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Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação

versión impresa ISSN 0104-4036versión On-line ISSN 1809-4465

Ensaio: aval. pol. públ. educ. vol.27 no.104 Rio de Janeiro jul./set 2019  Epub 02-Jul-2019

https://doi.org/10.1590/s0104-40362019002701653 

Página Aberta

O valor das práticas de educação parental: visão dos profissionais

The value of parental education practices: vision of professionals

El valor de las practicas de educación parental: visión de los profesionales

a Universidade Portucalense Infante D. Henrique, Porto, Portugal.

b Universidade Portucalense Infante D. Henrique, Porto, Portugal.

c Universidade de Salvador, Salvador, BA, Brasil.

d Associação de Solidariedade Internacional, Porto, Portugal.


Resumo

Com a redução da disponibilidade do apoio comunitário e da família alargada tradicional, por um lado, e das dificuldades associadas aos problemas atuais por outro, a Educação Parental (EP) surge como um campo emergente, fundamental para a resposta aos problemas que os pais, atualmente, enfrentam na educação dos seus filhos. Este artigo associa a formação dos profissionais deste campo, com a importância que estes atribuem às respetivas práticas. A amostra deste estudo é constituída por 180 profissionais a exercerem nesta área. Os participantes foram interrogados sobre a sua formação, através do questionário “Caracterização dos Profissionais/Dinamizadores de Programas de Educação Parental”, e sobre a importância atribuída às práticas de qualidade, com recurso ao questionário “Competências para o trabalho com os pais”. Os resultados revelam que a formação de nível avançado constitui um fator relevante na valorização das práticas de EP, por parte dos profissionais, o que implica a necessidade de uma resposta contingente das instituições de ensino superior. São analisados e discutidos os resultado, assinalando a sua pertinência para a intervenção na área.

Palavras-Chave: Parentalidade positiva; Educação parental; Formação superior de Educadores Parentais

Abstract

With the reduction of the availability of community support and the traditional extended family, on the one hand, and the difficulties associated with current problems on the other, Parental Education (PE) arises as an emerging field, fundamental for responding to problems that parents currently face in the education of their children. This article associates the training of professionals in this field, with the importance they attribute to their practices. The sample of this study is constituted by 180 professionals of this area. Participants were questioned about their training through the questionnaire "Characterization of Professionals / Dynamizers of Parental Education Programs", and about the importance attributed to quality practices, using the questionnaire "Skills for working with parents". The results show that advanced level training is a relevant factor in the valuation of PE practices by professionals, which implies the need for a contingent response from higher education institutions. The results are analyzed and discussed, indicating their relevance to the intervention in the area.

Key words: Positive parenting; Parental education; Higher education of parental educators

Resumen

Con la reducción de la disponibilidad del apoyo comunitario y de la familia ampliada tradicional, por un lado, y de las dificultades asociadas a los problemas actuales por otro, la Educación parental (EP) surge como un campo emergente, fundamental para la respuesta a los problemas que los padres, en la actualidad, se enfrentan en la educación de sus hijos. Este artículo asocia la formación de los profesionales de este campo, con la importancia que éstos atribuyen a las respetadas prácticas. La muestra de este estudio está constituida por 180 profesionales a ejercer en esta área. Los participantes fueron interrogados sobre su formación, a través del cuestionario "Caracterización de los Profesionales/Dinamizadores de Programas de Educación Parental", y sobre la importancia atribuida a las prácticas de calidad, con recurso al cuestionario "Competencias para el trabajo con los padres". Los resultados revelan que la formación de nivel avanzado constituye un factor relevante en la valorización de las prácticas de EP por parte de los profesionales, lo que implica la necesidad de una respuesta contingente de las instituciones de enseñanza superior. Se analizan y discute los resultados, señalando su pertinencia para la intervención en el área.

Palabras-clave: Parentalidad positiva; Educación parental; Formación superior de educadores parentales

1 Introdução

A parentalidade tem sido tradicionalmente vista como um importante fator da variável “ambiente” no debate da dicotomia nature/nurture. É inquestionável que a sobrevivência de uma criança depende dos pais, ou de seus substitutos. Não existe nada tão essencial para o sucesso na vida de uma criança como a presença significativa dos seus pais (BJORKLUND; YUNGER; PELLEGRINI, 2002). Existem, contudo, na sociedade atual, circunstâncias que tornam a parentalidade especialmente desafiante (RODRIGO et al., 2008; SILVA NETO; COSTA-LOBO; CARVALHO, 2012;) e, embora sendo um empreendimento muito importante para a vida da comunidade humana, essa comunidade raramente oferece orientação, suporte, ou preparação para essa função. Considerando que a família é a célula fundamental da sociedade e que a parentalidade é uma função essencial para as nossas sociedades e para o seu futuro, os especialistas (por exemplo: SILVA NETO; COSTA-LOBO; CARVALHO, 2012) documentam as intensas e massivas mudanças e desafios com os quais são hoje confrontadas as famílias.

O conceito de parentalidade encontra-se em permanente mutação, acompanhando o tempo em que o papel da família e o lugar da criança apresentam enormes desafios. Ser pai e mãe não é só um fato social e biológico, mas também a realização de um processo de desenvolvimento psicológico nos adultos que se tornaram pais (WILSON et al., 1996). A parentalidade pode ser definida como o conjunto das atividades e processos de cuidar, proteger e orientar as novas vidas para assegurar a sobrevivência, o bem-estar e o desenvolvimento integral da criança (HOGHUGHI, 2004). A qualidade da ação parental afere-se, portanto, pela sua maior ou menor eficácia para promover o bem-estar das crianças (HOGHUGHI, 2004), os seus cuidados e desenvolvimento. A parentalidade é, essencialmente, um processo de interações entre pais e crianças, que normalmente ocorre em cenário familiar e diz respeito ao comportamento das figuras parentais (pais ou substitutos) junto dos seus filhos, no sentido de promover o seu desenvolvimento da forma mais plena possível, utilizando para tal os recursos de que dispõe dentro e fora da família.

A relação dos pais com os filhos tem uma influência significativa no desenvolvimento da criança e no sucesso destas na área educativa (BENETTI; VIEIRA; FARACCO, 2016).

Desenvolver competências e práticas parentais positivas aumenta a probabilidade de os pais serem capazes de desenvolver comportamentos adaptativos nas crianças, bem como gerir os comportamentos desadaptativos (RODRIGUES, 2019). Ao nível educativo, por exemplo, os autores Soares e Farias (2018) estudam como o governo e as escolas incentivam a participação dos pais, gerando ambientes de aproximação entre familiares e processos escolares. A parentalidade deve ser considerada como um domínio relevante das políticas públicas e todas as medidas necessárias devem ser adotadas para apoiá-la, criando as condições necessárias ao exercício de uma Parentalidade Positiva (CONSELHO DA EUROPA 2006). Intervir implica analisar os processos através dos quais os pais - enquanto principais responsáveis pela criança - influenciam o seu desenvolvimento (CRUZ, 2005). A intervenção na parentalidade pode entender-se como a tentativa focalizada nos pais de alteração das suas interações com os filhos, tendo como objetivo promover o desenvolvimento da criança. Apresenta diversos formatos, desde o treino parental à educação parental, formação parental ou terapia familiar (BARBOSA-DUCHARNE; CRUZ, 2006). Carvalho (2017) refere a necessidade de percebermos que só podemos identificar as especificidades das formações quando determinarmos que tipos de intervenções são mais eficazes, para que tipos de pais, de crianças e em que contextos. Nesse sentido, e dado que os pais se encontram sujeitos a situações de stress que têm efeitos no desenvolvimento da criança, a sociedade e as redes de apoio social são essenciais no apoio familiar e a sociedade terá, inevitavelmente, responsabilidade, pois, enquanto sistema alargado, integra e influencia o sistema familiar (BELSKY, 1984). Profissionais de diferentes áreas podem contribuir para esse apoio. Com especial relevância, o Educador Social, atendendo ao seu amplo perfil e aos contextos onde pode trabalhar, que incluem famílias, crianças e jovens, tem um importante papel, sobretudo ao nível preventivo (GONZALES; MARTIN, 2019).

De acordo com Rodrigo (2003), as intervenções na parentalidade devem respeitar os pais. Ou seja, os pais não são aprendizes de pedagogos ou de psicólogos, nem estão a desempenhar um “posto” profissional cujo perfil está definido, mas elaboram, através da experiência, um conhecimento que os ajuda a interpretar a realidade familiar. A visão dos Profissionais de Educação Parental (PEP) está associada à sua ação; a formação específica na área pode contribuir para a valorização das práticas de qualidade e a sua consequente aplicação. Ajudar os pais na sua missão de educadores a desenvolver competências que lhes permitam melhorar as suas práticas educativas é o principal objetivo a cumprir pela Educação Parental (EP). Trata-se de auxiliar os pais, fornecendo-lhes informação, orientação e suporte. Os educadores parentais necessitam compreender o processo de desenvolvimento parental e a forma de promover esse crescimento (THOMAS, COOK; SCOTT, 2006). Para tal, são necessárias competências e conhecimentos que se adquirem através de formação em áreas e domínios já identificados para a qualificação de profissionais, que no Reino Unido foi patenteado pelo National Occupational Standard (PYE-TAIT, 2001). A formação pode distinguir a visão e consequente prática dos profissionais e fazer assentar a profissão num conjunto de competências partilhadas, para assegurar que os pais sejam orientados por profissionais qualificados (DEBOARD; SLOOP; BAZEMORE, 2001).

Estudos recentes sobre Educação Parental salientam a importância do envolvimento dos pais nas práticas educativas e o efeito da orientação parental com base em práticas positivas (GALVÃO; MARQUES, 2018; RODRIGUES, 2019). No entanto, cada vez se constata mais a necessidade de uma intervenção estruturada e o desenvolvimento de competências junto dos profissionais de Educação Parental (CARVALHO, 2017).

Este trabalho pretende dar um contributo relevante na organização e na implementação de Programas de Educação Parental em Portugal. Dessa forma, a presente investigação tem o objetivo de verificar:

  1. A importância que os PEP atribuem às práticas de qualidade;

  2. A existência da formação especializada dos PEP relacionada com práticas de qualidade.

2 Método

Para a realização da componente empírica desta investigação, inquiriram-se técnicos (n = 180) que trabalham com famílias no desenvolvimento de competências parentais, sendo uma amostra de conveniência, constituída pelos sujeitos que participaram no programa de formação “Oficinas de Parentalidade Positiva”, promovido em Portugal pelo Instituto da Segurança Social, e outros participantes no programa de formação da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco.

Relativamente à formação académica, verificamos que 54,2% possuem apenas licenciatura. Os especialistas e mestres representam, respetivamente 31,3% e 14,5%. Quanto aos especialistas, mais de metade dos inquiridos tem habilitações de base (54,7%). Da totalidade dos PEP especializados, 32,7% são licenciados em Psicologia, 38,8% em Serviço Social, 13,3% em Educação e 15,3% em outras áreas (conferir Quadro 3). Verifica-se que não há associação significativa entre a formação de base e a obtenção de formação especializada. Em 63,3% dos inquiridos observa – se uma tendência para a formação específica para o trabalho com as famílias, excetuando os profissionais de Serviço Social. As especialidades mais referidas são em domínios como, “Famílias, Crianças e Jovens” (18,9%) e “Crianças e Jovens em Risco (6,7%).

Quadro 3 Significância das diferenças: importância atribuída às práticas EP em função da formação especializada e em nível avançado. 

  Não Sim  
  M DP M DP T
1. Contribuir para a construção de relações positivas no trabalho com os pais 4,44 0,55 4,44 0,55 0,062
2. Proporcionar aos pais acesso a conhecimento e a informação 4,31 0,57 4,39 0,55 -0,877
3. Contribuir para a criação de ambientes seguros e inclusivos 4,24 0,70 4,40 0,70 -1,506
4. Construir e manter relacionamentos com os outros profissionais 4,48 0,55 4,55 0,57 -0,889
5. Construir e manter relacionamentos com a comunidade mais alargada 4,04 0,67 4,18 0,66 -1,372
6. Trabalhar com os pais para irem ao encontro das necessidades dos seus filhos 4,46 0,51 4,61 0,53 -1,911
7. Reflectir e actualizar os seus próprios conhecimentos e a sua prática 4,35 0,61 4,49 0,52 -1,698
8. Construir e manter relacionamentos no trabalho com os pais 4,00 0,73 4,15 0,68 -1,436
9. Comunicar eficazmente com os pais 4,27 0,65 4,56 0,55 -3,238**
10. Assegurar a confidencialidade respeitando, simultaneamente, as práticas legais de protecção da criança 4,65 0,45 4,77 0,38 -1,993*
11. Proporcionar serviços que valorizem e respeitem os pais 4,27 0,64 4,45 0,54 -2,062*
12 Trabalhar com grupos de pais 4,07 0,63 4,22 0,70 -1,430
13. Desenvolver a reflexão dos pais sobre a influência da parentalidade e sobre as relações pais-filhos 4,20 0,76 4,43 0,61 -2,217*
14. Trabalhar com os pais a compreensão e a satisfação das suas próprias necessidades 4,06 0,69 4,22 0,76 -1,440
15. Promover serviços que vão ao encontro das necessidades dos pais 4,16 0,65 4,16 0,67 0,001
16. Trabalhar com os pais que têm necessidades complexas e com dificuldade em aceder aos serviços 4,07 0,68 4,27 0,62 -2,070*
17. Cumprir os requisitos para a protecção e a segurança dos pais 4,14 0,65 4,33 0,67 -1,899
18. Publicitar os serviços e recrutar os pais 4,20 0,68 4,38 0,62 -1,801
19 Desenvolver sessões de formação parental 4,21 0,72 4,36 0,65 -1,450
20. Desenvolver e levar a cabo o trabalho entre Instituições, e de ligação intersectorial 4,08 0,75 4,22 0,74 -1,274
21. Apoiar outros profissionais no desenvolvimento das suas práticas 4,17 0,67 4,40 0,64 -2,301*
22. Assegurar o respeito pelos princípios legais, reguladores, éticos e sociais 4,19 0,87 4,49 0,79 -2,508*
23. Contribuir para o trabalho da equipa 4,30 0,71 4,57 0,59 -2,784**

* p ≤ 0,05; ** p ≤ 0,01.

Fonte: Os autores (2019).

3 Material

Com vista à recolha de dados relativos à importância atribuída pelos profissionais participantes neste estudo, aplicamos o Questionário de competências orientado para o trabalho com os pais, com foco na visão dos profissionais (CARVALHO, 2011; 2017) construído com base no documento resultante produzido no Reino Unido, o National Occupational Standard in work with parents (NOS/Padrões). O questionário permite conhecer a importância atribuída às práticas e compreende 23 padrões de qualidade. Cada padrão é composto por cinco alternativas de resposta, sendo elas as seguintes: não é importante (1); tem alguma importância (2); é importante (3); é muito importante (4); é essencial (5). Os padrões de qualidade desse questionário definem as competências, capacidades, conhecimento e compreensão requeridas de quem trabalha com os pais e podem ser usados para desenvolver e monitorar os técnicos e a prestação de serviços. Podem, ainda, orientar qualquer profissional na formação (PYE TAIT, 2001). Foi aplicado, também, um questionário sociodemográfico, nomeado “Caracterização dos Profissionais/Dinamizadores de Programas de Educação Parental” construído para atender ao escopo desta investigação, com o intuito de conhecer a formação especializada e em nível avançado (mestrado1) dos profissionais participantes no estudo.

4 Procedimentos

Da aplicação do Questionário, os autores pretenderam compreender as competências que descrevem o que um profissional eficaz e competente deve fazer e necessita saber para desenvolver o seu trabalho com qualidade (PYE TAIT, 2001; 2006), cujos Padrões (Standards) foram traduzidos com a colaboração de especialistas na área. Para avaliar o conteúdo e a forma dos itens, relativamente à clareza, compreensibilidade e adequação para com os objetivos propostos, simulou-se a aplicação do questionário com cinco profissionais de diferentes áreas de formação (Educação Social, Psicologia e Serviço Social), técnicas de um Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (Cafap), que dinamizavam programas de EP. O recurso utilizado neste ensaio prévio foi método da reflexão falada (ALMEIDA; FREIRE, 2003). Como não se verificou, com a simulação, a necessidade de qualquer alteração, adotou-se este instrumento, na versão original.

5 Resultados

Nas análises estatísticas que realizamos, em função dos objetivos, encontraram-se os seguintes resultados, que passamos a apresentar.

Relativamente ao primeiro objetivo:

  1. Práticas a que os PEP atribuem mais importância

Verificamos que todas as dimensões da importância dada às práticas parentais apresentam valores médios significativamente mais elevados do que o ponto médio da escala (3, é importante) (conferir Quadro 1).

Quadro 1 Significância das diferenças: importância atribuída às Práticas EP. 

  Média DP t
1. Contribuir para a construção de relações positivas no trabalho com os pais 4,44 0,54 0,001**
2. Proporcionar aos pais acesso a conhecimento e a informação 4,35 0,56 0,001**
3. Contribuir para a criação de ambientes seguros e inclusivos 4,33 0,70 0,001**
4. Construir e manter relacionamentos com os outros profissionais 4,52 0,56 0,001**
5. Construir e manter relacionamentos com a comunidade mais alargada 4,11 0,66 0,001**
6. Trabalhar com os pais para irem ao encontro das necessidades dos seus filhos 4,55 0,52 0,001**
7. Reflectir e actualizar os seus próprios conhecimentos e a sua prática 4,43 0,56 0,001**
8. Construir e manter relacionamentos no trabalho com os pais 4,08 0,71 0,001**
9. Comunicar eficazmente com os pais 4,43 0,61 0,001**
10. Assegurar a confidencialidade respeitando, simultaneamente, as práticas legais de protecção da criança 4,72 0,41 0,001**
11. Proporcionar serviços que valorizem e respeitem os pais 4,37 0,60 0,001**
12 Trabalhar com grupos de pais 4,15 0,67 0,001**
13. Desenvolver a reflexão dos pais sobre a influência da parentalidade e sobre as relações pais-filhos 4,33 0,69 0,001**
14. Trabalhar com os pais a compreensão e a satisfação das suas próprias necessidades 4,15 0,73 0,001**
15. Promover serviços que vão ao encontro das necessidades dos pais 4,16 0,66 0,001**
16. Trabalhar com os pais que têm necessidades complexas e com dificuldade em aceder aos serviços 4,18 0,65 0,001**
17. Cumprir os requisitos para a protecção e a segurança dos pais 4,25 0,67 0,001**
18. Publicitar os serviços e recrutar os pais 4,30 0,65 0,001**
19 Desenvolver sessões de formação parental 4,29 0,69 0,001**
20. Desenvolver e levar a cabo o trabalho entre Instituições, e de ligação intersectorial 4,16 0,75 0,001**
21. Apoiar outros profissionais no desenvolvimento das suas práticas 4,30 0,66 0,001**
22. Assegurar o respeito pelos princípios legais, reguladores, éticos e sociais 4,36 0,84 0,001**
23. Contribuir para o trabalho da equipa 4,45 0,66 0,001**

* p ≤ 0,05; ** p ≤ 0,01.

Fonte: Os autores (2019).

Fonte: Os autores (2019).

Figura 1 Importância atribuída às práticas de EP. 

Relação entre a formação especializada e em nível avançado dos PEP e a importância que atribuem às práticas.

Podemos verificar, no Quadro 1, que as respostas dos sujeitos investigados revelam as diferenças estatisticamente significativas da compreensão que os mesmos têm dos elementos propostos ao seu escrutínio, em função da formação especializada e em nível avançado. Em outras palavras, para os entrevistados com esse perfil, há um nítido dimensionamento da importância atribuída aos PEP, quando se considera o filtro de suas respectivas formações em níveis de especialização e avançado. Os profissionais com esse perfil, indicam os dados do referido quadro, enunciam, nas respostas às questões formuladas, a sensibilidade positiva que desenvolveram para com as questões relativas aos PEP – fato que se reitera no Quadro 2.

Quadro 2 Significância das diferenças: importância atribuída às práticas EP em função da formação com especialização e formação em nível avançado. 

  Não Sim  
  M DP M DP T
1. Contribuir para a construção de relações positivas no trabalho com os pais 4,39 0,57 4,56 0,47 -2,172*
2. Proporcionar aos pais acesso a conhecimento e a informação 4,32 0,60 4,42 0,45 -1,122
3. Contribuir para a criação de ambientes seguros e inclusivos 4,37 0,69 4,23 0,73 1,227
4. Construir e manter relacionamentos com os outros profissionais 4,46 0,61 4,64 0,41 -2,350*
5. Construir e manter relacionamentos com a comunidade mais alargada 4,07 0,69 4,22 0,60 -1,407
6. Trabalhar com os pais para irem ao encontro das necessidades dos seus filhos 4,53 0,56 4,58 0,45 -,724
7. Reflectir e actualizar os seus próprios conhecimentos e a sua prática 4,46 0,58 4,36 0,53 1,141
8. Construir e manter relacionamentos no trabalho com os pais 4,13 0,70 3,99 0,71 1,225
9. Comunicar eficazmente com os pais 4,38 0,65 4,54 0,50 -1,731
10. Assegurar a confidencialidade respeitando, simultaneamente, as práticas legais de protecção da criança 4,69 0,43 4,78 0,36 -1,455
11. Proporcionar serviços que valorizem e respeitem os pais 4,37 0,59 4,36 0,62 0,0610
12. Trabalhar com grupos de pais 4,14 0,69 4,18 0,63 -0,418
13. Desenvolver a reflexão dos pais sobre a influência da parentalidade e sobre as relações pais-filhos 4,26 0,72 4,49 0,59 -2,285*
14. Trabalhar com os pais a compreensão e a satisfação das suas próprias necessidades 4,14 0,73 4,16 0,73 -0,166
15. Promover serviços que vão ao encontro das necessidades dos pais 4,15 0,69 4,19 0,59 -0,328
16. Trabalhar com os pais que têm necessidades complexas e com dificuldade em aceder aos serviços 4,15 0,65 4,23 0,66 -0,752
17. Cumprir os requisitos para a protecção e a segurança dos pais 4,20 0,69 4,35 0,61 -1,340
18. Publicitar os serviços e recrutar os pais 4,21 0,67 4,51 0,58 -2,946**
19. Desenvolver sessões de formação parental 4,23 0,73 4,44 0,56 -2,121*
20. Desenvolver e levar a cabo o trabalho entre Instituições, e de ligação intersectorial 4,12 0,72 4,23 0,81 -0,914
21. Apoiar outros profissionais no desenvolvimento das suas práticas 4,21 0,63 4,49 0,70 -2,678**
22. Assegurar o respeito pelos princípios legais, reguladores, éticos e sociais 4,27 0,86 4,54 0,76 -2,048*
23. Contribuir para o trabalho da equipa 4,38 0,67 4,59 0,62 -1,959

* p ≤ 0,05; ** p ≤ 0,01.

Fonte: Os autores (2019).

As diferenças estatisticamente significativas entre os PEP, com e sem formação em nível avançado, relativamente à importância que atribuem às práticas, verificam-se nas dimensões que se seguem, sendo revelador que, em todos os quesitos, o impacto que a formação especializada tem no nível avançado é expressivo: - Contribuir para a construção de relações positivas no trabalho com os pais, t(127,750) = -2,172, p = 0,032, respectivamente (4,56 vs 4,39).

  • Construir e manter relacionamentos com os outros profissionais, t(151,975) = -2,350, p = 0,020, resultante (4,64 vs 4,46).

  • Desenvolver a reflexão dos pais sobre a influência da parentalidade e sobre as relações pais-filhos, t(127,173) = -2,285, p = 0,024, correlação (4,49 vs 4,26).

  • Publicitar os serviços e recrutar os pais, t(178) = -2,946, p = 0,004, respectivamente (4,51 vs 4,21).

  • Desenvolver sessões de formação parental, t(134,649) = -2,121, p = 0,036, resultante (4,44 vs 4,23).

  • Apoiar outros profissionais no desenvolvimento das suas práticas, t(178) = -2,678, p = 0,008, correlação (4,49 vs 4,21).

  • Assegurar o respeito pelos princípios legais, reguladores, éticos e sociais, t(134,649) = -2,048, p = 0,043, respectivamente (4,54 vs 4,27).

  1. Relação entre a formação especializada dos PEP e a importância que atribuem às práticas.

Tendência equivalente encontramos relativamente à importância que os PEP atribuem às práticas.

As diferenças estatisticamente significativas entre os PEP, com e sem especialização e formação em nível avançado, relativamente à importância que atribuem às práticas situam-se nas seguintes dimensões:

  • Comunicar eficazmente com os pais, t(157,052) = -3,238, p = 0,001, os números mais favoráveis ao perfil indicado são 4,56 vs 4,27.

  • Assegurar a confidencialidade respeitando, simultaneamente, as práticas legais de proteção da criança, t(178) = -1,993, p = 0,048, a correlação aqui é 4,47 vs 4,65.

  • Proporcionar serviços que valorizem e respeitem os pais, t(178) = -2,062, p = 0,041, o resultado encontrado foi 4,45 vs 4,27.

  • Desenvolver a reflexão dos pais sobre a influência da parentalidade e sobre as relações pais-filhos, t(152,218) = -2,217, p = 0,028,- a sensibilidade maior se revela nos números -4,43 vs 4,20.

  • Trabalhar com os pais que têm necessidades complexas e com dificuldade em aceder aos serviços, t(178) = -2,070, p = 0,040, com o resultado de 4,27 vs 4,07.

  • Apoiar outros profissionais no desenvolvimento das suas práticas, t(178) = -2,301, p = 0,028, números correlativos apresenta o resultado 4,40 vs 4,27.

  • Assegurar o respeito pelos princípios legais, reguladores, éticos e sociais, t(178) = -2,508, p = 0,013, sendo resultante o valor 4,49 vs 4,19.

  • Contribuir para o trabalho da equipa, t (156,500) = -2,784, p = 0,006, com o resultado de 4,57 vs 4,30.

Fonte: Os autores (2019).

Figura 2 Importância atribuída das práticas EP em função da formação pós-graduada. 

6 Discussão

A elevada importância que os PEP atribuem às práticas parentais é uma tendência que vai ao encontro das próprias recomendações políticas e legislativas. Ao longo das últimas três décadas, os governos têm vindo a preocupar-se com os custos e risco gerados pelo facto de as crianças viverem em ambientes nos quais os pais apresentam défices de competências parentais. Para colmatar este défice, os Estados procuram atualmente formas de proporcionar apoio aos pais através de Políticas Públicas e, assim, melhorar os resultados nas crianças e nas famílias; a EP pode ser uma iniciativa comum usada pelos governos para atingir esses objetivos (SHULRUF; O’LOUGHLIN; TOLLEY, 2009). As agências governamentais e sociais devem usar a EP como forma de responder tanto a questões simples, como a questões mais complexas.

Fonte: Os autores (2019).

Figura 3 Importância atribuída às práticas EP em função da formação especializada. 

Os PEP valorizam as práticas descritas nos 23 padrões de qualidade. Quando analisamos as respostas dos PEP relativamente à importância atribuída às práticas, verificamos que, na generalidade, dão elevada importância a todos os 23 padrões, acima do ponto médio da escala (3, é importante), contudo, a algumas delas atribuem importância notoriamente superior. As estatísticas descritivas indicam que o padrão mais valorizado é “Assegurar a confidencialidade respeitando, simultaneamente, as práticas legais de proteção da criança”, enquanto a dimensão “Construir e manter relacionamentos no trabalho com os pais” é o que os PEP menos valorizam.

Um resultado a ser sublinhado no nosso estudo, é que a formação especializada e em nível avançado parece ser uma determinante no que toca à importância que os PEP atribuem às práticas, diferenciando-se, significativamente, aqueles que a possuem, nos seguintes padrões: “Contribuir para a construção de relações positivas no trabalho com os pais”, “Construir e manter relacionamentos com os outros profissionais”, “Desenvolver a reflexão dos pais sobre a influência da parentalidade e sobre as relações pais-filhos”, “Publicitar os serviços e recrutar os pais”, “Desenvolver sessões de formação parental”, “Apoiar outros profissionais no desenvolvimento das suas práticas” e “Assegurar o respeito pelos princípios legais, reguladores, éticos e sociais”.

A formação especializada tende, também, a determinar a importância dada às práticas parentais. As diferenças entre os PEP, com e sem formação especializada, relativamente à importância que atribuem às práticas, situam-se nos seguintes padrões: Comunicar eficazmente com os pais, Assegurar a confidencialidade respeitando, simultaneamente, as práticas legais de proteção da criança, Proporcionar serviços que valorizem e respeitem os pais, Desenvolver a reflexão dos pais sobre a influência da parentalidade e sobre as relações pais-filhos, Trabalhar com os pais que têm necessidades complexas e com dificuldade em aceder aos serviços, Apoiar outros profissionais no desenvolvimento das suas práticas, Assegurar o respeito pelos princípios legais, reguladores, éticos e sociais, Contribuir para o trabalho da equipa.

A definição das dimensões consideradas relevantes na função de apoio aos pais pode constituir um importante contributo para o conhecimento, recrutamento e formação dos PEP, numa perspetiva de Parentalidade Positiva. Torna-se necessário caminhar para assegurar que os educadores sejam reconhecidos como tendo estatuto profissional. Doherty (2000) enfatiza o modelo colaborativo mediante o qual o impulso possa ser gerado pelas famílias e comunidades, a partir das suas necessidades, para a construção de um corpo de conhecimento. Os PEP necessitam compreender o desafio único do seu trabalho e desenvolver estratégias de resposta aos problemas que enfrentam, através da formação.

A sociedade está em permanente mudança. Decorrentes dessa evolução, hoje, os pais são confrontados com circunstâncias que desconheciam quando eram crianças. Não é possível aos pais educar com base na intuição e na sorte. A tarefa central dos pais não é só assegurar a sobrevivência dos seus filhos, mas fornecer a disciplina, o afeto e os meios apropriados, de forma a dotar os filhos de capacidades e estratégias que lhe permitam desenvolver as suas capacidades plenamente, dentro e fora de casa (COWAN; POWELL; COWAN, 1998).

Recuperando o trabalho de Silva Neto, Lobo e Carvalho (2012), este estudo remete-nos para a evidência de que as mudanças sociais e demográficas, as crises económicas e políticas, os novos valores e outros fatores, requerem processos de adaptação por parte das famílias, para o que necessitam de comunidades sensíveis e bem coesas que as ajudem a fortalecer-se para que possam levar a cabo o seu importante trabalho numa sociedade dinâmica e em mudança. (RODRIGO; MÁIQUEZ; MARTÍN, 2010). O papel dos PEP tem evoluído ao longo do tempo, tal como o nosso conhecimento sobre as crianças, a parentalidade e a educação de adultos (DEBOARD; MATTA, 2002). A tarefa da educação parental engloba uma multiplicidade de competências e implica a convergência de áreas (CAMPBELL; PALM, 2004; POWELL; CASSIDY, 2000), nas quais a formação é reconhecida como essencial.

De acordo com os resultados encontrados, verificou-se que os PEP profissionais atribuem elevada importância às práticas de qualidade. A formação especializada e em nível avançado dos PEP está relacionada com a importância que estes atribuem às práticas de qualidade. O facto é que os PEP investidos destas formações diferenciadas, valorizam-nas mais acentuadamente.

Tais conclusões levam a considerar, por isso, a necessidade urgente da formação dos profissionais de Educação Parental, inserida dentro de uma política pública de formação continuada, pois isso confere uma outra visão da importância das práticas de qualidade, segundo os padrões definidos.

O papel dos pais e dos que os apoiam no desenvolvimento dos seus filhos e das suas famílias tornou-se um assunto atual, com uma atenção política considerável, assumindo a forma de um vasto conjunto de políticas públicas e medidas de intervenção. O objetivo final da EP deverá ser a promoção de uma educação sensível aos direitos da criança e da Parentalidade Positiva. Para isso, torna-se necessário cumprir as orientações da União Europeia, que recomendam às nações fornecerem aos pais os meios que lhes permitam conhecer a natureza e os seus papéis, bem como os direitos da criança, as suas responsabilidades e as obrigações. A parentalidade proporciona, de per si, uma autopercepção com a qual os genitores crescem e se desenvolvem como pais e como pessoas (DEMICK, 2002). Os educadores parentais necessitam compreender esse processo de desenvolvimento parental e a forma de promover esse crescimento (THOMAS; COOKE; SCOTT, 2006).

A oferta de programas para pais representa um caminho importante, especialmente quando combinada com políticas sociais (MORAN; GATE; MERWE, 2004). Mas, para além da qualidade dos programas, torna-se imperativo disponibilizar formação profissional, supervisão, avaliação e recursos para os PEP implementarem essa resposta com eficácia. Não podemos construir trajetórias de promoção da Parentalidade Positiva sem profissionais qualificados que sejam eficazes e eficientes.

Os técnicos que intervêm nas famílias devem beneficiar de apoio na avaliação e desenvolvimento dos seus programas e também de formação e acesso à investigação e às iniciativas políticas. Esses são passos importantes no desenvolvimento de uma cultura baseada em evidências (REYNOLDS; COTTON, 2007). A formação gerará o valor das práticas de Educação Parental e permitirá a validação de conhecimentos e o reforço da componente prática nos programas de Educação Parental, para uma PARENTALIDADE POSITIVA.

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1 Doravante, em remissão ao mestrado usaremos a expressão convencional “nível avançado”.

Apêndice

QUESTIONÁRIO DE COMPETÊNCIAS PARA O TRABALHO COM OS PAIS VISÃO DOS PROFISSIONAIS

Pye Tait (2001), An Occupational and Functional Map of the UK Parenting Education and Support Sector. Harrogate.

(Adaptado e traduzido por A. Almeida, M. Ribeiro dos Santos e O. Carvalho, 2009)

Este questionário constitui um dos instrumentos utilizados, no âmbito de um trabalho de investigação tem como objectivo exclusivo a recolha de dados relativos às práticas de Educação/Formação Parental e dirige-se àqueles que desenvolvem acções nesta área.

O questionário é anónimo e as respostas são confidenciais.

A sua colaboração é muito importante! O bom resultado do trabalho vai depender da veracidade de dados fornecidos e da sua resposta a todas as questões.

O questionário lista um conjunto de práticas. Antes de responder proceda a uma leitura cuidada da descrição de cada prática. Faça um círculo em volta do número da escala de cotação (variando desde Não Importante - 1 até Essencial - 5) para indicar a importância que para si tem essa prática (1ª coluna). Assinale, também com uma cruz (segunda coluna) a necessidade que sente de formação nesse domínio.

Em seguida faça um círculo em volta do número correspondente da escala de cotação de 5 pontos (variando desde Nunca - 1 até Sempre - 5) que melhor reflicta Quantas Vezes se envolve nessa prática, nas suas intervenções com as famílias ou de Educação/Formação Parental (terceira coluna). Por fim assinale com uma cruz se não é a sua função ou se não tem condições.

Práticas do Educador/Formador Parental Que importância atribui a esta prática? Que necessidade tem de formação neste domínio? Quantas vezes utiliza esta prática?
Não é Importante Tem alguma Importância É Importante É Muito Importante É Essencial Muita Alguma Nenhuma Nunca Raramente Às vezes Frequente-mente Sempre Não é a minha função Não tenho condições
1. Contribuir para a construção de relações positivas no trabalho com os pais
1.1. Ouvir e responder aos pais 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
1.2. Ajudar os pais a usarem os serviços locais de apoio à parentalidade 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
2. Proporcionar aos pais acesso a conhecimento e a informação
2.1. Solicitar e proporcionar informação numa linguagem e num formato apropriados 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
2.2. Fornecer directamente aos pais conhecimentos e informações 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
2.3. Proporcionar aos pais o acesso a conhecimento e a informação 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
3. Contribuir para a criação de ambientes seguros e inclusivos
3.1. Ajudar os pais a sentirem-se confiantes e confortáveis 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
3.2. Valorizar e respeitar a diversidade da cultura e do contexto de vida dos pais 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
4. Construir e manter relacionamentos com os outros profissionais
4.1. Estabelecer contactos e comunicar eficazmente com colegas 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
4.2. Reconhecer e valorizar o trabalho dos colegas 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
5. Construir e manter relacionamentos com a comunidade mais alargada
5.1. Identificar e estabelecer contactos com as pessoas-chave da comunidade alargada 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
5.2. Procurar oportunidades para estabelecer relacionamentos com as pessoas-chave na comunidade abrangente 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
5.3. Partilhar informação e encorajar o desenvolvimento de estratégias de apoio aos pais na comunidade mais alargada 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
6. Trabalhar com os pais para irem ao encontro das necessidades dos seus filhos
6.1. Trabalhar com os pais para explorarem as necessidades das crianças 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
6.2. Trabalhar com os pais para encontrarem formas positivas de irem ao encontro das necessidades físicas das crianças 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
6.3. Trabalhar com os pais para encontrarem formas positivas de irem ao encontro das necessidades emocionais das crianças 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
7. Reflectir e actualizar os seus próprios conhecimentos e a sua prática
7.1. Reflectir sobre e avaliar a eficácia da sua própria prática 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
7.2. Identificar e fazer uso de oportunidades para desenvolver e actualizar a sua prática profissional e para aprender com a experiência 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
7.3. Integrar novos conhecimentos, a experiência de outros e as perspectivas actuais na sua própria prática profissional 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
8. Construir e manter relacionamentos no trabalho com os pais
8.1. Negociar e acordar as bases de relacionamento com os pais 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
8.2. Chegar a acordo acerca dos limites do relacionamento 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
8.3. Manter o relacionamento com os pais 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
9. Comunicar eficazmente com os pais
9.1. Encorajar a comunicação por parte dos pais 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
9.2. Facilitar a comunicação com os pais 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
9.3. Reconhecer e responder às necessidades de comunicação 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
10. Assegurar a confidencialidade respeitando, simultaneamente, as práticas legais de protecção da criança
10.1. Manter a confidencialidade 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
10.2. Fazer registos e mantê-los confidenciais 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
10.3. Responder a preocupações relacionadas com a protecção da criança 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
11. Proporcionar serviços que valorizem e respeitem os pais
11.1. Escutar os pais e reconhecer os seus sentimentos e o valor experiências 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
11.2. Reconhecer as forças dos pais e ajudá-los a construir sobre elas 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
11.3. Promover o valor e o reconhecimento da diversidade nos papéis parentais e sociais 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
11.4. Reconhecer as dificuldades que as famílias individualmente podem enfrentar e identificar o apoio de que elas precisam 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
12 Trabalhar com grupos de pais
12.1. Negociar e acordar o âmbito e a base de trabalho 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
12.2. Seleccionar estratégias e materiais para ir ao encontro das necessidades do grupo 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
12.3. Permitir o funcionamento eficaz do grupo 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
13. Desenvolver a reflexão dos pais sobre a influência da parentalidade e sobre as relações pais-filhos
13.1. Ajudar os pais a descobrirem as diferentes influências na parentalidade e a reconhecer os seus efeitos 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
13.2. Trabalhar com os pais a utilização do conhecimento e a consciência das influências na parentalidade 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
14. Trabalhar com os pais a compreensão e a satisfação das suas próprias necessidades
14.1. Facilitar a exploração das necessidades dos pais por parte deles mesmos 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
14.2. Trabalhar com os pais para os ajudar a responder às suas necessidades 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
15. Promover serviços que vão ao encontro das necessidades dos pais
15.1. Trabalhar com os pais para acordar quais são as suas necessidades 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
15.2. Trabalhar com os pais para explorar os efeitos dos desafios e das mudanças 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
15.3. Trabalhar com os pais para desenvolver estratégias de resposta a mudanças e desafios 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
16. Trabalhar com os pais que têm necessidades complexas e com dificuldade em aceder aos serviços
16.1. Desenhar e planear serviços que vão ao encontro das necessidades desses pais 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
16.2. Capacitar os pais para aceder aos serviços e apoios 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
16.3. Capacitar os pais com necessidades complexas para aprender acerca da parentalidade 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
17. Cumprir os requisitos para a protecção e a segurança dos pais
17.1. Proteger os adultos do abuso e/ou da violência 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
17.2. Implementar os procedimentos de saúde, de segurança e protecção 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
17.3. Seguir os procedimentos de emergências 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
18. Publicitar os serviços e recrutar os pais
18.1. Divulgar os serviços de apoio à parentalidade 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
18.2. Recrutar os pais para programas de parentalidade 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
19 Desenvolver sessões de formação parental
19.1. Identificar opções para as sessões de formação/educação parental 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
19.2. Providenciar sessões de formação 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
20. Desenvolver e levar a cabo o trabalho entre Instituições, e de ligação intersectorial
20.1. Promover a integração e estratégias intrasectoriais 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
20.2. Comunicar e fazer a ligação com outras Instituições / sectores 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
20.3. Estabelecer fronteiras e definir os papéis de cada uma das Instituições 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
21. Apoiar outros profissionais no desenvolvimento das suas práticas
21.1. Apoiar e partilhar com os outros profissionais problemas e dificuldades 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
21.2. Partilhar a sua própria experiência em benefício dos outros profissionais 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
22. Assegurar o respeito pelos princípios legais, reguladores, éticos e sociais 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
23. Contribuir para o trabalho da equipa
23.1. Trabalhar como membro da equipa 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    
23.2. Ajudar os outros a desenvolverem os seus papéis 1 2 3 4 5       1 2 3 4 5    

Recebido: 31 de Julho de 2017; Aceito: 16 de Maio de 2019

Informações dos autores

Olivia Carvalho: Doutoramento em Psicologia, Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento. Pós-Graduação “Supervisão de Estudos de Caso em Contextos de Risco e Sofrimento Psicológico e Socio Educacional (Crianças e Jovens), FPCE-UP, Porto. Pós-Graduação/Especialização em Direito das Crianças. Especialização em Desenvolvimento Pessoal e Social e Educação Cívica. Psicóloga Clínica, membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP). Professora Auxiliar da Universidade Portucalense Infante D. Henrique, Porto, Portugal. Professora no Instituto de Estudos Superiores de Fafe, Portugal, IESF (Mestrado Educação Especial – Domínio Cognitivo e Motor; Especialização Educação Especial-Domínio Cognitivo e Motor; Pós-Graduação Educação Especial – Domínio Cognitivo e Motor; Licenciatura Educação Social); Membro da Comissão de Coordenação do Curso do Mestrado-Educação Especial do IESF. Co-Coordenadora do Curso de Pós-graduação Coaching & Mentoring da Universidade Portucalense Infante D. Henrique, Porto. Co-Coordenadora da Formação Aplicada Direitos da Criança e Responsabilidades Parentais da Universidade Portucalense Infante D. Henrique, Porto; Juíza Social Efetiva no Tribunal da Comarca, Unidade Central de Família e Menores. Investigadora no Cepese e no IJP (Coordenadora do projeto Ser criança com direitos). Contato: olivia@uportu.pt

Cristina Costa-Lobo: Doutorada em Psicologia. Professora auxiliar da Universidade Portucalense Infante D Henrique, Porto, Portugal (Mestrado de Psicologia clínica e da saúde. Mestrado de Administração e Gestão da Educação. Mestrado de Ciências da Educação). Professora catedrática convidada da Unifacs, Bahia (Mestrado de Direito, Governança e Políticas Públicas). Professora associada da Unicentro, Guarapuava, Paraná (Mestrado de Educação). Professora coordenadora (Mestrado de Educação: Creche) e Diretora de Inovação Educacional do Instituto de Estudos Superiores de Fafe, Portugal. Investigadora da Cátedra Unesco de Juventude, Educação e Sociedade. Investigadora do CEPESE, Investigadora do INPP-UPT, do GICE-UAM, da Reineva, do BBI-UFP. Contato: ccostalobo@upt.pt

Jose Euclimar Menezes: Mestrado e Doutorado em Filosofia Contemporânea pela Unicamp. Pós-Doutorado em Filosofia Contemporânea pela Pontifícia Università Lateranensi, Roma. Docente e pesquisador nas seguintes instituições: PUC-SP, Faculdade Ruy Barbosa, Faculdade Santíssimo Sacramento e na Universidade Católica de Salvador. Docente e pesquisador na Universidade Salvador. Editor da Revista Diálogos Possíveis. Coordenador do grupo de pesquisa Políticas e epistemes da cidadania/CNPq/Universidade Salvador. Integrante do corpo de pesquisadores do Instituto Jurídico Portucalense, IJP/Universidade Portucalense/Porto/Portugal. Coordenação do Programa de Pós-Doutorado criado pelo convênio celebradoentre Universidade Salvador e Universidade Portucalense. Contato: menezesjex@hotmail.com

Belkis Oliveira: Investigadora da UPT e da UNED Madrid. Coordenadora geral do departamento de investigação e desenvolvimento da ASI (Associação de Solidariedade Internacional). Contato: oliveira.belkis@gmail.com

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