na tentativa de compreensão do objeto, persegue-o no contexto da realidade contraditória que marginaliza os que não se adaptam a ela, favorece o individualismo e impede o indivíduo de jure de tornar-se indivíduo de facto, com seus direitos e deveres.

Palavras-chave : Experiência Filosófica; Dialética Negativa; Indivíduo de Facto; Formação Cultural; Educação Escolar.

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