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Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade

versión impresa ISSN 0104-7043

Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade vol.27 no.52 Salvador mayo/ago 2018  Epub 02-Jul-2019

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2018.v27.n52.p11-12 

Apresentação

APRESENTAÇÃO

Carlos Alberto Cioce Sampaio

Francisca de Paula Santos da Silva


Educação, Ecossocioeconomia e Turismo de Base Comunitária

Estamos lançando o dossiê nº 52 da Revista da FAEEBA - Educação, Ecossocioeconomia e Turismo de Base Comunitária -, que apresenta aos seus leitores, com a assinatura de pesquisadores nacionais e internacionais, temas instigantes que desafiam a educação do século XXI, relacionados à necessidade premente de construirmos uma sociedade sustentável e mais justa na contemporaneidade, haja visto as mazelas do padrão capitalista.

Ecossocioeconomias, tema privilegiado neste dossiê, tratam-se de dinâmicas societárias contemporâneas que enfrentam problemas sistêmicos que são recorrentes às pessoas que vivem em comunidades, organizações, unidades de conservação, microrregiões e demais espaços territoriais. Esses criam de maneira inovadora arranjos socioprodutivos entre atores interessados em enfrentar tais desafios, valendo-se de conhecimentos produzidos e compreendidos a partir do senso de lugar, e que também reverberam em demais espaços diante do que se vive em um mesmo planeta.

A Revista se inicia com o artigo Ecosocioeconomías: um concepto em contrucción, de Carlos Alberto Cioce Sampaio, Christian Henriquez Zuñiga e Felix Fuders, dois autores chilenos e um brasileiro que estão na ponta desta questão, até porque pertencem ao restrito grupo daqueles que estão desenvolvendo o conceito inovador, que propõe trabalhar em três dimensões: economia, sociologia e ecologia, para que se obtenham soluções sociais sustentáveis para problemas comuns às pessoas.

A abordagem parece somar-se ao artigo seguinte, Aprendizagem Expansiva e Ecossocioeconomias na Prática Artesanal da Feira de Arte e Artesanato do Largo da Ordem, em Curitiba-PR, no qual Fabiola Zdepski, Isabel Grimm e Mario Procopiuck estudam a formação em ecossocioeconomia, potencializada pelo que conceituam como a aprendizagem expansiva, que acontece quando a formação de artesãos, participantes de feiras e outros agentes populares incorporam em suas práticas mestre/aprendiz as questões próprias da ecossociocidadania.

Outro tema, o Turismo de Base Comunitária (TBC), que privilegia a autonomia e emancipação das comunidades, aparece na Revista como um caso particular, e ampliado pelo foco que temos na Bahia com esta forma de prática ecossocioeconômica. O TBC é caracterizado por um modus operandi comunitário, baseado em princípios da economia solidária, comércio justo e autogestão, e organização em redes que privilegiam ações coletivas colaborativas. Nestas práticas têm-se a cultura como alicerce do processo de construção de conhecimento, organização e gestão do turismo de base comunitária.

Luciana Martins, Francisca de Paula e Alfredo Matta apresentam sua construção de História Pública, permeada de solução prática desenvolvida cientificamente com metodologia DBR, ao escreverem Museu Virtual Quilombo Cabula: educação dialógica para o turismo de base comunitária, artefato educacional produzido do diálogo de pesquisadores com a comunidade, construção mediada pelos princípios ecossocioeconômicos, e de pluralidade cultural, próprios do projeto TBC na região do Cabula, miolo de Salvador, Bahia, Brasil.

Na mesma direção, Giovanna Del Gobbo, Eduardo Nunes e Anaie Morais desenvolvem o estudo Círculo de Estudos, Observatório de Educação e Turismo de Base Comunitária: contribuições de metodologias participativas para o desenvolvimento local, no qual o diálogo com a sustentabilidade, a ação pública e dos cidadãos é estudado na forma como acontece no TBC Cabula.

O dossiê segue apresentando estudos que se relacionam ao TBC e à Ecossocioeconomia em outras partes do Brasil, revelando a potencialidade da abordagem. É assim em Educação para o Ecodesenvolvimento no Ensino Básico sob a Perspectiva da Ecossocioeconomia, de Diego dos Santos e Cristiane Souza, no qual a pesquisa-ação é utilizada para resultar em inovadora abordagem pedagógica focada na sustentabilidade em Blumenau-SC.

Gercton Coutinho, Maria Geralda de Miranda e Reis Friede, por sua vez, mostram os impactos socioambientais do turismo da Ilha Grande, Rio de Janeiro, apresentando os problemas causados pelo turismo convencional na Ilha, praticado desde a década de 1980, e a perspectiva de mudança, caso se construa um turismo protagonizado pelos ilhéus, bem como defende o Turismo de Base Comunitária. O artigo em questão é Impactos Socioambientais do Turismo na Ilha Grande-RJ.

O Ceará vem desenvolvendo experiência de Turismo Comunitário há bastante tempo, e é de onde provém o estudo de Luzia Neide Coriolano e Maria Fernanda Pereira, no texto Turismo Comunitário na Busca do Desenvolvimento à Escala Humana em Icapuí, Ceará.

Fora os trabalhos selecionados para o dossiê, a Revista da FAEEBA mantém uma seção dedicada a estudos. Dois artigos foram selecionados para esta edição.

Em Infância no Contexto Prisional: reflexões sobre processos educativos e dignidade humana, de Marilúcia Peroza, trabalha-se sobre a humanitária questão da educação de crianças, filhas de mães que vivem em situação de cárcere. E ainda, Políticas Públicas e Estudos sobre o Espaço Físico para a Educação Infantil, de Liana Sodré e Djanira Santana, que estuda a questão do espaço físico e sua importância para a educação infantil.

Ao finalizarmos essa apresentação, identificando a pluralidade das reflexões que foram trazidas pelos distintos pesquisadores sobre os temas abordados, acreditamos que foram deixadas muitas inquietações, algumas certezas e, seguramente, dúvidas, que os leitores, poderão aprofundar na interlocução com cada um dos autores deste número da Revista da FAEEBA.

Queremos igualmente agradecer a todos aqueles que contribuíram para tornar realidade essa edição, Educação, Ecossocioeconomia e Turismo de Base Comunitária, aos autores que tiveram seus artigos publicados ou não, aos pareceristas e a toda a equipe editorial da Revista.

Carlos Alberto Cioce Sampaio Francisca de Paula Santos da Silva

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