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Revista Educação em Questão

versão impressa ISSN 0102-7735versão On-line ISSN 1981-1802

Rev. Educ. Questão vol.61 no.67 Natal jan./mar 2023  Epub 05-Dez-2023

https://doi.org/10.21680/1981-1802.2023v61n67id31410 

Artigo

A Psicologia Educacional no âmbito da pós-graduação em Educação: discussão acerca dos indicadores “inserção social” e “internacionalização” a partir de publicações na área

La Psicología Educacional en el Posgrado en Educación: discusión sobre los indicadores “inserción social” e “internacionalización” a partir de publicaciones en el área

Cynara Teixeira Ribeiro1 
http://orcid.org/0000-0002-7109-2630

Erika dos Reis Gusmão Andrade1 
http://orcid.org/0000-0002-5296-8481

1Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil)


Resumo

O debate acerca da inserção social e internacionalização justifica-se pelo fato de que estes são indicadores adotados pela CAPES para a avaliação dos programas de pós-graduação. Nosso objetivo é analisar em que medida os trabalhos apresentados pelo GT 20 – Psicologia da Educação da ANPEd (2011 a 2020) permitem evidenciar o compromisso com a inserção social e a internacionalização na produção de conhecimento nesta área. Foram consideradas quatro dimensões de análise apontadas pela literatura para cada indicador. Consideramos sessenta trabalhos, dos quais só 6,66% explicitam o atendimento a demandas sociais circunstanciadas. A maioria dialoga com a produção internacional, havendo, no entanto, pouca parceria entre autores que visam à construção de redes de conhecimento, além da prevalência de autores da Região Sudeste. A alta incidência de trabalhos publicados posteriormente, como artigos em periódicos, contraria a afirmação de que as publicações da área se concentram em livros.

Palavras-chave: Psicologia da educação; Inserção social; Internacionalização; ANPEd

Resumen

El debate sobre la inserción social y la internacionalización se debe a que estos son indicadores adoptados por la CAPES (Coordinación para lo Perfeccionamiento del Personal de Nivel Superior) para la evaluación de los programas de posgrado. Nuestro objetivo es analizar en qué medida los trabajos presentados por el GT (Grupo de Trabajo) 20 - Psicología de la Educación de la ANPEd [Asociación Nacional de Estudios de Posgrado e Investigación en Educación] (de 2011 a 2020) permiten evidenciar el compromiso con la inserción social y la internacionalización en la producción de conocimiento en esta área. Se consideraron cuatro dimensiones de análisis señaladas por la literatura para cada indicador Consideramos sesenta trabajos, de los cuales sólo 6,66% cumplieron explícitamente las demandas sociales coyunturales. La mayoría dialoga con la producción internacional, sin embargo, hay poca asociación entre autores para la construcción de redes de conocimiento, además de la prevalencia de autores de la región Sudeste. La alta incidencia de trabajos publicados posteriormente, como artículos en revistas, contradice la afirmación de que las publicaciones del área se concentran en libros.

Palabras clave: Psicología de la educación; Inserción social; internacionalización; ANPEd

Abstract

The debate about social insertion and internationalization is justified by the fact that these are indicators adopted by CAPES (Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel) for the evaluation of graduate studies programs. Our goal is to analyze to what extent the papers presented in GT (Working Group) 20 - Psychology of Education of ANPEd [National Association of Graduate Studies and Research in Education] (from 2011 to 2020) allow evidencing the commitment to social insertion and internationalization in the production of knowledge in this area. We considered four dimensions of analysis pointed out by the literature for each indicator. We considered sixty papers, of which only 6.66% explicitly meet circumstantial social demands. Most of them dialogue with international production, however, there is little partnership among authors aiming to build building knowledge networks, besides the prevalence of authors from the Southeast region. The high incidence of papers published later, as articles in journals, contradicts the statement that publications in the area are concentrated in books.

Keywords Educational psychology; Social insertion; Internationalization; ANPEd

Introdução

Inicialmente, é importante admitir que a ampliação do debate e das produções científicas acerca dos temas “inserção social” e “internacionalização” deve-se ao fato de que estes são indicadores adotados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) para a avaliação dos programas de pós-graduação brasileiros em todas as áreas do conhecimento. Em que pese serem indicadores gerais, os sentidos a eles atribuídos, e consequentemente sua avaliação, são inexoravelmente marcados pelas especificidades de cada área, o que impacta na clareza dos seus critérios de objetivação e torna complexa sua utilização para fins de comparação entre diferentes áreas.

A Psicologia da Educação é considerada uma subárea tanto da pós-graduação em Educação quanto em Psicologia. Dessa forma, as análises acerca da inserção social e internacionalização no campo das pesquisas em Psicologia da Educação requerem, necessariamente, a consideração da natureza de sua interface e das peculiaridades de suas produções, quando vinculadas à pós-graduação em Educação e em Psicologia. Especificamente no âmbito da Pós-Graduação em Educação, foco desse artigo, não há consenso sobre os sentidos atribuídos a esses dois indicadores, havendo variação até mesmo em relação às demais áreas que compõem as Ciências Humanas, principalmente em razão da particular relação com os sistemas de ensino da Educação Básica.

Por outro lado, cabe ressaltar que, no campo da Psicologia da Educação, para além dos critérios que compõem a avaliação dos programas de pós-graduação, é amplamente reconhecida a necessidade de práticas e pesquisas que atestem o compromisso político, ético e social dessa área com os processos de formação docente bem como com a problematização, com vistas à superação, dos reducionismos ainda existentes nos espaços educativos (ANTUNES; SANTOS, 2020; BASSANI, 2019; DIOGO; CHRIST, 2022). Conforme Diogo e Christ (2022, p. 3), urge refletir sobre as potencialidades da Psicologia da Educação em contribuir para forjar uma práxis docente comprometida com a emancipação humana, empreitada que, segundo os referidos autores, é “[...] complexa e de longo prazo, que se inicia na formação inicia e se mantém em todo o percurso profissional do/a professor/a”.

Também para Antunes e Santos (2020, p. 2), o compromisso ético-político das pesquisas na área de Psicologia da Educação inclui a defesa da Educação de caráter emancipatório bem como o “[...] comprometimento com a escola pública, democrática e igualitária, por meio da difusão e da socialização do conhecimento produzido por pesquisadoras e pesquisadores brasileiros e estrangeiros”. Adicionalmente, é necessário ressaltar que essa área acadêmica desempenha uma função social necessária em uma sociedade democrática, qual seja, colaborar para a produção de saberes que contribuam para a ciência e para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva.

A partir desse panorama, faz-se imprescindível refletir sobre o compromisso das pesquisas no campo da Psicologia da Educação com a materialização da função social da área, de forma articulada ao atendimento dos indicadores adotados para avaliação dos programas de pós-graduação. Assim, nosso objetivo é analisar em que medida os trabalhos apresentados pelo GT 20 - Psicologia da Educação da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), nos anais de reuniões científicas nacionais no período de 2011 a 2020, permitem evidenciar o compromisso com a inserção social e a internacionalização na produção de conhecimento em Psicologia da Educação no âmbito da pós-graduação em Educação. A escolha por esse recorte temporal deve-se ao entendimento segundo o qual a análise desses indicadores precisa ser feita em consonância com o período de vigência do atual Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG, 2011-2020). Por sua vez, o meio de publicação selecionado justifica-se em razão tanto da relevância dos eventos nacionais da ANPEd quanto da existência de um GT específico para a divulgação de pesquisas de Psicologia da Educação, em especial daquelas vinculadas aos programas de pós-graduação em Educação.

Embora existam outros meios de divulgação dos trabalhos da área, consideramos que as reuniões científicas nacionais da ANPED se configuram como um espaço privilegiado para ensejar a discussão acerca de como as publicações de pesquisadores vinculados à Psicologia da Educação, inseridos nos programas de pós-graduação em Educação brasileiros, contemplam os indicadores de inserção social e de internacionalização.

Antes, porém, de apresentarmos os dados relativos aos trabalhos analisados, cabe discutirmos de forma mais criteriosa os sentidos dos indicadores inserção social e internacionalização na pós-graduação em Educação. Para tanto, o PNPG 2011-2020 será utilizado como documento norteador, agregando-se reflexões conceituais e críticas de pesquisadores da área.

Inserção social e internacionalização na pós-graduação em Educação: reflexões acerca de suas (im)pertinências

Concordamos com a proposição de Boufleuer (2009), segundo a qual a inserção social como critério de avaliação da pós-graduação indica o reconhecimento da responsabilidade social como dimensão pertinente e desejável e sinaliza que a produção de conhecimento deve contribuir não apenas para o desenvolvimento da ciência, mas também para o desenvolvimento do país e das condições de vida das pessoas. Em relação especificamente à pós-graduação em Educação, devido à sua relação intrínseca com a Educação Básica, esse indicador é considerado de extrema relevância para a formação continuada e a valorização dos profissionais de Educação, além de constituir uma ferramenta importante na busca pelo avanço da qualidade do ensino em todas as etapas, modalidades e níveis. Entretanto, é crucial que as relações entre essas duas instâncias possam seguir uma via de mão dupla, com a definição dos papéis de cada uma e o estabelecimento de um regime de colaboração, de forma que ambas se beneficiem e retroalimentem.

Essa relação diferenciada com a Educação Básica repercute, dentre outros aspectos, no “[...] que deve ser considerado ou não como inserção social no âmbito da pós-graduação em educação no Brasil” (ANPEd, 2017). Há, assim, a necessidade de que, para além dessa relação intrínseca, os programas de pós-graduação em Educação possam comprometer-se com redes de produção de conhecimento articuladas às demandas sociais e sejam capazes de gerar impactos políticos e sociais, considerando seu caráter formador e gerador de pesquisa e produção de conhecimento.

Nesse mesmo documento, a ANPEd chama a atenção para a necessidade de um posicionamento da área no sentido de explicitar as referências conceituais para sua definição. Para tanto, destaca a inter-relação entre conhecimento, desenvolvimento, pesquisa e transformação social como um pilar da pós-graduação em Educação. No entanto, alerta para o problema na forma de estruturação do próprio documento de avaliação da CAPES, que torna confusa a definição das atividades realizadas que demarquem a efetiva inserção social.

Em decorrência dos debates ocorridos no I Seminário de Avaliação da Pós-Graduação e das ações desenvolvidas pelos programas objetivando sua inserção social, o documento sugere que esse quesito seja composto por quatro dimensões: contextualização e interlocução da proposta do Programa com as demandas; formação humana; produção e circulação do conhecimento; e atuação acadêmica, administrativa e política. Tal discussão se faz pertinente aqui, pois a falta de clareza na aferição dessas dimensões pode ter nublado a explicitação desse indicador nos trabalhos analisados.

No que tange à internacionalização, a pós-graduação brasileira tem tentado sobreviver num contexto de crise financeira que se iniciou em 2008, com a crise mundial, que se agravou internamente a partir de 2011, com frequentes cortes financeiros no Ensino Superior e contingenciamentos financeiros que se aprofundaram com o golpe jurídico/parlamentar de 2016. Nesse momento, se iniciou uma política de austeridade que determinou uma reforma fiscal de congelamento dos gastos públicos por 20 anos, comprometendo não apenas o processo de internacionalização da pós-graduação, mas também a produção do conhecimento e a circulação de ideias, previstas inclusive pelo PNPG 2011-2020 (GOUVEIA, AZEVEDO, MENDES, 2017).

A redução da locação orçamentária da Educação comprometeu a meta 14 do Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2020) que previa um aumento das matrículas na pós-graduação stricto sensu e que impactaria a formação anual de sessenta mil mestres e vinte e cinco mil doutores. Além disso, fortaleceria a estratégia 4.16 que prevê a inclusão dos profissionais da Educação na pós-graduação. Esse novo regime fiscal também levou à aprovação da reforma trabalhista e previdenciária, gerando a fuga de nossos pesquisadores de referência, que provocou a paralisia nas pesquisas e nas atividades dos laboratórios.

Gouveia, Azevedo e Mendes (2017) nos alertam ainda para os sentidos em disputa sobre o objetivo da internacionalização. De um lado uma internacionalização que dialoga com um projeto social de formação humana mais ampla e, de outro, uma perspectiva fundada na competição internacional. No campo da Educação, esse desafio se torna ainda maior tendo em vista que a natureza dessa área, quando tomada em uma perspectiva democrática e progressista, pressupõe um projeto acadêmico de sociabilidade solidária.

Azevedo (2017) ainda adverte que, na tentativa de internacionalização através de estratégias, como mobilidade entre fronteiras e convênios interinstitucionais, ao invés de criar laços propriamente internacionais, podemos estar favorecendo a formação de um mercado global de Educação Superior, que tem mais haver com a homogeneidade formativa, padronização das profissões e desconsideração das especificidades locais (culturais, econômicas, políticas e sociais) e da interculturalidade. No caso da Educação brasileira, não estamos só em um país periférico, mas também em uma área periférica de conhecimento.

Outro desafio constante à internacionalização é o consumo dos materiais em outros idiomas, não só pelos estudantes de graduação, mas pelos discentes de pós-graduação e pelos professores, devido à nossa cultura monolinguística. Temos também que superar as dificuldades de interlocução (decorrentes da utilização do português) para ampliar as concepções e compreensões sobre a pesquisa e seus objetos. Um grande obstáculo a superar é o privilégio que as bases de dados dão às produções de língua inglesa, dificultando o acesso e a divulgação dos trabalhos em nossa língua portuguesa. Assim, de acordo com Gouveia, Azevedo e Mendes:

[...] este conjunto de questões parece permitir situar a questão da internacionalização da pós-graduação em educação a partir de quatro âmbitos e problemas: o consumo da produção científica, o diálogo com a produção mundial, a divulgação da pesquisa e a produção cooperativa/solidária (GOUVEIA, AZEVEDO; MENDES, 2017, p. 19).

Percebemos, portanto, que a cooperação entre pesquisadores de diferentes instituições para fins de realização de pesquisas e publicação de trabalhos científicos é um critério considerado tanto no indicador “inserção social” quanto no indicador “internacionalização” tendo em vista que contribui tanto para a produção e circulação do conhecimento quanto para a consolidação da produção científica. Assim, no âmbito deste trabalho, esse critério será considerado para a discussão de ambos os indicadores.

Metodologia

O presente trabalho resulta de uma pesquisa bibliográfica, de natureza exploratória, realizada nos anais de reuniões científicas nacionais da ANPEd no período de 2011 a 2020, considerando os trabalhos apresentados no GT 20 - Psicologia da Educação. A partir dos referidos recortes, foram analisados 60 trabalhos, apresentados em cinco edições do evento, que foram realizadas em 2011, 2012, 2013, 2015 e 2017. Cabe ressaltar que os trabalhos apresentados na 39ª Reunião Nacional, ocorrida em 2019, não foram incluídos por não estarem disponíveis no site oficial à época da realização da pesquisa.

As publicações foram lidas e analisadas, possibilitando a elaboração de categorias a posteriori para avaliação dos critérios “inserção social” e “internacionalização” da produção de conhecimento em Psicologia da Educação. Dessa forma, foram elaboradas três categorias gerais para análise de cada um dos construtos.

Em relação à inserção social, as categorias foram: construção de redes de produção de conhecimento considerando a realização de pesquisas de natureza colaborativa ; relação com demandas sociais; e explicitação dos potenciais de transferência de conhecimento para outros setores sociais. Acerca da definição de pesquisa colaborativa, ancoramo-nos em Desgagné (2007) que a conceitua a partir de três princípios:

[...] 1) supõe um processo de co-construção entre parceiros envolvidos; 2) joga simultaneamente sobre dois registros, que é o da produção de conhecimentos e o do desenvolvimento profissiona docente; 3) contribui para a aproximação e mediação entre comunidade de pesquisa e escolar (DESGAGNÉ, 2007, p. 7).

Por sua vez, no tocante à internacionalização, foram sistematizadas as categorias: diálogo com a produção mundial; construção de redes de produção de conhecimento considerando a cooperação entre pesquisadores1; e divulgação científica. Adicionalmente, foram analisadas questões relacionadas às assimetrias regionais no que tange à produção do conhecimento em Psicologia da Educação e à realização de cooperações acadêmicas entre instituições e pesquisadores.

Análise e discussão dos dados

Conforme mencionado anteriormente, foram analisados sessenta trabalhos apresentados no GT 20 - Psicologia da Educação nas Reuniões Científicas Nacionais da ANPEd nos últimos dez anos, distribuídos conforme sistematizados na tabela a seguir.

Tabela 1 Distribuição, por ano, do quantitativo de trabalhos apresentados no GT 20 – Psicologia da Educação nas Reuniões Científicas Nacionais da ANPEd nos últimos dez anos 

Reunião Científica Ano Quantidade de trabalhos apresentados pelo GT – 20
34ª Reunião Anual da ANPEd (Natal - RN) 2011 13 trabalhos
35ª Reunião Anual da ANPEd (Porto de Galinhas - PE) 2012 10 trabalhos
36ª Reunião Anual da ANPEd (Goiânia - GO) 2013 07 trabalhos
37ª Reunião Nacional da ANPEd (Florianópolis - SC) 2015 18 trabalhos
38ª Reunião Nacional da ANPEd (São Luís - Maranhão) 2017 12 trabalhos

Fonte: Dados de pesquisa (2020).

O referencial teórico mais recorrente entre os trabalhos analisados foi a Psicologia Histórico-Cultural, totalizando vinte e seis trabalhos (43,33%); em seguida, a Teoria das Representações Sociais aparece com onze trabalhos (18,33%); a História da Psicologia Educacional está presente com quatro trabalhos (6,66%); e a Teoria Social Cognitiva com três trabalhos (5%). Os referenciais teóricos Teoria Walloniana, Psicologia do Desenvolvimento, Psicologia Moral, Psicanálise, Escola de Frankfurt e Teoria de Bakhtin surgem em dois trabalhos de cada tema (3,33%); e a Psicologia Transpessoal, a Psicologia Analítica, a Teoria de Foucault e a Teoria de Nobert Elias estão presentes em um trabalho de cada tema (1,66%). A distribuição, por referencial teórico e ano dos trabalhos analisados, segue sistematizada na tabela a seguir e revela que apenas os referenciais da Psicologia Histórico-Cultural e da Teoria das Representações Sociais estiveram representados em todas as reuniões científicas nacionais da ANPEd nos últimos dez anos.

Tabela 2 Distribuição, por referencial teórico, ano e quantitativo de trabalhos apresentados no GT 20 – Psicologia da Educação nas Reuniões Científicas Nacionais da ANPEd nos últimos dez anos 

Referencial teórico 2011 2012 2013 2015 2017
Psicologia Histórico-Cultural 04 06 03 09 04
Teoria das Representações Sociais 03 02 02 01 03
História da Psicologia Educacional - - 01 02 01
Teoria Social Cognitiva 01 - - 01 01
Teoria Walloniana - - - 01 01
Psicologia do Desenvolvimento 01 - - - 01
Psicologia Moral - 01 01 - -
Psicanálise 01 - - 01 -
Escola de Frankfurt - 01 - 01 -
Teoria de Bakhtin 02 - - - -
Psicologia Transpessoal 01 - - - -
Psicologia Analítica - - - 01 -
Teoria de Foucault - - - 01 -
Teoria de Norbert Elias - - - - 01

Fonte: Dados de pesquisa (2020).

Análise da inserção social dos trabalhos do GT 20 - Psicologia da Educação nos últimos dez anos

Considerando a construção de redes de produção de conhecimento no que tange à realização de pesquisas de natureza colaborativa, constata-se que, dos sessenta trabalhos analisados, apenas dezessete resultam de investigações explicitamente colaborativas, o que corresponde a 28,3%. Por sua vez, dos quarenta e três trabalhos restantes, vinte e cinco (58,14%) são de natureza teórica e dezoito (41,86%) provêm de investigações empíricas.

Chama nossa atenção o quantitativo de trabalhos resultantes de pesquisas empíricas que não mencionam a colaboração entre pesquisadores, os sujeitos e os setores participantes da pesquisa, demonstrando que esse critério de inserção social tem sido pouco considerado pelos pesquisadores da área de Psicologia da Educação. A fim de refinar a compreensão acerca desse critério, fizemos o levantamento dos referenciais teóricos adotados nos dezessete trabalhos resultantes de investigações explicitamente colaborativas, constatando a prevalência de produções atreladas ao referencial da Psicologia Histórico-Cultural.

Tabela 3 Distribuição, por referencial teórico, dos trabalhos do GT 20 – Psicologia da Educação resultantes de investigações explicitamente colaborativas, apresentados nas Reuniões Científicas Nacionais da ANPEd nos últimos dez anos 

Referencial teórico Quantidade de trabalhos resultantes de pesquisas colaborativas Percentual dos trabalhos resultantes de pesquisas colaborativa
Psicologia Histórico-Cultural 10 58,82%
Teoria das Representações Sociais 01 5,88%
Teoria Social Cognitiva 01 5,88%
Psicologia Moral 01 5,88%
Psicanálise 02 11,76%
Teoria de Bakhtin 01 5,88%
Psicologia Transpessoal 01 5,88%

Fonte: Dados de pesquisa (2020).

No entanto, é necessário ponderar que, de acordo com as discussões acerca do indicador “inserção social na pós-graduação”, especificamente na área de Educação, a avaliação da inserção social de trabalhos de natureza teórica pode ficar comprometida, já que a avaliação envolve tanto a análise acerca da interface instituições sociais e educacionais quanto a contribuição para a formação de docentes e do estabelecimento de parcerias e cooperações com setores da sociedade (ANPEd, 2017).

Dentre os sessenta trabalhos analisados, 30% são teóricos, provenientes de iniciativas vinculadas a demandas acadêmicas sem interfaces explícitas com a Educação Básica, que não resultam de pesquisas colaborativas e provêm de iniciativas de cunho individual de pesquisadores. Sendo assim, é importante refletir sobre a necessidade, ou não, de ampliação dos critérios de avaliação da inserção social das produções na área da Educação - e mais amplamente das Ciências Humanas - devido ao expressivo índice de trabahos de natureza teórica.

No que tange à relação dos sessenta trabalhos analisados com demandas sociais, somente quatro (6,66%) explicitam atender a demandas sociais circunstanciadas. É possível que esse quantitativo esteja subestimado, porém salientamos que os demais trabalhos analisados não mencionam nem evidenciam objetivamente essa relação. Caso haja um subdimensionamento em razão de trabalhos que tenham relação com demandas sociais, mas que não citaram esse pertencimento, este pode ser um indicativo de que o critério não é devidamente valorizado ou compreendido, conforme chamamos atenção na introdução deste trabalho. Quando o critério não está esclarecido para os pesquisadores, eles têm dificuldades não apenas de explicitá-los na descrição dos achados, mas também de considerá-los em seus objetivos de investigação.

Por fim, no que tange à última categoria estabelecida nesta pesquisa acerca do indicador “inserção social”, qual seja, a explicitação dos potenciais de transferência de conhecimento para outros setores sociais, constatamos que, dos sessenta trabalhos analisados, apenas dez (16,66%) indicam claramente suas contribuições e possíveis aplicabilidades para outros setores, no caso, as escolas de Educação Básica, em sua maioria. Dos dez trabalhos mencionados, apenas dois (20%) indicam potenciais aplicações em contextos de Educação não formal e informal.

É importante destacar ainda que, desses dez trabalhos supracitados, oito (80%) são resultantes de pesquisas empíricas e apenas dois (20%) resultam de trabalhos não empíricos, bibliográficos e documentais. Esse é outro dado que, conforme apontado anteriormente, nos leva a refletir sobre a necessidade de aprofundamento das discussões acerca do indicador “inserção social” para trabalhos de natureza teórica ou não empírica na área da Educação, tendo em vista que estes são numerosos e precisam ser avaliados de acordo com critérios que considerem suas especificidades.

Análise da internacionalização dos trabalhos do GT 20 – Psicologia da Educação nos últimos dez anos

A partir do indicador “internacionalização”, a análise de dados indica que a ampla maioria dos trabalhos dialoga com a produção internacional no sentido de fazer referências a autores não brasileiros. Apenas cinco (8,33%) trabalhos não citam referências estrangeiras, dos quais dois discutem as influências da Psicologia Educacional em momentos históricos da Educação brasileira. Um analisa um programa nacional para formação de professores e, destes, apenas dois resultam de pesquisas empíricas que investigam contribuições da Psicologia escolar e educacional, respectivamente, na formação de professores e na subjetividade docente. Cabe ressaltar que, especialmente em relação aos dois primeiros, o objeto de estudo é debatido por pesquisadores nacionais por tratarem-se de artigos acerca da realidade brasileira. Nessa perspectiva, é necessário considerar que é a especificidade do objeto de estudo que respalda a escolha dos autores – não é possível estabelecer relações reducionistas de antagonismo no tocante ao compromisso com a internacionalização.

Dos cinquenta e cinco trabalhos, citados anteriormente, que dialogam com a literatura estrangeira, quarenta e nove (81,66%) citam estudos mais contemporâneos, além dos autores clássicos da área de Psicologia da Educação como Skinner, Piaget, Vygotsky e Wallon. De forma coerente com a diversidade de referenciais teóricos adotados, conforme indicado na tabela 2, o diálogo com a produção internacional ocorreu entre autores de diferentes perspectivas teóricas e metodológicas, principalmente os referências clássicas da área de Psicologia da Educação, com maior frequência de obras relacionadas à Psicologia Histórico-Cultural entre os estudos contemporâneos.

Em relação à construção de redes de produção de conhecimento, considerando a cooperação entre pesquisadores, constatou-se que, dos sessenta trabalhos que compõem o universo desta pesquisa, trinta e dois (53,33%) são de autoria de um único pesquisador. Dos trabalhos envolvendo coautoria, vinte (71,43%) envolvem pesquisadores da mesma instituição de âmbito nacional e apenas oito (28,57%) envolvem pesquisadores de diferentes instituições de âmbito nacional. É necessário chamar atenção para o fato de que tais dados apontam para desafios existentes no tocante à construção de redes de produção de conhecimento provenientes da cooperação entre pesquisadores, em especial entre pesquisadores de diferentes instituições, o que pode resultar em pesquisas com abrangência limitada bem como em reflexões centradas em percepções de cunho prioritariamente endógeno.

Além disso, ao fazer um cruzamento de dados entre esse critério e as regiões geográficas das instituições dos autores, constatamos uma prevalência de autores vinculados a instituições na Região Sudeste tanto nos trabalhos de autoria individual quanto naqueles que envolvem autores da mesma instituição e de diferentes instituições, conforme demonstrado na tabela a seguir.

Tabela 4 Distribuição por região das instituições de vinculação dos autores dos trabalhos de autoria individual e em coautoria do GT 20 – Psicologia da Educação, apresentados nas Reuniões Científicas Nacionais da ANPEd nos últimos dez anos 

Região Autoria individual Coautoria entre pesquisadores da mesma instituição nacional Coautoria entre pesqui sadores de diferentes instituições nacionais
Sudeste 12 08 Sudeste = 03
Sudeste + Sul = 02
Centro Oeste 08 03 Centro Oeste = 01
Sul + Centro Oeste = 01
Sul 06 03 Sul = 01
Sul + Centro Oeste = 01
Nordeste 06 06 -
Norte - - -

Fonte: Dados de pesquisa (2020).

A partir desses dados, também é possível refletir sobre como produções cooperativas entre pesquisadores de diferentes instituições são marcadas pelas assimetrias regionais, uma vez que os trabalhos assim classificados são resultantes de parcerias entre pesquisadores apenas das Regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste. É importante ressaltar a ausência de autores vinculados a instituições da Região Norte bem como o fato de que os trabalhos em coautoria envolvendo pesquisadores da Região Nordeste ficam circunscritos a pesquisadores da mesma instituição.

No que diz respeito ao critério divulgação científica, foi possível constatar que trinta e três trabalhos (53,33%) não foram publicados posteriormente em outros veículos de divulgação científica com o mesmo título ou com um título semelhante pelos mesmos autores, o que permitiria constatar que se tratava do mesmo trabalho – ainda que em etapa mais avançada de elaboração. Para averiguação desses dados, foram feitas buscas por título dos trabalhos e pelos nomes dos autores, realizadas na Plataforma Lattes, na página do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Entretanto, embora tais buscas tenham sido realizadas com o máximo rigor, sabemos que por vezes tais trabalhos podem ter sido posteriormente publicados com enfoques diferentes, consequentemente com títulos díspares, o que impossibilita sua identificação para fins desta pesquisa.

Por sua vez, dos vinte e sete trabalhos publicados em outros veículos de divulgação científica, dezenove (70,37%) foram publicados como artigos em revistas científicas e oito (29,62%) foram publicados como capítulos de livro. Assim, entre os autores que publicaram os trabalhos apresentados no GT 20 – Psicologia da Educação nas Reuniões Científicas Nacionais da ANPEd nos últimos dez anos houve prioridade para a divulgação em periódicos científicos diversos sem a prevalência de periódico específico. Tal dado contraria o discurso corrente segundo o qual as publicações da área de Educação ocorrem majoritariamente em livros e capítulos de livro. É necessário fazer estudos mais abrangentes com foco comparativo para averiguar se essa é uma característica específica das publicações de pesquisadores do GT 20 – Psicologia da Educação ou se também pode ser verificada em trabalhos de pesquisadores de outros GTs da ANPEd.

A lista dos periódicos nos quais esses trabalhos foram publicados segue sistematizada na tabela a seguir, com a respectiva quantidade de trabalhos publicados provenientes do GT 20 – Psicologia da Educação nas Reuniões Científicas Nacionais da ANPEd nos últimos dez anos. Cabe ressaltar que a média de publicações de artigos em periódicos provenientes de cada reunião variou entre três (em 2012 e 2013), quatro (2011 e 2015) e cinco publicações (em 2017), não houve, portanto, diferenças consideráveis entre as edições do evento.

Tabela 5 Listagem dos periódicos nos quais foram publicados os trabalhos apresentados pelo GT 20 – Psicologia da Educação nas Reuniões Científicas Nacionais da ANPEd nos últimos dez anos 

Periódico Quantidade Reunião da ANPEd Autoria
Revista Contemporânea de Educação 01 trabalho 34ª Reunião (2011) 02 autores da mesma instituição nacional
Revista Diálogo Educacional 01 trabalho 34ª Reunião (2011) 01 autor
Revista Psicologia & Sociedade 01 trabalho 34ª Reunião (2011) 02 autores da mesma instituição nacional
Revista Estudos em Avaliação Educacional 01 trabalho 34ª Reunião (2011) 03 autores da mesma instituição nacional
Educação e Pesquisa – Revista da Faculdade de Educação da USP 01 trabalho 35ª Reunião (2012) 02 autores da mesma instituição nacional
Estudos de Psicologia (Natal) 01 trabalho 35ª Reunião (2012) 02 autores de diferentes instituições nacionais
Paideia (Ribeirão Preto) 01 trabalho 35ª Reunião (2012) 01 autor
Quaestio - Revista de Estudos em Educação 01 trabalho 36ª Reunião (2013) 01 autor
Revista Educação e Emancipação 01 trabalho 36ª Reunião (2013) 02 autores da mesma instituição nacional
Revista de Educação – PUC Campinas 01 trabalho 36ª Reunião (2013) 03 autores de diferentes instituições nacionais
Cadernos de História da Educação 01 trabalho 37ª Reunião (2015) 01 autor
Série-Estudos – Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB 01 trabalho 37ª Reunião (2015) 01 autor
Education Policy Analysis Archives 01 trabalho 37ª Reunião (2015) 02 autores da mesma instituição nacional
Revista Brasileira de Educação Especial 01 trabalho 37ª Reunião (2015) 02 autores de diferentes instituições nacionais
Psicologia Escolar e Educacional 01 trabalho 38ª Reunião (2017) 02 autores de diferentes instituições nacionais
Reflexão e Ação – Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNISC 01 trabalho 38ª Reunião (2017) 02 autores da mesma instituição nacional
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação 01 trabalho 38ª Reunião (2017) 01 autor
Revista Brasileira de Educação 01 trabalho 38ª Reunião (2017) 02 autores da mesma instituição nacional
Caderno Seminal Digital 01 trabalho 38ª Reunião (2017) 02 autores da mesma instituição nacional

Fonte: Dados de pesquisa (2020).

Conforme mostra a tabela, constata-se que nove (47,36%) trabalhos apresentados no GT 20 que posteriormente foram publicados como artigos em periódicos científicos são de autoria de pesquisadores da mesma instituição de âmbito nacional, enquanto seis (31,57%) são de autoria individual e apenas quatro (21,05%) envolvem pesquisadores de diferentes instituições de âmbito nacional. Nesse sentido, a avaliação do indicador internacionalização fica comprometida na medida em que se verifica publicações em periódicos resultantes de pouca integração e diálogo entre diferentes IES nacionais e uma certa endogenia nas produções da área.

Conclusões

Se, por um lado, “inserção social” e “internacionalização” consistem em indicadores de avaliação dos programas de pós-graduação estabelecidos pela CAPES, por outro lado, é mister reconhecer que não se trata apenas de critérios burocráticos, mas, sim, de dimensões que devem ser consideradas inerentes à qualidade da produção e divulgação do conhecimento científico. Isso porque partimos do entendimento segundo o qual o desenvolvimento da ciência deve gerar impactos na e para a sociedade.

Particularmente, no que diz respeito às pesquisas na área de Psicologia da Educação no âmbito da pós-graduação em Educação, apontamos como indispensável que as investigações empreendidas se preocupem e explicitem suas repercussões no que tange à qualificação dos sistemas de ensino, ao atendimento às demandas dos atores envolvidos nos processos educativos e/ ou à articulação com os processos formativos docentes. Isso porque devemos considerar seu compromisso político, ético e social com o fortalecimento das instituições educacionais, sobretudo as públicas, e consequentemente com o desenvolvimento docente. Apenas dessa maneira será possível materializar o comprometimento da área com o desenvolvimento do país e das condições de vida das pessoas.

Ademais, é essencial que os processos de internacionalização das pesquisas da área sejam articulados com o seu compromisso social, o que requer priorizar redes de cooperação entre pesquisadores das diferentes regiões de nosso País bem como dos países da América Latina que compartilham de realidade semelhante à nossa. Nesse sentido, torna-se crucial o debate acerca de projetos de internacionalização comprometidos com um projeto acadêmico que incluam sociabilidade solidária, priorizando a importância do conhecimento científico para a reflexão e o enfrentamento de questões sociais e para a defesa da vida.

Dessa forma, a partir da pesquisa bibliográfica empreendida a respeito dos trabalhos apresentados no GT 20 - Psicologia da Educação, nas Reuniões Científicas Nacionais da ANPEd nos últimos dez anos, refletimos sobre a existência, ainda acentuada, de distanciamentos entre: a pesquisa e a formação; a pós-graduação e a Educação Básica; os saberes científicos e os saberes da experiência, na medida em que há um percentual considerável de pesquisas empíricas que não são colaborativas e, portanto, parecem não dialogar diretamente com os processos formativos dos docentes.

Aqui também caberia uma discussão sobre o acesso e a forma de seleção dos trabalhos para a ANPEd, bem como sobre a configuração do próprio evento no sentido de ter se tornado gradativamente mais restritivo em relação ao número de participantes. Percebe-se certa endogenia nos trabalhos apresentados, tanto no que se refere à participação individual, quanto no que tange aos trabalhos de grupos. Tendo em vista que há uma participação ativa de pesquisadores da área nas diferentes reuniões regionais, causa estranheza tamanha ausência nas reuniões nacionais.

Para fins de conclusão, outro ponto a ser destacado diz respeito à especificidade do papel da Psicologia da Educação e seu pertencimento nos programas de pós-graduação em Educação. Segundo a descrição do GT 20, as produções oriundas dos pesquisadores e grupos de pesquisa devem privilegiar a discussão, à luz de diferentes matrizes teóricas e metodológicas, das concepções e práticas no campo da Educação no sentido de buscar alternativas para a compreensão de fenômenos contemporâneos que impactam a Educação e evidenciar proposições de intervenção nesse campo (ANPEd, 2020).

Portanto, enfocamos as articulações entre teorias e práticas, bem como os impactos sociais, culturais e educacionais dessa ciência. Assim, reafirmamos o entendimento segundo o qual, a “inserção social” e a “internacionalização” são mais do que indicadores de avaliação e se configuram como necessidades de garantia da pertinência e da qualidade dos conhecimentos produzidos, principalmente no campo das pesquisas em Psicologia da Educação no âmbito da pós-graduação em Educação.

Nota

1A cooperação entre pesquisadores refere-se ao estabelecimento de parcerias para a realização de pesquisas por intermédio da integração e diálogo entre diferentes instituições de ensino superior – nacionais ou estrangeiras.

Referências

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Recebido: 31 de Janeiro de 2023; Aceito: 06 de Março de 2023

Profa. Dra. Cynara Teixeira Ribeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil), Programa de Pós-Graduação em Educação, Grupo de Pesquisa Representações Sociais e Formação Docente, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7109-2630, E-mail: cynara_ribeiro@yahoo.com.br

Profa. Dra. Erika dos Reis Gusmão Andrade, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil, Programa de Pós-Graduação em Educação, Grupo de Pesquisa Grupo de Estudos em Educação e Representações Sociais, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-5296-8481, E-mail: ergandrade@gmail.com

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