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Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade

versión impresa ISSN 0104-7043versión On-line ISSN 2358-0194

Revista da FAEEBA: Educação e Contemporaneidade vol.29 no.59 Salvador jul./sept 2020  Epub 19-Jul-2021

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2020.v29.n59.p228-257 

DOSSIÊ TEMÁTICO

A EXPANSÃO DO ENSINO SECUNDÁRIO EM MINAS GERAIS: ESTATÍSTICAS, LEGISLAÇÃO E HISTORIOGRAFIA (1942-1961)

EXPANSION OF SECONDARY EDUCATION IN MINAS GERAIS: STATISTICS, LEGISLATION, AND HISTORIOGRAPHY (1942-1961)

LA EXPANSIÓN DE LA ENSEÑANZA SECUNDARIA EN MINAS GERAIS: ESTADÍSTICAS, LEGISLACIÓN E HISTORIOGRAFÍA (1942-1961)

Giseli Cristina do Vale Gatti*  (Uniube)
http://orcid.org/0000-0002-9237-8777

Décio Gatti Júnior**  (UFU)
http://orcid.org/0000-0002-5876-6733

*Doutora em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), na qual concluiu estágio de pós-doutorado. Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Uberaba (Uniube). Beneficiária do Edital Universal do CNPq. E-mail: giseli.vale.gatti@gmail.com

**Doutor em Educação: História e Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), com estágio de pós-doutorado concluído na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Professor Titular da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Beneficiário do Programa Pesquisador Mineiro da Fapemig. E-mail: degatti@ufu.br


Resumo

Apreendeu-se a expansão do Ensino Secundário em Minas Gerais, no Brasil, entre 1942 e 1961. Examinaram-se informações no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos e no Ministério da Educação e Cultura; legislação de ensino na Assembleia Legislativa de Minas Gerais; historiografia sobre o Ensino Secundário. Houve crescimento populacional de 42,5% no período, com expansão de 621,5% no número de matrículas no Ensino Secundário (de 21.439, em 1942, para 154.688, em 1963) e de 137 estabelecimentos, em 1945, para 437, em 1959 (219% de crescimento). Houve intenso movimento legiferante estadual até 1930, mas, depois, o governo central assumiu a legislação educacional. A historiografia sobre o Ensino Secundário mineiro localizada compreendeu 57 trabalhos, com predomínio da História das Instituições Escolares. Houve forte expansão do Ensino Secundário em Minas Gerais, com oferta privada predominante, notadamente católica, mediante subvenções públicas.

Palavras-chave: História; Educação; Ensino secundário; Minas Gerais; Expansão

Abstract

Considerable expansion of secondary education in Minas Gerais, Brazil, can be perceived from 1942 to 1961. An examination was made of information in the Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), in the Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, and in the Ministério da Educação e Cultura; of education legislation in the Legislative Assembly of Minas Gerais; and of historiography regarding secondary education. Population growth of 42,5% occurred in this period, with expansion of 621,5% in the number of enrollments in secondary education (from 21.439 in 1942 to 154.688 in 1963) and expansion in the number of schools (from 137 schools in 1945 to 437 schools in 1959 - 219% growth). There was intense state legislative activity up to 1930, but then the national government took over educational legislation. Historiography regarding secondary education specifically in Minas Gerais consists of 57 studies, with predominance of the History of School Institutions. There was strong expansion of secondary education in Minas Gerais, with predominance of private schooling, most notably Catholic, through public funding.

Keywords: History; Education; Secondary education; Minas Gerais; Expansion

Resumen

Se recoge la expansión de la Enseñanza Secundaria en Minas Gerais, en Brasil, entre 1942 y 1961. Se examinaron informaciones en el Instituto Brasilero de Geografía y Estadística, en la Revista Brasilera de Estudios Pedagógicos y en el Ministerio de la Educación y Cultura; legislación de enseñanza en la Asamblea Legislativa de Minas Gerais; historiografía sobre la Enseñanza Secundaria. El crecimiento de la población del 42,5% ocurrió en este período. Se denota un crecimiento de matrículas en la Enseñanza Secundaria (de 21.439, en 1942, para 154.688, en 1963 - 621,5%) y de 137 escuelas, en 1945, para 437, en 1959 (219% de crecimiento). Hubo un intenso movimiento legislativo estatal hasta 1930. Sin embargo, después, el gobierno central asumió la legislación educativa. La historiografía sobre la Enseñanza Secundaria minera localizada comprende 57 trabajos, con predominio en la Historia de las Instituciones Escolares. Ocurrió una fuerte expansión de la Enseñanza Secundaria en Minas Gerais, con oferta privada predominantemente, sobre todo católica, mediante subvenciones públicas.

Palabras clave: Historia; Educación; Enseñanza secundaria; Minas Gerais; Expansión

Introdução

A forma como se estruturou o Ensino Secundário é um tema importante da pesquisa histórico-educacional brasileira e internacional, todavia, em um país de dimensões continentais como o Brasil, é de se esperar que o ritmo da escolarização nesse nível de ensino no território nacional tenha sido desigual e, possivelmente, diferente, seja no aspecto legislativo ou na configuração das instituições escolares, mas, também, nas disputas entre diferentes instâncias promotoras do ensino, estatais, da sociedade civil e confessionais.

Desse modo, no sentido de buscar conferir maior precisão ao modo como se expandiu e se estruturou o Ensino Secundário no Brasil, um conjunto de pesquisadores brasileiros, vinculados à instituições de educação superior localizadas em diferentes estados e regiões do país, uniram-se para desenvolver uma investigação acerca das especificidades estaduais do processo de escolarização em nível secundário no Brasil, tendo como marco temporal geral o período compreendido entre os anos de 1942 e 1961, momento no qual se tinha indícios que o processo de expansão deste nível de ensino teria sido mais intenso.

Em nosso caso, estivemos dedicados a investigar a realidade da expansão do Ensino Secundário no Estado de Minas Gerais entre as décadas de 1940 e 1960, por meio de três frentes de pesquisa. Na primeira, estivemos preocupados com os dados estatísticos gerais e específicos sobre o Ensino Secundário. A segunda frente abarcou a legislação do Ensino Secundário em termos nacionais, mas, sobretudo, em âmbito estadual. Por fim, a terceira frente de pesquisa abrangeu a historiografia nacional sobre o Ensino Secundário em Minas Gerais (GATTI; GATTI JÚNIOR, 2020).

Para tanto, foram acionadas diferentes e importantes fontes de pesquisa. No que se refere ao exame das informações estatísticas sobre a população e sobre o Ensino Secundário em Minas Gerais, esta atividade delongou muito tempo da investigação e foi realizada, inicialmente, por meio da consulta ao conteúdo específico sobre Minas Gerais disposto em vinte e dois volumes do Anuário Estatístico do Brasil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicados entre os anos de 1946 e 1968 (BRASIL, 1946, 1947, 1948, 1949, 1950, 1951, 1952, 1953a, 1953b, 1954, 1955, 1956, 1957, 1958, 1959a, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1966, 1968).

Em seguida, com a finalidade de precisar se os estabelecimentos escolares do Ensino secundário em Minas Gerais estiveram vinculados à iniciativa do Estado, da sociedade civil ou das confissões religiosas, foi necessário um trabalho de investigação sobre cada um dos estabelecimentos de Ensino Secundário em funcionamento nos anos de 1945 e de 1959, para o que foi fundamental a consulta aos dados sobre estabelecimentos desse nível de ensino contidos em duas publicações, a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (O ENSINO..., 1945) e a publicação intitulada Estabelecimentos do Ensino Secundário em Funcionamento no Brasil até 1959 (inclusive) (BRASIL, 1959b), realizada pela Seção de Prédios e Aparelhamento escolar da Diretoria do Ensino Secundário do Ministério da Educação e Cultura, em 1959.

Quanto à legislação de ensino, houve consulta aos acervos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, do Arquivo Público Mineiro, bem como o necessário cotejamento com informações bibliográficas. Esta consulta realizou-se presencialmente, para o reconhecimento do acervo e dos diligentes funcionários responsáveis, mas, também, com auxílio destes, no trabalho direto com o material já disponível on-line.

Por fim, no que se refere à historiografia sobre o Ensino Secundário em Minas Gerais, foram consultados o catálogo de teses e dissertações da CAPES, o acervo particular de livros e periódicos e os principais periódicos da área de Educação e de História da Educação.

A partir desse conjunto significativo de informações levantadas foi possível proceder a análise dos dados que serão apresentadas a seguir em três seções específicas. A primeira delas abordará a expansão do Ensino Secundário em Minas Gerais, por meio da análise dos dados estatísticos levantados. Na segunda seção, o exame recairá sobre a legislação do Ensino Secundário, com análise que evidenciará os aspectos específicos do Estado de Minas Gerais e sua relação com as normativas nacionais. Por fim, a análise recairá sobre a historiografia que foi possível levantar até o presente momento sobre o Ensino Secundário em Minas Gerais. Nas considerações finais, buscou-se apresentar algumas conclusões a que se foi possível chegar até o presente momento, bem como apontar questões que podem animar a continuidade da pesquisa sobre o Ensino Secundário em Minas Gerais.

1. População e Ensino Secundário no Estado de Minas Gerais (1940-1960)

Nesta primeira seção, abordaremos os principais dados estatísticos que conseguimos acessar em diferentes acervos nacionais e estaduais. A partir desses dados, procederemos a análise e atribuiremos significados interpretativos, buscando indicar razões e buscar consequências da evolução quantitativa geral, acerca de dois enfoques principais, a situação da população de modo mais geral e do Ensino Secundário em particular no Estado de Minas Gerais.

Nessa direção, parece importante mencionar o número de estabelecimentos do Ensino Secundário em funcionamento no Brasil, em dois momentos, 1945 e 1959, dado que estes dados colaboram para contextualizar numericamente a situação nacional, com possibilidade de destacar no universo dos diferentes estados da Federação, com dimensões territoriais e quantitativos populacionais diversos, a situação particular do Estado de Minas Gerais, conforme se pode examinar nas Tabelas 1 e 2 expostas a seguir.

Tabela 1 Número de estabelecimentos de Ensino Secundário por Estado no Brasil (1945) 

Unidades Federadas Ginásios Ginásios e Colégios Total %
São Paulo 139 91 230 27,8%
Minas Gerais 100 37 137 16,6%
Distrito Federal 43 49 92 11,1%
Rio Grande do Sul 61 14 75 9,1%
Rio de Janeiro 38 15 53 6,4%
Pernambuco 20 17 37 4,4%
Bahia 17 11 28 3,3%
Paraná 12 16 28 3,3%
Ceará 20 07 27 3,2%
Espírito Santo 12 05 17 2,0%
Goiás 14 01 15 1,8%
Santa Catarina 08 04 12 1,4%
Mato Grosso 09 03 12 1,4%
Alagoas 05 05 10 1,3%
Piauí 08 01 09 1,2%
Rio Grande do Norte 08 01 09 1,2%
Paraíba 08 01 09 1,2%
Pará 03 05 08 1,0%
Maranhão 05 02 07 0,9%
Sergipe 06 01 07 0,9%
Amazonas 00 03 03 0,3%
Acre (Território) 02 00 02 0,2%
Brasil 538 289 827 100%

Fonte: O Ensino... (1945a, p. 283-284).

Tabela 2 Número de estabelecimentos de Ensino Secundário por Estado no Brasil (1959) 

Unidades Federadas Ginásios Colégios Total %
São Paulo 478 209 687 25,3%
Minas Gerais 344 93 437 16%
Rio Grande do Sul 204 56 260 9,5%
Distrito Federal 114 100 214 7,9%
Rio de Janeiro 125 47 172 6,3%
Paraná 117 31 148 5,5%
Pernambuco 113 24 137 5%
Bahia 107 17 124 4,6%
Ceará 86 14 100 3,7%
Goiás 64 08 72 2,7%
Espírito Santo 48 10 58 2,4%
Santa Catarina 45 9 54 1,9%
Alagoas 27 11 38 1,4%
Paraíba 30 6 36 1,3%
Piauí 27 5 32 1,19%
Mato Grosso 22 7 29 1,09%
Pará 20 8 28 1%
Maranhão 19 4 23 0,84%
Sergipe 20 3 23 0,84%
Rio Grande do Norte 14 6 20 0,73%
Amazonas 12 2 14 0,5%
Rondônia 3 1 4 0,14%
Acre 1 1 2 0,07%
Amapá 1 1 2 0,07%
Rio Branco 1 0 1 0,03%
Subtotal 2042 673 2.715 100%

Fonte: Brasil (1959b, p. 6).

Depreende-se dos dados apresentados nas Tabelas 1 e 2 que o Estado de São Paulo permaneceu na dianteira do número de estabelecimentos do Ensino Secundário nas duas oportunidades, 1945 e 1959, respectivamente, com 27,8% e 25,3%, todavia, sempre seguido pelo Estado de Minas Gerais, que possuía, respectivamente, 16,6% e 16% dos estabelecimentos brasileiros destinados ao Ensino Secundário naqueles mesmos levantamentos. Rio Grande do Sul e Distrito Federal alternaram-se, em cada levantamento, entre o terceiro e o quarto lugar, seguidos, com alguma distância, pelos demais estados. O conhecimento desta realidade permite que avancemos para compreender melhor a situação particular da História da Ensino Secundário no Estado de Minas Gerais, o que será intentado desde agora.

1.1 A evolução demográfica no Estado de Minas Gerais (1890-1965)

Em 1890, estimava-se que a população de Minas Gerais somava 3.184.099 habitantes, com crescimento de 84,9% até 1920, quando alcançou 5.888.174 habitantes. Entre 1920 e 1940, a população avançou para 6.736.416, assinalando um crescimento de 14,4% em vinte anos. De 1940 a 1950, o crescimento assinalado foi robusto, somando em uma década 14,5%, com o alcance de 7.717.792 habitantes. Por fim, entre 1950 e 1960, a população evoluiu para 9.798.880 habitantes, denotando um crescimento em uma década da ordem de 27%, conforme pode ser visto na Tabela 3.

Tabela 3 Evolução da população do Estado de Minas Gerais (1890-1960) 

ANO NÚMERO DE HABITANTES
Zona urbana Zona rural Total
1890 - - 3.184.099
1920 - - 5.888.174
1940 1.693.040 5.043.376 6.736.416
1950 2.320.054 5.397.738 7.717.792
1960 3.940.557 5.858.323 9.798.880

Fonte: Elaborado pelos autores deste artigo com base em dados obtidos em Brasil (1946, 1947, 1948, 1949, 1950, 1951, 1952, 1953a, 1953b, 1954, 1955, 1956, 1957, 1958, 1959a, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1966, 1968).

No que se refere à evolução da população urbana e rural, é possível depreender da Tabela 3 que houve estabilidade populacional na zona rural, mas, por outro lado, houve crescimento robusto da população urbana, com passagem de 1.693.040 habitantes, em 1940, para 3.940.557 em 1960, o que assinala um crescimento da ordem de 132% em apenas duas décadas. Percebe-se, desse modo, que a manutenção da estabilidade populacional na zona rural foi conseguida muito provavelmente graças a um processo de saída do homem do campo à cidade.

Essa assertiva parece ser confirmada pelo número de municípios que possuíam mais de 50 mil habitantes em Minas Gerais, que, em 1940, somavam 15 municípios, destacadamente, Belo Horizonte (211.650 habitantes), Juiz de Fora (106.482), Teófilo Otoni (86.242) e Barbacena (72.519), quase dobrando o número de municípios com mais de 50 mil habitantes no ano de 1960, quando foi alcançado o número de 27 municípios que possuíam mais de 50 mil habitantes, conforme pode ser visto detalhadamente na Tabela 4.

Tabela 4 Municípios acima de 50 mil habitantes no Estado de Minas Gerais em 1960 

NÚMERO MUNÍCIPIO NÚMERO DE HABITANTES
1. Belo Horizonte (Capital) 693.328
2. Juiz de Fora 182.481
3. Montes Claros 132.502
4. Teófilo Otoni 129.111
5. Governador Valadares 122.209
6. Caratinga 107.654
7. Patos de Minas 97.286
8. Itambacuri 95.739
9. Uberlândia 88.282
10. Uberaba 87.833
11. Ituiutaba 71.004
12. Barbacena 66.545
13. Ponte Nova 65.524
14. Minas Novas 64.362
15. Tarumirim 63.461
16. Januária 60.599
17. Salinas 59.195
18. São João del Rei 58.200
19. Conselheiro Lafaiete 55.567
20. Conselheiro Pena 54.432
21. Divinópolis 53.340
22. Curvelo 53.052
23. Diamantina 52.777
24. Araguari 52.191
25. Resplendor 52.035
26. Itajubá 51.245
27. Ubá 50.244

Fonte: Elaborado pelos autores deste artigo com base em dados obtidos em Brasil (1946, 1947, 1948, 1949, 1950, 1951, 1952, 1953a, 1953b, 1954, 1955, 1956, 1957, 1958, 1959a, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1966, 1968).

No que se refere ao munícipio de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, houve um incremento populacional significativo, com a passagem de 211.650 habitantes, em 1940, para 693.328 habitantes, em 1960, o que assinalou um crescimento populacional da ordem de 227,5% em duas décadas. Nessa direção, é provável que o interesse de porções populacionais cada vez mais significativas em residir na capital favoreceu esta situação acima da média do próprio Estado.

Todavia, cabe assinalar que as curvas ascendentes de crescimento populacional também puderam ser vistas, ainda que mediante menor intensidade, em outras municipalidades, tais como Juiz de Fora, que passou de 106.482 habitantes, em 1940, para 182.481 habitantes, em 1960, assinalando um adensamento populacional em duas décadas de 71,5%, o que não deixa de ser um número robusto, bem como Teófilo Otoni, cuja população cresceu 49,7% em duas décadas, passando de 86.242 habitantes, em 1940, para 129.111 habitantes, em 1960.

Quanto ao número de homens e mulheres entre as décadas de 1940 e 1950, foi possível perceber que houve equilíbrio nos percentuais para cada um dos sexos, com a população masculina, em 1950, somando 3.836.758 habitantes e a feminina, 3.881.034, respectivamente, 49,7 e 50,3%. No que se refere a cor, entre 1940 e 1950, os dados apontam em média para 59,8% de brancos, seguido de pardos (23,1%), pretos (16,95%) e, com boa distância, amarelos (0,02%). Os não declarados perfizeram uma média no período de 0,13%.

Um conjunto de dados importantes refere-se à faixa etária da população, com consequências na direção da demanda por escolarização em nível inicial, mas, em seguida, em nível secundário também. Deste modo, em Minas Gerais, no período compreendido entre 1940 e 1950, é possível afirmar que a população era predominantemente jovem, com concentração entre 0 e 24 anos. De um total de 6.736.416 habitantes em 1940, 4.357.498 estavam na faixa de 0 a 24 anos, o que perfazia um percentual significativo, de aproximadamente 64,7%. Em 1950, por seu turno, o percentual da população de 0 a 24 anos permaneceu alto, 64,1% da população total de 7.717.792 habitantes, conforme pode ser examinado na Tabela 5 a seguir.

Tabela 5 Número de habitantes por faixa etária no Estado de Minas Gerais (1940/1950) 

FAIXA ETÁRIA 1940 1950
00-04 1.079.690 1.278.885
05-09 1.002.305 1.093.276
10-14 900.226 985.255
15-19 738.796 862.458
20-24 636.481 731.477
Subtotal 4.357.498 (64,7%) 4.951.351 (64,1%)
25-29 527.431 589.394
30-39 759.138 892.639
40-49 528.310 616.366
50-59 310.146 365.681
60-69 165.295 195.167
70-79 59.417 70.555
80 + 25.575 27.074
Ignorada 3.606 9.565
Total 6.736.416 (100%) 7.717.792 (100%)

Fonte: Elaborado pelos autores deste artigo com base em dados obtidos em Brasil (1946, 1947, 1948, 1949, 1950, 1951, 1952, 1953a, 1953b, 1954, 1955, 1956, 1957, 1958, 1959a, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1966, 1968).

No que se refere à leitura e à escrita desde os cinco anos de idade, entre 1940 e 1950, a população do Estado de Minas Gerais era, em sua maior parte, analfabeta, sendo o percentual daqueles que sabiam ler e escrever muito baixo, alcançando, em média, apenas 35,7% da população do Estado, e a maior parte da população, 64,3%, permanecia sem saber ler e escrever. Houve sensível melhora entre 1940 e 1950, mas sem mudança significativa, conforme se pode examinar na Tabela 6.

Tabela 6 Leitura e escrita, desde 5 anos de idade, no Estado de Minas Gerais (1940-1950) 

Ano Sabe ler e escrever % Não sabe ler e escrever % Total
1940 1.868.515 33,2 3.758.878 66,8 5.627.397
1950 2.461.921 38,2 3.976.980 61,8 6.438.901

Fonte: Elaborado pelos autores deste artigo com base em dados obtidos em Brasil (1946, 1947, 1948, 1949, 1950, 1951, 1952, 1953a, 1953b, 1954, 1955, 1956, 1957, 1958, 1959a, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1966, 1968).

Os dados até aqui apresentados colaboram para a percepção da situação demográfica do Estado de Minas Gerais durante as décadas de 1940 a 1960, período no qual é visível um crescimento populacional continuado, com enorme adensamento da população em conglomerados urbanos, sendo o crescimento do número de cidades com mais de 50 mil habitantes uma amostra significativa.

Além disso, a população em idade escolar é a predominante, alcançando percentuais acima de 60%, o que, sem dúvida, esteve a provocar um incremento da demanda por escolarização, sobretudo junto a uma população na qual persistia um percentual elevado, de mais de 60%, que não sabia ler e escrever.

Desse modo, no que se refere à escolarização, houve respostas à demanda social que se avolumava, por meio de iniciativas estatais, da sociedade civil e confessionais, que se fizeram ver tanto na criação de escolas dedicadas às séries iniciais, nas zonas urbana e rural, como na expansão de estabelecimentos e de matrículas no Ensino Secundário, foco deste artigo e que será examinado logo a seguir.

1.2 O Ensino Secundário no Estado de Minas Gerais (1940-1960)

A demanda por escolarização ganhou adensamento ao longo do Século XX. O período compreendido entre as décadas de 1940 e 1960 teve ainda o agravante de sofrer enorme pressão demográfica, devido ao crescimento populacional, sobretudo na faixa etária compreendida entre 0 e 24 anos, que integrava 60% da população do Estado de Minas Gerais.

Contudo, o atendimento dessa demanda, no que se refere ao Ensino Secundário, só foi possível com a conjugação de esforços das iniciativas pública e particular. No setor público houve investimentos federais, estaduais e municipais, mas a centralidade da oferta de matrículas e de conclusões esteve a cargo das escolas estaduais, responsáveis, em 1955, por 84% das matrículas e 68% das conclusões do setor público.

Todavia, o atendimento particular era imensamente maior, pois que, nesse mesmo ano de 1955, o setor público abrigava apenas 11.050 matrículas, enquanto o setor privado dava lugar a 56.820 matrículas, perfazendo um total de 67.970 matrículas, das quais 16,3% no setor público e significativos 83,7% no setor privado.

De fato, a predominância da oferta privada sobre a pública é visível no período que se estende de 1942 a 1963, sendo que podemos expor dados que se referem aos anos de 1942, 1952, 1955 e 1963, sendo os dois últimos mais completos, em intervalos próximos no tempo, com a vantagem de que estas datas aproximam-se satisfatoriamente da periodização escolhida para a presente investigação, a título de lembrete, de 1942 a 1961. No sentido de corroborar o que se esteve a expor nos últimos parágrafos, apresentamos a seguir os dados contidos na Tabela 7.

Tabela 7 Ensino Secundário em Minas Gerais (1942, 1952, 1955 e 1963) 

Ano Matrículas Conclusões
Públicas % Privadas % Total Públicas % Privadas % Total
1942 - - - - 21.438 - - - - 4.609
1952 - - - - 58.258 - - - - 8.549
1955 11.050 16,3 56.820 83,7 67.870 1.572 14,2 9.469 85,8 11.041
1963 39.744 25,7 114.944 74,3 154.688 4.848 23,3 15.919 76,7 20.767

Fonte: Elaborado pelos autores deste artigo com base em dados obtidos em Brasil (1946, 1947, 1948, 1949, 1950, 1951, 1952, 1953a, 1953b, 1954, 1955, 1956, 1957, 1958, 1959a, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1966, 1968).

A concentração da oferta de matrículas e de conclusões na iniciativa particular também era corroborada pelo número de docentes e de estabelecimentos de ensino que, em 1955, alcançavam os percentuais de 83% quanto aos docentes e de 84,7% no que se refere aos estabelecimentos de ensino vinculados ao setor particular, em um universo total de 5.172 docentes e de 392 estabelecimentos, perfazendo, desse modo, no setor particular, 4.295 docentes e 332 estabelecimentos.

Na documentação examinada, sobretudo naquela depositada no acervo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foi possível encontrar indícios consistentes de regularidade na transferência de recursos públicos para a iniciativa privada, por meio de subvenções, sobretudo bolsas de estudos, mas, neste momento e no âmbito da presente pesquisa, não foi possível avançar para conclusões mais substantivas quanto a este importante aspecto.

Todavia, um ponto que precisou de aprofundamento investigativo esteve relacionado à tarefa de perscrutar no interior do universo da oferta privada quais seriam os montantes de instituições escolares vinculadas à sociedade civil e às confissões religiosas, em especial à confissão católica, visto que os dados encontrados até então não permitiam essa distinção.

Para tanto, partiu-se do exame das relações de estabelecimentos escolares secundários apresentadas em documentos do governo federal, com a escolha de dois especificamente, o primeiro, que se referia ao ano de 1945, no qual estavam dispostos 137 estabelecimentos em Minas Gerais (O ENSINO..., 1945), e o segundo, que se referia ao ano de 1959, no qual estavam elencados 437 estabelecimentos em Minas Gerais (BRASIL, 1959b). Sempre mediante alguma chance de incorreção, no primeiro caso, foi possível determinar a vinculação de todos os estabelecimentos, mas, no segundo caso, não se conseguiu definir com segurança 81 casos dentre os 437 examinados, conforme demonstrado na Tabela 8.

Tabela 8 Estabelecimentos do Ensino Secundário em Minas Gerais (1945-1959) 

Ano Estabelecimentos Total
Públicos Privados
Sociedade Civil Confessionais Sem identificação
1945 26 (19,0%) 041 (30,0%) 070 (51,0%) - 137
1959 65 (14,9%) 139 (31,8%) 152 (34,8%) 81 (18,5%) 437

Fonte: Elaborado pelos autores deste artigo com base em dados obtidos em: O Ensino... (1945, p. 305-309); Brasil (1959b, p.5) e Brasil (1959b, p.33-52).

Depreende-se dos dados apresentados na Tabela 8 que entre 1945 e 1959, período significativo no âmbito da presente pesquisa, os estabelecimentos públicos ficaram apenas próximos de 17% do total (26, em 1945; 65, em 1959), enquanto os privados tinham aproximadamente 83% do total de estabelecimentos (111, em 1945; 372, em 1959), o que, em termos estatísticos, alinha-se aos percentuais de matrículas e de conclusões no Ensino Secundário no Estado de Minas Gerais.

É importante destacar, no entanto, a predominância de estabelecimentos vinculados às confissões religiosas católicas, que ultrapassam numericamente e percentualmente o número de estabelecimentos vinculados às iniciativas da sociedade civil. Nesse sentido, parece importante mencionar que, no ano de 1945, o número de estabelecimentos católicos, 70, supera a soma do número de estabelecimentos públicos e privados da sociedade civil, 67. Já em 1959, houve alguma movimentação e, ainda que os católicos tivessem o maior número de estabelecimentos, 152, já não superavam a soma do número de estabelecimentos públicos e privados da sociedade civil, 204.

Outro aspecto importante diz respeito ao fato de que no período compreendido entre 1945 e 1959 ocorreu visível aumento do número de estabelecimentos do Ensino Secundário em Minas Gerais, saltando de 137 para 437, revelando um crescimento da ordem de 219%, em um intervalo curto de tempo, cerca de 14 anos, que foi maior do que o crescimento populacional registrado no período, da ordem de 42,5%, o que assinala uma busca de atendimento da demanda reprimida e nova, bem como um esforço consistente de ampliação da oferta educacional em nível secundário no Estado de Minas Gerais, por meio da ação, em especial, pela ordem, das confissões religiosas, da sociedade civil e do Estado, ainda que o setor público, notadamente estadual, mas também municipal, muito provavelmente subvencionassem regularmente os estabelecimentos católicos e da sociedade civil.

É interessante observar que os 137 estabelecimentos de Ensino Secundário existentes em Minas Gerais no ano de 1945 estão distribuídos em um universo de 84 municípios mineiros, sendo que há apenas uma escola secundária em 58 deles. Em outros 19 municípios, há duas escolas secundárias em cada um, alcançando 38 unidades. As demais escolas secundárias somam 41 unidades e estão concentradas em apenas 7 cidades: Belo Horizonte (19), Juiz de Fora (6), Uberlândia (4), Poços de Caldas (3), São João del Rei (3), Ubá (3) e Uberaba (3), conforme consta na Tabela 9 a seguir.

Tabela 9 Municípios do Estado de Minas Gerais com 03 ou mais escolas secundárias em 1945. 

No. Munícipio Estabelecimentos Subtotal
Públicos Privados
Sociedade Civil Confessionais
01 Belo Horizonte 03 03 13 19
02 Juiz de Fora 00 02 04 06
03 Uberlândia 01 02 01 04
04 Poços de Caldas 01 00 02 03
05 São João del Rei 00 00 03 03
06 Ubá 01 01 01 03
07 Uberaba 00 01 02 03
Total 06 09 26 41

Fonte: Elaborado pelos autores deste artigo com base em dados obtidos em O Ensino... (1945, p. 305-309).

Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, possuía, em 1945, o maior número de estabelecimentos de Ensino Secundário do Estado, com 19 unidades, em um universo de 137 estabelecimentos, perfazendo 13,9% do total do Estado, bem acima da segunda colocada, a cidade de Juiz de Fora, com 6 escolas secundárias, perfazendo 4,4%.

É notável que 13 dentre 19 escolas secundárias em Belo Horizonte estivessem vinculadas a confissões católicas, o que quase alcançava 70% do total de estabelecimentos de ensino secundário da capital do Estado, sendo este um percentual parecido com o alcançado pelos sete municípios elencados na Tabela 9, com 63,4% de escolas secundárias vinculadas a confissões religiosas. São João del Rei, por seu turno, tem a totalidade de suas escolas secundárias vinculadas à Igreja Católica em 1945.

Todavia, no conjunto desses sete munícipios, o percentual de concentração de estabelecimentos no setor privado é mais significativo do que o que aparece no Estado de Minas Gerais como um todo, perfazendo 85,4% das unidades escolares de Ensino Secundário, enquanto o setor público era responsável por apenas 14,6% das escolas secundárias, o que é sensivelmente mais significativo do que os resultados gerais do Estado de Minas Gerais, que ficavam, de modo geral e respectivamente, com 81% (setor privado) e 19% (setor público) em 1945.

Os dados sobre os estabelecimentos de ensino secundário em Minas Gerais em 1959 indicam que 234 municípios abrigavam escolas secundárias, em um total de 437 unidades. Dentre estes municípios, 144 possuíam apenas uma unidade, enquanto 59 outros possuíam duas escolas secundárias e 17 municípios abrigavam três escolas secundárias.

Os demais municípios, em número de 14, possuíam quatro ou mais estabelecimentos do Ensino Secundário. Belo Horizonte, capital do Estado, mantém a dianteira, com 51 escolas secundárias. Em segundo lugar, Juiz de Fora, com 17 unidades, seguido por Uberaba, que avançou em relação à 1945, quando apresentava apenas 3 escolas secundárias, passando a ter, em 1959, 9 escolas secundárias. As cidades de Governador Valadares, Montes Claros e Uberlândia permaneceram empatadas, com 5 unidades em cada, seguidas pelos municípios de Araguari, Diamantina, Itajubá, Ituiutaba, Muriaé, Ouro Preto, Poços de Caldas e Teófilo Otoni, com 4 escolas secundárias cada, conforme pode ser examinado na Tabela 10 a seguir.

Tabela 10 Municípios do Estado de Minas Gerais com 4 ou mais escolas secundárias em 1959 

Município Total
01 Belo Horizonte 51
02 Juiz de Fora 17
03 Uberaba 09
04 Governador Valadares 05
05 Montes Claros 05
06 Uberlândia 05
07 Araguari 04
08 Diamantina 04
09 Itajubá 04
10 Ituiutaba 04
11 Muriaé 04
12 Ouro Preto 04
13 Poços de Caldas 04
14 Teófilo Otoni 04
Total 124

Fonte: Elaborado pelos autores deste artigo com base em dados obtidos em Brasil (1959b, p. 33-52).

A expansão do Ensino Secundário em Minas Gerais e, por desdobramento, do número de estabelecimentos, docentes, matrículas e conclusões colaborou de modo substantivo para o aumento do número de munícipios do Estado de Minas Gerais que passaram a ofertar vagas para este nível de ensino escolar, com passagem, em um intervalo de apenas cinco anos, de 37% dos municípios, em 1957, para 61%, em 1962, conforme está demonstrado na Tabela 11.

Tabela 11 Curso Secundário nos municípios de Minas Gerais (1957-1962) 

Ano Munícipios que possuem Curso Secundário Munícipios que não possuem Curso Secundário
Somente Ginasial % Ginasial e Colegial % Total % Total %
1957 138 76,7 42 23,3 180 37,1 305 62,9
1958 153 76,5 47 23,5 200 43,3 262 56,7
1959 168 76,7 51 23,3 219 47,3 244 52,7
1960 196 79,0 52 21 248 53,0 220 47,0
1961 212 79,1 56 20,9 268 57,6 197 42,4
1962 227 80,2 56 19,8 283 61,0 181 39,0

Fonte: Elaborado pelos autores deste artigo com base em dados obtidos em Brasil (1957, 1958, 1959a, 1960, 1961, 1962).

Cabe ressaltar ainda que, embora não tenha sido muito significativo em termos estatísticos, pois somaram apenas 19 estabelecimentos escolares no Estado de Minas Gerais, é importante mencionar que também a comunidade foi acionada para criação e manutenção de estabelecimentos de Ensino Secundário no Brasil e, neste caso, particularmente no Estado de Minas Gerais, tendo sido fundamental para isso o papel desempenhado pela Campanha Nacional dos Educandários Gratuitos (CNEG), depois renomeada Campanha Nacional dos Educandários Comunitários (CNEC), dado que, mediante a limitação dos aportes financeiros da comunidade e mesmo dos governos estaduais e municipais, não foi possível manter a gratuidade esperada, com a cobrança de mensalidades ao menos em parte considerável dos estabelecimentos.

Finalizamos esta primeira seção do artigo com a percepção clara que houve forte demanda da população por escolarização, inicialmente em nível fundamental, mas, praticamente simultaneamente, também em relação ao Ensino Secundário, sobretudo com o adensamento populacional na zona urbana. A resposta institucional objetivou-se por meio da expansão do número de estabelecimentos, docentes, matrículas e conclusões, mediante iniciativa pública e privada, com predominância das iniciativas estaduais em nível público e das confissões religiosas católicas no setor privado. Muito provavelmente, ainda que não tenha sido objeto da presente pesquisa, o setor privado, leigo e confessional, possa ter usufruído de subvenções públicas.

2. O Ensino Secundário na legislação educacional do Estado de Minas Gerais e do Brasil

Na consulta realizada junto aos acervos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e do Arquivo Público Mineiro, mediante cotejamento com a bibliografia, foi possível elencar 101 leis, decretos e portarias no período compreendido entre 1750 e 1955. O recuo temporal, para bem antes do período compreendido na presente pesquisa, 1942-1961, deveu-se ao fato de ser importante perceber qual a estrutura legislativa que precedeu o movimento legiferante mineiro em torno do Ensino Secundário durante as primeiras décadas do período republicano.

Dos 101 itens levantados, 83 referem-se ao período anterior a 1942 e apenas 18 ao período posterior, com extensão da observação até o ano de 1955. Possivelmente, a centralização do poder em nível federal a partir do período do Estado Novo brasileiro, 1937-1946, possa explicar este refreamento da legislação estadual.

Na análise da legislação foi possível diferenciar aquela com características estruturadoras do Ensino Secundário em Minas Gerais daquela que pareceu aplicar-se a questões mais corriqueiras da administração pública.

Assim, a legislação estruturadora do Ensino Secundário somou 10 leis ou decretos, no período compreendido entre 1890 e 1926, em documentos que comportaram de 27 a 264 artigos. Muitas dessas leis e decretos tinham o Ginásio Mineiro como objeto, o que, em razão do caráter modelar do mesmo, repercutia nas demais escolas secundárias do Estado. No Quadro 1 está listada a referida legislação estruturante.

Quadro 1 Legislação estruturante do Ensino Secundário em Minas Gerais (1890-1926) 

No Designação Artigos específicos
01 Decreto nº 260, de 01 de dezembro de 1890. Crêa o Gymnasio Mineiro e supprime os Externatos do Estado e Lyceu da Capital. (MINAS GERAIS, 1890). 40 artigos (Capítulo 1. Do Ensino Secundário)
02 Decreto nº 535, de 13 de junho de 1891. Approva o regulamento confeccionado para o Gymnasio Mineiro. (MINAS GERAIS, 1891). 113 artigos
03 Lei nº 41, de 03 de agosto de 1892. Dá nova organização à instrucção pública do Estado de Minas. (MINAS GERAIS, 1892). 53 artigos (Título III. Capítulo 1. Do Ensino Secundário)
04 Lei nº 221, de 14 de setembro de 1897. Contém disposições relativas à instrucção pública primária e secundária. (MINAS GERAIS, 1897). 36 artigos
05 Lei nº 281, de 16 de setembro de 1899. Dá nova organização à instrucção primária do Estado de Minas. (MINAS GERAIS, 1899). 30 artigos
06 Decreto 2.513, de 17 de abril de 1909. Approva o regulamento do «Curso Fundamental de Instrucção Secundaria», de Bello Horizonte. (MINAS GERAIS, 1909). 27 artigos
07 Decreto 3.321, de 22 de setembro de 1911. Approva o regulamento expedido para execução das leis ns. 463, de 12 de setembro de 1907 e 533, de 21 de setembro de 1910, na parte referente ao Gymnasio Mineiro. (MINAS GERAIS, 1911). 246 artigos
08 Decreto 3.853, de 29 de março de 1913. Approva o regulamento do Gymnasio Mineiro. (MINAS GERAIS, 1913). 264 artigos
09 Decreto 4.363, de 07 de abril de 1915. Approva o regulamento do Gymnasio Mineiro. (MINAS GERAIS, 1915). 162 artigos
10 Decreto 7.101, de 30 de janeiro de 1926. Approva o Regulamento do Gymnasio Mineiro. (MINAS GERAIS, 1926). 224 artigos

Fonte: Elaborado pelos autores deste artigo.

No que se refere ao Ensino Secundário, a relação entre a legislação nacional e estadual é marcante, com a primeira influenciando sobremaneira a segunda, sobretudo quando se observa o funcionamento do Ginásio Mineiro, que guardava relação direta com as alterações apresentadas no Ginásio Nacional, conforme se pode ler a seguir:

Crêa o Gymnasio e suprime os Externatos do Estado e Lyceu da Capital

O doutor Governador do Estado de Minas Geraes, considerando que é da maior conveniência uniformizar o ensino primário, normal e secundário actuaes estabelecimentos de instrucção do mesmo Estado, segundo o plano adoptado pelo Governo Provisório para o Districto Federal, no regulamento do 8 de novembro findo; considerando que os defeitos da legislação vigente, verificados acuradamente por longa e detida observação, reclamam imperiosamente prompto correctivo por meio da reforma eficaz, urgente e adaptada às actuaes circumstancias.

Considerando tambem que, quanto ao ensino secundário, seria pouco proveitosa qualquer reforma desde que, seguindo o mesmo plano o programma do ensino secundario do Districto Federal, se lhe não unisse a vantagem da validade dos exames finaes para a matricula nos cursos superiores da Republica, aproveitando se a faculdade conferida pelo art. 38 do citado regulamento; o atendendo mais que para facilitar a execução dos intuitos do Governo , vem em seu apoio a liberdade da Sociedade Educadora Mineira, offerecendo , na cidade de Barbacena, terras, prédio e mobilia para a creação de um estabelecimento de instrucção modelado pelo Gymnasio Nacional; resolve crear, com o mesmo plano o programma deste, um estabelecimento de instrucção secundaria, dividido em internato e externato, sendo a primeira na dita cidade de Barbacena, e o segundo na Capital do Estado. (MINAS GERAIS, 1890).

Em seguida, já no ano de 1891, foi aprovado o Regulamento do Ginásio Mineiro, por meio do Decreto nº 535, de 13 de junho de 1891, com 113 artigos, disciplinando o funcionamento, bem como definindo as matérias de ensino, conforme se pode ler a seguir:

Regulamento

Título I

DO GYMNASIO MINEIRO E SEU PLANO DE ENSINO

Art. 1: o Gymnasio Mineiro tem por fim proporcionar á mocidade brasileira a isntrucção secundaria e fundamental, necessária e suficiente, assim para matricula nos cursos superiores da Republica, como em geral para o bom desempenho dos deveres do cidadão na vida social.

Art. 2: O Gymnasio Mineiro é divido em dois estabelecimentos que se denominam - Internato e Externato: o primeiro colocado na cidade de Barbacena, e o segundo na Capital deste Estado.

Têm a mesma administração, regem pela mesma lei, têm os mesmos programas e estão igualmente sujeitos á inspeção de altas autoridades de ensino.

Art. 3: O curso integral de estudos do Gymnasio Mineiro será de sete anos constando das seguintes disciplinas: portuguez e literatura nacional, latim, grego, francez, inglez, mathematicas, astronomia, physica. chimica, historia natural, biologia, sociologia e moral, noções de economia politica e direito pátrio, geografia, historia universal, historia do Brasil, desenho, gymnastica, evoluções militares, o esgrima, musica.

Art. 4: As disciplinas acima mencionadas são todas obrigatórias. (MINAS GERAIS, 1891).

Nesse Decreto nº 535, de 1891, está clara a natureza formativa e propedêutica do Ensino Secundário, bem como o objetivo de formação moral, nos deveres do cidadão na vida social. Em termos de matérias de ensino, o elenco é robusto, contemplando: Português, Literatura Nacional, Latim, Grego, Francês, Inglês, Matemáticas, Astronomia, Física, Química, História Natural, Biologia, Sociologia e Moral, Noções de Economia Política e Direito Pátrio, Geografia, História Universal, História do Brasil, Desenho, Ginástica, Evoluções Militares e Esgrima, Música. Enfatizava-se que todas estas disciplinas eram obrigatórias. No mesmo decreto, no que se refere à disciplina escolar, pode-se ler:

Art. 81. Os únicos meios disciplinares, sempre proporcionados á gravidade das faltas serão:

1. Privação de parte ou totalidade do recreio;

2. Privação do recreio com trabalho, sendo o alumno obrigado a responder sobre assumpto conducente ao desenvolvimento intelectual e moral;

3. Reprehensão fora ou dentro de aula;

4. Reprehensão perante alumnos reunidos;

5. Enviar os allumnos aos pais, afim de corrigil os;

6. Exclusão do Gymnasio. (MINAS GERAIS, 1892).

Outro aspecto importante a considerar na legislação sobre o Ensino Secundário em Minas Gerais refere-se à admissão no internato de alunos pobres, tanto em Ouro Preto, capital na época, quanto em Barbacena, conforme aparece na Lei nº 41, de 03 de agosto de 1892, onde se lê:

Art. 107. Serão admitidos no internato até 12 alumnos pobres, tirados das 12 principaes zonas do Estado, e que tenham se destinguido por sua inteligência, bom procedimento e assídua aplicação ao estudo, cessando o favor do Estado par com os actualmente admitidos fora das condições deste artigo.

Paragrapho único: O internato de Barbacena poderia tambem admitir á frequência até 20 alumnos externos, sob o mesmo regimen disciplinar e sem prejuízo do ensino, a juízo da congregação. (MINAS GERAIS, 1892).

Em 1909, já com a capital do Estado de Minas Gerais transferida de Ouro Preto para Belo Horizonte, houve formulação de legislação que regulamentou o Curso Fundamental de Instrução Secundária, o que foi feito por meio do Decreto nº 2.513, de 17 de abril de 1909, no qual se pode ler:

Art. 1º.: O Curso Fundamental de Instrucção Secundaria, estabelecido em Belo Horizonte, tem por fim proporcionar sob moldes práticos, o ensino das disciplinas necessárias a todo homem na sociedade moderna, qualquer que seja a profissão que venha a abraçar, e cuidar da educação moral e physica da mocidade a fim de preparar cidadãos uteis a sí e a Patria.

Art. 2º.: Suas aulas funcionarão quotidianamente, com exceção apenas dos domingos e dos dias de festa ou de lucto nacionais ou estaduais, e de acordo com o horário que for determinado.

Art. 3º.: Nos dias de festa nacional ou estadoal deverão os alunos e professores comparecer ao estabelecimento, a hora que, de véspera, houver sido determinada pelo diretor, afim de, por meio de conferencias sobre a efeméride do dia, do excursões recreativas e instructivas, ou do outra fórma que preferida for, se solemnizar a data festiva. (MINAS GERAIS, 1909).

Percebe-se no plano legal o esforço de introduzir elementos de modernização do ensino, por meio de disciplinas de apelo prático, tais como a taquigrafia e a escrita à máquina, com emprego de métodos de ensino que valorizem a observação e a indução, bem como com a valorização da educação física e da formação moral, no sentido da defesa da liberdade e do respeito às autoridades e à lei, conforme consta dos artigos 5 a 8 do Decreto nº 2.513, de 17 de abril de 1909, expostos a seguir:

Art. 5º. O ensino que se ministra no ‘Curso Fundamental’ comprehende: 1º. A lingua portuguesa; 2º. o francez, o inglez e o allemão (praticamente); 3º. as mathematicas, o desenho e a contabilidade; 4º. elementos de astronomia; 5º. geographia e historia; 6º. moral cívica e rudimento de direito constitucional; 7º. noções de sciencias physicas e naturaes, de hygiene e de agricultura e pecuaria; 8º. tachygraphia, escripta á machina e musica.

Art. 6º. No ensino de qualquer disciplina não serão permitidos os processos que repousam exclusivamente sobre a memoria em abstracções, devendo ser empregado unicamente o methodo da observação e da inducção, não só para que os conhecimentos sejam apprehendidos com segurança maior, como para que a intelligencia se desenvolva mais prompta e completamente.

Art. 7º. A educação physica tenderá a rebustecer o corpo dos alunos e a adextralos nos diversos jogos e exercícios, não só para tornal-os mais resistentes, como para lhes dar a calma, a coragem e a decisão com qualquer emergencia de vida.

Art. 8º. A educação moral procurará formal-os cidadãos honestos de uma Republica liberal: ̶ individualmente probos, amantes e defensores da liberdade, respeitadores da autoridade e da lei. (MINAS GERAIS, 1909).

No Regulamento do Ginásio da Capital e de Barbacena, aprovado por meio do Decreto nº 3.321, de 22 de setembro de 1911, aparece de modo claro o que se esperava em termos de finalidade da existência do Ginásio Mineiro, mas também das matérias de ensino, com sua distribuição ao longo das séries, conforme se pode examinar a seguir:

Art. 1º.: O Gymnasio Mineiro tem por fim o ensino linguas, sciencias, lettras e artes que proporcione ao espirito uma cultura geral de caracter principalmente pratico.

Art. 2º.: Continúa dividido em externato e internato, estabelecidos o primeiro na capital do Estado e o segundo na cidade de Barbacena.

Art. 3º.: Cada um dos referidos estabelecimentos terá corpo docente, pessoal administrativo e regimento interno proprios; mas serão regidos respectivamente pelo presente regulamento, e sujeitos á mesma autoridade superior.

(MINAS GERAIS, 1911).

Nova modificação do regulamento do Ginásio Mineiro é realizada em 1913, no qual aparece claramente as matérias de ensino e os a elas horários destinados, às quais se referem ao Curso Fundamental e, na sequência, àquelas matérias de ensino que se referem ao Curso Complementar, conforme consta do Decreto nº 3.853, de 29 de março de 1913, cujos conteúdo reproduzimos na Figura 1 exposta a seguir.

Fonte: Minas Gerais (1913).

Figura 1 Horários do Curso Fundamental e Complementar do Ginásio Mineiro (1913) 

Em seguida, o que se observa é que houve necessidade de modificar novamente o Regulamento do Ginásio Mineiro, devido à alteração em legislação federal, especificamente o Decreto Federal nº 11.530, de 18 de março de 1915, aprovado pela Câmara dos Deputados, que teve impacto na legislação mineira, por meio do Decreto nº 4.363, de 07 de abril de 1915 (BRASIL, 1915). O mesmo se repetiu em relação ao Decreto Federal nº 16.782, de 13 de janeiro de 1925, que repercutiu em alteração estadual, por meio do Decreto nº 7.101, de 30 de janeiro de 1926 (BRASIL, 1926).

Concretamente, é possível afirmar que desde a República até 1926 há uma relação muito estreita entre o que se decide em termos nacionais e o que repercute na legislação mineira acerca do Ensino Secundário, o que se aprofunda após a Revolução de 30 e durante o Estado Novo, quando o Ensino Secundário passa a ser fortemente regulado a partir do governo central. De qualquer modo, é preciso reconhecer que o acervo legal acerca do Ensino Secundário nacional e mineiro é robusto, com boa parte do material disponível em suportes eletrônicos.

3. A historiografia acerca do Ensino Secundário em Minas Gerais

Em termos de bibliografia, a investigação teve início com o material que os autores têm depositado em suas próprias bibliotecas, bem como no exame das listas de referências contidas nesses mesmos materiais. Além disso, houve busca nos repertórios de dissertações e teses da Capes, nas páginas dos principais periódicos científicos da área de História da Educação e mesmo em alguns da área de Educação.

No momento de investigar as escolas individualmente, quanto à instituição de vínculo, também foi possível conhecer alguns títulos de dissertações, teses e mesmo livros que estavam relacionados, quase sempre, à História particular de algumas instituições escolares que tinham escapado ao registro anterior. Deste modo, até o presente momento, foi possível alcançar 57 trabalhos bibliográficos, conforme a distribuição que está descrita na Tabela 12 a seguir.

Tabela 12 Historiografia sobre a História do Ensino Secundário em Minas Gerais (1920-2019) 

Teses Dissertações Livros Capítulos Artigos
07 12,3% 32 56,1% 09 15,8% 05 8,8% 04 7%

Fonte: Elaborada pelos autores deste artigo.

A predominância de dissertações e teses, com, respectivamente, 32 dissertações (56,1% do total) e 7 teses (12,3% do total), somando 39 trabalhos em um universo de 57 trabalhos e alcançando, portanto, 68,4% do total, reflete, sem dúvida, a centralidade dos programas de pós-graduação, notadamente em Educação, na orientação de trabalhos sobre a História do Ensino Secundário. Mesmo os livros, capítulos e artigos publicados, em muitos casos, comunicam resultados dessas mesmas dissertações e teses.

No que se refere à temática predominante presente na historiografia sobre o Ensino Secundário em Minas Gerais, foi possível perceber a centralidade da História das Instituições Escolares, em 42 dos 57 trabalhos, o que alcançou o elevado percentual de 73,7%. Em segundo lugar, mas com boa distância, constou a temática da História do Ensino Secundário e/ou da Organização do Ensino Secundário em Minas Gerais, com 9 trabalhos dentre os 57 levantados, perfazendo o percentual de 15,8%.

Os 6 trabalhos restantes somaram o percentual de 10,5%, mas estão dispersos de modo proporcional nas temáticas: História da Profissão Docente; Estado, Igreja e Ensino Secundário; Educação Física e Ginástica no Ensino Secundário; História dos Impressos Educacionais; História Política e Cultural; Patrimônio Cultural, conforme fica mais claro na Tabela 13 apresentada a seguir.

Tabela 13 Temáticas sobre a História do Ensino Secundário em Minas Gerais (1920-2019) 

Número Temáticas Trabalhos %
01 História das Instituições Escolares 42 73,7%
02 História do Ensino Secundário e/ou da Organização do Ensino Secundário em Minas Gerais 09 15,8%
03 História da Profissão Docente 01 1,75%
04 Estado, Igreja e Ensino Secundário 01 1,75%
05 Educação Física e Ginástica no Secundário 01 1,75%
06 História dos Impressos Educacionais 01 1,75%
07 História Política e Cultural 01 1,75%
08 Patrimônio Cultural 01 1,75%
Total 57 100%

Fonte: Elaborada pelos autores deste artigo.

Ainda no que se refere aos trabalhos encontrados até o presente momento, contabilizou-se 46 autores e coautores, boa parte deles vinculados a programas de pós-graduação, em especial da área de Educação, muitos deles em linha de pesquisa de História da Educação ou em sua proximidade. A lista dos autores e coautores consta do Quadro 2 exposto a seguir.

Quadro 2 Autores e coautores de trabalhos sobre a História do Ensino Secundário (1920-2019) 

Autores e coautores (ordem alfabética/sobrenome) Incidência
AGOSTINI, Juliana. 01
ANDRADE, Mariza Guerra de. 02
ANDRADE, Renata Fernandes Maia de. 01
ANDRADE, Renata Fernandes Maia de; CARVALHO, Carlos Henrique de. 01
ARANTES, Gabriela Villela. 01
BALBINO, Antônio Gilberto 02
CAMELLO, Maurílio J.O. 01
CHAVES JÚNIOR, Ilton de Oliveira. 01
CRUZ, Antônio C.M. 01
FERREIRA, Hedmar de Oliveira 01
FONSECA, Thaís Nívea de Lima e. 01
FONTOURA, Márcia. 01
FRANCO, Isaura Melo 01
FRATTARI NETO, Nicola José 01
GATTI, Giseli Cristina do Vale. 03
GATTI, Giseli Cristina do Vale; INÁCIO FILHO, Geraldo. 02
GATTI, Giseli Cristina do Vale; INÁCIO FILHO, Geraldo; GATTI JR., Décio. 03
GENTILINI, Sonia Maria. 01
GHANTOUS, Daniella Soraya R.A. 01
GUILHERME, Willian Douglas. 01
GUIMARÃES, Sabrina Pierre de Almeida 01
LAGES, Rita Cristina Lima. 01
MACHADO, Gláucia Gonzaga Galvão 01
MACHADO, Lucimar Lacerda. 01
MAGALHÃES, Otavio Luciano Camargo Sales de. 01
MENDES, Viviane Santana. 01
MORAES, Vera Cruz de Oliveira. 01
MOURÃO, Paulo Krüger Correa. 02
NASCIMENTO, Maria Célia do 01
NEVES, Leonardo Santos. 01
OLIVEIRA, Paloma Rezende de. 01
OLIVEIRA, Sandra Ferreira de 01
PACHECO, Simone Beatriz Neves 01
PINHEIRO, Andréa Lopes 01
PEREIRA, Jardel Costa. 01
ROZZETI, Izabel 01
SILVA, Eloísa de Castro. 01
SILVA, Janaína Ferreira. 01
SILVA, Mariluce Viotti. 01
SILVA, Mariluce Viotti; GATTI, Giseli Cristina do Vale. 01
SOARES, Edilene Alexandra Leal. 01
SOUZA, Cristiane Rodrigues Mendonça de. 01
SOUZA, Rita de Cássia de. 01
SOUZA, Rosa Fátima de. 01
TEIXEIRA, Aleluia Henriger Lisboa. 02
VIANA, Natércia Micheletti. 01

Fonte: Elaborada pelos autores deste artigo.

No que se refere às teses e dissertações, elas foram desenvolvidas em 12 diferentes instituições universitárias, notadamente, na área de Educação. A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) predominou, com 13 trabalhos (33,3%). Depois a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 10 trabalhos (25,6%). Na Universidade São Francisco foram desenvolvidos 4 trabalhos (10,3%), seguida da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com 3 trabalhos (7,7%), e da Universidade de Uberaba, com 2 trabalhos (5,1%). Os 7 outros trabalhos (17,9%) foram desenvolvidos em diferentes instituições de educação superior, a saber: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Universidade Estácio de Sá, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). Coincide a predominância de trabalhos na UFU e na UFMG, dado o caráter consolidado percebido nas linhas de pesquisa em História e Historiografia da Educação nos programas de pós-graduação em Educação de ambas as instituições. Os dados apresentados acima, constam na Tabela 14 exposta a seguir.

Tabela 14 Instituições das teses e dissertações sobre o Ensino Secundário em Minas Gerais 

No Instituição Teses e Dissertações %
01 Universidade Federal de Uberlândia 13 33,3%
02 Universidade Federal de Minas Gerais 10 25,6%
03 Universidade São Francisco 04 10,3%
04 Universidade Estadual Paulista 03 7,71%
05 Universidade de Uberaba 02 5,1%
06 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 01 2,57%
07 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 01 2,57%
08 Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro 01 2,57%
09 Universidade Estácio de Sá 01 2,57%
10 Universidade Federal de Juiz de Fora 01 2,57%
11 Universidade Federal de Viçosa 01 2,57%
12 Universidade Metodista de São Paulo 01 2,57%
Total 39 100%

Fonte: Elaborada pelos autores deste artigo.

As investigações desenvolvidas junto aos programas de pós-graduação em Educação, notadamente na UFU e na UFMG, com vistas à obtenção da titulação de mestrado e de doutorado, contaram com a orientação de 29 diferentes professores pesquisadores, alguns deles diretamente focados nas temáticas da História do Ensino Secundário; outros, ainda que focados em projetos de pesquisa diferentes, dedicaram-se aos processos de orientação nessa temática. Não houve predominância de nenhum orientador em particular, dado que os processos de orientação giraram entre 1 e 3 por orientador, conforme pode ser examinado na listagem exposta Quadro 3 a seguir.

Quadro 3 Orientadores dos trabalhos sobre a História do Ensino Secundário em Minas Gerais 

No Orientadores (ordem alfabética) Instituição Incidência
Ana Waleska Pollo Campos Mendonça PUC RIO 01
Antonio Carlos Carrera de Souza UNESP 01
Armindo Quillici Neto UFU 01
Carlos Henrique de Carvalho UFU 02
Celia Rocha Calvo UFU 01
Christianni Cardoso Morais UFSJ 01
Clarice Nunes ESTÁCIO 01
Cynthia Greive Veiga UFMG 02
Décio Gatti Júnior UFU 01
Geraldo Inácio Filho UFU 03
Giseli Cristina do Vale Gatti UFU/UNIUBE 02
Ivan Aparecido Manoel UNESP 01
José Carlos Souza Araújo UFU 01
Lorene dos Santos PUC MINAS 01
Luciano Mendes de Faria Filho UFMG 01
Lucíola Licínio de Castro Paixão Santos UFMG 01
Luiz Carlos Barreira PUC-SP 01
Luzia Batista de Oliveira Silva USF 02
Maria Alice Nogueira UFMG 01
Maria Ângela Borges Salvadori USF 02
Maria Cristina Soares de Gouvea UFMG 01
Meily Assbu Linhales UFMG 01
Regina Helena Alves da Silva UFMG 01
Rosa Fátima de Souza Chaloba UNESP 01
Roseli Fischmann UMESP 01
Sauloéber Tarsio de Souza UFU 02
Tarcísio Mauro Vago UFMG 02
Vanessa Lana UFV 01
Wenceslau Gonçalves Neto UFU/UNIUBE 02

Fonte: Elaborada pelos autores deste artigo.

A pesquisa permitiu verificar que há um número considerável de trabalhos dedicados ao exame da História do Ensino Secundário em Minas Gerais, notadamente na temática da História das Instituições Escolares, nos quais foi possível perceber o acionamento de fontes diversificadas, legislação, documentos impressos e manuscritos em acervos públicos e escolares, diários de professores, iconografia, cadernos de alunos etc.

Dessa maneira, o conjunto de trabalhos colabora para o melhor conhecimento do processo de expansão e consolidação do Ensino Secundário em Minas Gerais, em uma relação entre a sociedade, a cidade e a escola, na qual também concorrem as iniciativas estatais, da sociedade civil e das confissões religiosas, mas também o conhecimento dessa historiografia permite alcançar uma série de práticas e sujeitos escolares que deram vida ao Ensino Secundário em Minas Gerais ao longo do Século XX e, particularmente, no período coberto por esta investigação, entre 1942 e 1961.

Considerações finais

Os resultados da presente investigação alcançaram as três frentes de investigação pretendidas no projeto de estudos comparados acerca da História do Ensino Secundário no Brasil, cabendo, neste caso particular, o exame da realidade do Estado de Minas Gerais.

Em uma das frentes foi possível verificar que a expansão do Ensino Secundário em Minas Gerais teve um arranque entre as décadas de 1940 e 1960, com predominância da oferta por instituições particulares (83%), notadamente católicas, o que foi mais visível em 1945, pois, em 1959, o número de estabelecimentos católicos e leigos aproximou-se em termos numéricos, mas ainda com significativa predominância do setor particular em relação ao número de estabelecimentos do poder público (17%)

A esse propósito, é importante mencionar que se percebeu na documentação consultada indícios de que houve subvenções públicas regulares para a manutenção de instituições particulares leigas e confessionais no Estado de Minas Gerais, o que merece ser aprofundado em investigações futuras. O aumento do número de municípios mineiros com oferta de Ensino Secundário foi percebido, mas não foi possível delimitar o déficit de vagas que continuou a existir mesmo diante de tal ampliação, o que também demanda continuidade de estudos e pesquisas.

Em outra frente, que se referiu ao processo legislativo, ele expressa que, entre 1890 e 1926, houve uma relação entre o que se definia nacionalmente e o que se adaptava e ajustava à realidade do Ensino Secundário em Minas Gerais. Todavia, de uma relação que, em alguma medida, preservava a autonomia estadual, passou-se, após o movimento de 1930 e sua radicalização, que foi o advento do Estado Novo, a uma centralização das decisões sobre o Ensino Secundário em âmbito nacional. Entretanto não é pouco o que se tem em termos de legislação sobre o Ensino Secundário, seja em nível estadual ou nacional, o que permite avanços importantes de estudos e pesquisas.

Se a legislação permite perceber as finalidades gerais do ensino, bem como as práticas desejadas pelos legisladores, o conhecimento da realidade pedagógica é mais difícil. Todavia a existência de historiografia robusta, em especial no que se refere à História das Instituições Escolares do Ensino Secundário de Minas Gerais, pode ajudar no entendimento das práticas escolares específicas colocadas em ação no período em referência na presente pesquisa. O conjunto de trabalhos é significativo, sendo a maior parte da produção recente e de fácil acesso, bem como evidenciando a importância dos programas de pós-graduação em Educação e de suas linhas de pesquisa em História e Historiografia da Educação em Minas Gerais.

Conclui-se que a pesquisa possibilitou um conhecimento importante e uma análise ao menos inicial de três dimensões da História do Ensino Secundário em Minas Gerais: sua expansão, por meio dos dados estatísticos disponíveis; sua legislação, com acesso a acervos documentais bastante completos; sua historiografia, composta por um conjunto importante de trabalhos de investigações, publicados em teses, dissertações, livros, capítulos e artigos. É desta base de informações e análises que se tornará possível avançar para uma análise comparativa, que possa perceber a forma tomada pela expansão do Ensino Secundário em outros estados da Federação brasileira.

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APÊNDICE A - Pequeno álbum fotográfico do ensino secundário no Estado de Minas Gerais - ordem alfabética

Fonte: Colégio Angélica (2020).

Figura A-1 Colégio Angélica, Coronel Fabriciano 

Fonte: Jablonsky (1956).

Figura A-2 Colégio Estadual de Minas Gerais, Belo Horizonte (1956) - Projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer - Atual Escola Estadual Milton Campos 

Fonte: Arquivo Público de Uberaba (1930).

Figura A-3 Colégio Marista-Diocesano, Uberaba (1930) 

Fonte: Colégio Nossa Senhora das Dores (2018).

Figura A-4 Colégio Nossa Senhora das Dores, São João del-Rei 

Fonte: Coimbra Júnior (2004).

Figura A-5 Colégio Nossa Senhora das Lágrimas, Uberlândia (1950) 

Fonte: Colégio Paula Frassinetti (2020).

Figura A-6 Colégio Paula Frassinetti, São Sebastião do Paraíso  

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2020).

Figura A-7 Colégio Santa Catarina, Juiz de Fora, Minas Gerais 

Fonte: Teófilo Otoni Notícias (2020).

Figura A-8 Colégio São Francisco, Teófilo Otoni (1956) 

Fonte: Machado Décadas (2020).

Figura A-9 Colégio São José, Machado 

Fonte: Arévalo (1952).

Figura A-10 Ginásio Bicalho, Juiz de Fora (1952) 

Fonte: Pinto (2011).

Figura A-11 Ginásio do Instituto Moderno de Educação e Ensino, Santa Rita de Sapucaí 

Fonte: Cultura Coletiva (2015).

Figura A-12 Ginásio Dom Helvécio, Ponte Nova 

Fonte: Universidade Estadual de Montes Claros (2020).

Figura A-13 Ginásio e Escola Normal Estadual, Montes Claros (1949) 

Fonte: Academia Leopoldinense de Letras e Artes (2015).

Figura A-14 Ginásio Leopoldinense, Leopoldina (1950) 

Fonte: Pais (2018).

Figura A-15 Ginásio Paraiense, São Sebastião do Paraíso (1941) 

Fonte: Arquivo Público Mineiro (2020).

Figura A-16 Ginásio São Francisco, Pará de Minas (1943), atual Escola Estadual Fernando Otávio 

Fonte: Escola Estadual de Uberlândia [193-?].

Figura A-17 Gymnasio Mineiro de Uberlândia, Uberlândia 

Fonte: Centro Cultural Ginásio São José (2014).

Figura A-18 Gymnasio São José, Ubá 

Recebido: 02 de Abril de 2020; Aceito: 05 de Julho de 2020

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