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Revista Educação em Questão

versión impresa ISSN 0102-7735versión On-line ISSN 1981-1802

Rev. Educ. Questão vol.59 no.60 Natal abr./jun 2021  Epub 19-Abr-2022

https://doi.org/10.21680/1981-1802.2021v59n60id25943 

Artigo

Civismo, patriotismo e catolicismo no Brasil: o Gymnásio Mineiro de Uberlândia (Minas Gerais, 1930-1950)

Civicism, patriotism, and catholicism in Brazil: the Gymnásio Mineiro de Uberlândia (Minas Gerais, 1930-1950)

Civismo, patriotismo y catolicismo en Brasil: el Gymnásio Mineiro de Uberlândia (Minas Gerais, 1930-1950)

Giseli Cristina do Vale Gatti1 
http://orcid.org/0000-0002-9237-8777

Décio Gatti Júnior2 
http://orcid.org/0000-0002-5876-6733

1Universidade de Uberaba (Brasil)

2Universidade Federal de Uberlândia (Brasil)


Resumo

Neste texto são analisadas as práticas escolares desenvolvidas em torno do civismo, do patriotismo e do catolicismo nas escolas brasileiras, destacadamente, no Gymnásio Mineiro de Uberlândia (Minas Gerais, Brasil), no período compreendido entre as décadas de 1930 e 1950. Partiu-se principalmente das ideias de Magalhães (1998, 1999), Souza (1998), Bencostta (2001) e Silva (2009). As fontes de pesquisa incluíram manuscritos, impressos, iconografia e depoimentos de antigos alunos e professores da escola. Os resultados da pesquisa permitem concluir que a escola estudada, bem como aquelas de sua proximidade, comportava de modo reiterado e consistente uma dimensão formativa de caráter cívico e patriótico, em colaboração com as escolas católicas, para além das funções de aquisição de conhecimentos e de preparação para o trabalho. De fato, na memória dos sujeitos que habitavam a instituição escolar no período coberto pela investigação, os desfiles cívico-patrióticos estão muito presentes e ganham centralidade em relação a outras importantes vivências escolares.

Palavras-chave: Escola; Civismo; Patriotismo; Catolicismo

Abstract

In this text, we analyze school practices developed around civic spirit, patriotism, and Catholicism in Brazilian schools, particularly in the Gymnásio Mineiro de Uberlândia in Minas Gerais, Brazil, in the 1930s to 1950s. Our method of analysis is mainly based on the ideas of Magalhães (1998, 1999), Souza (1998), Bencostta (2001), and Silva (2009). Sources included manuscripts, printed materials, iconography, and testimony of former students, and school teachers. The results of the study indicate that the school under study, as well as those in its proximity, repeatedly and consistently held an educational dimension of a civic and patriotic character, in collaboration with the Catholic schools, that went beyond the functions of knowledge acquisition and preparation for work. In fact, in the memory of the subjects that took part in the school institution in the period covered by the investigation, the civic-patriotic parades are very present and assume a central place in relation to other important school experiences.

Keywords: School, Civic spirit; Patriotism; Catholicism

Resumen

En este texto son analizadas las prácticas escolares desarrolladas al rededor del civismo, del patriotismo y del catolicismo en las escuelas brasileras, destacadamente, en el Gymnásio Minero de Uberlândia (Minas Gerais, Brasil), en el periodo comprendido entre las décadas de 1930 y 1950. Se partió principalmente de las ideas de Magalhães (1998, 1999), Souza (1998), Bencostta (2001) y Silva (2009). Las fuentes de investigación incluyeron manuscritos, impresos, iconografía y relatos de antiguos alumnos y profesores de la escuela. Los resultados de la investigación permiten concluir que la escuela estudiada, bien como aquellas que estaban próximas, comportaban de modo reiterado y consistente una dimensión formativa de carácter cívico y patriótico, en colaboración con las escuelas católicas, más allá de las funciones de adquisición de conocimientos y de preparación para el trabajo. De hecho, en la memoria de los sujetos que habitaban la institución escolar en el periodo cubierto por la investigación, los desfiles cívico-patrióticos están muy presentes y ganan centralidad en relación a otras importantes vivencias escolares.

Palabras clave: Escuela; Civismo; Patriotismo; Catolicismo

Introdução

Neste artigo são abordadas as práticas escolares desenvolvidas em torno do civismo e do patriotismo nas escolas brasileiras, com exame mais detido no que ocorria no Gymnásio Mineiro de Uberlândia (GMU) , em Minas Gerais, Brasil, no período compreendido entre as décadas de 1930 e 1950.

O contexto internacional da pesquisa em História da Educação, influencia as temáticas e o percurso da investigação sobre o fenômeno educacional. O marco da cultura escolar transparece em diversos lugares, tal como explicitado em Justino Magalhães, quando disserta sobre o conceito de instituição educativa:

No plano histórico, uma instituição educativa é uma complexidade espácio-temporal, pedagógica, organizacional, onde se relacionam elementos materiais e humanos, mediante papéis e representações diferenciados, entretecendo e projetando futuro(s), (pessoais), através de expectativas institucionais. É um lugar de permanentes tensões. As instituições educativas são projectos arquitetados e desenvolvidos a partir de quadros sócio-culturais (MAGALHÃES, 1998, p. 61-62).

De fato, a partir da década de 1960, desenvolveram-se estudos sobre cultura, instituições e disciplinas escolares, especialmente na Europa, com consideráveis impactos na pesquisa brasileira nessa área desde a década de 1980. Nessa direção, Justino Magalhães afirma que:

A abordagem dos processos de formação e de evolução das instituições educativas constitui um domínio do conhecimento historiográfico em renovação no quadro da História da Educação. Uma renovação onde novas formas de questionar se cruzam com um alargamento das problemáticas e com uma sensibilidade acrescida à diversidade dos contextos e à especificidade dos modelos e práticas educativas. Uma abordagem que permita a construção de um processo histórico que confira uma identidade às instituições educativas. Uma meso-abordagem, associada a uma renovação nos quadros epistemológico e hermenêutico (MAGALHÃES, 1999, p. 63).

Trata-se, segundo o autor, de uma história construída da(s) memória(s) para o arquivo e do arquivo para a memória, com a finalidade de possibilitar a realização de uma síntese multidimensional que pudesse demonstrar um itinerário pedagógico específico, uma identidade histórica particular, um processo em evolução e um projeto pedagógico. Considera que:

Compreender e explicar a existência histórica de uma instituição educativa é, sem deixar de integrá-la na realidade mais ampla que é o sistema educativo, contextualizá-la, implicando-a no quadro de evolução de uma comunidade e de uma região, é por fim sistematizar e (re)escrever-lhe o itinerário de vida na sua multidimensionalidade, conferindo um sentido histórico (MAGALHÃES, 1999, p. 64).

Nessa direção, no que se refere à abordagem presente neste artigo, parte-se da ideia de que aquilo que se passa em uma instituição ou em um conjunto de instituições escolares em uma localidade específica simultaneamente expressa e anima um contexto mais amplo que envolve uma região, um país e mesmo a dimensão internacional, conforme ressaltado em Nóvoa (2007).

O texto expressa a realização de consulta à bibliografia histórico-educacional de referência e à legislação de ensino da época, bem como à diversas fontes, destacadamente, manuscritas, impressas e iconográficas que estão disponíveis no acervo da própria instituição escolar, mas, também, de notícias publicadas em jornais da época e de farta iconografia disponíveis no Arquivo Público de Uberlândia (APU). Além disso, do exame da iconografia significativa disponível no Centro de Documentação e Pesquisa em História (Cdhis) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Por fim, dos depoimentos de professores e alunos que frequentaram o Ginásio Mineiro de Uberlândia na época examinada. Isto permitiu que as informações coletadas nestas fontes pudessem ser cotejadas com a bibliografia de referência e com a legislação estadual e federal que regulava o Ensino Secundário nacional na época.

A exposição dos resultados está dividida em três partes. Na primeira, aborda-se o contexto histórico-educacional nas décadas de 1930 a 1950 no Brasil. Na segunda, foi traçada a relação entre a criação de escolas e, em especial, do GMU, com o processo de modernização vivenciado na cidade. Na terceira e última parte, é analisado o papel da referida instituição escolar na promoção do civismo e do patriotismo no meio social circundante. Por fim, estão presentes algumas considerações a título de conclusão.

Contexto histórico-educacional brasileiro nas décadas de 1930 a 1950

Desde a Revolução de 1930, passando pela Revolução Constitucionalista de 1932, até a implantação e o final do Estado Novo, entre 1937 e 1945, o Brasil vivenciou um processo de centralização política, econômica e social, em torno do governo de Getúlio Vargas, que estava plenamente ajustado a uma concepção clássica de modernidade, na qual a centralização da vida civil no Estado era imperativo para o processo de modernização da sociedade, neste caso, a brasileira, com predomínio da consciência coletiva sobre os interesses individuais.

A escola brasileira, deste modo, tornou-se uma instituição fundamental para difundir o novo ideário nacional-desenvolvimentista, com centralidade na ação propositiva do Estado Nacional, em aliança estratégica com a Igreja Católica.

Corrobora esta assertiva o fato de que entre 1928 e 1931, com papel destacado de Francisco Campos, permitiu-se a instrução religiosa no horário regular das escolas estatais, o que ocorreu, primeiramente, por meio de legislação educacional aprovada no âmbito do Estado de Minas Gerais e, em seguida, por meio de legislação educacional nacional, aprovada durante o Governo Provisório de Getúlio Vargas.

O arranjo político nacional era reproduzido no sistema escolar, por meio da conjugação de três fatores que passariam a ser indissociáveis na agenda de formação humana da escola brasileira da época: civismo, patriotismo e catolicismo. A esta nova realidade legal somava-se a existência de uma legislação educacional que preconizava a liberdade de ensino na qual a criação e o funcionamento de instituições escolares católicas e da sociedade civil, ao lado de instituições estatais, vigorava em todo território nacional.

É certo que movimentos de caráter estatizante no âmbito educacional brasileiro, à semelhança de congêneres nos Estados Unidos, preconizavam a obrigatoriedade, a cientificidade e a laicidade no âmbito escolar. Assim, em torno da Associação Brasileira de Educação (ABE) que foi fundada no início da década de 1920 orbitavam um conjunto de intelectuais brasileiros que ficariam conhecidos como pioneiros da educação nova, entre os quais Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo, sendo que eles buscavam influenciar a ação do Estado, o que fizeram, destacadamente, em 1932, por meio da divulgação do importante “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”.

Todavia, os intelectuais católicos não silenciaram e buscaram manter a relevância da Igreja junto à sociedade brasileira, o que fizeram por meio de um movimento conhecido como reação católica que ganhou forma, não somente, por meio da estruturação de revistas tais como “A Ordem”, de 1921, e de centros de formação tais como o “Centro Dom Vital”, de 1922, mas também, na manutenção de instituições escolares.

No que se refere às instituições escolares destacam-se as escolas normais, nas quais se formavam as futuras professoras primárias, com ampla atuação em escolas confessionais, estatais e da sociedade civil. A partir da década de 1940, os católicos passaram também a criar e manter instituições universitárias em importantes cidades brasileiras, focadas na oferta de cursos que formassem professores para o ensino ginasial e secundário.

Nessa direção, durante a primeira metade do Século XX, no Estado brasileiro de Minas Gerais, em especial na região do Triângulo Mineiro, da qual a cidade de Uberlândia faz parte, existiam instituições escolares que eram mantidas por diferentes instâncias promotoras do ensino: confissões religiosas, sociedade civil e Estado. Estas instituições escolares colocavam em ação uma série de práticas que evocam o civismo e o patriotismo valorizando a dimensão laica do Estado, mas, comumente, também participavam ativamente de manifestações de cunho religioso, em especial católico, aproximando-se dos arranjos institucionais próprios da articulação do poder entre o Estado e a Igreja no Brasil.

Deste modo, é perceptível a movimentação da Igreja Católica nesta região de Minas Geais, por meio da manutenção de paroquias e de colégios. Algumas congregações religiosas instaladas na região mantinham os últimos e, em muitos casos, também escolas normais, por exemplo: na cidade de Ituiutaba, os estigmatinos (Colégio São José) e as scalabrinianas (Colégio Santa Tereza); em Uberaba, os maristas (Colégio Marista-Diocesano) e as dominicanas (Colégio Nossa Senhora das Dores); em Uberlândia, as Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado (Colégio Nossa Senhora das Lágrimas) e os salesianos (Ginásio Cristo Rei e Instituto Teresa Valsé).

No que diz respeito as cidades de Uberaba e Uberlândia destaca-se ainda o movimento da Igreja Católica a fim do provimento do ensino superior, sobretudo, por meio de cursos destinados à formação de professores, a saber: em Uberaba, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santo Tomás de Aquino (Fista), em 1948, por iniciativa das dominicanas, com apoio de intelectuais vinculados a reação católica brasileira; em Uberlândia, a Faculdade de Filosofia e Letras de Uberlândia (Fafi), em 1960, a partir de pedido do bispo da região, sob os cuidados das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, como estratégia preventiva em relação a propagação de ideias liberais e comunistas.

Modernização e escolarização (Brasil, Triângulo Mineiro e Uberlândia)

No final do século XIX o processo de urbanização se intensifica no Brasil, impulsionado sobretudo pelo advento da instauração da República, em 1889. Nesse novo contexto era necessário impulsionar o país rumo ao progresso. Assim surge uma nova concepção de cidade urbanizada, limpa, higienizada e civilizada. Essa nova perspectiva deveria buscar o apagamento dos vestígios da ruralidade vivida até então.

Veiga (1997) afirma que foi notório para a mentalidade da época combinar o progresso material com o das mentes. É perceptível então nessa afirmação que além do processo de modernização da sociedade em sua materialidade era necessário moldar o novo homem nos princípios da educação e da civilidade, sendo que este deveria representar o novo sujeito social no interior da perspectiva republicana.

Assim, não só a cidade republicana surge com uma nova proposta, mas também a escola, pois caberia a ela a construção desse novo sujeito social. Percebe-se então que os processos de urbanização e de escolarização estavam atrelados ao referencial republicano de Ordem e Progresso, sendo a escola o elemento propagador desses ideais.

A escola assume então um importante papel no desenvolvimento das cidades republicanas, pois seria ela a responsável pela disseminação do habitus civilizado, não só no que diz respeito aos conhecimentos, mas também as normas de conduta e valores essenciais que deveriam estar presentes na vida do homem social.

A necessidade de suprir o atraso em relação às grandes metrópoles, também fez com que o Brasil pensasse em projetos arquitetônicos e de urbanização que pudessem substituir as características rurais daquela época. Nessa perspectiva, a construção de edifícios monumentais, a pavimentação de ruas e os projetos de higienização tornaram-se muito importantes.

Nesse novo projeto em prol da modernização cabia a escola ocupava lugar central da cidade e deveria ser construída como um espaço apropriado para a disseminação do saber e de valores importantes ao homem civilizado. Naquele momento, pensava-se a educação como um marco central na busca pelo desenvolvimento da sociedade brasileira, acabando com os espaços improvisados e buscando profissionais mais bem preparados que dessem conta dos objetivos republicanos pautados na razão e no conhecimento científico.

A materialidade representada pelas monumentais construções para atender a demanda educacional e dar características de modernidade as cidades, também tinha outra importante função, a de dar visibilidade a grupos políticos daquela época. Nesse sentido Marcus Levy Bencostta, afirma que

A construção de edifícios específicos para os grupos escolares foi uma preocupação das administrações dos Estados que tinha no urbano o espaço privilegiado para a sua edificação, em especial, nas capitais e cidades prósperas economicamente. Em regra geral, a localização dos edifícios escolares deveria funcionar como ponto de destaque na cena urbana, de modo que se tornasse visível, enquanto signo de um ideal republicano, uma gramática discursiva arquitetônica que enaltecia o novo regime (BENCOSTTA, 2001, p. 105).

Na perspectiva da República a escola seria o instrumento para despertar a razão e afastar o homem das trevas e da ignorância. A escola deveria animar os lampejos de liberdade e da busca da nova ordem e progresso social. Por isso a necessidade de acabar com os espaços improvisados e buscar a democratização do ensino. Nessa direção, Souza (1998, p. 171) afirma que “A escola representa as luzes, a vitória da razão sobre a ignorância, um meio de luta contra a monarquia e, consequentemente, um instrumento de consolidação do regime republicano.”

Este entusiasmo republicano também esteve presente na antiga cidade de Uberabinha, atual Uberlândia, localizada na parte norte da região do Triângulo Mineiro. A cidade, antigamente denominada São Pedro de Uberabinha, foi criada pela Lei nº 602, de 21 de maio de 1852. Em 7 de junho de 1888, pelo Decreto Lei nº 51, São Pedro de Uberabinha foi elevada à categoria de vila. Nesse mesmo ano, em 31 de agosto, o arraial passou a categoria de município.

Ao tornar-se município autônomo, a cidade sofreu uma série de benfeitorias e a sua urbanização correu em ritmo acelerado. Entre as melhorias ocorridas no município cabe citar a criação da estrada de ferro, o cinematógrafo no Teatro São Pedro, o telégrafo e o sistema de água potável. Nesta época, a área da cidade girava em torno de 1.100 quilômetros quadrados e a sua população estava calculada em torno de 5.000 pessoas (GATTI, 2001).

Fonte: Acervo do Museu da Companhia Paulista, em Jundiaí/Sp.

Figura 1 Estação de Uberabinha, atualmente Uberlândia, da Mogyana (s/d) 

A classe dirigente da cidade ansiava pelo progresso e pela modernidade, fruto desse novo momento político que clamava pela ordem. No texto “A nova Era”, publicado em 24 de novembro de 1907, no jornal “O Progresso”, da cidade de Uberabinha, está exemplificado este idealismo:

Lancemos um olhar despretencioso sobre a vida activa e laboriosa desta ordeira e pacata cidade: O que vimos? O progresso em todas as ramificações da actividade humana manifestar se em toda a sua iniciativa, sempre com tendencias, com intuitos com perspectiva as mais risonhas e esperançosas para esta rica e florescente zona... Façamos um retrospecto, do movimento economico, financeiro e commercial desta cidade mineira, equiparando a monotomia,de ha 3 anos atraz com a vida activa, como progresso da sua lavoura das suas industrias e do seu commercio, verdadeiro orgulho desta zona; pela honestidade de seus habitantes, do criterio, seriedade desta classe commercial, que faz jus ao conceito e consideração do publico. Uberabinhenses! Nós, como filho intruso desta terra, não obstante, alimentamos e nutrimos amor por ella...! Desejamos o seu progresso. Trabalhemos cada um, para o engrandecimento desta cidade, tão ingratamente esquecida pelos poderes publicos! Chamemos para o nosso meio, tudo quanto possa ser util e proveitoso e, vamos com a nossa palavra, com a nossa colaboração digna e desenteressada, trabalhar com ofinco para o progresso desta terra cumprindo assim um dever civico social e patriotico que redundará em nosso proveitoso e bem estar commum de todos os seus habitantes (A NOVA ERA, 1907, p. 1).

Esse discurso ordeiro evidencia a preocupação em superar os resquícios do passado, era preciso transformar a cidade trazendo-a ao moderno e, para isso, era necessário o trabalho de todos, um trabalho dedicado para que as metas republicanas fossem atingidas e a cidade despontasse nesse novo cenário.

Fonte: Acervo João Quituba do CDHIS/UFU (JQ0044).

Figura 2 Avenida João Pinheiro em Uberabinha, atual Uberlândia (1914) 

Fonte: Acervo João Quituba do CDHIS/UFU (JQ0013).

Figura 3 Avenida João Pinheiro em Uberlândia (1940) 

Assim, a sociedade da época também demonstrava a necessidade da implantação de escolas como forma de propagar o conhecimento, a cultura e as normas de conduta, necessários para o crescimento e expansão da cidade rumo à modernização. E para que tal objetivo fosse atingido seria a educação a mola propulsora e o instrumento de transformação moral e intelectual do homem, conforme demonstra o trecho destacado a seguir que foi publicado em 1926 no jornal “Triângulo Mineiro”:

A escola é o templo em cujo altar Fulgura a deusa da sciência em miniatura, mas coroada por tremeluzente diadema, cujos signos relembram o amor, a paz, a religião e o progresso. A sciência, em sua primeira escala, emana-se qual preciosa lympha, das letras ao alfhabeto. Depois, vae-se avolumando, avolumando e recebendo sempre novas fontes, augmenta-se em caudal até preciptar-se pelos despenhadeiros das mathemáticas, para em seguida deslisar suave no grande estuário do saber humano. Nesse grande estuário já as letras do alfhabeto não passam de meras gotas de orvalho cahindo sobre o manacial tranqüilo de onde evolam-se os vapores dos grandes ideaes, dos pensamentos, havia um trecho de uma linha e das grandes descobertas como sempre acontece, um grande incêndio, que apavora as almas tímidas, tem por origem uma Scentelha ínfima; assim também, esse saber que perscruta os astros nos céus, as maravilhas da terra e as profundezas do solo teve por guia as letras do alfhabeto. São ornamentos do saber, o amor, mandamento que deve reger a felicidade na terra (A ESCOLA É O TEMPLO..., 1926, p. 1).

A elite não só da cidade de Uberabinha, futura Uberlândia, mas de muitas outras cidades do interior que buscavam afastar-se do modelo rural, enfatizavam a importância das escolas no processo de formação do novo cidadão. Em texto de editorial escrito por Honório Guimarães, intitulado “Grupo Escolar”, publicado no jornal “O Progresso”, na data de 19 de outubro de 1908, está demonstrada esta preocupação:

Levanta se no nosso meio a grande idéia do agrupamento das escolas locaes. Os grupos escolares consoantes com o regulamento da instrucção, organisado pelo illustre secretario do interior Dr. Carvalho Britto, estão destinados a produzir resultados compensadores de todos os sacrificios que se possam fazer com a sua installação. O estado de São Paulo, que em materia de ensino leva a palma a todos os outros da união, há muito adoptou os grupos escolares em substituição as escolas isoladas e diariamente novos edificios se levantam destinados á creação de novos grupos, o que prova o bom resultado que se tem colhido neste estabelecimentos de ensino. Em Uberabinha onde existem para mais de quatrocentas creanças em idade escolar, é justo que se procure dar ao ensino a maior latitude possível, empregando o meio mais proveitoso, menos despendioso e que mais probabilidades de exito ofereça (GUIMARÃES, 1908, p. 1).

A propósito desse discurso a respeito da escola destaca-se a seguir imagens do que era a escola em espaço improvisado e o prédio construído para abrigar o ensino em nível secundário, que no caso da cidade de Uberlândia contou com apoio e financiamento da sociedade local, conhecida à época como Sociedade para o Progresso de Uberabinha (MENDES, 2000, p.38) que reunia personalidades da cidade, graças à qual foi possível a construção do edifício que ainda hoje funciona como escola de nível médio.

Fonte: Acervo João Quituba do CDHIS/UFU (JQ807).

Figura 4 Gymnásio de Uberabinha, na Praça da República (1919) 

Fonte: Acervo Jerônimo Arantes do Arquivo Público de Uberlândia (JA 374).

Figura 5 Prédio do Gymnásio Mineiro de Uberlândia (s/data) 

Assim o espaço dedicado à educação e a cultura escolar disseminada nesse local teve a função de deixar patente a superioridade do progresso e da ação humana sobre a natureza, sendo possível perceber que a cultura a ser disseminada no espaço escolar estava intimamente ligada às concepções republicanas para a formação do homem civilizado. Todas essas nuances do modelo republicano em consonância com o papel importante que a escola assume nesse novo contexto político, faz com esse espaço adquira então maior centralidade no contexto social. Mas não apenas isso, pois como veremos a seguir, a escola nesse período atrai toda sociedade para o seu interior e esse espaço, dedicado à transmissão do conhecimento, passa a agregar também os eventos dedicados ao civismo e ao patriotismo, quase sempre, em colaboração com os colégios católicos.

Os eventos cívico-patrióticos no Gymnásio Mineiro de Uberlândia (GMU)

Na memória dos estudantes e nos jornais da cidade de Uberlândia nada superava as comemorações do Sete de Setembro, data na qual se comemora a Independência do Brasil, com as escolas a manterem fanfarras e a ensaiar praticamente durante o ano inteiro para o desfile monumental pelas principais avenidas e ruas de Uberlândia, o que envolvia de modo significativo a escola e a cidade, em um dia no qual a celebração cívico-patriótica alcançava seu momento máximo e a instituição escolar, o GMU, demonstrava sua centralidade e importância na vida da cidade. Imprimia-se, assim, ao lado da dimensão técnico-científica que a escola cada vez mais comportava, por meio da preparação para o trabalho e da inserção no processo de modernização brasileiro, outra dimensão, também, muito importante, vinculada à formação da identidade nacional, em torno de uma simbologia e da celebração de cariz cívico-patriótico, sem deixar de lado, evidentemente, o catolicismo.

Na cidade de Uberlândia, à semelhança do que ocorria por todo país, tal como na vizinha Uberaba, conforme demonstrado em Soares e Gatti (2017), as festas cívicas realizadas pelas escolas tinham participação ativa de seus alunos, com extensas programações de atividades, discursos, apresentações artísticas e esportivas. Essas festas faziam parte do cotidiano escolar, envolvendo a participação de todos os agentes escolares, administradores, professores e alunos. Esses eventos eram momentos de congraçamento com a sociedade, de externalizar o trabalho desenvolvido pelas escolas ao longo de um período, bem como para difundirem ideais de ordem, progresso e civilidade.

Nesse sentido, o período mais rico de centralidade na cidade do GMU esteve compreendido entre as décadas de 1930 e 1950, quando a instituição foi utilizada para acontecimentos cívico-patrióticos, sociais e esportivos, uma vez que a cidade ainda não possuía uma sede própria para a realização desses eventos, assim, em sua maior parte, as festividades, os bailes e os campeonatos esportivos eram realizados nessa instituição escolar.

Além disso, o GMU era o local onde os alunos se encontravam e se confraternizavam, não só entre eles, mas, também, contando com a presença de colegas de outros estabelecimentos de ensino da cidade e da região que participavam dos eventos culturais e esportivos realizados, muitas vezes, pelo próprio GMU. Muitas dessas festas e bailes eram promovidas pela Associação dos Estudantes Secundários de Uberlândia (AESU). Segundo consta do depoimento do Sr. Rondon Pacheco, ex-aluno do GMU, os “[...] alunos participavam muito das festividades, havia uma integração muito grande e eram muito unidos” (PACHECO, 2000, p. 5).

As festas cívicas davam grande visibilidade às escolas, particularmente ao GMU, como forma de evidenciarem e de reafirmarem perante a sociedade, suas ideias e valores, importantes na constituição da cultura da cidade. Segundo Vânia Cristina da Silva:

As festas entre outras coisas, acabaram constituindo um modo de construir e difundir referências e símbolos nacionais não só entre os estudantes e professores como também a sociedade de modo geral, integrando, assim, a memória coletiva. Hinos, hasteamento da bandeira e pavilhão escolar constituíam atividades decisivas na constituição da memória coletiva oficial (SILVA, 2009, p. 3).

Na Figura 6 está demonstrada a intensidade com a qual ocorria a participação da população local nos eventos cívico-patrióticos na cidade de Uberlândia. Em muitos casos, vestidos com as melhores roupas que possuíam, homens e mulheres aglomeram-se atrás de cordões de isolamento, sendo que pessoas no alto de pequenos edifícios também contemplam o desfile escolar. É um momento importante, com os alunos e as alunas enfileirados e uniformizados dando um tom de grande formalidade à festividade cívica.

Fonte: Acervo da Escola Estadual de Uberlândia.

Figura 6 Desfile do Sete de Setembro em Uberlândia (s/data) 

As datas cívicas eram muito valorizadas pela escola havendo grande participação dos alunos, sendo as mais intensamente comemoradas, além do Sete de Setembro (Independência do Brasil), sem dúvida, a mais importante, também: o Treze de Maio (Abolição), o Vinte e Um de Abril (Tiradentes) e o Quinze de Novembro (Proclamação da República).

O Sete de Setembro era comemorado na cidade com a mobilização não só de GMU, mas também, de muitas outras escolas da cidade. Nesse sentido, Dona Isolina Cupertino, que foi aluna do GMU entre 1939 e 1942, relembra que a Semana da Pátria era o período mais esperado pelos alunos e, sobretudo, pelas pessoas da cidade, pois, da parte dos alunos existia uma expectativa enorme pela responsabilidade de representar os ideais de civismo e respeito à Pátria (GATTI, 2013). Um grande desfile era realizado pelas principais ruas da cidade e, segundo relatado pela Profa. Sônia Maria Miranda Vieira, que foi professora no colégio entre 1949 e 1971, os colégios competiam a fim de realizarem o melhor desfile (GHANTOUS, 2006).

Fonte: Acervo da Escola Estadual de Uberlândia

Figura 7 Desfile do Sete de Setembro em Uberlândia (s/data) 

Nessa direção, o Sr. Luiz Alberto Garcia, ex-aluno do GMU, relembra com nostalgia as festividades que lá aconteciam, destacando, também as festas juninas.

Tinham as festas juninas que eram feitas num galpão. O Gymnásio Mineiro, naquela ocasião, tinha dois galpões, eu não sei se hoje ainda tem. Tinha um de basquete que faziam as festas juninas que era uma quadra semi-coberta que tinham festas ali, bailes muito bonitos. E tinha um salão no primeiro andar que era um salão que faziam as festas de formatura, os bailes eram feitos ali. Isso eu guardo comigo com muita lembrança, com muito amor. A sociedade toda participava. O Sete de Setembro, por exemplo, era interessante, não só o Gymnásio Mineiro, mas todas as escolas de Uberlândia começavam uns quinze dias úteis antes do Sete de Setembro [...] a preparar, em todas as ruas durante o dia saiam marchando em volta do quarteirão, treinando para o Sete de Setembro. Era uma festa que todas as escolas de Uberlândia faziam, inclusive até o Colégio das Freiras usavam a banda do Colégio Mineiro, o Estadual, para tocar no Colégio das Freiras, porque as meninas não tocavam. E os alunos saiam uniformizados. Era um uniforme caqui. Tinha um uniforme caqui, uniforme amarelo, era todo mundo uniformizado (GARCIA, 2000, p. 3).

Fonte: Acervo da Escola Estadual de Uberlândia

Figura 8 Fanfarra do Colégio Estadual de Uberlândia na década de 1940 

A imprensa local conferia destaque às festividades cívicas realizadas na cidade, conforme se pode ler na matéria “Semana da Pátria: as brilhantes solenidades em Uberlândia”, publicada pelo “O Repórter”, em 5 de setembro de 1942, na qual se destacava o papel central da instituição escolar em exame:

Cabe ao Gymnásio Mineiro, sem duvida destacada referencia quanto ao relevo da parte de seu programa nas comemorações da Semana da Pátria. Com efeito, aquele reputado educandário oficial, com a orientação didática que lhe imprimiu seu atual Reitor, o infatigável educador professor Oswaldo Vieira Gonçalves, iniciou desde o dia primeiro as suas expansões de patriotismo no período destinado a evocação do nosso passado e das nossas glórias, na fundação da nacionalidade livre com a resolução de Pedro I as margens históricas do Ipiranga. [...] Foi este itinerário percorrido pelos condutores da Tocha, símbolo de fé e de devotamento do coração da mocidade a grande pátria: - partida do Gymnásio, pela Avenida Cipriano Del Fávero até a esquina da Rua Getúlio Vargas, por esta à Avenida João Pinheiro, desta à Avenida João Pessoa, Avenida Floriano Peixoto, praça Cel. Carneiro, Rua Tiradentes, Vigário Dantas e novamente o Gymnásio. [...] Os números executados pelas alunas, que foram treinadas e receberam instrução física da competente e dedicada professora Dona Luiza Ribeiro Miranda, causaram ótima impressão na assistência, pela segurança e magnífica execução, recebendo fortes aplausos (SEMANA DA PÁTRIA..., 1942, p. 1).

No mesmo jornal “O Repórter” foi publicada uma nova matéria sobre a Semana da Pátria intitulada “Deslumbrante Parada da Juventude”, em 12 de setembro de 1942, com elogios das magníficas demonstrações de civismo efetivadas na cidade:

Foi uma festa singular esplendor a concentração da juventude uberlandense no dia 5 corrente, na Praça Benedito Valares, ponto escolhido de partida para o desfile em conjunto pelas ruas da cidade. Ao ritmo dos tambores, ao toque das marchas pelas bandas de corneta, a mocidade sadia marchou conduzindo triunfalmente dezenas de bandeiras brasileiras. Na apoteose deslumbrante e emocional da Pátria, que ultrajada ergue-se exigindo a revide, os colegiais significavam bem, em sua sadia vibração cívica, a alma do Brasil consciente da vitória e destemido as provocações dos bárbaros sequiosos de demolir, no mundo, a milenar civilização que construiu monumentos imperecíveis de cultura, e de que nasceram as nações livres no fulgor das democracias. Nunca assistimos, como na hebdomada votiva de comemorações históricas na nossa nação maravilhosa, espetáculo de tão empolgante beleza, índice cristalino que nos deu a visão do trabalho de brasilidade que se pratica em nossos educandários. Nem se podia selecionar ou distinguir qual estabelecimento que melhor se preparou para essa jornada de culto ao Brasil, pois em todos percebia-se no conjunto e nos detalhes, o Maximo capricho na organização dos seus quadros discentes. Rapazes e moças, com o mesmo garbo e uniformidade de marcha deixavam transparecer a sinceridade que os inspirava naquela cerimônia de nobreza impar. E os aplausos do público numeroso e alegre, nas sacadas dos prédios e de um lado e de outro nos passeios das ruas anunciadas para o intinerario do desfile escolar, diziam bem alto da impressão cansada por essa parada das nossas casas de ensino no animo de todos os que tiveram a gratissima felicidade de presencia-la. Cabem nesta noticia as melhores felicitações aos diretores, professores e alunos de estabelecimentos que figuram nessa festa, cujo profundo sentido espiritual enaltece ainda mais as tradições seculares de Minas Gerais e do Brasil (DESLUMBRANTE..., 1942, p. 1).

Considerações finais

No Brasil, o período compreendido entre as décadas de 1930 e de 1950 foi marcado pela centralização da vida social no Estado, o que levou a existência do nomeado Estado Novo, entre 1937 e 1945. Todavia, este papel predominante do Estado não se fez sem a colaboração de importantes instituições sociais, entre as quais a Igreja Católica, o que pode ser visto, a título de exemplo, na introdução do ensino religioso nas escolas públicas estatais, inicialmente, em Minas Gerais e depois em todo território nacional.

Esta aliança parece evidenciar a predominância de um liberalismo mais preocupado com a manutenção da ordem social do que com a garantia de direitos individuais, bem como de um progresso conduzido pelo Estado do que pela iniciativa particular no âmbito da sociedade.

A liberdade de ensino assegurou a existência de diversas instâncias que promoveram o ensino na época, sociedade civil, Igreja e Estado, todavia, obedientes às decisões sobre o que ensinar e que valores disseminar oriundos das determinações estatais.

Este conjunto de fatores permite compreender a forma como a ampliação das possibilidades de escolarização estiveram envolvidas com os processos de urbanização e de modernização das cidades e do país, unindo ideais cívicos, patrióticos e católicos. O esforço da Igreja Católica em manter Escolas Normais e de criar Faculdades relacionadas à formação de professores evidencia uma estratégia que foi exitosa de manutenção nas escolas públicas estatais de formação inicial do viés ideológico católico.

Deste modo, é compreensível que nas comemorações cívico-patrióticas realizadas entre as décadas de 1930 e de 1950, em especial, na mais importante delas que é o Sete de Setembro, os alunos das escolas públicas estatais tenham colaborado de modo reiterado com as alunas das escolas católicas da cidade, o que se fez nos ensaios e nos momentos dos desfiles cívico-patrióticos pelas ruas da cidade.

As evidências encontradas nesta pesquisa deixam claro que as escolas da cidade de Uberlândia comportavam de modo reiterado e consistente uma dimensão formativa de caráter cívico e patriótico, em colaboração com o catolicismo, para além das funções de aquisição de conhecimentos e de preparação para o trabalho. De fato, na memória dos sujeitos que habitavam a instituição escolar no período coberto pela investigação, os desfiles cívico-patrióticos estão muito presentes e ganham centralidade em relação a outras importantes vivências escolares seja nas instituições estatais, da sociedade civil ou daquelas vinculadas à Igreja Católica.

Notas

1Versão em português modificada em relação a originalmente publicada em inglês no periódico History of Education & Children's Literature, v.14, n. 2, p. 603-620, 2019.

2A escola teve diferentes designações: Gymnásio de Uberabinha (1912-1929); Gymnásio Mineiro de Uberabinha (1929); Gymnásio Mineiro de Uberlândia (1929-1942); Ginásio Mineiro de Uberlândia (1943); Colégio Estadual de Uberlândia (1944-1967); Escola Estadual de Uberlândia (desde 1968). Há muito tempo foi apelidada de “Museu”, possivelmente, dadas as características arquitetônicas de seu prédio.

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Recebido: 14 de Julho de 2021; Aceito: 25 de Agosto de 2021

Profa. Dra. Giseli Cristina do Vale Gatti

Universidade de Uberaba (Brasil)

Beneficiária da Chamada Universal do CNPq

Grupo de Estudos e Pesquisas em História e Historiografia da Educação Brasileira

Orcid id: https://orcid.org/0000-0002-9237-8777

E-mail: giseli.vale.gatti@gmail.com

Prof. Dr. Décio Gatti Júnior

Universidade Federal de Uberlândia (Brasil)

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq

Beneficiário do Programa Pesquisador Mineiro da Fapemig

Grupo de Estudos e Pesquisas em História e Historiografia da Educação Brasileira

Orcid id: https://orcid.org/0000-0002-5876-6733

E-mail: degatti@ufu.br

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