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Revista Brasileira de Educação Especial

versión impresa ISSN 1413-6538versión On-line ISSN 1980-5470

Rev. bras. educ. espec. vol.27  Marília  2021  Epub 15-Jun-2021

https://doi.org/10.1590/1980-54702021v27e0016 

Revisão de Literatura

O Campo Acadêmico da Educação Especial e a Utilização do Termo "Campo"

The Academic Field of Special Education and the Use of the Term "Field"

Rosana de Castro CASAGRANDE2 
http://orcid.org/0000-0001-8341-6199

Jefferson MAINARDES3 
http://orcid.org/0000-0003-0401-8112

2Professora da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Ponta Grossa/Paraná/Brasil. E-mail: rosanaccasagrande@hotmail.com.

3Professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Ponta Grossa/Paraná/Brasil. E-mail: jefferson.m@uol.com.br.


RESUMO:

Este estudo teve por objetivo analisar produções nacionais e em Língua Inglesa de Educação Especial que utilizam o termo "campo". Por meio de uma pesquisa bibliográfica, foram selecionados 34 trabalhos que utilizaram o termo e suas designações. Como fundamentação teórica, foram elencados os seguintes autores e temáticas: a) conceitos de campo, campo científico e universitário de Pierre Bourdieu (1974, 1975, 1989, 2003, 2004, 2011); b) conceito de institucionalização de campo (Gómez Campo & Tenti Fanfani, 1989, Suasnábar & Palamidessi, 2007) e conceito de campo acadêmico (Hey, 2008a, 2008b). Os resultados apontaram para a utilização do termo de forma ampla, diversificada e genérica. Foram elencadas cinco categorias sobre sua utilização em âmbito nacional e três em língua inglesa. Há semelhanças no uso do termo em ambas as línguas, no que tange à/ao: b) Interface entre a Educação Especial e a Educação: c) Noção de campo relacionada a conhecimento, campo de pesquisa e de produção de bens acadêmicos; d) Espaço de formação de professores na/para/da Educação Especial; e) Inexistência de uso sistematizado do termo com fundamentação teórica que INDIQUE SUA ORIGEM.

PALAVRAS-CHAVE: Campo; Campo acadêmico; Educação Especial

ABSTRACT:

This study aimed to analyze, within the academic field of Special Education, national and English-language productions that use the term "field". Through a bibliographic research, 34 works that used the term and its designations were selected. As a theoretical foundation, the following authors and themes were listed: a) concepts of field, scientific and university field by Pierre Bourdieu (1974, 1975, 1989, 2003, 2004, 2011); b) concept of field institutionalization (Gómez Campo & Tenti Fanfani, 1989, Suasnábar & Palamidessi, 2007) and concept of academic field (Hey, 2008a, 2008b). The results pointed to the use of the term in a broad, diversified and generic way and without theoretical deepening. Five categories were listed on its use nationwide and three in English. There are similarities in the use of the term in both languages, with respect to: b) Interface between Special Education and Education: c) Notion of field related to knowledge, field of research and production of academic goods; d) Teacher training space in/to/from Special Education; e) Absence of systematic use of the term with theoretical basis that indicates its origin.

KEYWORDS: Field; Academic field; Special Education

1 Introdução

Este artigo, de natureza bibliográfica, apresenta o levantamento e a análise de publicações de Educação Especial, nacionais e em Língua Inglesa, que utilizam o termo "campo". O texto integra uma pesquisa mais ampla sobre a constituição do campo da Educação Especial no Brasil (Casagrande, 2020, 2021a; Casagrande & Mainardes, 2021a).

A pesquisa fundamenta-se nos conceitos de campo, campo científico e campo universitário de Pierre Bourdieu (1974, 1975, 1989, 2003, 2004, 2011); no conceito de institucionalização de campos (Gómez Campo & Tenti Fanfani, 1989; Suasnábar & Palamidessi, 2007) e no conceito de campo acadêmico (Hey, 2008a, 2008b).

A metodologia foi adaptada de Stremel (2016) e envolveu: a) o levantamento de publicações de Educação Especial que empregam o termo "campo"; b) a sistematização das fontes em um banco de dados; c) a análise das características do uso dos termos e as contribuições das referidas fontes na constituição do campo acadêmico da Educação Especial no Brasil.

O artigo está dividido em quatro seções. Na primeira, apresentamos a fundamentação teórica: conceito de campo e sua institucionalização. A segunda seção trata da noção de campo acadêmico aplicado à Educação Especial. A terceira aborda a análise da utilização do termo campo em publicações de Educação Especial. Exploramos o emprego do termo "campo" em publicações nacionais e em Língua Inglesa em Educação Especial na última seção.

2 Conceito de campo e institucionalização de campo acadêmico

Bourdieu (2003) definiu campo como sendo "o espaço relativamente autônomo, esse microcosmo dotado de suas leis próprias" (p. 20). Esses campos apresentam-se "como espaços estruturados de posições (ou de postos) cujas propriedades dependem da sua posição nesses espaços e que podem ser analisadas independentemente das características dos seus ocupantes (em parte determinadas por elas)" (p. 119). Um campo pode ser definido ainda como uma rede ou como uma "configuração de relações objetivas entre posições" (Bonnevitz, 2003, p. 60). O campo é, portanto, um espaço de luta onde os agentes concorrem e competem pela ocupação das posições, cujo objetivo é a apropriação do capital do campo ou a redefinição desse capital específico.

Para Bourdieu (2003), os campos, mesmos bem diferentes, possuem leis de funcionamento invariantes. Cada vez que se estuda um novo campo, depara-se com propriedades específicas, características próprias e particulares, mas que auxiliam no progresso do conhecimento e no desvelamento de mecanismos universais que se especificam em função de variáveis secundárias. Um campo caracteriza-se, também, por um jogo de interesses específicos, e, para que o campo de fato seja funcional, é necessário que haja paradas em jogo e pessoas prontas para jogá-lo, as quais são dotadas do que Bourdieu (2003) denominou de habitus.

Um aspecto que destacamos no construto teórico de Bourdieu é a possibilidade de universalização do conceito de campo, para o qual o autor instituiu elementos fundamentais e relativamente invariantes (Lahire, 2017). Concordamos com Brandão (2010) quando cita Bourdieu, que seu denso instrumental teórico e conceitual, aplicado aos objetos empíricos, apresenta-se como um desafio aos pesquisadores que investem em objetos análogos em outros contextos espaciais e temporais.

Suasnábar e Palamidessi (2007) definem como institucionalização os processos pelos quais certas práticas se recortam como específicas, se regularizam, sancionam e constroem sua autonomia e legitimidade. Com base em Gómez Campo e Tenti Fanfani (1989), Suasnábar e Palamidessi (2007) entendem que a criação de uma cátedra universitária ou de um departamento no âmbito estatal constituem momentos na institucionalização do campo que revelam o processo histórico de configuração e desenvolvimento de agências especializadas na produção, circulação e/ou validação de conhecimentos. De acordo com Suasnábar e Palamidessi (2007), o grau de diferenciação e de especialização de saberes, de agentes, de instituições, de funções ou de divisões institucionais que expressa os momentos do campo pode ser analisado como "processos de institucionalização" (p. 41). Também, para Faria (2013), "a institucionalização de um campo de estudos, de uma disciplina, vem tradicionalmente acompanhada da criação de associações profissionais, de conferências e de periódicos que influenciam, direta ou indiretamente a alocação de recursos materiais e simbólicos" (p. 12).

A partir das ideias sobre a institucionalização de um campo específico, destacadas pelos autores acima mencionados, Stremel (2017) definiu uma metodologia para a pesquisa sobre a constituição de campos acadêmicos, que envolvem: a) a análise da criação dos espaços institucionais; b) a criação de associações científicas e dos periódicos especializados; c) a criação de departamentos e disciplinas na Graduação e na Pós-Graduação; d) a criação de Programas de Pós-Graduação (PPGs) e de Linhas de pesquisa em PPGs; e) a criação de Grupos de Pesquisa; f) a criação de redes de pesquisa, de eventos especializados, etc.

3 noção de campo acadêmico aplicado à educação especial

Um campo constrói sua autonomia e legitimidade por meio de processos de institucionalização (Stremel, 2017; Stremel & Mainardes, 2018). O estudo de um campo novo pressupõe deparar-se com propriedades que são atributos desse campo; assim deve possuir aspectos próprios, que sejam auxiliares no progresso do conhecimento (Bourdieu, 2003). Esses campos possuem características universais, como agentes, estrutura, estratégias, habitus e capital.

O campo acadêmico refere-se ao espaço institucionalizado, assegurado pelo Estado, onde são produzidos e onde circulam os bens acadêmicos (Hey, 2008a, 2008b). É possível afirmar que a Educação Especial se constituiu como um campo acadêmico, com base na existência de elementos antecedentes, constituintes e de expansão desse campo. A partir das contribuições de Bourdieu, Gómez Campo e Tenti Fanfani, Suasnábar e Palamidessi, foi possível caracterizar o desenvolvimento do campo da Educação Especial a partir de três momentos: 1º - Elementos antecedentes (1789 a 1962); 2º - Elementos constituintes (1962 a 1989) e 3º - Expansão do campo (Casagrande, 2020, 2021a; Casagrande & Mainardes, 2021a).

O primeiro momento teve início em 1789, com as tentativas de institucionalização e estendeu-se até 1957, com o surgimento das campanhas federais voltadas à Educação Especial. Inclui: textos que circulavam nas revistas brasileiras no período de 1893 a 1960; textos publicados na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP) a partir de 1944; e indícios de encaminhamentos voltados à formação de professores para atuação em Educação Especial.

O segundo momento iniciou-se em 1960 com a formação de professores de Educação Especial em Instituição de Ensino Superior e foi até 1989, com a criação do GT15 da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd). Os elementos constituintes são: a formação de professores para a atuação em Educação Especial a partir de 1960, por meio de cursos de extensão (1962) e cursos adicionais (1964); habilitação em Educação Especial nos cursos de Pedagogia em Instituição de Ensino Superior (IES) particular (1972) e pública (1974); Pós-Graduação em Educação Especial, sendo: Mestrado (1978) e Doutorado (1999); criação da Graduação em Educação Especial (1982); Grupo de pesquisa em Educação Especial (1985); GT15 da ANPEd (1989).

O terceiro momento iniciou-se em 1990 com o Movimento Educação para Todos e perdura até os dias atuais: criação da Revista Brasileira de Educação Especial - RBEE (1992); da Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial - ABPEE (1993); Inclusão de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como disciplina obrigatória (2005); Ações interinstitucionais (2005); Curso de Graduação em Educação Especial (2008); Curso de Graduação em Educação Especial na modalidade Educação a Distância - EaD (2010); Cursos de Mestrado Profissional (2013, 2018, 2019 e 2020); Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial (2014); Revista Educação Especial em Debate (2016); criação de eventos especializados.

Durante o processo de desenvolvimento do campo acadêmico, os agentes considerados representativos evidenciam maior flexibilidade e mobilidade no campo, permitindo a ampliação da produção e da circulação dos seus bens acadêmicos, por meio de publicações, organização de eventos, participação em corpo editorial de periódicos especializados, coordenação em Cursos de Graduação e Pós-Graduação, grupos, linhas e redes de pesquisa. Dependendo da posição que o agente ocupa no campo, ele pode desenvolver estratégias mais elaboradas para atuar no jogo. Essas estratégias são elaboradas e desenvolvidas com base no capital disponível que o agente possui. Consideramos que há estreita relação entre o campo acadêmico e os campos científico e universitário de Pierre Bourdieu. Neles, os agentes desenvolvem e manipulam seu capital, expresso em forma de autoridade científica, verdade acadêmica e/ou reconhecimento pelos pares (Casagrande, 2020). De modo simplificado, podemos diferenciar os campos científico, universitário e acadêmico, considerando os agentes, estrutura, estratégias, habitus e capital, conforme descrito no Quadro 1 a seguir.

Quadro 1 Características dos campos científico, universitário e acadêmico 

Campo Agente Estrutura4 Estratégias Habitus Capital
Campo científico: sistema de relações objetivas entre posições adquiridas por meio de luta concorrencial pelo monopólio da autoridade científica. Pesquisadores; Comunidade científica; Social; Mental Espaço de luta concorrencial.

- Estratégias políticas de investimento, orientadas para aumento do lucro científico, ou seja, a obtenção do reconhecimento dos seus pares concorrentes.

- Acumulação do capital científico.

- Estratégias de subversão ou conservação.

O conhecimento e o reconhecimento das leis do jogo e dos objetos de disputa. Autoridade científica (capital temporal e científico).
Campo universitário: espaço social específico onde se trava uma luta a fim de se estabelecer o monopólio legítimo da verdade acadêmica ou universitária. Comunidade científica universitária. Aqueles que delegam, geram e produzem leis universitárias. Social; Mental Espaço de luta concorrencial marcado por controvérsias relacionadas ao senti-do do mundo e desse próprio mundo.

- Espaço de lutas onde estão os mais importantes veredictos sociais, pois advém de um lugar onde os protagonistas produzem e geram as políticas universitárias.

- A luta travada se concentra na classificação do que constitui ou não pertencimento ao campo.

Produção, gerenciamento de bens acadêmicos. Verdade acadêmica ou universitária.
Campo acadêmico: refere-se ao uso de um aparato institucional, até o presente assegurado pelo Estado brasileiro, que garante a produção e a circulação dos produtos acadêmicos. Aqueles responsáveis pela produção de conhecimento acadêmico. Social; Mental Espaço de luta concorrencial. - Discursos acadêmicos e capital simbólico (representado pela concepção de sujeito construído, ou seja, o nome do pesquisador, que, ao se constituir, determina sua posição na estrutura e na distribuição de capital cultural no campo). A produção e o gerenciamento de bens acadêmicos. Reconhecimento pelos pares.

Organizada pelos autores com base em Bourdieu (1974, 2003, 2004), Bonnewitz (2003), Catani (2017) e Hey (2008a, 2008b).

As disputas no campo acadêmico da Educação Especial são evidentes, o que implica um espaço de luta entre os agentes reconhecidos e os recém-chegados ao campo, visto que os agentes reconhecidos possuem um número significativamente maior de bens acadêmicos produzidos e circulantes. Importante destacarmos que, embora seja um espaço de lutas, o campo acadêmico da Educação Especial mantém uma cumplicidade objetiva que perpassa as lutas e os agentes em oposição. Essas lutas inerentes ao campo apresentam uma lógica particular, mesmo recebendo influências diretas dos campos econômico, social e político. Por meio do campo acadêmico, os agentes confirmam seu pertencimento e a circulação de seus bens acadêmicos (Casagrande, 2020).

A institucionalização do campo acadêmico da Educação Especial deu-se de modo tardio no Brasil, devido a influências dos campos de maior expressão, como o campo político e o campo econômico (Canêdo, 2017). A falta de investimentos, de políticas públicas específicas, da objetivação da atenção às pessoas com deficiência, propiciou o surgimento de um sistema educacional paralelo, que abarcou a responsabilidade que seria do Estado. No campo acadêmico da Educação Especial, as produções acadêmicas são legitimadas pelas agências financiadoras, que representam o aparato institucional do campo. Tais agências influenciam na expansão e no estabelecimento de paradigmas do campo específico.

Considerando as características específicas do campo acadêmico, percebemos que, no caso da Educação Especial: a) os agentes são os responsáveis pela produção e pelo gerenciamento do conhecimento acadêmico; b) O conhecimento é produzido e legitimado por agências financiadoras; c) Há batalhas e disputas para se estabelecer quem participa do campo; d) A organização e a participação em eventos do campo, em geral, são determinadas pela presença de agentes detentores de maior capital simbólico e dos capitais científico, universitário e acadêmico, incorporados e acumulados; e) No campo estão em jogo os discursos acadêmicos e o discurso simbólico, amparado e legitimado pelo próprio campo; e f) O reconhecimento pelos pares é um aspecto que demonstra uma cisão no campo acadêmico da Educação Especial, que apresenta núcleos com características de posse de capital acadêmico específicos, ao mesmo tempo que estimula a qualidade e a ampliação da produção dos bens acadêmicos (Casagrande, 2020).

Consideramos que as concepções bourdieusianas representam um arcabouço teórico-metodológico consistente a ser utilizado como embasamento no campo acadêmico da Educação Especial.

4 A utilização do termo “campo” em publicações nacionais e de língua inglesa

A partir das noções de campo acadêmico e no seu conceito, proposto por Hey (2008a, 2008b), como local onde se estabelecem as práticas institucionalizadas referentes à produção do conhecimento e há reconhecimento pelos pares, algumas fontes de pesquisa merecem destaque: os periódicos, as teses e as dissertações produzidas em PPGs e os trabalhos apresentados em eventos especializados.

O levantamento de dados para este artigo foi realizado no período de 2018 a 2020 nos repositórios: a) Google Acadêmico; b) Banco Digital de Teses e Dissertações (BDTD); c) Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); e d) Crossref. Os descritores utilizados foram: a) "Campo acadêmico" "Educação Especial"; b) "Campo" "Educação Especial"; c) "Campo Acadêmico"; d) "Special Education" e "Academic Field"; e f)"Field Special Education". A inclusão das publicações levou em consideração: a) a presença dos termos no título e/ou no resumo; b) foram desconsideradas as produções com a expressão "Educação Especial no/do campo, quando relacionadas a essa área do conhecimento específica; c) foram desconsideradas as produções com termos no título referentes às localidades ("Campo Grande" e "Campo Mourão"). É importante mencionarmos que, além dos 18 trabalhos que empregavam o termo "campo" no título", foram localizados 54 trabalhos que empregavam o termo no corpo do texto, incluindo os trabalhos de pesquisadores bastantes reconhecidos no campo da Educação Especial5.

O levantamento inicial contou com 5.411 publicações. Após a aplicação dos critérios citados, o levantamento resultou em 18 produções nacionais (Tabela 1) e 16 em Língua inglesa.

Tabela 1 Publicações brasileiras de Educação Especial que utilizam o termo campo no título (2000-2020)*  

Tipo de produção Total de produções
Teses 4
Dissertações 1
Artigos 11
Trabalhos apresentados em eventos 2
Total 18

* O período de 2000 a 2020 compreende o período no qual os artigos foram publicados.

Com o uso dos descritores "campo acadêmico" e "Educação Especial", foi localizado apenas o trabalho de Souza (2020), o qual analisa os discursos sobre Educação Especial e a relação entre os campos acadêmico e político. Com o emprego de outros descritores, foi possível localizar mais publicações (Quadro 2).

O levantamento mostrou que, desde a década de 1990, diversas pesquisas têm explorado aspectos do campo acadêmico de outras áreas, tais como: Comunicação, Educação Física, Política Educacional, Negócios Internacionais, Agroindústria, Agrobusiness, Letramento e Alfabetização, entre outras. Foram localizadas 44 publicações dessas áreas6.

O Quadro 2 apresenta uma síntese dos termos empregados nas publicações brasileiras.

Quadro 2 Publicações brasileiras de Educação Especial que utilizam o termo campo no título (2000-2020)*  

n. Autor (a) Referências ao termo campo
1 Garcia (2004) Campo teórico; Campo social; Campo educacional; Campo da Educação Especial; Campo de luta social; Campo da assistência; Campo empírico; Campo crítico; Campo estratégico; Campo produtivo; Campo da solidariedade; Campo da política; Campo da gestão das escolas; Campo do mercado; Campo da "educação inclusiva"; Campo do trabalho; Campo das atividades curriculares; Campo das políticas sociais e educacionais; Campo de disputas; Campo de sentidos.
2 Bernardino (2007) Campo da Educação Especial
3 Silva e Hayashi (2008) Campo da Educação Especial; Campo científico.
4 Silva (2011) Campo da história do currículo; Campo da Educação Especial; Campo pedagógico; Campo social.
5 Coppede et al. (2014) Campo de conhecimento; Campo científico da terapia ocupacional; Campo da inclusão escolar; Campo educacional; Campo da Educação Especial.
6 Costa (2014) Campo da história da educação; Campo inclusivo; Campo da educação.
7 Manzini e Glat (2014) Campo educacional; Campo da inclusão; Campo da Educação Especial.
8 Lopes et al. (2015) Campo da Educação Especial; Campos de estudo.
9 Morostega (2015) Campo do saber; Campo da Educação Especial; Campo da saúde; Campo das teorizações do currículo; Campo dos estudos foucaultianos em educação; Campo dos estudos pós-estruturalistas; Campo dos estudos culturais; Campo discursivo.
10 Sobrinho et al. (2015) Campo da Educação Especial; Campo de investigação; Campo interdisciplinar; Campo científico; Campo de estudo; Campo dos estudos comparados internacionais; Campo das Ciências Sociais; Campo das Ciências Sociais e Humanas; Campos do saber; Campo de estudos; Campos do conhecimento.
11 Kautsky (2016) Campo da Educação Especial; Campo de estudo; Campo do desenvolvimento infantil; Campos da existência; Campo de formação docente; Campo da economia; Campo da educação; Campo da pesquisa-formação; Campo de conhecimento.
12 Possa (2016) Campo do conhecimento; Campo do saber.
13 Silva (2016) Campo da Educação Especial; Campo da Filosofia; Campo Social e Político; Campo médico; Campo da Educação; Campo científico; Campos da Medicina e da Psicologia; Campo educacional; Campo pedagógico; Campo do poder; Campo teórico; Campo da educação; Campo da Pedagogia.
14 Bueno e Souza (2018) Campo da Educação Especial; Campo; Campo acadêmico; Campo de investigação; Campo científico; Campo de conhecimento; Campo da produção cultural; Campo político; Campo artístico; Campo literário; Campo religioso; Campo artístico; Campos sociais; Campo das práticas sociais; Campo da saúde; Campo da Medicina.
15 Souza (2018) Campo; Campo do conhecimento; Campo Acadêmico-científico; Campo da Educação Especial; Campo político; Campo acadêmico; Campo intelectual.
16 Rafante et al. (2019) Campo de atendimento ao "excepcional"; Campo da Educação Especial; Campo de ação; Campo da legislação; Campo da filantropia; Campo das políticas públicas.
17 Vaz (2019) Campo específico da Educação Especial; Campo da Educação Especial; Campos do conhecimento.
18 Souza (2020) Campos político e acadêmico; Campo; Campo da Educação Especial; Campo de conhecimento; Campo econômico; Campo acadêmico-científico; Campo educacional; Campo social.

* O período de 2000 a 2020 compreende o período no qual os artigos foram publicados.

A leitura das publicações incluídas no levantamento evidencia que o termo "campo" é utilizado de modo amplo, diversificado e genérico. Embora a pesquisa mais ampla sobre a constituição do campo da Educação Especial no Brasil tenha sido concluída em 2020, desde o ano 2000, há referências sobre a Educação Especial como campo. Dos 18 trabalhos incluídos no Quadro 2, 16 mencionam "campo da Educação Especial". De fato, a partir das contribuições de autores sobre a institucionalização dos campos, podemos considerar que, desde a década de 1960, há vários indícios de estruturação da Educação Especial como um campo acadêmico.

Em relação à utilização do termo "campo", os trabalhos brasileiros foram classificados em cinco categorias (Quadro 3):

Quadro 3 Distribuição dos trabalhos de acordo com as categorias 

Categoria Autores
Interface entre a Educação Especial e a Saúde Bernardino (2007); Coppede et al. (2014); Morostega (2015); Bueno e Souza (2018); Rafante et al. (2019).
Políticas Públicas, Inclusivas e de Educação Especial Garcia (2004); Rafante et al. (2019); Souza (2020).
Termos relacionados às teorias de Pierre Bourdieu e Michael Foucault Costa (2014); Bueno e Souza (2018); Souza (2018); Souza (2020); Lopes et al. (2015); Morostega (2015); Possa (2016).
Conhecimento, pesquisa e produções científicas Silva e Hayashi (2008); Coppede et al. (2014); Costa (2014); Manzini e Glat (2014); Sobrinho et al. (2015); Bueno e Souza (2018); Souza (2018); Vaz (2019); Souza (2020).
Formação de professores na Educação Especial Morostega (2015); Kautsky (2016).

4.1 Categoria 1 – Interface entre a Educação Especial e a Saúde (5 trabalhos7)

Os trabalhos da Categoria 1 mencionam termos correlatos: campo da saúde, campo da Medicina, campo da Psicologia, campo científico da Terapia Ocupacional, campo da reabilitação, campo dos distúrbios motores, campo da educação, campo educacional, campo da Pedagogia, campo da Biologia e da Psicologia. Eles expressam ideias relacionadas à trajetória histórica da Educação Especial vinculada à saúde. Tal relação configura-se, do ponto de vista histórico, no paradigma médico-clínico (Glat & Blanco, 2013), no qual prevalece a concepção médica em detrimento do aspecto pedagógico.

O modelo médico ou clínico caracterizou-se por contar com profissionais da área da saúde no atendimento à pessoa com deficiência, sendo eles: médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, entre outros. Uma parte significativa da produção científica sobre Educação Especial na Brasil deriva da área da saúde, que possui uma evidente interface com a educação, caracterizando um perfil específico do campo acadêmico da Educação Especial (Casagrande, 2020).

4.2 Categoria 2 – políticas públicas, inclusivas e de Educação Especial (3 trabalhos)

A Categoria 2 é formada pelo uso dos termos: campo das políticas públicas, campo da política, campo das lutas sociais, campo crítico, campo estratégico, campo contraditório, campo da gestão, campo das políticas sociais e educacionais, campo social e político, campo das ciências sociais e humanas, campo da legislação. Essas produções têm como foco o mapeamento, a análise de processos de articulação e a relação entre campos específicos e as políticas públicas, inclusivas e de Educação Especial. A maior parte delas não utiliza referencial teórico que permita identificar a concepção de campo adotada. Essas produções possuem como característica comum a abordagem social, histórica e política da Educação Especial, em que prevalecem termos relacionados a esses contextos de origem.

4.3 Categoria 3 - Termos relacionados às teorias de Pierre Bourdieu e Michael Foucault (7 trabalhos)

Na Categoria 3, estão os trabalhos fundamentados na teoria de Pierre Bourdieu e Michael Foucault, os quais mencionam termos como campo, campo científico, campo intelectual, campo político, campo econômico, campo social, campo cultural, campo de saber, campo dos estudos foucaultianos. As produções dos autores: Costa (2014), Bueno e Souza (2018), Souza (2018) e Souza (2020) utilizam o termo "campo" relacionado às concepções de Pierre Bourdieu, especialmente a teoria dos campos e os conceitos de campo científico e campo intelectual. Nesses estudos, o termo "campo" é considerado como espaço específico de luta concorrencial, influenciado por outros campos de maiores dimensões, como o político e o econômico. Há busca de relações entre os campos científico e acadêmico, assim como relações históricas e políticas dos sujeitos com deficiência. O autor Michael Foucault é citado nos estudos de Lopes et al. (2015), Morostega (2015) e Possa (2016), por meio do uso do termo "campo do saber", o qual é utilizado para referenciar o posicionamento epistemológico do pesquisador e propor análise da Educação Especial e sua relação com temas diversos (currículos, formação de professores, creche, Jean Itard e o menino selvagem).

4.4 Categoria 4 – Conhecimento, pesquisa e produções científicas (9 trabalhos)

Os trabalhos da Categoria 4 relacionam o termo "campo" a campo de estudo, campo do conhecimento, campo de investigação, campo da pesquisa, campo empírico e campo teórico. Nelas estão insertas produções que fazem referência à Educação Especial, à Inclusão e à Educação Inclusiva, levantamento e análise de produções oriundas de periódicos, como, por exemplo, a RBEE. Essa revista representa um espaço de circulação de produções sobre Educação Especial, a partir do início da década de 1990. Atualmente, com Qualis Capes A1, é responsável pela divulgação de bens acadêmicos que contribuem significativamente para seu fortalecimento, assim como os demais periódicos desse campo.

Suasnábar e Palamidessi (2007), ao definirem o processo de institucionalização de um campo específico, destacam a produção acadêmica em periódicos e revistas especializadas como parte do processo de especificação e autonomia do campo.

4.5 Categoria 5 - Formação de professores na Educação Especial (2 trabalhos)

Na Categoria 5, estão os estudos que utilizaram os termos: campo da Educação Especial, campo das teorizações do currículo, campo do conhecimento, campo de produção do conhecimento, campo de formação docente como lócus ou espaço de formação de professores, tendo como fonte de pesquisa currículos e curso de extensão.

A fim de obter dados para comparação com outros países, foi realizado o levantamento de artigos em Língua Inglesa, na Plataforma Crossref, que traziam no título alguma menção a "field of Special Education". O Quadro 4 apresenta os dados das publicações em Língua Inglesa8.

Quadro 4 Publicações em Língua Inglesa que mencionam o termo "Field of Special Education" (1976-2018)*  

Autor(a) Referência ao termo Objetivo da pesquisa
1 Ferguson (1976)+ Field of Special Education Analisar a aplicação da meditação transcendental no campo da Educação Especial.
2 Walton (1979) Field of Special Education; Field of Education; Field of Medicine Analisar os benefícios do treinamento em biofeedback no campo da Educação Especial.
3 Gredler (1987) Field of Special Education; Field of learning disability; Learning disabilities field; Field of exceptionality Discutir produções e temas relacionados à Educação Especial.
4 Voltz (1998) Field independent cognitive Discutir a preparação de professores de Educação Especial
5 Norwich (1999) Field of Special Needs Education; Field of Special Education Discutir formas em que a rotulagem pode afetar as atitudes e a provisão para os alunos com necessidades educacionais especiais.
6 Otis-Wilborn e Winn (1999) Field-based; Field-based experiences; Field-based teacher education Descrever o processo de investigação de currículo, resumir e discutir os resultados da investigação como dilemas que surgiram quando consideramos as experiências e expectativas de cada uma das partes interessadas no processo de ensino do aluno.
7 Polloway (2000) Field of Special Education Apresentar uma lista de nomes de pesquisadores influentes no campo da Educação Especial e suas contribuições.
8 Preater e Sileo (2002) Special Education Field; Education field experiences; Field experiences; Field of Special Education; The field placements; Education field placements Avaliar programas de preparação para professores de Educação Especial e suas relações com as escolas em termos de experiências de Campo para professores.
9 LaMontagne et al. (2002) Field of early childhood/early childhood special education practice; Field experiences; Field of teaching Compreender a percepção do campo sobre pro-gramas unificados da primeira infância (EC) e da educação especial da primeira infância (ECSE).
10 Mcleskey (2004) Field of Special Education Analisar artigos que moldaram o Campo da Educação Especial de 1960 a 1996.
11 Farmakopoulou (2010) Special Educational needs field Examinar a colaboração inter profissional e interagências entre as autoridades de educação.
12 Morewood e Condo (2012) Field of Education; Field Experiences; Field work; Field of special education Examinar as opiniões de um candidato a professor de Educação Especial de formação inicial sobre como seu curso, requisitos de programa e experiências práticas influenciam seu conhecimento sobre ensino.
13 Billingsley e Scheuermann (2014) Field experience Examinar estudos que utilizaram tecnologias virtuais para aumentar os resultados de aprendizagem para professores de Educação Especial.
14 Smith et al. (2016) Field of online Education; Field of online learning; Field of online Education for students with disabilities. Destacar os artigos presentes no Centro de Aprendizagem online de Alunos com Deficiências.
15 Hagaman e Casey (2018) Field of general Education; Field experiences Analisar os motivos que levam à desistência de professores em Educação Especial.
16 Pohl e Kelly (2018) ** Explorar as tensões, barreiras e realidades da Educação Especial no desenvolvimento de melhores espaços comuns.

* O período de 1976 a 2020 compreende o período no qual os artigos foram publicados

** Somente o resumo do artigo estava disponível em https://library.iated.org/view/POHL2018SPE

Foram localizadas 21 produções de língua inglesa que mencionam o termo "Field of Special Education", no período de 1976 a 2018. Destas, 16 estão relacionadas ao termo pesquisado e cinco foram descartadas por serem produções relacionadas a outra língua (coreana, turca, norueguesa). Os trabalhos indicam que Educação Especial é um campo, mas não foi localizada nenhuma produção que abordasse o campo acadêmico da Educação Especial. O termo "field of Special Education" é usado de forma genérica para referir-se à área de Educação Especial. Foi possível estabelecer uma correspondência metodológica no uso do termo "field" e "campo" nas produções brasileira e inglesa. Conforme mostra o Quadro 5, a utilização do termo foi organizada em três categorias.

Quadro 5 Distribuição dos trabalhos em Língua Inglesa, de acordo com as categorias 

Categoria Autores
Interface entre a Educação Especial e a Saúde. Ferguson (1976); Walton (1979); Norwich (1999); Otis-Wilbonrn e Winn (1999); LaMontagne et al. (2002); Farmakoupoulou (2010).
Conhecimento, pesquisa e produções científicas. Gredler (1987); Polloway (2000); Mcleskey (2004); Smith et al. (2016).
Formação de professores na Educação Especial. Voltz (1998); Preater e Sileo (2002); Morewood e Condo (2012); Billingsley e Scheuermann (2014); Hagaman e Casey (2018); Pohl e Kelly (2018).

As produções em língua inglesa demonstram uso mais remoto do termo "campo" relacionado à Educação Especial (1976), do que as produções nacionais (a partir do ano 2000). Elencamos alguns aspectos em comum relacionados ao uso dos termos em ambas as línguas: a) uso amplo, diversificado e genérico do termo "Field of Special Education" e "Campo da Educação Especial"; b) uso do termo demonstrando a interface entre a Educação Especial e a Educação: c) uso do termo para indicar noção de campo relacionada a conhecimento, campo de pesquisa e de produção de bens acadêmicos; d) uso do termo como espaço de formação de professores na/para/da Educação Especial; e) de modo geral, não há uma explicitação do conceito de campo.

5 Considerações finais

Este artigo apresentou o levantamento e a análise de publicações nacionais e em Língua Inglesa, de Educação Especial, que utilizam o termo "campo" em suas diversas variações e possibilidades. Observamos que os trabalhos utilizam o termo "campo da Educação Especial" para referir-se a uma área de conhecimento específico. Os pesquisadores, ao fazerem referência a "campo da Educação Especial" reconhecem que se trata de um espaço institucionalizado, em que são produzidos e circulam os bens acadêmicos relacionados à Educação Especial.

Casagrande (2020) realizou uma ampla e exaustiva pesquisa sobre a constituição do campo da Educação Especial no Brasil9 e, assim, organizou evidências em três períodos: a) Antecedentes da constituição do campo acadêmico da Educação Especial (de 1789 até a década de 1960); b) A institucionalização do campo da Educação Especial (da década de 1960 até o final da década de 1980); e c) A expansão do campo acadêmico da Educação Especial. A autora concluiu que a Educação Especial no Brasil se configura como um campo acadêmico abrangente e em expansão, mas com paradoxos evidentes. Ao mesmo tempo em que pode ser qualificado como abrangente, é insuficiente para a dimensão e as necessidades do país.

O campo da Educação Especial está presente, com diferentes intensidades, em todas as regiões do Brasil. Contudo, restringe-se a cursos de Graduação e Pós-Graduação em poucas IES públicas (UFSM, UFSCar, UFF, UFRB e UFRN)10. Há uma expansão significativa no âmbito da pesquisa e da publicação, mas com um crescimento ainda considerado lento, no que se refere à formação de recursos humanos na Graduação e na Pós-Graduação, que, somente depois de 35 anos da criação do Mestrado em Educação Especial na UFSCar, em 1978, foi criado o Programa de Mestrado Profissional na UFF, no ano de 2013, porém com temática mais abrangente. Houve uma expansão intermediária mais significativa do campo acadêmico, em produções compartilhadas com outras áreas do conhecimento, o que promoveu o aumento no número de Grupos e de Linhas de Pesquisa, em virtude da interface histórica com as áreas de saúde e educação e uma expansão rápida na rede privada, por exemplo, por meio da criação de cursos de Graduação e Pós-Graduação lato sensu (Especialização), na modalidade a distância. Em termos regionais, há uma concentração nas regiões Sudeste e Sul.11

Apesar dos esforços realizados para a constituição e o desenvolvimento da Educação Especial como campo acadêmico, há ainda vários desafios a serem ultrapassados, tais como: a) a ampliação das oportunidades de formação inicial de professores para Educação Especial, do acesso a Programas de Pós-Graduação em Educação Especial, bem como acesso a Linhas de Pesquisa em PPG em Educação já existentes; b) a ampliação dos canais de publicação (periódicos especializados) e de debate (eventos especializados); c) a ampliação do número de grupos e de redes de pesquisa, em especial que oportunize o acesso a professores/as da Educação Básica.

A partir do reconhecimento de que a Educação Especial no Brasil constituiu-se em um campo acadêmico, institucionalizado desde a década de 1960 e com uma expansão significativa a partir anos de 1990, podemos destacar que as pesquisas sobre o campo da Educação Especial no Brasil são relevantes. Para Bourdieu (2011), quando a pesquisa tem por objeto o próprio universo no qual ela se realiza, "as aquisições que ela assegura podem ser imediatamente reinvestidas no trabalho científico a título de instrumentos do conhecimento reflexivo das condições e dos limites sociais desse trabalho que é uma das principais armas da vigilância epistemológica" (p. 38). Em outras palavras, as pesquisas sobre como o campo da Educação Especial se estrutura e como os seus agentes produzem bens acadêmicos, bem como sobre o estágio atual das pesquisas do campo, são essenciais para uma compreensão mais aprofundada do próprio campo, para a identificação de características, tendências, lacunas e desafios.

Para finalizar, destacamos que há ainda diversos aspectos sobre o campo da Educação Especial no Brasil que necessitam ser explorados, tais como: a) História da formação de professores para a Educação Especial; b) Pesquisas mais amplas sobre os Grupos de Pesquisa de Educação Especial e Educação Inclusiva (cadastrados ou não no Diretório de Grupos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq); c) Pesquisas sobre o campo acadêmico da Educação Especial e suas inter-relações com a área da saúde; d) Pesquisas sobre o uso dos termos Educação Especial, Educação Inclusiva e Inclusão e o impacto na mudança de paradigma da inclusão; e) Pesquisas sobre a oferta de Cursos de Graduação e Pós-Graduação em Educação Especial na modalidade EaD e no ensino remoto; f) Pesquisas sobre o impacto das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica para o campo acadêmico da Educação Especial; g) Pesquisas sobre o impacto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no campo acadêmico da Educação Especial; h) Pesquisas dos encaminhamentos realizados pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE) para público-alvo da Educação Especial (PAEE), por meio de ensino remoto; e i) Pesquisas teórico-epistemológicas sobre os impactos da pandemia pela COVID-19 na Educação Especial, Inclusão e Educação Inclusiva.

4 Hey (2017) aponta os conceitos de Estrutura Social e Mental em Bourdieu: "Ao evocar a relação entre estruturas social/objetiva e estrutura social/cognitiva, o autor traz à tona a constituição dos esquemas geradores de classificações e de práticas classificatórias que funcionam em estado prático por serem produtos da incorporação de uma posição social. Como máquinas cognitivas, os agentes não são simplesmente o efeito de uma estrutura, pois estão engendrados na construção de um espaço amalgamado resultante de percepções e ações anteriores" (p. 191-192).

5Ver, por exemplo, Ferreira & Bueno (2011), Garcia & Michels (2011), Jesus et al. (2019), Kassar & Rebelo (2018), Manzini (2003), Pletsch (2020), Souza & Mendes (2017) e Torres & Mendes (2019). Lista completa dos trabalhos que utilizam o termo no título ou no corpo do trabalho está disponível em Casagrande & Mainardes (2021b).

6A lista das produções de outras áreas de conhecimento que utilizam o termo "campo" encontra-se em Casagrande (2021b).

7O número de trabalhos por categoria é maior do que o total devido a um deles ter se enquadrado em mais de uma categoria.

8Pesquisadas nos anos de 2018 e 2020 no repositório Crossref (www.crossref.org).

9Uma síntese dessa pesquisa pode ser encontrada nos artigos de Casagrande (2021a) e Casagrande e Mainardes (2021a).

10Uma ampliação recente no acesso à Pós-Graduação relacionada à Educação Especial foi a criação do Mestrado Profissional em Educação Inclusiva em Rede (PROFEI), que envolve diversas IES: Universidade Estadual do Maranhã (UEMA), Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Além dessas permanentes, conta com IES colaboradoras: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade Aberta de Portugal (UAB).

11Ainda sobre o campo da Educação Especial no Brasil e a pesquisa nesse campo, há a contribuições de Possa (2016), Bueno e Souza, 2018, Bueno et al. (2018), Pletsch (2020) e Souza (2020).

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Recebido: 20 de Janeiro de 2021; Revisado: 02 de Março de 2021; Aceito: 21 de Abril de 2021

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