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Perspectiva

versão impressa ISSN 0102-5473versão On-line ISSN 2175-795X

Perspectiva vol.37 no.1 Florianopolis jan./mar 2019  Epub 18-Jul-2019

https://doi.org/10.5007/2175-795x.2019v37n1p08 

Editorial

Editorial: Perspectiva v37n1 2019

David Antonio da Costa

Diana Carvalho de Carvalho

Eliane Santana Dias Debus

Juliana Cristina F. Bergmann

Patricia Laura Torriglia, Editores Científicos


2019 se anuncia duro com a angústia dos desatinos diários da macro política, e no entanto, cercado das demandas necessárias de continuidade no campo acadêmico, precisamos seguir e resistir. 2019 nos convida a andar de mãos dadas, socializar o conhecimento e fortalecer os saberes para que possamos vislumbrar outros tempos. É nesse jogo entre o que vivemos e o que queremos, que o primeiro número da Revista Perspectiva traz à cena o Dossiê Imagens, Mídias e práticas corporais, organizado pela professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina, Monica Fantin e pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado da Bahia Augusto Cesar Leiro.

Para além do Dossiê a composição desse periódico abarca sete artigos de Demanda Continua que tematizam assuntos diversos escritos por pesquisadores oriundos de instituições de diferentes partes do país e é sobre esses que nos debruçamos e os apresentamos ao leitor.

O primeiro artigo Formação docente e as representações de famílias organizadas em modelos não convencionais: os contos de fadas como proposta de intervenção, de Isaias Batista de Oliveira Júnior, da Universidade Estadual do Paraná e Solange Franci Raimundo Yaegashi, da Universidade Estadual de Maringá que debatem as representações sociais sobre famílias organizadas em modelos não convencionais a partir de dados coletados com 25 participantes do minicurso “Formação docente e as representações de famílias organizadas em modelos não convencionais nos contos de fadas”, realizado durante o II Congresso das Licenciaturas da Universidade Estadual do Paraná. A análise do questionário sociodemográfico e do (antes e após a intervenção), a partir do referencial teórico-metodológico da Teoria do Núcleo Central das Representações Sociais, trouxeram como resultado mudanças nas representações dos sujeitos sobre as configurações familiares.

As pesquisadoras Josiele Oliveira da Silva e Maira Ferreira, ambas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no artigo A Interdisciplinaridade constituindo o discurso pedagógico na Formação de Professores de Química em um curso preparatório para o ENEM evocam a formação de professoras, em particular de Química, a partir de dados coletados por meio de questionário as professoras partícipes do projeto de extensão “Desafio Pré-vestibular da UFPel”. A interdisciplinaridade como foco da formação docente, a partir dos documentos oficiais, também reverbera nas respostas das professoras, acolhendo o curso de extensão como possibilidade de ampliação do alargamento do tema.

Em Batendo de frente na escola: uma abordagem antropológica sobre conflitos na escola pública fluminense, Marcos Veríssimo, da Universidade Federal Fluminense, se detém nos conflitos entre professores, alunos, direção, funcionários entre outros envolvidos na comunidade escolar da rede pública fluminense (RJ), em particular na cidade de São Gonçalo. A partir da aproximação com o espaço o pesquisador procura descrever e interpretar práticas e representações presentes nesse cotidiano escolar.

No artigo As relações que envolvem o estado, as classes sociais e a escola pública sob a égide do capitalismo neoliberal, Clarice Zientarski e Heulalia Rafante, ambas da Universidade Federal do Ceará, como se destaca no título, trazem a discussão sobre as relações que envolvem o Estado, as classes sociais e a escola pública do Brasil no contexto dominado pelo capitalismo neoliberal. A partir de estudo bibliográfico, as autoras adentram em questões como a Reforma do Ensino Médio e no Projeto de Lei da Escola Sem Partido focalizando como alguns dos encaminhamentos do neoliberalismo que confluem para a manutenção da sua hegemonia neoliberal.

Monica Nunes e Fernanda Wanderer, ambas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Escola e as relações étnico-raciais: uma análise sobre enunciações de alunos, examinam enunciações dos estudantes do 8º. Ano do Ensino fundamental de uma escola pública do Rio Grande do Sul sobre “os marcadores étnico-raciais que operam na instituição e na cidade onde residem: um município pertencente a uma região de colonização alemã”. Com o aporte da etnografia e estudos do campo pós-estruturalista sobre raça, etnia e a constituição do sujeito e utilização de entrevistas e questionários, as pesquisadoras constataram um não reconhecimento da negritude pelos estudantes negros “autodenominando-se como ‘moreno’ ou ‘escurinho’, negando um racismo institucional, embora reconheçam práticas racistas no município.

Ana Carolina Galvão Marsiglia, da Universidade Estadual de São Paulo e Maria Cláudia da Silva Saccomani, da Universidade do Espírito Santo, em A Transmissão de Conhecimentos como Condição para a Criatividade: o Papel Diretivo do Professor e a Criança Feliz, trazem para o cenário do debate educacional contribuições para ampliar o conhecimento sobre o desenvolvimento histórico-social da criatividade, ultrapassando a esfera inatista as autoras trazem as implicações do contexto social para a construção criativa do sujeito.

O último artigo que compões este número é de autoria de Simone Flach, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, denominado Apontamentos para a Formação de Professores na Perspectiva Ético-Política e da Filosofia da Práxis, a partir da concepção de educação gramsciana “articulada aos conceitos de sociedade, homem, conhecimento, política e apresenta alguns desdobramentos que esse norteamento teórico pode trazer para a formação de professores”.

Esperamos que o leitor encontre neste número a interlocução necessária para debater, questionar, e, esgarçar seus conhecimentos. Que em tempos de dureza possamos exercitar a boniteza, daí as palavras do poeta Paulo Leminski,

Isso de querer Ser exatamente aquilo Que a gente é Ainda vai Nos levar além.

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