SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.29 número3As lésbicas têm essa mania de sair daqui pra lá, daqui pra acolá...: entrevista com Heliana HemetérioO ritmo e a poesia de uma rapper lésbica nas lutas sociais índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Compartilhar


Revista Estudos Feministas

versão impressa ISSN 0104-026Xversão On-line ISSN 1806-9584

Rev. Estud. Fem. vol.29 no.3 Florianópolis  2021  Epub 01-Set-2021

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n382526 

Dossiê Feminismos e Lesbianidades em Movimento: a visibilidade como lugar

Topografias Feministas: uma teoria das mulheres em movimento

Feminist Topographies: A Theory of Women in Motion

Topografías feministas: una teoría de las mujeres en movimiento

1Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Humanas e Biológicas, Sorocaba, SP, Brasil. 18052-780

2Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, Juiz de Fora, MG, Brasil. 36036-330


Resumo:

Apresentação do Dossiê Feminismos e Lesbianidades em Movimento: a visibilidade como lugar, que se coloca como lócus de fricções entre Academia e Movimentos sociais, ao ter como objetivo ir além das dicotomias entre ação e reflexão ou teoria e prática. Trata-se de um conjunto de textos elaborados em diálogo entre o grupo de autoras e suas diversas frentes de ação, com o desejo de reafirmar pesquisas realizadas na perspectiva dos Estudos Lésbicos Feministas e dos Feminismos Negro e Decolonial. Pretende-se, assim, com a escrita, ressaltar a amplitude e a excelência desses estudos, que expressam e potencializam pesquisa, docência, extensão, militância, ativismo e variadas ações, disposições e propósitos, no intercruzamento dos campos da Educação, da Arte e da Comunicação.

Palavras-chave: feminismos; lesbianidades; movimentos sociais

Abstract:

Presentation of the Dossier Feminisms and Lesbianisms in Movement: visibility as a place, which is placed as a locus of friction between Academy and Social Movements, aiming to go beyond the dichotomies between action and reflection or theory and practice. This is a set of texts elaborated in dialogue between the group of authors and their various action fronts, with the desire to reaffirm research carried out from the perspective of Lesbian Feminist Studies and Black and Decolonial Feminisms. The aim of this writing is to highlight the breadth and excellence of these studies, which express and enhance research, teaching, extension, militancy, activism and various actions, dispositions and purposes, in the intersection of the fields of Education, Art and Communication.

Keywords: Feminisms; Lesbianisms; Social Movements

Resumen:

Presentación del Dossier Feminismos y Lesbianismos en Movimiento: la visibilidad como lugar, que se sitúa como locus de fricción entre la Academia y los Movimientos Sociales, pretendiendo superar las dicotomías entre acción y reflexión o teoría y práctica. Se trata de un conjunto de textos elaborados en diálogo entre el grupo de autoras y sus diversos frentes de acción, con la voluntad de reafirmar las investigaciones realizadas desde la perspectiva de los Estudios Feministas Lésbicos y los Feminismos Negros y Decoloniales. Se pretende, así, con el escrito, destacar la amplitud y excelencia de estos estudios, que expresan y potencializan la investigación, la docencia, la extensión, la militancia, el activismo y las variadas acciones, disposiciones y propósitos, en la intersección de los campos de la Educación, el Arte y la Comunicación.

Palabras clave: feminismos; lesbianismos; movimientos sociales

Estávamos na Avenida São João, e fomos subindo e parando o trânsito. A adrenalina cadenciava os nossos passos e dava um novo ritmo aos nossos corações. Improvisando para fazer coincidir os eventos com os deslocamentos e prever o fluxo. Tínhamos que segurar com discrição a multidão por um tempo antes de ela chegar aos pontos dos ônibus. O objetivo valia a intervenção. Estávamos ali para exigir que parassem de perseguir, torturar e matar pessoas que tinham cometido só o crime de amar de forma não convencional. Não tinham culpa de não fazer coincidir corpo, coração, sexo e a cor da pele com as regras morais, sociais e religiosas. Não tinham culpa de existir.

E foi assim que, no trajeto, uma mulher quase nua se debruçou sobre o peitoril da janela de um prédio e, em peignoir transparente, começou a dançar para nós. Rir com a gente que comovidas começamos a gritar: “-Vem, desce, vem com a gente, vem aqui pra dançar". Ela nos mandou um beijo, primeiro beijando as pontas dos dedos da mão direita, depois colocando-as sobre o coração, e o lançou sobre nossas cabeças. A emoção e o rumor invadiram a rua e fizeram todas as janelas da Rua Júlio de Mesquita se abrirem. Seguimos em frente com mais força e menos medo, e as janelas se povoaram de pessoas alegres e muito pobres.

(“Do lado do Mappin, mesmo com chuva”, Rose Mancini, Um Outro Olhar, 2012)

O relato acima é da ativista lésbica Rose Mancini e se refere ao dia 13 de junho de 1980, quando ocorreu, na cidade de São Paulo, a primeira passeata de gays, lésbicas, bissexuais e travestis, também com feministas e negros, contra o delegado Wilson Richetti, que promovia arrastões nos bares e nas boates lgbt paulistanas na época, com o objetivo de prender quem estivesse na cena em questão. Há, no relato da integrante do Grupo Lésbico Feminista, sensações e afetos que se encontram com a inspiração e com o propósito que alinhavaram os textos tecidos nesse dossiê, estes também costurados com os fios de nossas vidas e com diálogos entre as autoras e as pareceristas.

Trata-se de um grupo de mulheres lésbicas que, ao fazerem uso do que se pode chamar de insubordinação criativa (Josânia BARBOSA; Celi LOPES, 2020), ora mais, ora menos desnudadas, também como a moça no peitoril da janela, conforme a exposição de Rose Mancini, relembram que não têm culpa nenhuma de existir e, ao contrário, têm orgulho, reflexão, trabalho, texto e tesão suficientes para invadir, ocupar e resistir não apenas as ruas, mas também as variadas vias de acesso da Academia, usualmente interditadas para quem parece, por exemplo, “muito militante”, em uma colocação que pode, para olhos binários, colocá-las como “pouco acadêmicas”.

Em um primeiro olhar, como descreve Mancini ao se referir às mulheres presentes na manifestação, pode parecer que apenas estamos “improvisando para fazer coincidir os eventos com os deslocamentos e prever o fluxo”. Mas ocorre que, assim como no caso das manifestantes, temos propósitos e reside nos nossos itinerários a potência da nossa força transformadora. Promovemos o retraçado dos caminhos em nós e à nossa volta, com necessária passagem visível, que afirma que existimos, ao nos enunciarmos; que reafirma que seguimos, ao nos mobilizarmos; e que revaloriza, ao partilharmos como nos sentimos bem em sermos quem somos, estando inclusive em constante e dinâmica renovação, a partir das espacialidades dos afetos, contidos nas letras e lutas que traduzem a vida.

Esse lugar da visibilidade consiste, portanto, em afirmar, reafirmar e revalorizar todas as mulheres, naquilo que Adrienne Rich (2019, p. 69) chamou de Continuum Lésbico, e pode arquitetar o que denominamos como uma teoria das mulheres que não se localizam e não são localizadas,1 ou, pelo menos, não o são da maneira como se espera usual e tradicionalmente. Essa contra-cartografia - na melhor inspiração da canção em que se entoa “você não me pega, você nem chega a me ver” - não nega o território, as origens, as ancestralidades, as geolocalizações, as naturalidades, antes, as ressignifica como elementos politicamente contextualizados em trânsitos, andanças e caminhos de mulheres que, ao existirem em suas espacialidades, promovem justiças epistêmicas e acadêmicas.

Fundamos assim nossa concepção de Topografias Feministas, tanto inspiradas nas “geografias misteriosas” (Nadia NOGUEIRA, 2005, p. 167) dos nossos deslocamentos, refúgios e migrações, quanto fortalecidas pela “noção de um cosmopolitismo feminista horizontal e translocal” (Claudia de Lima COSTA; Sonia ALVAREZ, 2009, p. 739), que prevê uma política feminista da localização, a qual envolve “uma temporalidade de luta, e não uma posição fixa” (ALVAREZ, 2009, p. 744).

Nessa perspectiva, ao citar Claudia de Lima Costa et al. (2014), em seu livro Translocalities/Translocalidades: Feminist Politics of Translation in the Latin/a Américas, Sonia Alvarez elucida e cartografa o mote do presente dossiê:

Muitas feministas e outras teóricas críticas transitam, hodiernamente, por uma série de circuitos íntimos, familiares, libidinais, culturais, financeiros, políticos e trabalhistas, dentro de e atravessando diferentes locais das Américas Latinas e além. Nosso feminismo, como sugere Margara, é uma “prática multilocalizada”. Assim como as “teorias viajantes” e os transmigrantes de hoje, nossos próprios cruzamentos - teóricos, políticos, pessoais e íntimos - são pesadamente patrulhados e frequentemente obstruídos por diversos tipos de vigilantes (patriarcais, disciplinares, institucionais, capitalistas/neoliberais, geopolíticos, sexuais e por aí vai […]) (ALVAREZ, 2009, p. 744).

Nesse sentido, o presente dossiê é um lugar nesse mapa, onde a escrita se coloca como forma de espantar a tristeza, a saudade, a falta e as faltas, sobretudo no triste auge de uma pandemia a ser transposta em um país no qual a democracia é ameaçada, abafada, encolhida e amarrotada. Nessa conjuntura, a escrita também é o ato de alongar, distender, arejar e nos deixar ventilar por uma passagem, quem sabe um túnel, para um outro lugar, onde talvez estejamos sendo procuradas, onde talvez sejamos necessárias, uma espécie de ponte desta sociedade para outra, na qual possamos ser, nós, todas as mulheres, livres, leves e lidas.

Nesse circuito, encontramos a Revista Estudos Feministas, a quem agradecemos o aceite para publicação do presente dossiê, assim como agradecemos a possibilidade de encontro que muito nos traduz, entre Movimento Feminista e Academia. Tal relação, como se sabe, é constituída ricamente de tensões e de alianças, como nos contam Joana Maria Pedro e Marisa Barletto (2019, p. 12), ao perceberem as contribuições dos estudos de mulheres e feministas e dos movimentos sociais como pontes potentes para a própria academia e, especialmente, para a historiografia.2 Com efeito, a Revista Estudos Feministas expressa, celebra e promove as alianças e pontes tematizadas pelas autoras em variados campos de conhecimento.

Historicamente, os dossiês constituem uma seção da Revista de Estudos Feministas que se dedica à abertura de um espaço de diálogo entre a produção acadêmica e intelectual e a militância, o ativismo e as políticas feministas, como pontua Sônia Maluf (2004), em artigo intitulado “Os dossiês da REF: além das fronteiras entre academia e militância”. A autora assinala a maneira como, na polifonia presente nos dossiês, reside a riqueza e permanente renovação do campo dos estudos feministas e de gênero, com inquietações e questionamentos anti-hegemônicos, próprios ao movimento feminista e de suas lutas.

Ao considerar essa perspectiva, organizamos o Dossiê Feminismos e Lesbianidades em Movimento: a visibilidade como lugar, cujos textos acabam por seguir a vocação lembrada por Maluf (2004), ao afirmar que “se por um lado fornecem instrumentos para a militância e as políticas públicas, por outro, provocam e contaminam as teorias, não apenas renovando-as, mas gerando, nas brechas dessa fricção, novas teorias e novos conhecimentos” (p. 241).

Desta maneira, trata-se de um dossiê que se coloca como lócus de fricções entre Academia e Militância, no alinhavar dos movimentos feminista, negro e lgbtqi+, de modo a ir além das dicotomias entre ação e reflexão ou teoria e prática. Ao lado dessa perspectiva, o dossiê busca reafirmar pesquisas realizadas sob marcante influência dos Estudos Feministas e dos Estudos Lésbicos Feministas, assim como dos Feminismos Negro e Decolonial. Busca-se, assim, com a escrita, ressaltar a amplitude e a excelência desses estudos, que expressam e potencializam pesquisa, docência, extensão, militância, ativismo e variadas ações, disposições e propósitos no intercruzamento dos campos da Educação, da Arte e da Comunicação.

Nesse sentido, são apresentados artigos que podem contribuir para o debate epistemológico e político nos variados campos, searas e espacialidades de suas autoras, mulheres representativas no que se refere tanto à interseccionalidade quanto à transversalidade de suas vivências, subjetividades e identidades de raça, gênero, classe, geração e orientação sexual. A partir das ricas diversidades, as visibilidades das autoras, em suas múltiplas localidades, é o que as coloca, de diferentes maneiras, unidas no mesmo lugar, em tessitura constante das lesbianidades nos movimentos sociais, assim como na construção dos movimentos sociais nas lesbianidades e, ainda, no fazer dos saberes acadêmicos e militantes, na interface das trilhas por onde elas pisam e edificam seus caminhos, a si mesmas e a outras mulheres, em interação.

A partir dessa maneira de mirar as realidades, e assim construir conhecimento, o presente dossiê já dá o tom, em ritmo e poesia, desde o primeiro texto, de autoria das professoras Viviane Melo de Mendonça e Kelen Leite. No artigo, as pesquisadoras da UFSCar-So discutem a relação entre mal-estar contemporâneo e resistência nos campos da experiência de gênero, sexualidade e lutas sociais, ao partirem da análise dos eixos políticos e simbólicos presentes nas práticas discursivas das letras produzidas pela rapper lésbica, negra, brasileira, Luana Hansen.

Daniela Auad,3 também docente da UFSCar-So e da Faculdade de Educação da UFJF, ao entrelaçar feminismos e lesbianidades, desenha um mapa afetivo, formativo, militante e intelectual, o qual permite localizar itinerários de mulheres lésbicas no campo da pesquisa educacional, bem como rememorar e refletir sobre práticas habitualmente consideradas dissidentes, transversais e, portanto, “outsiders” ou abjetas.

Nadia Nogueira, doutora pela Unicamp e docente de Sociologia e Filosofia do Sesi de São Paulo, aborda a militância de lésbicas negras brasileiras, que tiveram suas histórias de vida marcadas pela raiva e pela indignação diante dos poderes estabelecidos, de modo a alicerçar, na luta, as múltiplas segregações às quais estiveram historicamente submetidas.

No intento de ofertar fontes de reflexão para ações políticas e acadêmicas para quem quer se ancorar nos estudos de gênero e saberes feministas, propostos sobretudo pelo feminismo negro, como também pelos estudos lésbicos feministas, ao lado do texto de Nadia, surge o texto das professoras Ana Luisa Cordeiro, da UFMT, e Daniela Auad, que a supervisionou em estágio pós-doutoral. Trata-se de pesquisa que aborda estratégias de resistência de mulheres negras cotistas, lésbicas e bissexuais, em uma Universidade Estadual no Centro-Oeste do Brasil.

O texto de Cordeiro e Auad se coloca ainda sob a perspectiva do “não-lugar social” e analisa fatores interferentes na permanência das mulheres na universidade, ao considerar a interface entre educação, gênero e relações raciais, feminismo negro e lésbico.

O texto das professoras Zuleide Paiva, da UNEB, e Janja Araujo, da UFBA, se coloca como encerramento do dossiê Feminismos e Lesbianidades em Movimento: a visibilidade como lugar. Trata-se de um convite à ginga epistemológica contra-hegemônica, a partir do pensamento lésbico, ao apresentar fios teóricos das correntes políticas do pensamento lésbico produzidos no ocidente, sobretudo no século XX. Com a pesquisa, as autoras reconhecem o movimento de lésbicas como corpo político constituído por pessoas e organizações produtoras de identidades lésbicas, bem como outras identidades sexuais contra-hegemônicas.

A partir da escrita dos textos, como organizadoras, tecemos um diálogo com as autoras e um pequeno grupo de pareceristas anônimas, todas docentes em Universidades Federais, lésbicas, feministas e pesquisadoras, de variadas gerações e localidades do Brasil. Agradecemos às autoras, às pareceristas e às editoras que, de diferentes modos, são mulheres que também amam outras mulheres.

Mais do que sempre, na atual conjuntura brasileira, não sabemos o que virá a seguir, após essas escritas feministas. De todo modo, sentimos que nossa escrita, nossa memória e nossas vozes são importantes e urgentes, sobretudo em momento no qual observamos outras narrativas, memórias e discursos sendo resgatados, sob formas contemporâneas fascistas e necropolíticas. Nesse contexto, seguimos perseguindo a criação de uma sociedade onde as lésbicas possam viver, sobreviver e vicejar, porque, então, nessa realidade, todas as mulheres serão livres

Agradecimentos

A revisão do presente artigo, assim como a tradução dos trechos em que a versão para outro idioma se fez necessária, foram financiadas com verba para Auxílio Financeiro à Pesquisadora, com recursos do Programa de Apoio à Pós-Graduação e do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PROAP/PNPD), destinados ao PPGEd-So, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), ao qual agradecemos.

Às revisoras das primeiras versões dos artigos deste Dossiê: Eliane da Silva (Revisora de textos, Doutoranda em Literatura Comparada (UFF), mestre em Filologia e Língua Portuguesa (USP), graduada em Letras/Inglês (UFMS), pesquisadora do CEPEGRE/GEPEGRE), que revisou os artigos: “Pensamento lésbico: uma ginga epistemológica contra-hegemônica”, “Topografias Feministas: uma teoria das mulheres em movimento”, “Caminhos entrelaçados: Feminismos e Lesbianidades na Pesquisa em Educação” e “Estratégias de Resistência de Negras Cotistas Lésbicas e Bissexuais” e Sueli Vasconcelos (profissional que atua na Academia de Revisão - São Paulo), revisora do artigo “O ritmo e a poesia de uma rapper lésbica nas lutas sociais”.

Referências

ALVAREZ, Sonia E. “Construindo uma política feminista translocal da tradução”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 17, n. 3, p. 743-753, dez. 2009. Disponível em Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-026X2009000300007&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em 04/05/2021. [ Links ]

COSTA, Claudia de Lima; ALVAREZ, Sonia; FELIU, Verónica; HESTER, Rebecca J.; KLAHN, Norma; THAYER, Millie. Translocalities/Translocalidades: Feminist Politics of Translation in the Latin/a Américas. Durham: Duke University Press, 2014. [ Links ]

BARBOSA, Josânia G.; LOPES, Celi E. “Insubordinação criativa como parte do legado científico de Beatriz Silva D’Ambrosio”. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica, v. 05, n. 13, p. 261-276, jan./abr. 2020. [ Links ]

COSTA, Claudia de Lima; ALVAREZ, Sonia E. “Translocalidades: por uma política feminista da tradução”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 17, n. 3, p. 739-742, dez. 2009. Disponível em Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2009000300006/12125 . Acesso em 04/05/2021. [ Links ]

MALUF, Sônia Weidner. “Os dossiês da REF: além das fronteiras entre academia e militância”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 12, número especial, p. 235-243, dez. 2004. Disponível em Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104026X2004000300025&lng=en&nrm=iso . Acesso em 02/05/2021. [ Links ]

MANCINI, Rose. “Do lado do Mappin, mesmo com chuva”. Um outro olhar, 10/02/2012. Disponível em Disponível em http://www.umoutroolhar.com.br/2012/02/do-lado-do-mappin-mesmo-comchuva.html . Acesso em 04/05/2021. [ Links ]

NOGUEIRA, Nadia. Invenções de Si em histórias de amor: Lota Macedo Soares e Elizabeth Bishop. 2005. Doutorado (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil. Disponível em Disponível em http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/280584/1/Nogueira_NadiaCristina_D.pdf . Acesso em 04/05/2021. [ Links ]

PEDRO, Joana Maria; BARLETTO, Marisa. “Movimentos feministas e academia: tensões e alianças”. Revista Feminismos, v. 7, p. 1-16, 2019. Disponível em Disponível em https://portalseer.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/31863 . Acesso em 02/05/2021. [ Links ]

RICH, Adrienne. Heterossexualidade compulsória e existência lésbica & outros ensaios. Traduzido por Angélica Freitas & Daniel Lühmann. Rio de Janeiro: A Bolha, 2019. [ Links ]

1Cumpre destacar que o antônimo de localizar é, segundo o dicionário de antônimos, expandir. Nesse sentido, que vai ao encontro da abordagem do presente texto, localizar seria, de todo modo, restringir, limitar e até interditar. Não localizar, na esteira do que formula a teoria ora afirmada, e no que diz o dicionário, permite deslocamentos, expansões, alongamentos e distensões, em uma dinâmica ideia de movimento, este tão necessário para o que é percebido também como desenvolvimento (LOCALIZAR. In: Dicio. Dicionário de Antônimos Online, 2021. Disponível em https://www.antonimos.com.br/. Acesso em 07/05/2021).

2A vida segue inscrita também nas páginas em que seguimos escritas e, na presente nota, destacamos a presença da Professora Marisa Barletto como uma das inspirações para a escrita deste dossiê e como fonte de força para seguirmos em nossos caminhos, especialmente, no trecho “Minas Gerais”. Nossa conterrânea, nascida no interior de São Paulo, Marisa foi docente na Universidade Federal de Viçosa até se aposentar, quando, ao regressar para Ourinhos, se tornou covereadora do mandato coletivo Enfrente! A feminista lutava contra um câncer e morreu aos 60 anos, em 07 de abril de 2021, quando este dossiê estava em fase de finalização concernente a escrita e organização. A presente nota homenageia Marisa Barletto e nos relembra que a escrita é a gente depois da gente!

3Daniela é feminista e, mais do que sempre, sente e entende que amar e bem viver são urgências.

Como citar esse artigo de acordo com as normas da revista: AUAD, Daniela; LAHNI, Cláudia Regina. “Topografias Feministas: uma teoria das mulheres em movimento”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 29, n. 3, e82526, 2021

Financiamento: O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001, especialmente com recursos do Programa de Apoio à Pós-Graduação e do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PROAP/PNPD), destinados ao PPGEd-So, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Consentimento de uso de imagem: Não se aplica

Aprovação de comitê de ética em pesquisa: Não se aplica

Recebido: 30 de Junho de 2021; Revisado: 17 de Agosto de 2021; Aceito: 31 de Agosto de 2021

auaddaniela@ufscar.br

claudia.lahni@ufjf.br

Daniela Auad (auad.daniela@gmail.com; auaddaniela@ufscar.br) é Professora Permanente do PPGEd-So/UFSCar, na Linha de Pesquisa Educação, Comunidade e Movimentos Sociais; docente permanente no PPPGE/FACED/UFJF. Cursou, na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), doutorado em Educação, mestrado em Educação e graduação em Pedagogia. Daniela Auad é coordenadora do Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Feminismos - Flores Raras (CNPq).

Cláudia Regina Lahni (claudia.lahni@ufjf.br; lahni.cr@gmail.com) é Professora Titular da Facom/UFJF e docente permanente do PPGECH- UFSCar-So. Fez pós-doutorado em Comunicação na UERJ, doutorado e mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (ECA/USP); especialização em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, graduação em Jornalismo pela PUC de Campinas. É coordenadora do Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Feminismos - Flores Raras (CNPq) e participa do Grupo de Pesquisa Comunicação para a Cidadania da Intercom.

Contribuição de autoria: Daniela Auad: A contribuição da autora no artigo foi a concepção do dossiê, convite às autoras e a escrita da parte teórica da abertura, onde há a abordagem das Topografias Feministas, bem como o desenho teórico que alinhava os artigos das autoras. Cláudia Regina Lahni: A contribuição da autora no artigo foi a colaboração na definição sobre o modo como os artigos das diferentes autoras se encadearam na edição do dossiê, bem como a apresentação

Conflito de interesses: Não se aplica

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons