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Revista Brasileira de Educação

versão impressa ISSN 1413-2478versão On-line ISSN 1809-449X

Rev. Bras. Educ. vol.27  Rio de Janeiro  2022  Epub 17-Out-2022

https://doi.org/10.1590/s1413-24782022270099 

Artigos

Instagram e a educação: algumas considerações

Instagram y Educación: algunas consideraciones

Rodrigo Otávio dos SantosI 
http://orcid.org/0000-0001-5050-1637

Raquel Machado Lopes RudnikII 
http://orcid.org/0000-0002-4501-0793

ICentro Universitário Internacional, Curitiba, PR, Brasil.

IIPrefeitura Municipal de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil.


RESUMO

O presente artigo pretende discorrer acerca do uso da rede social Instagram na educação. O principal objetivo é promover a reflexão sobre o uso didático dessa rede social na educação, oferecendo uma série de considerações sobre seu uso no ensino. O método foi o bibliográfico, e os principais resultados e conclusões são uma série de possibilidades apontadas para o uso de fotos por meio do Instagram na educação. Assim, percorre brevemente questões acerca da origem da internet, algumas considerações sobre aparatos digitais para, em seguida, discutir a utilização do telefone celular na educação, as possibilidades de fotografar nesses equipamentos, a relação da fotografia com as redes sociais e as imagens na rede social Instagram para, ao final, discutir o Instagram e a educação.

PALAVRAS-CHAVE educação; redes sociais; fotografia; Instagram

RESUMEN

Este artículo tiene la intención de discutir el uso de la red social Instagram en la educación. El objetivo principal es promover la reflexión sobre el uso didáctico de esta red social en la educación, ofreciendo una serie de consideraciones sobre su uso en la docencia. El método fue bibliográfico, y los principales resultados y conclusiones son una serie de posibilidades señaladas para el uso de fotos a través de Instagram en la educación. Así, aborda brevemente cuestiones sobre el origen de internet, algunas consideraciones sobre los dispositivos digitales, y luego discute el uso del teléfono celular en la educación, las posibilidades de tomar fotografías en estos dispositivos, la relación de la fotografía con las redes sociales y las imágenes en la red. red social Instagram para finalmente discutir Instagram y educación.

PALAVRAS CLAVE educación; redes sociales; fotografía; Instagram

ABSTRACT

This article intends to discuss the use of Instagram social network in education. The main objective is to promote reflection on the didactic use of this social network in education, offering a series of considerations on its use in teaching. The method was bibliographic, and the main results and conclusions are a series of possibilities pointed out for the use of photos through Instagram in education. Thus, it briefly covers questions about the origin of the internet, some considerations about digital devices, and then discusses the use of cell phones in education, the possibilities of taking photographs on these devices, the relationship of photography with social networks and images on the network social Instagram to finally discuss Instagram and education.

KEYWORDS education; social media; photography; Instagram

INTRODUÇÃO

Neste artigo abordamos as mudanças tecnológicas e as redes sociais, discorrendo sobre como utilizar o celular na escola e as redes sociais como ferramentas educacionais, o educador como mediador para a utilização do Instagram como um meio educativo para propagar esses conhecimentos artísticos, vinculados às cores e ao Impressionismo por meio de fotografias.

Assim, espera-se que o leitor aprofunde seus conhecimentos sobre as redes sociais e as tecnologias na educação para poder transmitir informações utilizando recursos contemporâneos.

Diversas mudanças tecnológicas ocorreram relacionadas ao compartilhamento e disseminação de informações por meio de diferentes meios de comunicação. Isso possibilitou a modificação da sociedade em sua forma comunicativa, influenciando diretamente os fatores sociais, culturais, econômicos e políticos (Rocha e Filho, 2016).

INTERNET

Sobre isso, Pantoja e Ferreira (2000) relatam que podemos destacar o surgimento da internet, que possibilitou inúmeras transformações em áreas como a comunicação, o entretenimento, o comércio, o trabalho e a educação.

A história do surgimento da internet teve origem com a Guerra Fria, quando a antiga União Soviética lançou à órbita seu satélite espacial, o Sputnik (em 1957), em busca de novas formas de comunicação e conexão. Apenas quatro meses depois, isso estimulou os norte-americanos e o presidente Dwight Eisenhower a criar a Agência de Pesquisa e Projetos Avançados (Advanced Research Projects Agency – ARPA), na busca por desenvolver ainda mais essa forma de tecnologia vinculada ao Departamento Nacional de Defesa e ao serviço militar dos EUA (Rocha e Filho, 2016).

Conforme Souza e Giglio (2015), a ARPA então reuniu importantes cientistas visando aperfeiçoar essas tecnologias e o desenvolvimento desses computadores, gerando uma nova forma de interação e, a partir disso, surgiu o primeiro conceito de internet: a ARPAnet.

Richter (2011) relata que em 1983 essa tecnologia se dividiu em duas: a MILnet, que passou a ser destinada apenas para finalidades militares, e uma nova versão da ARPAnet, onde de fato começaria a surgir a internet da forma que conhecemos, gerando expansão da conexão entre computadores.

Em 1989, o físico e cientista da computação Tim Bernes-Lee criou a World Wide Web (www), ou seja, a interface gráfica da internet que é até hoje a rede utilizada para destinar sites online e demais recursos da internet; a partir disso, o crescimento foi ainda mais expansivo e massivo. Em 1996, já existiam mais de 56 milhões de pessoas ao redor do mundo conectados em seus computadores (Rocha e Filho, 2016), e esses números aumentam a cada dia.

Tonato (2015) afirma que a criação dessa rede foi de suma importância no sentido de mudanças tecnológicas e educação, podendo aproximar pessoas e diferentes culturas. A partir disso, viu-se a possibilidade de criar diferentes mecanismos que pudessem promover a integração e conexão entre indivíduos, como os notebooks, tablets e smartphones, cuja principal função é a conexão com a rede mundial de computadores. No século XXI, um computador, um tablet ou um smartphone sem conexão com a internet é praticamente inútil.

CULTURA DIGITAL

Ao tratar sobre a internet, percebeu-se que a forma de manifestação social e comunicativa sofreu constantes mudanças conforme as mudanças tecnológicas e da sociedade. Nesse sentido da expansão da utilização das redes sociais, é preciso refletir e discutir sobre os impactos que essas tecnologias podem causar no cotidiano dos indivíduos e no processo de aprendizado.

O grande crescimento e desenvolvimento tecnológico causado pela criação e evolução das tecnologias e ferramentas tecnológicas acabaram por moldar a nossa sociedade e seus indivíduos, visto que nos encontramos emaranhados em tantas e tão constantes informações, que é difícil que consigamos pensar e agir sem a utilização delas (Bridle, 2019).

Não podemos ficar presos a essas ferramentas sem vê-las como potenciais auxiliadoras para diversas vertentes, como o ensino. Não podemos pensar, também, que qualquer situação que estejamos enfrentando, ou qualquer atividade que precisemos realizar, poderão ser vinculadas a esses dispositivos eletrônicos. É preciso saber o momento adequado para usá-los.

Essas tecnologias moldam o cotidiano dos indivíduos e, apesar de considerarmos uma evolução científica sobre elas, é importante também que se pense na questão da estagnação do senso crítico sobre sua existência e utilização. Ou seja, é extremamente importante que questionemos até que ponto é interessante utilizá-las e por quanto tempo, visto que elas podem também ser maléficas.

Barbosa (2008), ao estudar sobre a relação entre essa cultura digital e o ensino pedagógico a partir dos ambientes virtuais de aprendizado, destacou principalmente três pontos positivos:

  • enriquecer e apoiar a sociabilidade e convivência, podendo promover privilégios de conhecimento gerados a partir desses componentes;

  • oportunizar que seja desenvolvida uma pesquisa-ação mais sistemática e completa a partir da vivência dos alunos com determinado material de estudo, gerando aprendizado a partir de mudanças no ensino tradicional das escolas;

  • favorecer a utilização de tecnologias diariamente utilizadas pelos alunos e pelos próprios orientadores, como os smartphones e as redes sociais, podendo ser utilizadas para a ampliação e construção do conhecimento.

Sobre isso, Santaella (2005) destaca que é preciso que os professores busquem novas “formas de fazer” para atrair a atenção dos alunos, ou seja, não se condicionem a apenas uma metodologia de ensino. Assim, Bertoletti e Camargo (2016) relatam que a escola e os docentes não podem mais “dar as costas” para a inclusão tecnológica, uma vez que ela se faz presente na rotina dos alunos e dos próprios professores durante algumas ou muitas horas por dia.

Há de se pensar, portanto, que o mentor necessitará de uma formação mais ampla no cenário tecnológico e didático, de modo que seja possível elaborar aulas práticas e teóricas utilizando-se desses recursos tão utilizados pelos alunos, vinculando-os com as questões do ensino das artes, da história da arte e no que tange às imagens.

Recursos tecnológicos como celulares e internet muitas vezes são de fácil acesso dos estudantes e podem promover a interação e a comunicação facilitada entre eles e seus docentes, que podem gerar equipes para um determinado objetivo, articulando conteúdos referentes à arte, buscando compreender perspectivas e contextos.

O mundo virtual poderia ser utilizado como uma ferramenta interdisciplinar dentro dos conteúdos do currículo escolar; entretanto, é preciso que o professor saiba a maneira certa de utilizá-lo sem que seja perdido o foco e o objetivo do ensino, não sendo uma mera ferramenta para repassar as informações, mas sim, que seja capaz de criar debates pedagógicos construtivos (Santos, 2022a).

É importante que o professor instigue seus alunos na busca pelo conhecimento, visando problematizar questões emergentes que esteja ensinando e, a partir dessa cultura digital e das tecnologias, poder utilizá-las como ferramentas para solucionar essas situações de forma mais criativa, inovadora e inclusiva (Souza e Giglio, 2015).

É possível destacar, entretanto, conforme apontado por Fofonca (2018), que os orientadores ainda possuem algumas dificuldades para introduzir essa cultura digital e tecnológica em seu cotidiano de aulas, e isso ainda é visto como um desafio.

Destaca-se que para que isso ocorra, é preciso que o docente esteja inteirado sobre esses recursos para que possa se tornar um mediador desse ensino para além dos livros didáticos.

É interessante que os mentores busquem o desenvolvimento profissional dia a dia, visando experiências que possam ampliar o processo de aprendizagem e, nesse sentido, gerar propostas inovadoras e que possam renovar o ensino e a aprendizagem, principalmente se envolverem a sociabilidade. Isso poderá gerar criatividade e reflexão a partir do aperfeiçoamento dessas práticas escolares (Coelho, Costa e Santos, 2021).

Para Santaella (2005), entretanto, essa mudança de contexto de ensino da educação precisa ser pensada e passar por um processo de investigação mais aprofundado, buscando reflexões e recursos para que possam ser adotadas estratégias vinculadas às tecnologias e à cultura digital.

Além disso, é importante que existam investimentos governamentais que possam compreender alguns dos possíveis benefícios que essa cultura digital pode proporcionar e que, dessa forma, seja possível disponibilizar diferentes tecnologias como a internet e investimentos em formação profissional para que o docente possa estar preparado e atualizado com esses novos recursos.

Segundo Fofonca (2018), faz-se necessário que os professores estejam qualificados para trabalhar suas metodologias com os alunos. Sendo também fundamental analisar as condições do tempo, disponibilidade e interesse para se envolver e conhecer as utilidades que a cultura digital pode proporcionar, buscando compreender suas possibilidades reflexivas.

Essa cultura digital e as diferentes tecnologias podem fazer com que o aluno se aproprie de diversas possibilidades, passando a utilizá-las como um mecanismo de auxílio pedagógico conforme os conteúdos propostos no currículo escolar, fornecendo maior engajamento e possibilidade de reflexão e discussão, que passam então a ocorrer não somente dentro das salas de aula, mas fora delas e no universo virtual.

Nessa cultura digital, é possível apontar a utilização do telefone celular dentro do ambiente escolar. Em um mundo onde a informação está literalmente na palma da mão, é preciso somente que se tenha acesso a um smartphone e conexão com a internet, para que seja possível realizar diversos tipos de pesquisas e interações (Zuin e Zuin, 2018). Porém, mesmo que as informações sejam acessíveis, boa parte delas são falsas, e o objetivo do professor é fazer com que o aluno perceba que nem tudo que está nas redes sociais é correto, diferenciando o conhecimento verdadeiro e falso, porque fotografias podem ser modificadas, ampliadas, alteradas.

Da mesma forma, nas instituições de ensino os professores poderiam observar isso como uma importante estratégia para disseminar dados e promover diferentes metodologias didáticas.

Isso pode ocorrer, conforme Garcia (2017), a partir da possibilidade do compartilhamento dos acervos pedagógicos digitais, como livros utilizados durante o ano letivo, ementas das disciplinas, normas regulamentadoras da escola, calendário letivo, canais de sugestões e reclamações e demais possibilidades como uma biblioteca virtual de fotografias da disciplina de arte.

Essa cultura digital pode ocorrer, como veremos mais adiante, a partir da utilização das redes sociais, sendo um importante motivador para um currículo pedagógico diferenciado que desperte maior interesse na aprendizagem, promovendo conectividade entre os alunos em classe e até mesmo de diferentes classes, além de ser possível realizar buscas em tempo real sobre diferentes conteúdos.

Fornecer o contato com as redes sociais para ampliar as metodologias de ensino permite ao docente angariar possibilidades didáticas e estimular o desejo de aprendizado dos alunos, visto que eles normalmente estão conectados com o mundo ao seu redor de forma virtual. Isso possibilita uma estratégia diferente que priorize a aprendizagem segundo a realidade do aluno.

Nesse contexto, as mídias sociais podem contribuir para a formação da visão particular do aluno, atribuindo significados, estímulos e percepções para descobrir as combinações entre diversos elementos. Zuin e Zuin (2018) destacam que é comum que essas ferramentas tecnológicas e digitais sejam utilizadas, sendo difícil controlar sua utilização, justamente por o indivíduo já estar imerso nela.

USO DO TELEFONE CELULAR NA EDUCAÇÃO

Como apontado anteriormente, está se tornando cada vez mais comum o livre acesso aos meios tecnológicos de comunicação pelos estudantes e, dessa forma, é necessário que sejam encontradas soluções para sua utilização a partir de um viés mais pedagógico.

As fotografias são utilizadas por diversos segmentos, inclusive com objetivo industrial e comercial de venda, para diferentes classes socioeconômicas. Conforme a modernização e criação de novos modelos, essa rede de comércio vai se expandindo e, assim, torna-se essencial buscar um viés de utilização desses elementos fotográficos que não seja apenas no sentido do consumismo e da comodidade, mas sim de um ponto de vista educativo.

Entende-se, dessa forma, que atualmente existe uma “necessidade” na liberação do uso dos celulares no ambiente escolar, visto seu uso massivo na sociedade, principalmente entre adolescentes.

São perceptíveis as modificações na estruturação da sociedade no âmbito socioeducativo, visto que, segundo Recuero (2009), se torna muito mais conveniente se comunicar pelas redes sociais do que por uma comunicação pessoal e direta. Entende-se, dessa forma, segundo Lanier (2018), que isso tem se tornado uma compulsão midiática onde os indivíduos “necessitam” transmitir e compartilhar incessantemente notícias, fotos e vídeos para capturar a atenção de outras pessoas.

Nesse cenário, é possível apontar a utilização desses smartphones também pelos docentes, que utilizam os diferentes e diversos canais de comunicação de mídia para transmitir suas informações.

Richter (2011) destaca que se pensarmos em um mundo voltado às tecnologias, acesso ao celular e redes sociais, é possível percebermos que essa forma de divulgação de conteúdo se torna mais abrangente e pode atingir um maior número de alunos do que se esse conteúdo fosse abordado somente em sala de aula, por exemplo.

Entende-se, assim, que ao ter em mãos um aparelho celular, torna-se possível adentrar nesse cenário tecnológico mais a fundo, possibilitando o acesso de conteúdos para pessoas de dentro e de fora de seu contexto escolar, o que pode proporcionar a promoção de seu próprio conteúdo de postagem.

Lopes e Knush (2015) revelam que, dessa forma, esse fenômeno de acessibilidade virtual se torna cada vez mais utilizado. Com as atenções dos alunos voltadas ao uso dos celulares, torna-se cada vez mais difícil que o professor seja visto e ouvido e, por isso, aliar essa tecnologia às aulas se torna cada vez mais importante.

Atualmente, não são apenas os adolescentes que não conseguem mais se separar de seus aparelhos celulares, mas sim qualquer pessoa. Esse fato está fomentando modificações estruturais em relação à produção e disseminação das informações, à capacidade de concentração e à produção da memória, sobretudo a respeito das maneiras como as informações são lembradas ou esquecidas. (Zuin e Zuin, 2018, p. 425-426)

Sobre a afirmação anterior, podemos dizer que atualmente não são só os alunos que se dispersam facilmente dentro de sala de aula ao utilizar o celular. Muitos professores também adotaram esse comportamento em diversos momentos em que deveriam estar concentrados em seus alunos (Lanier, 2018).

De acordo com Lanier (2018), isso tornou-se um vício para ambos e é comum notarmos que pode ser mais interessante estar atento ao mundo virtual do que ao mundo real. A distração proporcionada por esses aparelhos é uma realidade e, a partir disso, é preciso que se pensem estratégias que possam estar em contato com essa tecnologia, ao mesmo tempo em que as utilizem para a aprendizagem.

Esses celulares poderiam ser vistos como “pontes de conexão” entre o mundo real e o mundo virtual, ou seja, o que acontece fora de sala de aula e o que acontece dentro de sala de aula. Assim, conforme Recuero (2006), é possível unir as representações dos mundos real e virtual, gerando uma articulação para a aprendizagem do aluno. Isso possibilitará que a informação e o conhecimento sejam transformados a partir de uma proposta diferenciada com o uso do celular.

É importante que o docente saiba atrelar o contexto de vida do aluno com a realidade da escola e do conteúdo apresentado, ou seja, utilizar novas informações para que sejam ancoradas naquelas que o aluno já possui (Freire, 1996).

Isso poderia ser realizado, por exemplo, ao propor que o aluno utilize seu próprio aparelho celular para realizar buscas em sites que possam conter as informações pedidas pelo professor a respeito de um determinado assunto.

Utilizar o celular, portanto, pode ser uma estratégia significativa, visto que muitas vezes é comum que os alunos tenham acesso a essa tecnologia e, ao utilizá-la, poderão elencar seus próprios conhecimentos com aqueles que serão passados.

FOTOGRAFIA EM TELEFONES CELULARES

A partir desse entendimento, Lopes e Knusch (2015) destacam que realizar pesquisas em grupos a partir da utilização de tecnologias em redes sociais, possibilitadas pelo acesso ao celular, incentiva o desenvolvimento de habilidades de discussão de diferentes perspectivas, promovendo a construção de um trabalho coletivo, mesmo que com pensamentos individuais.

Esse recurso seria interessante, visto que, na atualidade, é comum que jovens e adolescentes tenham em seus bolsos ou mochilas um celular de uso próprio e, assim, ele pode ser utilizado para fins pedagógicos, auxiliando na criação e construção de diversas atividades propostas pelo professor.

Para os alunos, utilizar o celular pode representar a ludicidade e o entretenimento aliados à aprendizagem e ampliação dos conhecimentos escolares, sendo um estímulo para a sua autonomia e responsabilidade na sua formação como cidadão.

Mesmo assim, não podemos desconsiderar que o uso do celular em excesso poderia provocar um impacto significativo na aprendizagem, como perda de memória, fluidez de ideias, falta de criatividade.

Bauman (1999) destaca que mudanças culturais e sociais estão ocorrendo na vida nos alunos, e isso influencia o processo de aprendizagem. É preciso administrar o tempo de uso, ou seja, aprender a usar esse recurso na aprendizagem, sendo importante destacar que esse não seria um procedimento usual e repetitivo, mas sim em algumas aulas específicas.

Sobre isso, Fofonca (2018) destaca que o docente, ao adaptar-se às possibilidades das redes sociais, necessita alterar o processo didático e pedagógico de modo a aperfeiçoar suas didáticas e planos de aula tornando-os diferentes e mais atrativos a partir dessa sociedade de múltiplas conexões.

A partir do contexto da globalização e da mudança tecnológica das imagens, alguns aparelhos foram criados ou aperfeiçoados para que fosse possível obter imagens mais técnicas, como as câmeras fotográficas e os aplicativos para celulares que possibilitam exibir, alterar, filtrar e registrar os momentos.

Benjamin (1987) declara que as imagens fotográficas proporcionaram novos paradigmas e entendimentos artísticos referentes à idealização das pinturas, enquanto a arte ainda era vista como um elemento poético, único, criativo e reflexivo. Assim, podemos aliar a arte com a fotografia a partir do momento que as fotografias feitas pelos alunos sejam de forma criativa, reflexiva de acordo com um conceito e conteúdo específico.

Utilizar um dispositivo tecnológico para realizar uma fotografia é muito fácil. Entretanto, o ato de fotografar não deveria ser visto como uma ação simples, é preciso, também, que saibamos “ler” o cenário que compõe uma fotografia, visto que pode ter diversos conceitos e pretensões (Flusser, 2002).

Descrever uma fotografia não é assim tão simples. É preciso entendermos essa fotografia a partir do prisma de suas cores, dos elementos que a compõem e, assim, o fotógrafo é visto como um binóculo observando uma tela, que busca registrar um momento único pela fotografia, que possibilita que se abstraia a essência de um momento a partir de um único clique. Nessa apreciação e produção de fotografias, não importa apenas o exercício de habilidade e produção, mas também que o aluno leitor de imagens seja capaz de perceber as qualidades de luz, sombra, cores, clima, composição e instigar a imaginação.

É interessante que se busque “decifrar” os significados e a intencionalidade por trás de uma fotografia, ou seja, não apenas visualizar uma imagem, mas sim observá-la e analisá-la, para que seja possível absorver a essência de um fotógrafo e observador.

Por fim, entende-se que as fotografias podem ser consideradas como elementos onipresentes, ou seja, elas estão presentes em diversos contextos e cenários, como álbuns, livros, jornais e revistas (McLuhan, 2007), representando o registro de um instante único a partir do prisma de um observador, “imprimindo” a sua observação a respeito daquele momento exato. Diz-se, então, que a fotografia enquanto objeto não possui um valor, mas sim gera uma memória afetiva e reflexiva.

Dessa forma, o uso do celular em sala de aula poderia ser uma estratégia para a aprendizagem do aluno, que potencializaria o ensino, a motivação e o interesse para despertar a reflexão e o conhecimento.

REDES SOCIAIS

Nesse tópico, serão discutidas as redes sociais de maneira geral, como Facebook, Whatsapp, Twitter e Youtube para depois iniciar e destacar mais especificamente o Instagram no ensino da arte. Deixamos claro que não existem apenas essas redes, mas essas são as mais usadas no contexto escolar, porém, sabemos que novas redes vão sendo substituídas por outras quando novos recursos vão sendo criados.

Com a era da globalização e a criação da Internet, surgiu um fenômeno de redes sociais que utilizam as tecnologias da informação e da comunicação para se articular e se auto-organizar, que tomou dimensões globais […] Pode-se dizer que, com o advento da Internet, o conhecimento aberto está hegemonizando definitivamente a sociedade contemporânea. (Souza e Giglio, 2015, p. 15)

Para Recuero (2006) as redes sociais são como laços ou teias que interligam os indivíduos uns aos outros, desde níveis mais básicos como níveis mais complexos. Isso possibilita a conexão entre diferentes indivíduos, criando laços conforme interesses em comum. Ou seja, em um universo conectivo, a distância entre as pessoas se torna muito pequena, pensado nas conexões e nas redes sociais.

As primeiras redes sociais surgiram a partir da iniciativa da plataforma digital denominada “ Sixdegrees”, em 1997, que permitia a criação de um perfil personalizado e individual. A rede social do sixdegrees (relacionada aos “seis graus de separação”) permitia a criação de um perfil pessoal online, permitindo a visualização do perfil de outros indivíduos e a publicação de uma lista de contatos. Entretanto, três anos depois, acabou sendo substituída por outras redes que haviam sido criadas, como o Fotolog e, mais adiante, o Orkut e o Facebook (Relva, 2015).

A rede social, segundo Modolo (2018), é composta por dois elementos: os autores, que podem ser pessoas ou grupos, e as conexões, que são geradas a partir das interações realizadas pela conexão com a internet. As novas tecnologias e, mais precisamente as redes sociais, segundo Bertoletti e Camargo (2016), fizeram emergir uma nova estrutura da sociedade, que acaba se voltando essencialmente para as produções de recursos online como postagens, curtidas, compartilhamentos e divulgações.

Constata-se que as redes sociais virtuais têm tido rápida adoção por milhões de usuários, rompendo o conceito de modismo e demonstrando que são ferramentas antigas transportadas para um cenário suportadas por tecnologias digitais, onde são cada vez mais comuns no cotidiano dos usuários […]. (Souza e Giglio, 2015, p. 113)

Nessas plataformas, são criados perfis pessoais para que se possa ter acesso a esse tipo de informação contida nessas ferramentas digitais, de modo a fazer parte da comunidade criada por diversos indivíduos com interesses mútuos.

Relva (2015) destaca que esses meios permitem trabalhar interações entre diferentes sujeitos que tenham um mesmo objetivo ou interesse em comum e, a partir disso, é possível estabelecer um laço de proximidade ainda maior, ainda que, de acordo com Santos (2022a), em muitos momentos a proximidade física pode ser afetada por conta da proximidade virtual, fazendo com que as pessoas que estão perto sejam prejudicadas em detrimento das que estão longe — mas conectadas.

Assim, entende-se que as redes sociais permitem a livre circulação de conteúdos e discursos e, em um espaço pouco atrativo para muitos, como a escola, faz-se necessário que o professor chame a atenção com estratégias diferenciadas inovadoras possibilitando uma visão de reflexão, estimulando o desenvolvimento da sensibilidade para o imperceptível.

Recuero (2009) revela que a já extinta rede social do Orkut foi lançada em 2004 por um ex-aluno da Universidade de Standfort, que tinha o objetivo de criar uma plataforma digital para cadastrar e permitir a disseminação de uma diversidade de conteúdos de mídia, como enviar e receber mensagens, visualizar comunidades e visitar o perfil dos amigos.

Essa rede social, financiada pelo Google, tornou-se um modelo para outras que futuramente seriam construídas, buscando compreender a necessidade de estar atento às possibilidades prestativas e pensativas que esses meios de comunicação podem proporcionar.

O Facebook, por exemplo, é uma plataforma digital gratuita que foi criada por Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin, dois estudantes universitários de Harvard. A criação ocorreu devido à Zuckerberg querer invadir o banco de dados das irmandades da Universidade, de modo a criar um site denominado Facemash, e sua intenção no momento era falar mal de sua ex-namorada (Mezrich, 2011).

O autor ainda relata que tamanha foi a expansão dessa plataforma, que quase todos os estudantes de Harvard passaram a utilizá-la buscando postar e compartilhar diversos tipos de mídias, como imagens, vídeos, áudios e textos.

A plataforma de comunicação virtual se expandiu para os estudantes da própria universidade para integrar indivíduos e mídias como imagens, vídeos, textos e áudios. Sumpter (2019) revela que o Facebook possui mais de 2 bilhões de usuários, e isso representa uma quantidade exorbitante de publicações diárias, gerando um compartilhamento de dados e informações a nível mundial e em proporções gigantescas.

Ele possui diversas funções básicas como postagens de fotos, vídeos e textos, conforme apontado por Modolo (2018), podendo ser utilizado tanto para fins de entretenimento como acadêmicos, além de ser possível gerenciar tarefas, atividades e compartilhar materiais com grupos de afinidades, de estudos e de trabalho.

Para Souza e Giglio (2015), uma outra rede muito utilizada é o WhatsApp, que também pertence ao Facebook. O WhatsApp necessita da utilização da internet para que seja possível enviar e receber mensagens gratuitamente e de maneira ilimitada. Além disso, ele permite que sejam transferidas diversas mídias como imagens, vídeos e mensagens de voz.

Quando pensado no âmbito escolar, essa plataforma digital permite enviar mensagens, propicia o compartilhamento de informações de conteúdos pedagógicos, esclarecimento de dúvidas e, por se tratar de envios em tempo real, gera melhor comunicação e aprendizado, gerando feedback imediato.

As relações sociais proporcionadas e mediadas pelas redes sociais possibilitam que seja possível conhecer indivíduos que tenham interesses em comum, criando comunidades específicas em torno desses sujeitos, além de ser possível iniciar discussões a respeito de determinado tema.

Outra rede que poderemos mencionar é o Twitter, que foi criado por Jack Dorsey, Evan Williams e Biz Stone em 2006. É considerado como um sistema de microblogging, ou seja, um sistema onde os usuários da rede postam mensagens curtas, em pequenos textos de até 280 caracteres.

Essa plataforma digital, conforme apontado por Garcia (2017), permite a postagem de frases e textos — os chamados tweets — que podem ser acompanhados pela linha do tempo de todos os indivíduos que seguirem um determinado perfil.

Garcia (2017) relata que o Twitter possui um grande potencial pedagógico, justamente por se assimilar a um microblog, funcionando de forma similar a um chat, que poderia ser utilizado nas aulas em sala de aula, palestras, eventos e demais atividades de cunho pedagógico e educativo.

O Twitter poderia ser utilizado para publicar informações e orientações referentes a trabalhos de uma determinada disciplina escolar, além de servir como um registro de postagens, indicando datas importantes do calendário acadêmico.

Outra rede social que poderia agregar ao ensino é o YouTube, que foi criado em 2005 por Steve Chen, Chad Hurley e Jawed Karin, que visavam o compartilhamento de vídeos online e, em 2015, já havia se tornado o segundo maior site de buscas representando mais de um bilhão de usuários em atividade e 6 bilhões de horas de visualização de vídeos a cada mês. Essa rede de compartilhamento foi de tamanho sucesso que acabou sendo comprada pela empresa Google em 2006 (Martins, 2018).

Para utilizar o Youtube como um contexto didático nas aulas, Martins (2018) destaca que os docentes podem criar uma conta na plataforma com um nome de fácil memorização e que esteja relacionado com o tema proposto, permitindo que sejam adicionados vídeos relacionados à temática, e, torna-se interessante permitir que os próprios alunos adicionem os vídeos.

Destaca-se, nesse casso, que somente pessoas acima de 13 anos de idade podem postar conteúdos em suas contas e, nesse caso, o professor poderia realizar essas postagens para a turma.

O YouTube poderia oferecer recursos didáticos de vídeos que podem ser assistidos, comentados e compartilhados tanto dentro da sala de aula quanto em casa. Isso possibilita fomentar ainda mais os debates entre os alunos e o professor conforme o conteúdo escolhido.

No âmbito educacional, isso possibilita a busca de informações em diferentes canais de vídeo, podendo auxiliar nas discussões de seus “achados” (obtidos a partir das buscas) com colegas de classes e mentores, o que agrega no conhecimento de todos os envolvidos (Fofonca, 2018).

Gama (2019) destaca alguns benefícios que as redes sociais podem ter na aprendizagem de um aluno:

  1. melhora e facilitação da comunicação e de troca de informações entre docentes, discentes e pais;

  2. facilita a coordenação, envio e correção de trabalhos a partir da criação de grupos;

  3. facilita a comunicação e o registro de informações importantes repassadas pelo professor da disciplina;

  4. melhora a socialização entre os professores e alunos.

Os docentes podem utilizar os recursos digitais na educação, principalmente a Internet, como apoio para a pesquisa, para a realização de atividades discentes, para a comunicação com os alunos e dos alunos entre si, para a integração entre grupos dentro e fora da turma, para publicação de páginas web, blogs, vídeos, para a participação em redes sociais, entre muitas outras possibilidades (Moran, 2013, p. 36-46.).

Em um mundo cada vez mais tecnológico e interativo, encontramos cada vez mais abundância de conhecimentos variados, sendo bombardeados por informações que podem, de fato, ser ampliadoras de conhecimentos e, ao mesmo tempo, ser de procedência duvidosa, acarretando a retenção de conhecimentos equivocados.

As redes sociais promovem interatividade a partir do pertencimento de diferentes comunidades e grupos de afinidades, legitimando ligações entre os indivíduos, o que poderia ser amplamente explorado no contexto educacional a partir de propostas que unam o conhecimento e as possibilidades obtidas pelas tecnologias com um objeto de estudo indicado pelo docente.

As comunidades e grupos criados a partir das redes sociais da internet permitem agregar indivíduos que estejam interessados em uma mesma temática, levando adiante publicações, compartilhamentos e questões de interesse mútuo, permitindo a sociabilidade desses integrantes.

Dessa forma, é possível conectar o estudo sobre a teoria das cores e o Impressionismo a partir da utilização de fotografias nas redes sociais, em um cenário educativo e escolar, visando conectar os alunos com esses elementos culturais e artísticos a partir do Instagram.

IMAGENS NO INSTAGRAM

Aqui, apresentaremos as imagens no Instagram a partir dos conceitos da fotografia, como poderiam ser compartilhadas essas imagens na rede social e como o professor de arte poderia se valer do uso do Instagram para publicar fotos de atividades da disciplina, potencializando a aprendizagem. Assim, entende-se que o conteúdo do Impressionismo e da teoria das cores poderá ser divulgado no Instagram.

Temos que pensar que dificilmente os alunos terão acesso às obras impressionistas se pensado no contato direto entre a tela e o observador. É preciso, dessa forma, compreender que o contato com as pinturas impressionistas ocorrerá de forma indireta, mediada por fotografias dessas mesmas obras, que podem ser encontradas em diversos sites ou mesmo nas redes sociais, como o Instagram. Assim, é necessário que a fotografia desperte o interesse do estudante para o conhecimento das obras de arte e que possa identificar diversos elementos na pintura como a classificação das cores.

Seligmann (2018) destaca que é importante diferenciar imagens tradicionais de imagens técnicas. As imagens tradicionais são aquelas obtidas a partir do contato direto do artista com um objeto de estudo e os materiais por ele utilizados. Nas imagens técnicas — no caso as fotografias — também há o contato do agente (ou observador) com uma determinada imagem. Entretanto, esse contato é mais rápido e o indivíduo não precisa se dedicar por tanto tempo para que seja possível realizar a sua composição.

Assim, os quadros e as fotografias terão sua representatividade e narrativa, e o observador poderá, a partir do seu olhar subjetivo, buscar compreender a trajetória imaginativa do criador, buscando detalhes específicos e possíveis analogias entre os elementos, se sentindo “preso” a essa imagem a partir do estabelecimento de emoções por ela geradas.

Para Flusser (1985, p. 27), imagens “são superfícies que pretendem representar algo”, e os alunos deveriam fazer análises dos detalhes das imagens, que segundo o autor, é “vaguear” elementos que já foram vistos, mas é preciso revê-los, e Barbosa (2008) chama isso de releitura de imagem.

Para Benjamin (1987), toda obra de arte, como no caso das pinturas, possui uma aura que está vinculada à sua autenticidade, tendo uma representatividade única. Ou seja, cada uma dessas telas possui um traço específico de cada artista e, sendo assim, são únicas.

Dessa forma, entende-se que por mais que seja possível fotografar uma obra de arte ou mesmo buscar reproduzi-la, isso nunca ocorrerá literalmente, visto que não existe “o aqui e o agora” que foi possível ser vivenciado pelo pintor no momento de sua execução artística ou pelo apreciador da obra original. A isso, Benjamin (1987) se refere como “aura”.

Benjamin (1987) relata que as obras de arte sempre puderam ser vistas como reprodutíveis, visto que a imitação e as réplicas podem ser realizadas a partir de diferentes ideias e intenções por outros que não são detentores de sua própria arte. Porém, com a invenção da fotografia, essa dinâmica se modifica em relação à reprodução maquínica, que promove cópias mais fidedignas e todas idênticas entre si.

Entretanto, por mais que essas reproduções sejam possíveis, Benjamin (1987, p. 167) destaca:

Mesmo na reprodução mais perfeita, um elemento está ausente: o aqui e agora da obra de arte, sua existência única, no lugar em que ela se encontra. É nessa existência única, e somente nela, que se desdobra a história da obra. Essa história compreende não apenas as transformações que ela sofreu, com a passagem do tempo, em sua estrutura física […].

Nesse sentido, a reprodutibilidade de uma obra de arte pode ocorrer a partir de diferentes meios, como na utilização das redes sociais. Entretanto, por mais que essas imagens possam ser apreciadas virtualmente, elas não possuem a essência do “aqui e agora”, vivenciados pela essência da experiência de quem observa pessoalmente uma dessas telas.

Eco (1972) afirma que a obra de arte possui inúmeras interpretações e significados, e os observadores podem entender em partes sua composição, mas não sua essência por completo.

A rede do Instagram, muito utilizada pelos alunos na escola, poderá se tornar uma biblioteca da disciplina de arte, tornando o acesso amplo e, assim, o aluno poderá curtir, comentar e publicar, divulgando uma determinada fotografia, e assim aprender mais sobre ela. Isso poderá ocorrer a partir da observação de imagens impressionistas publicadas pelo professor e, assim, será possível realizar fragmentações da obra a partir do olhar observador, gerando representações subjetivas.

Nessa rede social, o aluno poderá estabelecer uma relação com a obra de arte previamente fotografada e já compartilhada na internet, possibilitando que ele utilize a rede social para observá-la e comentá-la conforme a atividade proposta pelo professor de arte. Isso pode ocorrer justamente por entendermos que atualmente é comum o acesso aos smartphones, sendo um recurso visível nas escolas e que possibilitam atrelar essa tecnologia ao conhecimento da disciplina de arte.

Quando se observa determinada imagem obtida a partir de uma fotografia, é possível que possamos sentir-nos imersos àquela cena. E isso é um dos grandes princípios dessa tecnologia, que permite que sejamos levados para cenários ainda não explorados em momentos não vividos.

Enquanto a câmera fotográfica ou o aparelho que irá realizar a fotografia possui a única função de registrar automaticamente um determinado momento, o espectador, enquanto observador dessa imagem, possui a capacidade de agir como um intermediário guiando essa paisagem, ou seja, ele pode buscar análises e interpretações totalmente subjetivas e individuais.

Flusser (1985) relata que quando observamos uma determinada imagem, começamos a estabelecer algumas relações a partir da visualização dos seus elementos e, assim, começamos a gerar um leque de interpretações e possibilidades. Dessa forma, entende-se que o aluno, ao observar uma imagem, poderá utilizar toda a sua interpretação e subjetividade para realizar essas análises.

As imagens são “mediações entre homem e mundo” (Flusser, 1985, p. 7). Isso significa que o indivíduo enquanto observador e espectador, tem a possibilidade de ampliar o seu conhecimento a partir das significações das imagens, seja em forma de desenho, pintura ou fotografia.

Nesse sentido, por mais que o espectador não possa admirar uma obra de arte presencialmente, ele poderá fazê-lo a partir da existência de suas fotografias, como se elas estivessem sendo reproduzidas. Ou seja, por mais que eles não tenham contato direto com essas telas, eles poderão apreciar suas imagens através de fotografias e então pode ser possível observar e analisar esses movimentos artísticos. Essa é uma estratégia que pode ser utilizada no anseio de promover o ensino da arte e a expansão cultural dos alunos. Isso poderá ser realizado a partir do compartilhamento dessas imagens no Instagram. Entende-se, nesse cenário, que o ideal seria a possibilidade de o aluno ter o contato direto com as obras de arte, mas que, apesar dessa impossibilidade, observar a fotografia possibilita que mesmo assim diversas análises subjetivas possam ser realizadas.

Essa é uma importante ferramenta que auxilia na manifestação artística, visto que, a partir dela, é possível que essa informação artística visual chegue a milhões de pessoas ao redor do mundo, e não somente àqueles que possuem condições de apreciarem-na presencialmente. Além disso, realizar pesquisas históricas a respeito de um determinado movimento cultural, por exemplo, e montar exposições, são excelentes ideias para que os alunos compreendam a dinamicidade das fotografias e das pinturas.

Freeman (2012) afirma que o elemento visual que relaciona as obras impressionistas e as fotografias, são as cores. As duas possuem ideias de dimensões e características como o brilho, a saturação e o matiz. Essas cores são capazes de provocar inúmeras sensações e sentimentos a partir de interpretações próprias, conforme o contexto emocional de cada indivíduo.

De acordo com Fraser e Banks (2007), as cores podem impactar as fotografias profundamente, visto que possuem significados diferentes que estão presentes em uma palavra, uma sentença, imagens, música ou cor, e na combinação entre esses elementos. Por isso, os artistas utilizavam e ainda utilizam esse recurso visual para impactar a sociedade e despertar o olhar das pessoas em virtude de associações pessoais, tornando os signos das cores mais sofisticados.

Em consonância, Bueno (2008) relata que também é importante trabalhar e estimular a observação a partir de elementos importantes das imagens e da Teoria das cores, como buscando identificar as cores complementares, primárias, secundárias, quentes, frias e outras de suas classificações.

Iavelberg (2003) relata que quando o aluno se envolve com um trabalho artístico, ele realiza algo inédito e autoral, deixando sua marca. Entretanto, o educador precisa utilizar seu papel de mediador do ensino e do conhecimento para valorizar as atividades dos alunos e incentivar a busca por novos aprendizados e desafios, incentivando sempre a criatividade a partir de diferentes e complementares métodos de ensino que possibilitem ampliar o conhecimento dos alunos nesse campo artístico.

Assim, sugerir atividades que se relacionem a algum pintor impressionista específico, é uma metodologia interessante para ser trabalhada, utilizando o contexto histórico e cultural. Para isso, os alunos podem buscar na internet obras para falar sobre as características do movimento, os principais pintores, obras de destaque, contexto histórico e cores utilizadas.

Quando pensado no conceito das aulas de arte, Barbosa (2008) relata que é preciso que o aluno seja estimulado a ser criativo e imaginativo e, assim, utilizar a rede social pode ser uma interessante estratégia de assimilação com as cores e o Impressionismo.

A arte faz parte da história do ser humano e, por isso, não basta apenas estar em contato com ela, é preciso que seja possível vivenciá-la de diferentes maneiras, contemplando todos os seus significados, que são variáveis de indivíduo para indivíduo. Isso possibilita que os contextos culturais artísticos possam ser percebidos e apreciados a partir da visão, da abstração e da subjetividade do espectador. Assim, o celular juntamente com a rede social pode proporcionar a ampliação das possibilidades metodológicas da temática artística abordada pelo professor, buscando contemplar diferentes cores e tonalidades.

Na pintura de um quadro, além do sentido que o artista tenta passar, todo o observador da imagem, como o educador de arte, tem a liberdade de submeter a obra a um olhar aguçado, intuitivo e de julgamento sobre a pintura.

As informações de imagens postadas na rede social do Instagram pelo professor podem buscar expressões e características do movimento impressionista, onde poderão ficar arquivadas e até mesmo destacadas no perfil, de modo a promover engajamento de outros alunos para executarem tarefas similares. Esse arquivamento visual será importante para que o aluno tenha pleno acesso às suas informações durante o período que quiser e por quantas vezes forem necessárias. Isso gera um ambiente ainda mais favorável para o aprendizado e assimilação dos conhecimentos artísticos que o mentor deseja que o aluno aprenda.

Moran (2013) indica a ideia de ser o protagonista de seu próprio envolvimento e compreensão a respeito de um determinado conteúdo. Destaca-se, aqui, o exemplo da pesquisa a respeito do Impressionismo, elencando as curiosidades, características e demais especificidades desse movimento cultural e artístico.

Nesse sentido, segundo Moran (2013), o professor poderia fazer perguntas motivadoras, com desafios para a soluções dos objetivos propostos, em redes sociais, como o Instagram onde o aluno poderia utilizar para aprender sobre o impressionismo, fazendo atividades de fotografias com reflexão, avaliando seu próprio trabalho, exercendo discussões e debates entre os colegas. Para isso, considera-se também a assimilação dos conteúdos discutidos e adquiridos individualmente e por vontade própria. Assim, será possível compreender se os alunos de fato atingiram o objetivo proposto pela atividade.

Assim sendo, é possível que o educador enquanto mediador do conhecimento da arte e do Impressionismo, estabeleça metodologias e metas específicas que relacionem esse conteúdo artístico a partir da utilização da rede social do Instagram. Após compreender essas possibilidades de etapas para a elaboração da atividade, alguns métodos referentes ao assunto poderiam ser realizados com os discentes.

Todas essas abordagens permitirão que o mentor perceba dois quesitos importantes referentes à assimilação do conhecimento: a compreensão do conteúdo e a capacidade de elaboração e expressão textual.

Esses dois elementos podem ser estimulados conforme os conteúdos relacionados da Teoria das Cores e do Impressionismo e, ao utilizar o Instagram, o aluno poderá se sentir mais motivado a adquirir e ampliar um conteúdo artístico, visto que a rede social e o smartphone fazem parte de seu cotidiano.

Remetendo-nos novamente à questão da utilização das tecnologias e das redes sociais, podemos afirmar que a utilização do Instagram nesse novo panorama social poderia e deveria ser incluída no contexto escolar e educacional para apoiar o professor, tornando o conteúdo mais atrativo e menos monótono. Isso pode aguçar ainda mais a busca pelo conhecimento, permitindo que os usuários possam acompanhar a publicação de outros indivíduos ou executar as suas próprias, com fotos, vídeos ou demais recursos visuais.

O educador de Artes visuais precisa […] propiciar atividades relacionadas com autores que tratam de um contexto histórico, para assim valorizar a arte e entender como foi elaborada. Devemos também perguntar sobre o que elas acharam das obras e o qual a conclusão que tiveram sobre a releitura, se gostaram, acharam bonito etc. A apropriação artístico-cultural das crianças tem o tempo e ritmos próprios; ocorre na medida em que estabelecem um diálogo direto com diferentes obras, acionando seus acervos, afetividade e cognição, possibilitando múltiplos olhares e sentidos. E será tão mais intensa quanto mais exercemos o papel de instigar sua curiosidade e provocar novas indagações. (Brasil, 2006, p. 26)

Buoro (2003) diz que, em um mundo no qual muitas imagens são vistas, é preciso ter a noção de que é necessária uma tomada de consciência relacionada à interpretação dessas imagens. Nesse sentido, as obras de arte, por exemplo, geralmente são apenas observadas por indivíduos que pouco conhecem o seu significado e contexto.

Assim, entende-se que o docente enquanto mediador das artes visuais poderá fornecer instrumentos a seus alunos para que eles possam começar a compreender a dimensão e a importância que essas obras de arte possuem no contexto artístico e cultural, como o Impressionismo.

Segundo Santos (2022a), somos manipulados pelos algoritmos das redes sociais, e o aluno precisa aprender a utilizá-las também para a aprendizagem significativa e questionadora, não somente se preocupando com as postagens dos colegas, e os comentários deles no Instagram. A consciência do aluno deveria ter liberdade para suas próprias escolhas, não deveríamos ser consumidores inconscientes das tecnologias, pois aquilo que temos não poderia mostrar aquilo que somos, mas consumidores conscientes, onde refletimos sobre a sociedade atual.

Segundo Barbosa e Cunha (2010), uma ideia mais atualizada do sistema triangular menciona a possibilidade do “sistema triangular digital”, promovendo a interlocução entre o observador e determinada arte a partir de contextos virtuais. Esse é considerado um sistema pós-moderno que surge após a criação de novas tecnologias e a globalização mundial. Ele aparece a partir da perspectiva do desenvolvimento crítico obtido a partir de uma percepção digital, estimulando os processos mentais.

Nesse sentido do aprendizado crítico, e buscando vincular o Impressionismo com a Teoria das cores, a utilização do smartphone, vinculado ao compartilhamento de obras desse período artístico e percepções subjetivas, pode ser uma interessante metodologia para estudar esses objetos de estudo, aproximando os alunos e o educador de meios tecnológicos que sejam de interesse em comum e bastante utilizados no dia a dia.

O INSTAGRAM E A EDUCAÇÃO

Apresentamos nos tópicos anteriores as redes sociais de maneira geral e aqui apresentaremos como elas podem auxiliar nos contextos didáticos e pedagógicos para a educação, destacando o Instagram como ferramenta para a publicação e compartilhamento de fotos relacionadas à disciplina de arte.

Souza e Giglio (2015) destacam que é possível evidenciar uma transformação social e cultural de tamanhos exorbitantes a partir dos avanços tecnológicos em um mundo onde cada vez mais estamos cercados por inúmeras possibilidades de tecnologia.

Nos dias atuais, os alunos consomem o mundo cibernético, estando conectados por várias horas durante o dia. Dessa forma, há de se pensar maneiras de tirar proveito desse tempo que, em suma, é visto como ocioso, e transformá-lo em uma ferramenta que potencializa a aprendizagem.

É importante questionarmos fatores que podem motivar os indivíduos a aderirem às redes sociais, buscando compreender a intencionalidade de sua utilização (Vermelho, Velho e Bertoncello, 2015).

Nesse sentido, a utilização das redes sociais, como o Instagram, tem sido alvo de investigações e indagações quanto a sua possibilidade de relação com o ensino, promovendo discussões no cenário acadêmico e escolar a respeito de suas possíveis inclusões.

As metodologias de ensino utilizadas pelo docente, nesse caso, precisam valorizar os conhecimentos espontâneos e a criatividade dos alunos. É preciso que se estimule uma educação crítica e reflexiva, de modo que esses conteúdos possam ser absorvidos e compreendidos.

Conforme destacado por Freire (1996), nesse caso é preciso envolver o “fazer e pensar”, ou seja, as atividades teóricas e práticas deveriam envolver a essência da atividade artística, buscando ampliar o aprendizado do aluno e do próprio mentor.

Dessa forma, foram apontadas anteriormente algumas redes sociais e suas possíveis ligações benéficas com o processo educativo. A partir disso, pudemos chegar enfim ao ponto principal que levará ao produto deste artigo: a rede social Instagram e seu potencial educativo artístico .

Segundo Garcia (2017), o Instagram (que pertence à Meta) foi criado em 2010 pelo norte-americano Kevin Systrom e o brasileiro Mike Krieger com o principal objetivo de gerar compartilhamento de fotos, vídeos e demais informações visuais com diferentes círculos de amizades (família, amigos, colegas de trabalho etc.).

As redes sociais possibilitam uma maior amplitude de experiência e interação humana, uma vez que possuem diversos meios de comunicação social entre pessoas ao redor de todo o mundo, independente de classe econômica e social. Portanto, nota-se que essas tecnologias se tornaram inclusivas (Vermelho, Velho e Bertoncello, 2015).

O Instagram pode ser utilizado em diferentes plataformas de celular como o Android e o iOS e, por isso, pode alcançar milhões de pessoas ao redor do mundo (Azevedo, 2015). Essa rede social integra os usuários a partir da ideia de “seguidores”, ou seja, os indivíduos escolhem quais perfis de outros sujeitos desejam se vincular e acompanhar as postagens (Coelho, Viega e Alves, 2017).

Dessa forma, o Instagram representa um dos elementos significativos na mudança desse paradigma da imagem, antes fotográfica, atualmente digital/virtual. E de certa forma, se mescla com padrões anteriores aos seus, através de um hibridismo do olhar, que ao mesmo tempo é perene quanto à memória/lembrança dos indivíduos que a utilizam como mecanismo motor para era-la, mas também é fluido e excessivo em relação à quantidade de imagens que gera em seu display. (Azevedo, 2015, p. 143)

Esse aplicativo pode proporcionar sociabilidade a partir de contextos digitais online que ocorrem por meio de compartilhamentos, comentários e curtidas em cada postagem realizada. Além disso, o fato de possuir a possibilidade das hashtags (#), que são comandos que agrupam imagens em um mesmo grupo específico, podem se tornar interessantes para os usuários e para efetuar publicações que se enquadrem em determinada categoria.

Assim, o professor pode valorizar os vínculos sociais que o aluno tiver em suas redes sociais, tornando-as potenciais mediadoras para as atividades. Isso poderá ser importante também para que seja sugerida uma colaboração entre os alunos e demais participantes para aprender a partir das redes sociais (Santos, 2022b).

O Instagram é uma plataforma virtual utilizada por milhões de pessoas todos os dias, possuindo, então, possibilidade de massificação de visualizações e postagens. Dentre algumas possibilidades benéficas proporcionadas pelo Instagram, é possível destacar:

  • recursos visuais: compostos por vídeos, fotos e demais postagens contendo textos, o que se torna atraente visualmente;

  • notificações: é um recurso que mostra em tempo real qualquer atividade relacionada a determinado perfil, como: marcações pelo nome da rede social, menções em publicações etc.;

  • localização: necessita de conexão mútua com o GPS do smartphone, detectando o local onde o indivíduo se encontra no momento, ou podendo ser postada a foto posteriormente e selecionada uma outra localização que não a atual;

  • stories: publicações instantâneas de vídeos, imagens e outros conteúdos, que ficam disponíveis para visualização no período de 24 horas;

  • hashtags: são palavras-chave digitadas após o símbolo de sustenido, representado por “#”, utilizadas para identificar e agrupar temas similares;

  • emoji slider: o emoji é um pictograma que utiliza uma figura para representar um determinado elemento. Esse recurso possui formato de barra de intensidade que possibilita avaliar o quanto os perfis que observaram os stories gostaram da publicação;

  • perguntas: o recurso denominado “Faça uma pergunta” permite que o dono do perfil crie um campo aberto para que outras pessoas façam perguntas a ele conforme a temática escolhida pelo mesmo. Essas perguntas podem ser respondidas com textos e/ou fotos, que ficam agrupadas na lista de visualizações do dono do perfil;

  • enquetes: é uma combinação com o recurso de “perguntas”, e permite que antecipadamente o perfil adicione duas ou mais opções de respostas;

  • destaques: são imagens e vídeos que podem ser adicionados ao perfil de forma permanente, personalizando-o e tornando-o possivelmente mais atraente;

  • transmissão ao vivo: no Instagram são exibidos vídeos em tempo real.

A utilização do Instagram pode ser útil e agradável e, se pensarmos por esse viés, podemos perceber que ele pode ser um importante auxiliador para maximizar as experiências e performances do ensino em sala de aula, uma vez que podem auxiliar os indivíduos (aluno e professor) a alcançar seus objetivos pedagógicos.

Essas relações sociais geradas pela conectividade consistem em uma nova possibilidade de comunicação e informação, ampliando as relações a partir de um progresso que se dá pelo diálogo e compartilhamento entre os indivíduos nessa sociedade contemporânea. Isso possibilita inovações no campo da educação (Guimarães, 2018).

O Instagram possui diversas utilidades que podem proporcionar metodologias diferenciadas e mais completas no âmbito educacional, sendo possível destacar, principalmente, no contexto da educação:

  • Envio de notificações: o docente, se vinculado ao perfil dos alunos, ou seja, se estiver “seguindo-os”, poderá enviar mensagens instantâneas. Para isso, basta utilizar o ícone no canto superior direito, pesquisar um contato e digitar a mensagem. Isso poderia ocorrer a partir da criação de grupos, adicionando os alunos. Para isso, basta clicar no ícone do avião de papel, acessar o “ direct”, escolher o ícone em formato de lápis e selecionar os alunos que farão parte do grupo. Após, basta clicar em “bate-papo” para que seja possível enviar as notificações.

  • Leituras complementares: referente a conteúdos que possam agregar na construção dos trabalhos, servindo como apoio de conteúdo que podem ser divulgadas pelos mentores. Isso poderá ocorrer, por exemplo, a partir da publicação de textos por parte do professor, em seu perfil ou no perfil escolar, ou mesmo na postagem de imagens. Para isso, é preciso abrir o ícone de câmera no Instagram e escolher a opção “texto”. Após, o texto escolhido poderá ser digitado e para finalizar a publicação, basta clicar no ícone “>”.

  • Rede de dúvidas e questionamentos: podem ser sanadas dúvidas por parte dos alunos, podendo ser respondidas conforme ferramentas disponibilizadas pelo próprio aplicativo, como os stories. No stories, por exemplo, ao publicar uma imagem e compartilhar no Instagram, é possível que outros perfis ao visualizarem o conteúdo, possam enviar mensagens instantâneas e, dessa forma, realizar perguntas.

  • Registrar os trabalhos pedagógicos: os trabalhos dos alunos podem ser postados no perfil do Instagram, seja nos stories (que possuem duração de 24 horas), como foto ou mesmo em destaque no perfil. Para produzir um story, basta escolher uma imagem, clicar no ícone de avião de papel, escolher a opção “adicionar publicação ao seu story” e enviar. Já para fazer a postagem de uma imagem com destaque no perfil, é preciso localizar a opção “destaque”, na página do perfil, e escolher fotos e/ou vídeos que desejam ser salvos.

  • Compartilhamento de conteúdo: é possível realizar postagens de diversos conteúdos relacionados a uma temática específica sugerida pelo professor, que poderão ser acompanhadas através do perfil criado, como em fotos em destaque, stories e fotos publicadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A possibilidade de interação proporcionada pelas redes sociais, como o Instagram, fez surgir questionamentos sobre as abordagens metodológicas tradicionais dentro de sala de aula, tanto no quesito da formação do docente quanto do discente, visto que os docentes podem apresentar novas estratégias de ensino e possibilidades de utilização para melhorar o processo do ensino e aprendizagem.

É possível compreender, dessa forma, que o espaço virtual pode auxiliar na aproximação entre alunos e professores, sendo um facilitador da aprendizagem, da mesma forma como pode expandir os conhecimentos escolares de forma mais rápida, podendo proporcionar espaço e possibilidade para debates, discussões e atividades formalizadas.

Sobre isso, é importante que se questione os fatores que podem motivar alunos e docentes na adesão dessa plataforma de comunicação, buscando compreender a intencionalidade e o potencial de seu uso no campo educacional (Vermelho, Velho e Bertoncello, 2015).

A partir do entendimento dessas inúmeras possibilidades de uso do Instagram, é possível perceber uma possível expansão em sua utilização no ensino, sobremaneira com as utilizações em sala de aula, utilizando o celular como ferramenta educacional, como em fotografias feitas pelos alunos.

Financiamento: O estudo não recebeu financiamento.

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Recebido: 19 de Dezembro de 2020; Aceito: 01 de Dezembro de 2021

Rodrigo Otávio dos Santos é doutor em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professor do Centro Universitário Internacional (UNINTER). E-mail: rodrigoscama@gmail.com

Raquel Machado Lopes Rudnik é mestre em Educação e Novas Tecnologias pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER). Professora da Prefeitura Municipal de Curitiba (PMC). E-mail: raquelalonso10@hotmail.com

Conflitos de interesse: Os autores declaram que não possuem nenhum interesse comercial ou associativo que represente conflito de interesses em relação ao manuscrito.

Contribuições dos autores: Investigação e Escrita — Primeira Redação: Rudnik, R. M. L. Metodologia, Escrita — Revisão e Edição: Santos, R. O.

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