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Perspectiva

versión impresa ISSN 0102-5473versión On-line ISSN 2175-795X

Perspectiva vol.36 no.4 Florianopolis oct./dic 2018  Epub 30-Jul-2019

https://doi.org/10.5007/2175-795x.2018v36n4p1129 

Apresentação

EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA E SUAS NUANCES NOS PROCESSOS DE ENSINAR E APRENDER

Rosemy da Silva Nascimento, Prof.ª Drª1 

Kalina Salaib Springer, Prof.ª Drª2 

Orlando  Ferretti, Prof. Dr.3 

1UFSC

2UFSC

3UFSC


A imagem escolhida para representar nosso Dossiê “Educação Geográfica e suas nuances nos processos de ensinar e aprender” é de autoria do artista francês André Henri Dargelas (1828–1906), cujas pinturas retratavam recorrentemente cenas do cotidiano escolar. Em alusão a essa obra, este dossiê remonta a um grande afresco, construído a vários pincéis. Essa coletânea de ideias e experiências interpretadas no saber e aqui materializadas surge em complemento às diversas teses e dissertações que acompanham a Linha de Pesquisa “Geografia em Processos Educativos” do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGG-UFSC), e que desde 2007 fortalece e legitima os estudos da Ciência Geográfica no campo de conhecimento da educação.

Esta obra de valor singular, é também pensada e construída pelas pinceladas provenientes das mãos de docentes, que vinculados ao Centro de Educação da UFSC, têm na formação de professores de Geografia, nos mais variados âmbitos, a bússola que indica os caminhos a se percorrer. Nossa intenção é instigar o pensar pedagogicamente o conhecimento geográfico de forma significativa e em perspectivas múltiplas que diversifiquem percursos educativos para estudantes e professores. Assim, apresentamos nossa Educação Geográfica entendida como resultante da articulação entre a prática do ensino, pesquisa e a extensão permeando a formação de professores, os desafios da docência, a cibercultura e a ciência no cotidiano escolar.

Como paletas, sete artigos pincelam as páginas deste Dossiê, sendo dois internacionais; um de Cuba e outro de Portugal e cinco de universidades brasileiras. Dessas, dois são da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), um da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e dois da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Estes textos materializam pensares e reflexões acerca da complexidade inerente à ciência geográfica frente ao processo educacional, reinventando saberes e fazeres diante das exigências do ensinar e aprender no cotidiano.

Nessa linha de pensamento, o Prof. Dr. Rafael Straforini e Prof. Ms. Lucas Ferraz Carvalho da UNICAMP trazem tessituras sobre os Projetos Políticos Pedagógicos de um curso de Licenciatura em Geografia e os discursos de formação do professor através do capítulo “Instituições que educam: entendendo o processo de subjetivação do professor”.

Em Santa Catarina, o Prof. Dr. Aloysio Marthins de Araújo Júnior, da UFSC, carrega com cores quentes uma discussão que envolve os desafios da formação docente, e em específico; à formação de professores de geografia, através do artigo “Aspectos estruturais na formação de professores de geografia e sua atuação na escola básica”, processo estes que têm passado por profundas modificações no campo legal, conceitual e de sua prática educativa.

O Prof. Dr. Sérgio Claudino e a Profª. Drª Maria Anezilany Gomes do Nascimento, representantes neste dossiê, da Universidade de Lisboa, fazem uma coreografia de luz e sombra através da problematização sobre a formação inicial de professores de Geografia tecendo um comparativo entre Brasil e Portugal, no artigo “A formação inicial de professores de Geografia no Brasil e em Portugal: aspectos fundamentais da constituição da identidade profissional docente”.

Já o Prof. Dr. Roberto Filizola, professor na UFPR, mistura matizes que problematizam a relação entre a disciplina escolar e a geografia universitária, utilizando-se dos saberes com os quais estudantes e professores trabalham em sala de aula, e correlacionando com o que se designa como transposição didática em “Certo mal estar povoa o território da Educação Geográfica: Colocando à prova o modelo de transposição didática”.

Do Caribe, em Cuba as ideias do Prof. Dr. Tomás Hernández, pesquisador na Universidade Central “Marta Abreu” de Las Villas e entrelaçadas às do Doutorando Prof. Ms. Adilson Tadeu Basquerote Silva do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFSC, apresentam nas suas texturas de ideias “La educación patrimonial de los docentes universitarios en Remedios, Monumento Nacional en Cuba”, cuja discussão permeia a Educação Patrimonial do Monumento Nacional de Cuba na formação de professores da Universidade de Remédios, em especial com professores de Geografia.

Pincelando o artigo “Os mapas e as tecnologias digitais: novos letramentos em pauta no ensino de geografia”, a Profª. Drª Tânia Seneme do Canto da UNICAMP adentra nos meandros da tecnologia e da representação espacial refletindo como o mapeamento no ambiente tecnológico contribui para o ensino de geografia.

E por fim, arrematando o afresco final desta obra, somos agraciados com as reflexões e experiências dos professores Dr. Danilo Piccoli Neto e o Dr. Silvio Domingues Mendes da Silva, trazem o “Ensino e utilização de categorias geográficas para a licenciatura em ciências da natureza e matemática no contexto da educação do campo” como referência ao pensar geográfico e as possibilidades de utilização das categorias de análise geográfica (espaço, território, paisagem, lugar e região) no curso de Licenciatura em Ciências da Natureza e Matemática da Educação do Campo na UFSC.

Esperamos que os leitores, atores e artistas deste mundo pensado sob a perspectiva da ciência geográfica escolar, se sintam inspirados e sensibilizados pela diversidade teórica, das práticas e pesquisas aqui apresentadas. E, que o pensar, o saber geográfico em suas várias nuances e multitelas, possam no processo educacional, contribuir para a formação de um cidadão que saiba olhar, e refletir acerca do lugar onde vive, e que com empatia, tornem-se protagonistas transformadores deste espaço que é essencialmente geográfico.

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