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Revista de Educação PUC-Campinas

versión impresa ISSN 1519-3993versión On-line ISSN 2318-0870

Educ. Puc. vol.25  Campinas  2020

https://doi.org/10.24220/2318-0870v25e2020a4910 

Alfabetização e o processo de apropriação da língua materna: políticas, formação de professores e práticas pedagógicas

Alfabetização e síndrome de Down nas pesquisas brasileiras

Literacy and Down syndrome in brazilian researches

Daiane Rodrigues de Almeida1 
http://orcid.org/0000-0003-3993-1657

Viviane Cristina de Mattos Battistello1 
http://orcid.org/0000-0002-0482-8927

Lisiane Machado de Oliveira Menegotto1 
http://orcid.org/0000-0001-5670-9332

Rosemari Lorenz Martins1 
http://orcid.org/0000-0003-0658-5508

2Universidade Feevale, Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação Diversidade Cultural e Inclusão Social. RS-239, 2755, Vila Nova, 93525-075, Novo Hamburgo, RS, Brasil.


Resumo

A síndrome de Down é gerada pelo excesso de material genético do cromossomo 21, ocasionando diversas comorbidades, entre elas o comprometimento cognitivo e motor, fato que gera preocupação para pais e professores em relação à alfabetização. Diante do exposto, a problemática de pesquisa visa a investigar quais são as publicações brasileiras sobre alfabetização para pessoas com síndrome de Down. A presente revisão de literatura, que não definiu período para as publicações selecionadas, teve por objetivo geral apresentar os resultados de pesquisas brasileiras que abordam essa temática. O método constou de levantamento e análise dos textos disponíveis nas bases de dados do Portal de Periódicos Capes, Scientific Electronic Library Online, Google Acadêmico e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade de São Paulo por meio de buscas com as expressões “Síndrome de Down” e “Alfabetização”. Os principais resultados foram organizados conforme a seguinte classificação: estudos que abordam estratégias utilizadas por crianças com síndrome de Down para ler e/ou escrever, estudos que correlacionam habilidades fonológicas, pesquisas que descrevem como foi o processo de alfabetização e os que têm como foco o professor durante a alfabetização. Pode-se concluir que há carência de estudos que descrevem os processos cognitivos envolvidos no processo de alfabetização da pessoa com síndrome de Down, bem como trabalhos que correlacionam verbalização e produção escrita para a referida síndrome.

Palavras-chave Alfabetização; Educação especial; Processos cognitivos; T21

Abstract

Down syndrome is generated by the excess of genetic material on chromosome 21, causing several comorbidities, such as cognitive and motor impairment, and creating concern for parents and teachers regarding literacy. Considering that, the present research aims to investigate the Brazilian publications on literacy for people with Down syndrome. The literature review, which did not have a defined period for the selected publications, had the general objective of presenting the results of Brazilian researches that address this theme. The method consisted of surveying and analyzing the texts available in the databases of Portal de Periódicos Capes, Scientific Electronic Library Online, Google Scholar, and the Digital Library of theses and Dissertations of the University of São Paulo, through searches with the expression “Down Syndrome” and “Literacy”. The main results were organized according to the following classification: studies that address strategies used by children with Down syndrome to read and/or write, studies that correlate phonological skills, research that describes how the literacy process was, and those that focus on the teacher’s role during that process. We conclude that there is a lack of studies that describe the cognitive processes involved in the literacy process of persons with Down syndrome, as well as studies that correlate verbalization and written production for that syndrome.

Keywords Teaching; Special education; Cognitive processes; T21

Introdução

O termo alfabetização designa o ensino e o aprendizado de uma tecnologia de representação da linguagem humana, a escrita alfabético-ortográfica. A base para se aprender o sistema alfabético é conhecer os sons das letras, de acordo com Soares (2005). Assim, a criança que conhece os nomes e os sons das letras é conduzida a usar esse conhecimento para ler e escrever desde o início do processo de alfabetização.

Conforme Luz (2009), no último século, as sociedades modernas passaram a se preocupar com a universalização da alfabetização e, atualmente, sobretudo nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, discutem-se estratégias para tornar a alfabetização possível para todos. A preocupação por parte de pais e professores com a alfabetização das crianças é algo indiscutível, visto que as habilidades de ler e escrever conferem certo nível de autonomia e estão presentes em todas as áreas do conhecimento. Essas habilidades vão desde a leitura e interpretação de um enunciado, até a capacidade de escolher um alimento em uma prateleira. Em função disso, configura-se uma forte pressão social sobre a alfabetização desde o princípio da escolarização.

A preocupação com a alfabetização é recorrente na literatura quando se pensa em pessoas de desenvolvimento típico (Capovilla; Capovilla, 2000; Portilho; Kuster, 2006). Todavia, tal questão tende a virar incerteza e ansiedade quando se trata de crianças com deficiência intelectual. Nessa linha, no Brasil, as primeiras tentativas de ensinar alunos com deficiência intelectual foram abordadas por Helena Antipoff (1892-1974) psicóloga russa, que veio para o Brasil em 1929, para ser professora de Psicologia Educacional na escola de aperfeiçoamento de Minas Gerais, e que fundou o primeiro Laboratório de Psicologia Aplicada na América do Sul. Antipoff promoveu e organizou classes de grupos escolares, de acordo com o critério de desenvolvimento mental, idade cronológica e de escolaridade, fato que evidenciou o número expressivo de excepcionais e originou, mais tarde, as classes especiais e a Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, em 1932 (Fundação Helena Antipoff, 2020). Entretanto, foram as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais que disseminaram pelo país, a partir de 1954, a ideia de integrar as crianças com deficiência ao ensino regular, conforme Miranda (2008). Como consequência desse processo, atualmente, tem-se acompanhado um maior número de crianças incluídas, entre elas as com Síndrome de Down (SD).

A síndrome de Down, definida como uma desordem cromossômica – a trissomia do cromossomo 21 –, é uma condição crônica que leva a muitos desafios. Caracterizada por um erro de distribuição dos cromossomos das células, a síndrome apresenta um cromossomo extra no par 21. É um dos defeitos congênitos mais comuns e se apresenta em ambos os sexos, em todos os grupos étnicos, classes sociais e nacionalidades. Sua causa ainda é desconhecida. A idade da mãe é o único fator relacionado à probabilidade de ter um bebê com síndrome de Down que foi comprovado (Stray-Gundersen, 2007).

O excesso de carga genética percebida no par 21 está presente desde o desenvolvimento intrauterino e caracteriza o indivíduo ao longo de sua vida (Schwartzman, 1999). A síndrome de Down é classificada como dificuldade intelectual, porém, não se pode preestabelecer os limites do indivíduo, pois existe uma grande possibilidade de desenvolvimento cognitivo devido ao nível de déficit cognitivo variar imensamente. A maioria das pessoas com SD funciona no limite entre um déficit cognitivo leve e moderado (Schwartzman, 1999).

Por muito tempo, acreditou-se que a criança com SD era incapaz de se apropriar do sistema alfabético de forma funcional. Em função disso, havia baixas perspectivas no que concerne à sua alfabetização e poucos resultados em relação a esse processo. Troncoso e Cerro (2004) relatam que grande parte dos materiais elaborados para esse público até meados de 1980 previa que essa população não tinha condições de aprender a ler funcionalmente. Possivelmente, por causa disso, existem poucos estudos sobre os níveis de alfabetização atingidos por pessoas com SD nesse período. Essa afirmação confirma-se na medida em que se encontrou, com a pesquisa realizada para compor esta revisão, apenas um estudo publicado sobre a alfabetização da pessoa com SD entre 1999 e 2007. O período com o maior número de publicações está entre os anos de 2007 a 2012, com duas publicações por ano.

A não apropriação das habilidades de ler e escrever traz prejuízos funcionais para a vida prática dos sujeitos como um todo (Ellis, 1995). Todavia, a intervenção sistemática e o conhecimento dos processos cognitivos envolvidos nesse percurso possibilitam ações de compreensão e promoção da apropriação das funções sociais da escrita por parte do educador, para melhorar a qualidade de entendimento e uso de práticas de linguagem pelo sujeito com SD.

Dada a relevância do assunto, faz-se necessária, inicialmente, uma análise do conhecimento produzido sobre o tema. Nessa perspectiva, a fim de averiguar quais são as publicações brasileiras sobre a alfabetização de pessoas com SD, o presente estudo tem por objetivo buscar e analisar produções relevantes para o entendimento dos processos envolvidos na alfabetização de crianças com SD por meio de uma revisão sistemática da literatura.

A demanda básica dessa revisão é identificar produções que abordem o tema da alfabetização da criança com SD; em específico, conhecer os tópicos que foram explorados pela literatura e a perspectiva teórica que os norteia. Nesse sentido, a pesquisa encontra-se organizada da seguinte maneira: inicialmente, apresenta-se a introdução, na qual se conceitua brevemente a síndrome de Down e a Alfabetização; na sequência, descreve-se o método utilizado para a realização da investigação; e, para finalizar, apresentam-se e discutem-se os resultados.

Procedimentos Metodológicos

A pesquisa busca investigar quais são as produções acadêmicas brasileiras acerca da alfabetização de pessoas com SD, visto que elas tendem a apresentar dificuldades no processo de alfabetização, o que leva a questionar como será seu aprendizado quando estiverem no Ensino Fundamental. Dessa forma, considerando o objetivo do artigo, foi realizada uma busca, a partir dos descritores: “Alfabetização” e “Síndrome de Down”. A seleção do material ocorreu mediante os seguintes critérios de inclusão: artigos completos, artigos que abordassem a temática ampla do objeto de estudo, dissertações e teses completas e publicações no contexto brasileiro em Língua Portuguesa.

A busca foi realizada entre os dias 22 e 30 de dezembro de 2019 e foi feita nas bases Portal de Periódicos Capes, Scientific Electronic Library Online, Google Acadêmico e Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade de São Paulo. Não foi definido um período de publicação. A análise dos dados foi realizada de forma descritiva. Primeiro, foram identificados o título, o resumo, a conclusão, o ano de publicação e a autoria, no sentido de selecionar os artigos que integravam os critérios de inclusão. Posteriormente, ocorreu a análise quanto aos tópicos abordados no corpo dos trabalhos, considerando os achados, práticas desenvolvidas e consistência dos estudos.

A busca na base Scientific Electronic Library Online resultou em 83 artigos, nos quais havia repetições, assuntos que não contemplavam o processo de alfabetização e material em língua estrangeira. Assim, foram selecionados apenas 9 trabalhos, por apontarem o processo de alfabetização da pessoa com SD como objeto de estudo e, destes, após serem verificados em sua totalidade, 5 foram utilizados por se caracterizarem como materiais completos, com informações suficientes para a compreensão do trabalho.

A pesquisa no Google Acadêmico, inicialmente, ocasionou 4.100 resultados, entre os quais, igualmente, havia muitos trabalhos repetidos e assuntos que não contemplavam o interesse de pesquisa. Foram selecionadas, inicialmente, 32 produções, das quais 16 foram incluídas na pesquisa por se tratarem de artigos, teses e dissertações completas sobre a temática da alfabetização da pessoa com SD.

A Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade de São Paulo ofereceu menos resultados em comparação às demais bases de dados consultadas, uma vez que foram encontradas, nesse portal, apenas 4 publicações, sendo que uma delas era uma dissertação cujo título remetia ao assunto de interesse. Entretanto, por se tratar de um material de 1995, não foi possível recuperar seu texto na íntegra, por isso foi descartado. Das três restantes, uma publicação foi selecionada por se encaixar nos critérios relacionados à alfabetização da pessoa com SD.

Para a organização do material, cada produção foi situada e classificada de acordo com o ano de publicação, os autores, o tema de estudo, os objetivos, o método e os resultados. Com isso, foi possível organizar os estudos de acordo com o foco, sendo classificados em: estudos que abordam estratégias utilizadas por crianças com SD para ler e/ou escrever, estudos que correlacionam habilidades fonológicas, estudos que descrevem como foi o processo de alfabetização e estudos que tinham como foco o professor durante a alfabetização.

Após o rastreamento das publicações e a seleção com base nos critérios de inclusão (artigos completos, artigos que abordassem a temática ampla do objeto de estudo, dissertações e teses completas e publicações no contexto brasileiro, em Língua Portuguesa), restaram 23 produções.

Resultados e Discussão

Os termos utilizados na busca de material pertinente resultaram em diversas produções com a temática da alfabetização em diferentes condições de inclusão. Desse modo, foi necessária uma seleção abrangente do material relevante. É importante destacar que alguns materiais se repetiram, tanto em diferentes bases de dados, quanto na mesma base. Encontrou-se 1 artigo em diferentes bases, com datas de publicação diferentes, mas com o mesmo texto. Além disso, essa temática abrangeu muitos resultados que envolviam assuntos que não faziam parte do interesse de pesquisa, como, por exemplo, duas síndromes pesquisadas ao mesmo tempo.

A análise dos 23 materiais incluídos nesta revisão indicou que a maior parte das produções foram publicadas no ano de 2014 (3 publicações), sendo que 2 são de mesma autoria, 1 tese e 1 artigo. A outra produção do mesmo ano era um trabalho de conclusão de curso, exposta na biblioteca virtual da universidade de origem, não tendo sido encontradas publicações oriundas desse trabalho. Acredita-se que a escassez de publicações sobre o tema pesquisado deva-se ao fato de não haver publicações provenientes de alguns trabalhos desenvolvidos.

Levando-se em conta os procedimentos, foram encontradas publicações de relatos de caso, estudos clínicos com grupo controle e intervenções. No que se refere à metodologia, esta revisão contou com 23 estudos divididos em 8 estudos de caso único, voltados à descrição das evoluções de um único sujeito; 10 estudos de casos múltiplos, com maior número de participantes (entre 5 a 40 participantes), que, em sua maioria, foram divididos em grupos e avaliados frente aos procedimentos interventivos desenvolvidos; 3 artigos de revisão bibliográfica sobre a relação entre a síndrome de Down e o processo de alfabetização; 1 estudo da arte que abordou a relação entre consciência fonológica e aquisição de escrita do SD; e um 1 relato de pesquisa.

A maioria dos estudos (12) buscou responder a questões referentes às capacidades fonológicas dos sujeitos, utilizando-se de testes padronizados e tarefas para fundamentar suas abordagens. Esse resultado mostra-se compreensível comparando-se os referenciais teóricos das produções que, em sua maioria, abordam as competências fonológicas como fundamentais para a aquisição da habilidade de ler e escrever.

Verificou-se que todas as produções utilizaram abordagens colaborativas para compor suas questões norteadoras, recorrendo tanto a fundamentações específicas da Psicologia, quanto da Pedagogia na organização e no entendimento do desenvolvimento das aprendizagens. Contudo, estratégias comportamentais estiveram presentes em momentos significativos quanto às abordagens escolhidas para as intervenções.

A observação das categorias criadas possibilitou uma melhor visão do cenário teórico formulado. A seguir, apresenta-se um apanhado dos achados, que possibilitou um entendimento referente às pesquisas realizadas sobre alfabetização e síndrome de Down. Os temas categorizados foram: (a) estratégias utilizadas por crianças com SD para ler e/ou escrever, segundo o critério de maior proximidade com os processos cognitivos, (b) habilidades fonológicas, que referem-se à capacidade do indivíduo de reconhecer que as palavras são formadas por diferentes sons e que podem ser manipulados e (c) processo de alfabetização, que apresenta os estudos que buscaram descrever o processo de alfabetização da pessoa com SD na prática e, no geral, relatam os esforços para incluir técnicas efetivas no âmbito da alfabetização. Por fim, “mediação do professor”, nos quais se destaca a função reguladora e formativa dos professores na vida dos alunos. Em termos gerais, os estudos dessa categoria buscam observar as ações do professor enquanto mediador de troca de ideias, de convivência com as diferenças.

Estratégias utilizadas por crianças com SD para ler e/ou escrever

De acordo com modelos de aquisição de leitura, no início da aprendizagem da leitura, as crianças não processam a relação entre grafia e som. Ao invés disso, elas começam a ler pela associação de uma característica gráfica e sua pronúncia, como, por exemplo, “MCDonald’s”, palavra que apresenta uma grafia vermelha com um arco, sempre apresentada da mesma maneira. Essa estratégia, que apresenta algumas limitações, é chamada de estratégia logográfica (Capovilla, 2001). Com os estímulos, visando à construção da relação letra-som, aos poucos, começa a surgir a hipótese alfabética, último estágio no processo da alfabetização.

As estratégias utilizadas pelos sujeitos no percurso da alfabetização foram alvo de interesse, considerando que três artigos abordaram as estratégias utilizadas pelos aprendizes, duas publicações tiveram como foco exclusivo estratégias utilizadas para a leitura: Gomes e Figueiredo (2001) e Cardoso-Martins, Michalick e Pollo (2006). Apenas um artigo, de Gândara (2005), teve enfoque na escrita, relatando o processo de desenvolvimento das competências de um único indivíduo.

Segundo Cardoso-Martins, Michalick e Pollo (2006), que optaram por focar a aquisição da leitura, o tipo de grafia envolvida nesse processo é significativo. Seus resultados questionam hipóteses de que os indivíduos com síndrome de Down aprendem a ler mais facilmente por estratégias visuais do que pelo processamento da relação letra-som. Esses pesquisadores propuseram que o conhecimento das letras incita os indivíduos a lerem por meio da relação letra-som das palavras. Justificam mencionando que pistas viso-fonológicas possibilitam uma leitura mais apurada que pistas estritamente visuais. Apresentam como resultados implicações práticas que sugerem que programas de leitura para crianças com SD devem basear-se no ensino da relação letra-som.

Para Gomes e Figueiredo (2001), que observaram leitores com SD entre 10 e 24 anos de idade, o professor exerce influência no uso das estratégias de leitura. Esses pesquisadores observaram que os participantes utilizavam tentativas de adivinhações, principalmente quando os textos abordavam assuntos que eram conhecidos. Constataram que a maioria dos alunos utilizava estratégias alternadas para realizar a leitura em situações de dificuldade, como: perguntar ou diminuir o ritmo da leitura quando não havia compreensão. Os autores ainda mencionaram a preocupação dos leitores em tentar compreender o que estavam lendo, assumindo atitudes de antecipação. Alguns comportamentos observados podem ter relação com as possibilidades de letramento que foram proporcionadas no meio escolar e familiar.

A apropriação da escrita foi a terceira variável mais estudada, sendo que o estudo de Boaretto, Lima e Ghirello-Pires (2017) revelou que todos os erros cometidos ao escrever possuem bases linguísticas possíveis de serem compreendidas, evidenciando potencialidades frente ao acesso da alfabetização. Esse estudo corrobora parte da literatura, considerando Gândara (2005), Melo e Oliveira (2009) e Oliveira (2010), que descrevem as reações dos participantes frente às ações dos pesquisadores. Assim, verificou--se concordância de ideias quanto às possibilidades de aquisição da escrita da criança com SD.

Apesar desses estudos terem sido realizados em ambiente escolar, nenhum deles considera a influência do ambiente nos resultados. Desse modo, verifica-se que há pouca pesquisa para essa variável. Acredita-se que seja relevante considerar o ambiente escolar como um importante influenciador do desempenho da criança, devido às suas características, como, ruídos, tempo de permanência dos sujeitos e quantidade de distrações, que podem significar diferenças de desempenho em ambientes silenciosos ou com menor exigência atencional.

Gândara (2005) acompanhou a escrita de um sujeito por 7 meses e destacou que as estimulações oferecidas pela família desde os primeiros dias de vida foram imprescindíveis. Ao descrever as reações da criança aos estímulos, percebeu respostas algumas vezes imediatas e bastante elaboradas sobre o sistema de representação da escrita. Sugeriu que as propostas forneciam ao sujeito indícios de que a escrita se apresenta como objeto de pensamento, e não só de contemplação.

Embora Gândara (2005) tenha sustentado, igualmente aos demais pesquisadores incluídos nessa categoria, sua fundamentação teórica em autores que defendem a alfabetização pelo método fônico, durante a leitura do material, foi possível perceber, por meio da comparação entre a ação da pesquisadora e a ação da criança, o uso de estratégias de leitura visual, o que leva o leitor à incompreensão quando conclui que “pistas fonológicas começavam a ser consideradas” (Gândara, 2005, p.99), visto que, na descrição das intervenções, não ficaram evidentes intervenções de cunho fonológico.

É importante destacar o fato de não terem sido encontradas publicações que descrevam os processos cognitivos que ocorrem durante a aquisição da alfabetização por indivíduos com SD, contemplando, concomitantemente, leitura e escrita, tornando-se evidente a carência de estudos nesse campo.

Habilidades fonológicas

Sendo o método fônico o tipo de abordagem mais utilizado quando se pensa em alfabetização, o amplo uso dessa metodologia eleva as necessidades de domínio fonológico e justifica os achados, já que o maior número de estudos localizados nesta pesquisa se refere a habilidades fonológicas, totalizando 12 estudos.

Um crescente número de estudos sugere que o treino da Consciência Fonológica (CF) pode trazer efeitos positivos tanto em CF quanto na habilidade de leitura de crianças com ou sem dificuldades de linguagem. Foram encontrados 6 artigos cujo objeto de estudo foi a CF: Cardoso-Martins e Frith (1999); Lara, Trindade e Nemr (2007); Lavra-Pinto e Lamprecht (2010); Azevedo, Pinto e Guerra (2012); Barby e Guimarães (2013) e Aleixo (2014).

No estudo de Lara, Trindade e Nemr (2007), as variáveis estudadas foram o desempenho dos indivíduos em CF com estímulos visuais. O resultado apontou para uma probabilidade de 95% de que usar figuras nos testes de CF traz benefícios aos indivíduos com SD pelo fato de não necessitar usar apenas memória auditiva. Isso pode ser explicado pelo fato de a pessoa com SD apresentar uma capacidade de memória auditiva mais breve, dificuldade que ficaria minimizada pelo uso de gestos ou figuras. O uso de figuras na avaliação da CF garantiria que os dados coletados estivessem de acordo com a real habilidade do sujeito, visto que, muitas vezes, os erros e acertos podem não mostrar fielmente a real capacidade do indivíduo.

A relação entre CF e habilidades de escrita foi objeto de estudo de algumas pesquisas selecionadas, como as de Cardoso-Martins e Frith (1999); Lavra-Pinto e Lamprecht (2010); Azevedo, Pinto e Guerra (2012); Barby e Guimarães (2013) e Aleixo (2014). Esses estudos sugerem que o treino explícito da consciência fonológica pode produzir efeitos produtivos tanto na CF quanto na habilidade de leitura de crianças com e sem dificuldades de linguagem, incluindo crianças com SD.

A proposta de Barby e Guimarães (2013) foi o ensino do alfabeto. Eles observaram que o treinamento desenvolvido possibilitou a aprendizagem inicial da língua escrita. Verificaram que as dificuldades dos participantes não foram qualitativamente diferentes daquelas apresentadas por estudantes com desenvolvimento típico. Embora os alunos com SD demandem um maior tempo de ensino e adaptação de algumas atividades, as estratégias de aprendizagem da leitura por eles empregadas não são diferentes das utilizadas pelos demais alunos (Barby; Guimarães, 2013).

É importante observar que Aleixo (2014) percebeu maior facilidade para resolver tarefas de CF que exigem reflexão e/ou manipulação de constituintes silábicos do que os fonêmicos. Apesar das evoluções, tarefas que envolviam produções e identificação de rimas continuaram sendo de difícil resolução. Vale ressaltar que Cardoso-Martins e Frith (1999) acreditam que tarefas de detecção de rima são mais fáceis que tarefas de detecção de fonema, pelo menos em crianças com SD que ainda não aprenderam a ler.

Os achados de Azevedo, Pinto e Guerra (2012) corroboram as conclusões de Lavra-Pinto e Lamprecht (2010), que acreditam que, em pesquisas nas quais não foram encontrados níveis de CF em indivíduos com síndrome, não foram utilizadas medidas sensíveis. Nesses casos, a CF pode ter sido mascarada por outras habilidades deficientes. Eles concluíram que crianças com SD apresentam níveis mensuráveis de CF por meio da aplicação do Confias (teste de avaliação sequencial da CF).

Os temas de investigação não parecem variar muito ao longo dos anos, verificando-se uma escassez de estudos que abordem de forma mais profunda os métodos de ensino mais apropriados para a alfabetização da criança com SD. Para isso, seriam necessários estudos que replicassem pesquisas já realizadas com crianças de desenvolvimento típico abrangendo a pessoa com SD, a fim de fazer um contraponto entre os resultados.

O processo de alfabetização

Para que a inclusão escolar possa estar mais próxima de ser realizada de forma efetiva, são necessárias mudanças na visão acerca dos processos sociais e de ensino. É imprescindível, para isso, um ensino que garanta que a aprendizagem seja para todos, assim como propõe a lei brasileira da pessoa com deficiência (Brasil, 2015). O percurso é um aspecto importante no processo de alfabetização. Foram selecionadas 7 produções que buscaram descrever esse processo. Desses, 3 trabalhos relataram como foi o processo de alfabetização de crianças com SD em situação de inclusão escolar: Melo e Oliveira (2009); Pacheco e Dias (2012) e Souza (2017). Assim como Melo e Oliveira (2009), Pacheco e Dias (2012) avaliaram a relação aluno-professor, levando em consideração a formação do professor. Pesquisas nessa área são importantes indicadores para as estratégias e o entendimento da sistemática da rotina escolar voltadas para classes alfabetizadoras.

A maneira como a pessoa com síndrome de Down se insere nas práticas sociais de leitura e escrita e de que forma essa inserção influencia o processo de alfabetização para a construção do leitor foram tópicos abordados por Souza (2017). Esse estudo mostrou a importância da prática social de leitura e escrita antes da entrada na escola. Em sua dissertação, Souza (2017) abordou as práticas sociais de letramento e compreendeu que a ativação do conhecimento de mundo não ocorre em todas as leituras e é necessário o apoio para fazer relações, podendo um leitor com SD constituir-se como alguém que lê por obrigação, por prazer, para informar-se ou pelo desejo de se formar, da mesma forma que as demais pessoas da sociedade letrada.

Alves, Delgado e Vasconcelos (2008) propuseram-se a demonstrar, de forma sucinta, discussões teóricas apoiadas na teoria de Vygotsky sobre o desenvolvimento da linguagem e de Schwartzman, que norteiam os comportamentos no percurso do letramento da criança com SD. Vale ressaltar que a incompreensão dos mediadores e o nível de habilidade do indivíduo, além da descrença por parte dos envolvidos no processo de escolarização, poderiam acentuar as barreiras na relação ensino e aprendizagem. As observações dos percursos da alfabetização mostraram que a conquista das habilidades de ler e escrever tem ligação com a disponibilidade do indivíduo. No entanto, o manejo nesse processo pode tornar possíveis as aquisições cognitivas, aguçando o interesse do aprendiz pelo aprendizado, ao mesmo tempo, tornando-se um aspecto valioso na relação professor-aluno.

Mediação do professor

Deve-se destacar o fato de não se ter localizado uma quantidade significativa de estudos que abordem o tema da alfabetização da criança com SD considerando como tema principal a participação/mediação do professor. Os estudos mencionam, de alguma forma, a participação, mas não se concentram nas ações ou intenções do docente. Dessa forma, na tabela original, foram incluídos apenas 2 estudos que abordam a mediação dos professores.

Entretanto, cabe citar o estudo de Gomes e Figueiredo (2001), que, ao observarem como leitores com idades entre 10 e 24 anos estruturam a leitura, verificaram que o professor exerce influência no uso de estratégias de leitura. Identificaram também a importância do contexto escolar e das estratégias desenvolvidas pelo professor, facilitando ou não o desenvolvimento do leitor.

Nesse sentido, Oliveira (2010), por meio da teoria histórico-cultural, verificou a importância da mediação, fundamentando-se em Vygotsky, em todas as dimensões observadas (intervenção direta, instrumentos sociais escritos e linguagem), focando na zona de desenvolvimento potencial ao invés de focar o desenvolvimento real.

O estudo proposto por Costa (2011) não relaciona as respostas do indivíduo pesquisado às ações promovidas, mas tem foco na escolha da metodologia pelo docente na mediação da aprendizagem escrita de dois participantes com SD. Destacou que havia uma dinâmica organizada para ensino geral, mas, no caso dos alunos com SD, ainda pouco estruturada. Em ambos os casos, as crianças não participavam de momentos avaliativos, sobretudo os que envolviam atividades de ler e escrever.

Na observação da mediação do professor quanto à relação entre colegas, identificou vazios de oportunidades, que se configuram em lacunas de ajudas verbais nas atividades de leitura e escrita. Considerou que seria importante garantir outras formas de avaliar, ampliando as possibilidades de acompanhamento por parte do professor.

Considerações Finais

Na análise da literatura, percebe-se um campo fértil para a produção científica no que se refere ao processo de alfabetização da pessoa com SD, fazendo com que o conhecimento acerca das possibilidades e de melhores estratégias permaneçam distantes dos objetivos de pesquisa. Um adequado processo de alfabetização depende da compreensão, por parte do mediador, dos fatores cognitivos envolvidos.

A compreensão da organização desse pensamento é de grande importância para a abordagem a ser traçada. As produções científicas apresentadas apontam para a relevância das competências fonológicas envolvidas no desenvolvimento das habilidades de ler e escrever. Os estudos que relataram melhora no desempenho após estímulo fonológico mostraram que os progressos em escrita ocorreram concomitantemente aos progressos em consciência fonológica, o que indica a importância do estímulo de tais habilidades para a promoção da alfabetização. Porém, pode-se perceber a carência de estudos que observem os processos cognitivos envolvidos no percurso de alfabetização do sujeito com SD, visto que é de grande importância a compreensão do desenvolvimento da linguagem para o trabalho com esse público. Outro fator que chamou a atenção foi a carência de estudos que correlacionam verbalização e produção escrita.

A relação entre método de ensino e rendimento escolar não foi observada. Contudo, os estudos revisados apontam para os benefícios que a melhora das habilidades fonológicas agregou. A referência por parte da maioria dos estudos quanto às habilidades fonológicas constitui-se um importante ponto de apoio para intervenções, que acarreta entendimento, principalmente, a respeito das possibilidades de aprendizagem.

Embora a condição do quadro clínico inerente à pessoa com SD seja o maior gerador de dúvidas quanto às possibilidades de aquisição do conhecimento, a maneira de intervir foi o maior ponto de preocupação entre os pesquisadores. A fonologia e o manejo foram os aspectos teóricos que apareceram interligados nesta revisão, visto que, embora se descrevam habilidades e tipos de métodos, o modo de fazer e o fator comportamental dos sujeitos apareceu como preocupação secundária nas discussões.

Os artigos que trabalharam com a descrição do processo de alfabetização, descreveram-no à luz do manejo diante das demandas, ou seja, a obtenção de resultados positivos está relacionada, entre outras coisas, à qualidade da intervenção observada pelos pesquisadores e descrita nas conclusões dos estudos. Ao mesmo tempo, a literatura aponta para as condições de inclusão dessas crianças, de modo que o investimento no processo de desenvolvimento por parte das famílias e a ausência de planejamento escolar acabam, muitas vezes, interferindo nas possibilidades de aquisição. A preocupação com o ritmo da aprendizagem faz com que, algumas vezes, se deixe de primar pela qualidade das aquisições formais, como a compreensão, e não apenas a decodificação.

Averiguou-se que as variáveis relacionadas ao pensamento reflexivo ainda são pouco exploradas, indicando a necessidade de estudos que aprofundem conhecimentos nessa área. Além disso, percebe-se que a grande maioria dos estudos utiliza poucas variáveis no controle de sua pesquisa, por exemplo, idade, escrita e sujeito de pesquisa único. Além das questões citadas, observou-se nos estudos a falta de protocolos para a realização das avaliações, considerando-se as variáveis ambientais e comportamentais, que podem influenciar no desempenho do sujeito.

Com a percepção desses obstáculos, torna-se necessária uma melhor organização das dinâmicas de ensino. Nesse sentido, o conhecimento, a orientação, os atendimentos especializados e o entendimento acerca do desenvolvimento aparecem como fatores que possibilitam uma melhora na qualidade das aquisições formais e de vida.

A constituição do material selecionado para esta revisão configura-se apenas um recorte da literatura sobre o tema alfabetização e síndrome de Down. Destaca-se a importância de novos estudos, mais aprofundados sobre os processos envolvidos nesse percurso, no cenário nacional. Orientações sobre o plano de ensino, assim como o entendimento das etapas a percorrer nesse processo, ampliando a qualidade das propostas interventivas, poderiam aumentar o número de sujeitos com SD que sabem ler e escrever, melhorando a qualidade de vida e promovendo autopercepção positiva.

É preciso pontuar que os resultados da pesquisa indicam lacunas e sinalizam a necessidade de novas perspectivas de trabalhos a serem realizados sobre a alfabetização pela pessoa com SD. O recorte praticado nos resultados de busca desta revisão contribui para a percepção da carência de discussões que envolvam a pessoa com síndrome de Down enquanto sujeito em processo de aquisição do sistema alfabético. Sendo assim, ratifica-se a necessidade de estudos a respeito de como ocorre o desenvolvimento da apropriação da leitura e da escrita pela pessoa com SD.

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Almeida, D.R. et al. Alfabetização e síndrome de Down nas pesquisas brasileiras. Revista de Educação PUC-Campinas, v.25, e204910, 2020. https://doi.org/10.24220/2318-0870v25e2020a4910.

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Recebido: 28 de Abril de 2020; Revisado: 30 de Agosto de 2020; Aceito: 14 de Setembro de 2020

Correspondência para/Correspondence to: V.C.M. BATTISTELLO. E-mail: vivimattos@feevale.br.

Colaboradores

D.R. ALMEIDA foi responsável pela redação inicial do artigo (rascunho), revisão e edição da versão final e pela elaboração, coleta e análise de dados da pesquisa. L.O. MENEGOTTO., R.L. MARTINS realizaram a orientação da conceitualização e visualização do artigo. V.C.M. BATTISTELLO foi responsável pela redação inicial do artigo (rascunho) e revisão e edição da versão final.

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