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Revista Educação em Questão

versión impresa ISSN 0102-7735versión On-line ISSN 1981-1802

Rev. Educ. Questão vol.58 no.57 Natal jul./sept 2020  Epub 12-Ago-2021

https://doi.org/10.21680/1981-1802.2020v58n57id22432 

Editorial

Editorial


A Revista Educação Unisinos (v. 24, 2020) publicou a entrevista do prof. Dr. Ângelo Ricardo de Souza (Coordenador Adjunto de Programas Acadêmicos da Área de Educação junto à CAPES e docente do Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná), que foi realizada pelos professores pesquisadores Fábio Lopes Alves (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), Claudia Barcelos de Moura Abreu (Universidade Federal de São Paulo), Adrian Alvarez Estrada (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) e Valdecir Soligo (Universidade Estadual do Oeste do Paraná). Entre as 18 perguntas dirigidas para o prof. Dr. Ângelo Ricardo de Souza, selecionamos a 17 por dizer a respeito ao Qualis das Revistas de Educação. Entrevistadores Em 2018 você defendeu que era necessário construir um indicador, (provisoriamente chamado de Índice para o Qualis em Educação – IQE) que contivesse, pelo menos, quatro critérios: a) atualização/periodicidade; b) origem e distribuição geográfica dos autores; c) internacionalização; e d) fator de impacto. Com a recente mudança no Qualis, você ainda defende essa metodologia de mensuração das revistas da Área de Educação? Ângelo Ricardo de Souza: Defendo. Para mim o principal é o seguinte: revista A1 ou o conceito de revista A1, não deve existir a priori. A1 são as melhores de um conjunto de revistas, o melhor possível que a gente conseguiu fazer. Assim como B4, são revistas acadêmicas, sérias, mas são as menos boas, vamos assim dizer, para não chamar de piores, que conseguimos fazer dentro de um conjunto de revistas. Agora como é que se classifica o que é melhor? Isso implica numa classificação, a base dessa metodologia está numa classificação, um ranqueamento, de todas as revistas, eu teria que colocar, a partir de uma régua como essa, a que melhor desempenha, a segunda, a terceira, até a última, que é a 874, por exemplo. O que é A1? É 7% do topo. O que que é A2? Dos 7,1 ao 14%, qualquer coisa assim. Portanto, isso implica em certa mobilidade, porque está havendo uma outra avaliação, uma que desempenha um melhor modelo que pode substituir e ocupar o lugar da seguinte. O problema é que nós, historicamente, trabalhamos com a ideia de que A1 é um conceito a priori. Isso traz uma ilusão para a Área: Se todo mundo cumprir o critério de A1, todo mundo vai ser A1? Não! A CAPES não permite. Metade da metade pode ser A, e o número de A1 deve ser inferior ao de A2, ou seja, a regra do Qualis é: não mais que a metade pode ser, agora, A4 para cima. Desse 50%, metade, no máximo, pode ser A1 e A2, e A1 tem que ser, necessariamente, menor que A2. Portanto, a A1 poderia ser no máximo, 12,4%, do conjunto. Todo mundo cumpriu o critério de A1, será A1? Não! Vai chegar em um certo momento que deu 12,4%, “desculpa, mas você vai ficar para baixo no critério”, mas baseado em que critério? Não tem! Porque nós não temos essa classificação, nunca fizemos essa classificação, acredito que poderíamos fazê-la. Há um componente que, à época, não tínhamos pensado, mas que ainda me preocupa, que é o número de artigos. Sempre pensamos a avaliação de revistas levando em conta o número de revistas, mas o número de revista engana, porque há muitas revistas que vieram para a base, daquelas 800 e tantas avaliadas, com apenas um único artigo que foi citado. A revista pode ter mais de um artigo, mas só foi citado uma única vez nos relatórios. Ela apareceu uma única vez, porque só teve um artigo de um professor de Pós-Graduação lá. Tem uma revista que chama “Chão de Escola”. É do sindicato de professores de Curitiba, avaliada no Qualis como C. Ela ficou como C, porque algum professor de Pós-Graduação publicou, colocou no lattes, e foi para o Sucupira e veio para ser avaliada, tem uma única entrada, ela não pode entrar na conta de quantos por cento tem que ser A1 ou A2, o que importa é o número de artigos que elas publicam. Hoje temos menos de 14% de revistas A1 e A2, mas mais de 33% dos artigos são A1 e A2 na área, porque são revistas que publicam muitos artigos. Se levarmos em conta só o número de revistas não vai mais conseguir discriminar. Vai ter muita revista A1 e A2, e se todo mundo tem A1 e A2, qual o sentido dessa avaliação? Ela tem que ter a capacidade de discriminar, de separar, de diferenciar, se todo mundo é A1, logo ninguém é. Portanto, não consigo discriminar. Não acho que o Qualis, ou que essa classificação deva ser a coisa mais importante da avaliação, pelo contrário, acho que há muitos outros aspectos que devem ser considerados, mas, no caso de fazer um Qualis, acho que essa seria uma estratégia interessante eu apresentei isso na CAPES, foi elogiada a ideia, mas as pessoas acharam que, no momento, não seria possível.

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