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Revista de Educação PUC-Campinas

versión impresa ISSN 1519-3993versión On-line ISSN 2318-0870

Educ. Puc. vol.25  Campinas  2020  Epub 21-Jul-2020

https://doi.org/10.24220/2318-0870v25e2020a4568 

Artigos

Estratégias de aprendizagem autorregulada e formação inicial de professores de Geografia: uma revisão sistemática de literatura1

Self-regulated learning strategies and initial education of Geography teachers: A systematic literature review

2Universidade Federal de Pelotas, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Geografia. R. Coronel Alberto Rosa, 154, Centro, 96010-770, Pelotas, RS, Brasil. Correspondência para/: L.C. DIAS. : <lizcdias@gmail.com>.

3Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Departamento de Psicologia Educacional. Campinas, SP, Brasil.


Resumo

Este artigo objetiva averiguar, com base em uma revisão sistemática de literatura, o investimento em estratégias de ensino e aprendizagem autorregulada em cursos de Licenciatura em Geografia. Os dados foram coletados nas bases de dados Scientific Electronic Library Online, Red de Revistas Cientificas de America Latina y el Caribe, España y Portugal e na Plataforma Sucupira da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior em periódicos da Geografia com classificação Qualis A1, A2 e B1 dos últimos cinco anos. A busca pelos trabalhos teve como resultado o total de 154 artigos. Destes, apenas 25 tratavam especificamente da formação inicial de professores e, dentre estes, apenas 8 atendiam às demandas da pesquisa. Os resultados revelaram a necessidade de mais investimento em programas de intervenção em estratégias de aprendizagem e a necessidade de pesquisas futuras que disseminem na Geografia a temática da autorregulação.

Palavras-chave:  Autorregulação. Formação de professores. Geografia.

Abstract

Based on a systematic literature review, this article was aimed at assessing the investment in self-regulated teaching and learning strategies in Geography undergraduate courses. Data were collected from the following data sources: Scientific Electronic Library Online, Red de Revistas Cientificas de America Latina y el Caribe, España y Portugal, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, in Geography journals with Qualis A1, A2 and B1 classification of the last five years. The search for works resulted in a total of 154 articles. Of these, only 25 dealt specifically with the initial training of teachers and, of these, only 8 met the demands of the research. The results have shown the need for more investments in intervention programs addressing learning strategies and the need for further research to disseminate self-regulation in Geography.

Keywords : Self-regulation. Teachers’ education. Geography.

Introdução

A expansão do Ensino Superior no Brasil em meados da década de 1990, somada à implementação de políticas públicas de democratização do acesso como o sistema de cotas, o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), proporcionou o aumento expressivo de alunos com ingresso no Ensino Superior, que, por sua vez, apresenta-se mais heterogêneo no que diz respeito a concepções de mundo, poder aquisitivo, perfis sociais e processos cognitivos, o que demanda a necessidade do ensino de estratégias para se adquirir o conhecimento relevante e para aprender competências autorregulatórias de estudo e de aprendizagem que promovam o sucesso acadêmico (Pozoet al., 2004; Jolyet al., 2016).

Estudos realizados mostram a autorregulação como um aspecto decisivo para um melhor desempenho acadêmico dos estudantes universitários e revelam também que alunos mais autorregulados têm maior motivação, organização, disciplina e persistência diante das dificuldades, atributos esses que promovem a aprendizagem e o melhor desempenho escolar (Zimmerman; Schunk, 2011; Panaderoet al., 2015; Zimmerman, 2013; Ganda; Boruchovitch, 2018).

Zimmerman (2000, 2008) define a autorregulação da aprendizagem como um processo autodiretivo no qual os estudantes transformam as suas capacidades mentais em competências acadêmicas. Assim, a autorregulação pressupõe que os estudantes sejam metacognitivos, motivados e partícipes ativos do seu próprio processo de aprendizagem. Ademais, referida autorregulação envolve também uma conduta consciente, autorreflexiva e proativa do indivíduo (Zimmerman; Schunk, 2011; Zimmerman, 2013; Ganda; Boruchovitch, 2018).

Pode-se dizer ainda que a autorregulação da aprendizagem é um processo auto-dirigido e apresentado por meio de três processos que ocorrem durante a aprendizagem: a fase de antecipação, a fase de execução e a fase de autorreflexão (Zimmerman, 1998, 2000; Frison; Veiga-Simão, 2013; Ganda; Boruchovitch, 2016).

A fase de antecipação refere-se ao processo de influências e crenças que antecipam os esforços para aprender e estabelecem o cenário para essa aprendizagem. A segunda fase de autorregulação, execução ou controle volitivo, ocorre durante os esforços de aprendizagem e afetam a concentração e a execução. Por último, tem-se a fase de autorreflexão, que envolve processos que ocorrem depois dos esforços de aprendizagem e influenciam as reações dos alunos para aquela experiência. A autorreflexão, por sua vez, afeta a antecipação em relação aos esforços subsequentes de aprendizagem, completando assim o ciclo autorregulatório (Zimmerman, 1998, 2002, 2013).

É também na terceira fase que o aluno faz um autojulgamento do seu desempenho e se prepara para uma próxima situação de aprendizagem. Nesse momento, o indivíduo avalia a sua ação, atribui os resultados obtidos a alguma causa e demonstra reações emocionais diante deles. No entanto, se o resultado acadêmico for insatisfatório, podem ser gerados no aluno sentimentos de incapacidade e de frustração, o que pode levá-lo a adotar comportamentos desfavoráveis à sua aprendizagem, como as estratégias auto-prejudiciais (Zimmerman, 2000; Schunk, 2008; Ganda; Boruchovitch, 2016). As estratégias autoprejudiciais são o resultado de atos ou escolhas realizadas anteriormente ou durante uma atividade e, qual seja o seu caminho traçado, têm o peso de influenciar de maneira prejudicial a atividade em si, isto é, são atos ou escolhas realizadas anteriormente ou durante uma atividade e que prejudicam a sua realização (Berglas; Jones, 1988; Gadbois; Sturgeon, 2011; Ganda; Boruchovitch, 2016). Em geral, o uso de estratégias autoprejudiciais ocorre em situações em que o indivíduo não se sente plenamente capaz para realizar o que lhe é proposto e, com receio do fracasso, antes mesmo de desenvolver a atividade cria obstáculos à boa execução da tarefa, de modo que, se falhar, a culpa do fracasso recairá sobre os impedimentos, e não à sua falta de capacidade (Finez; Sherman, 2012; Ganda; Boruchovitch, 2016).

A partir de trabalhos como os de Zimmerman (2011), pesquisas mostram que alunos autorregulados apresentam menor uso de estratégias autoprejudiciais. Nesse sentido, Ganda e Boruchovitch (2016, 2018) destacam a importância de os estudantes de cursos de formação de professores aprenderem e aprimorarem a autorregulação da sua própria aprendizagem, para que estejam mais aptos a desenvolver, posteriormente, esse mesmo processo em seus alunos. Pesquisas revelam que as estratégias de aprendizagem são muito importantes para a adaptação e a autorregulação dos estudantes no Ensino Superior e, sobretudo, para estudantes de cursos de formação de professores (Bzuneck, 2001; Cardoso; Bzuneck, 2004; Veiga-Simão, 2004; Santos, 2005; Santos; Boruchovitch, 2009; Polydoroet al., 2015; Frison, 2016).

A partir dos resultados encontrados na literatura (Pintrich; Garcia, 1994; Boruchovitch, 1999; Bzuneck, 2001; Zenorini; Santos, 2003; Boruchovitch; Costa; Neves, 2005; Boruchovitch; Bzuneck; Guimarães, 2010), percebe-se a necessidade de os estudantes desenvolverem competências para autorregular as suas aprendizagens no ambiente universitário, pois este é um caminho que pode levá-los a melhorar o desempenho acadêmico de maneira a fortalecer sua autonomia, motivação, autoestima e autoeficácia para aprenderem e para serem professores.

Foi a importância de fortalecer a capacidade de aprender dos estudantes de cursos de licenciatura que motivou a realização deste estudo de revisão sistemática de literatura de forma a avaliar estudos empíricos desenvolvidos sobre as estratégias de ensino, aprendizagem e promoção da autorregulação da aprendizagem no contexto da Geografia, mais especificamente na formação inicial de professores.

É essencial que professores se beneficiem das contribuições da Psicologia Cognitiva e que aprendam a ensinar, por meio de estratégias de ensino o “aprender a aprender”. De fato, professores podem ensinar alunos sobre quando e como usar estratégias de aprendizagem específicas por meio da demonstração e da modelagem de diversas técnicas (Pozo, 1996; Pozoet al., 2003; Veiga-Simão, 2004; Frison; Veiga-Simão, 2013; Boruchovitch, 2014).

Quando um aluno reconhece uma dificuldade de aprendizagem e planeja ou seleciona ações ou procedimentos específicos para enfrentar esse problema, pode-se dizer que está fazendo uso estratégico do conhecimento. Esse uso deliberado e intencional dos próprios conhecimentos é o que se denomina de estratégias de aprendizagem, noção que já no princípio dos anos 1980 era definida por autores pioneiros como Nisbet e Shucksmith (1986) e Dansereau (1985), considerando-as sequências integradas de procedimentos ou de atividades que se elegem com o propósito deliberado de facilitar a aquisição, o armazenamentos e a utilização da informação.

As estratégias de aprendizagem não possuem uma definição tão simples. Pesquisa alertam que as nomenclaturas usadas na Psicologia Cognitiva, bem como na aprendizagem estratégica e autorregulada, ainda não foram padronizadas em todas as áreas de estudo. Entretanto, existe a tendência entre pesquisadores de concordarem que, na utilização das estratégias de aprendizagem, estão envolvidos o uso de cognição, metacognição, motivação, afeto e ação, com o intuito de promover o sucesso na aprendizagem (Pintrich, 2000; Dembo, 2001; Schunk, 2008; Boruchovitch; Bzuneck; Guimarães, 2010; Weinstein; Acee; Jung, 2011; Goyaet al., 2017).

A dimensão cognitiva/metacognitiva da aprendizagem autorregulada envolve o estudo das estratégias de aprendizagem, ou seja, dos procedimentos usados por um aluno para aprender um conteúdo ou para realizar uma atividade (Zimmerman; Schunk, 2011; Perassinoto; Boruchovitch; Bzuneck, 2013; Ganda; Boruchovitch, 2018). As estratégias de aprendizagem podem ser subdivididas em cognitivas e metacognitivas, entre outras possíveis taxionomias. As cognitivas dizem respeito às estratégias de ensaio, de elaboração e de organização, que ajudam os alunos a codificar, a organizar e a reter a informação nova. As estratégias metacognitivas estão associadas ao planejamento, ao monitoramento e à regulação, que envolvem o controle e a execução de processos de aprendizagem (Weinstein; Mayer, 1985; Good; Brophy, 1986; Dembo, 1994; Ganda; Boruchovitch, 2018).

Em linhas gerais, pesquisadores destacam que a estratégia específica que os alunos utilizam não é tão importante quanto o processamento cognitivo ativo envolvido. Convergem quanto ao fato de as estratégias de aprendizagem assumirem um importante papel no estabelecimento de uma consciência crítica e reflexiva. Lamentavelmente, constata-se que são poucas as iniciativas que priorizam “o aprender a pensar”, isto é, que levem em consideração de forma mais efetiva o desenvolvimento da capacidade do aluno de aprender a aprender (Pozo; Monereo; Castelló, 2004; Santos; Boruchovitch, 2009; Frison; Veiga-Simão 2013; Boruchovitch, 2014).

É necessário que os cursos de formação de professores se estruturem de modo a produzirem conhecimentos, tanto em relação às estratégias de ensino quanto à aprendizagem desde a formação inicial, pois assim propiciarão ao futuro professor a possibilidade de utilizar diferentes estratégias de ensino e formas de intervenções em sala de aula que otimizem o ensino de estratégias de aprendizagem aos alunos.

No que se refere à formação inicial do professor de Geografia, Castellar (2010, 2017) e Cavalcanti (2011, 2017) esclarecem que o ensinar não é apenas dominar conteúdos, mas ter um discurso conceitual organizado com uma proposta adequada de atividades e de estratégias, buscando superar os obstáculos da aprendizagem. Trata-se de pensar os saberes geográficos numa perspectiva metodológica significativa, o que implica desenvolver intervenções que reestruturem tanto os conteúdos como os procedimentos e que estabeleçam a compreensão dos objetivos, oportunizando a autorregulação das aprendizagens.

Dado este contexto, este estudo objetivou realizar uma revisão sistemática de literatura, a fim de verificar a existência de estratégias de ensino e de estratégias de aprendizagem autorregulada no âmbito da formação inicial de professores de Geografia. Mais precisamente, pretendeu-se averiguar, com base na revisão empreendida, se há o investimento em estratégias de ensino e aprendizagem nos cursos de Licenciatura em Geografia que propiciem aos alunos desenvolverem competências para autorregularem as suas aprendizagens no ambiente universitário, propiciando a melhora no seu desempenho acadêmico como futuros professores.

Procedimentos Metodológicos

Os métodos aplicados neste artigo estão baseados nos estudos organizados por Petticrew e Roberts (2008) e Petticrew (2015), que têm como contribuição as análises sistemáticas de literatura nas Ciências Sociais, bem como as direções futuras desse método de síntese de evidências.

A busca pelos artigos que compõem esse trabalho levou em consideração duas etapas de pesquisa. Em um primeiro momento, a pesquisa foi realizada nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Red de Revistas Cientificas de America Latina y el Caribe, España y Portugal (Redalyc) e na Plataforma Sucupira e, posteriormente a busca foi feita em periódicos da Geografia com classificação Qualis A1, A2 e B1, conforme exposto no Quadro 1.

O eixo norteador da busca foi investigar as publicações que abordam as estratégias de aprendizagem e aprendizagem autorregulada na formação inicial de professores de Geografia. A procura dos trabalhos teve como recorte temporal os últimos cinco anos, ou seja, foram levados em consideração apenas trabalhos publicados no decorrer dos anos de 2013 a 2018. A busca nas bases de dados SciELO, Redalyc e na Plataforma Sucupira deu-se por palavras inseridas na opção avançada por título, resumo e palavras-chave em três idiomas diferentes: em português (“Geografia”, “estratégias de aprendizagem”, “aprendizagem autorregulada” e “autorregulação da aprendizagem”) em espanhol (“Geografía”, “estrategias de aprendizaje”, “aprendizaje autorregulada” e “autorregulación del aprendizaje”) e em inglês (“Geography”, “learning strategies”, “self-regulated of learningeself-regulation of learning”).

A busca nos periódicos da Geografia também obedeceu ao recorte analítico dos últimos cinco anos, e foi realizada na Plataforma Sucupira da Capes em periódicos do quadriênio de 2013-2016, na área de avaliação de Geografia e de classificação Qualis A1, A2 e B1. Optou-se por analisar apenas as revistas digitais. Dessa forma, a busca foi realizada na página de cada uma das revistas definidas, utilizando o campo específico de ferramentas de pesquisa. O escopo da busca incluiu o título, o resumo, as palavras-chave e o texto completo; os termos investigados foram estratégias de ensino, estratégia de aprendizagem, ensino de Geografia e formação de professores.

Os documentos selecionados para a revisão foram depurados a partir de uma matriz organizada no Microsoft Excel, contendo título da revista; ano de publicação; autores; público-alvo; título do artigo; resumo; desenho metodológico; instrumentos ou práticas realizadas e resultados. Após geradas essas informações, alguns critérios de inclusão/exclusão foram aplicados. Os trabalhos e artigos incluídos deveriam ser realizados com alunos do curso de licenciatura em Geografia de caráter presencial, na condição de participantes das atividades apresentadas e ter a demonstração de algum tipo de estratégia de ensino e/ou de estratégia de aprendizagem independente da abordagem metodológica usada. Cabe ressaltar que os trabalhos e artigos referentes a estudos teóricos ou de reflexão foram excluídos.

Resultados e Discussão

A busca nas bases de dados SciELO, Redalyc e na Plataforma Sucupira localizou 10 artigos e, em uma procura mais avançada, verificou-se a presença das palavras autorregulação da aprendizagem e Geografia. Destes trabalhos, cinco eram artigos científicos, quatro eram Dissertações e um era uma tese. No entanto, após a análise detalhada desses trabalhos, averiguou-se que eles dissertavam sobre pesquisas com estudantes universitários de cursos variados e que a Geografia estava presente somente como especificação da área de formação dos estudantes que responderam à pesquisa, ou seja, apenas como parte da amostra dos entrevistados. Lamentavelmente, chamou atenção o fato de não terem sido localizados trabalhos com a amostra somente de estudantes do curso de Geografia.

Essa primeira etapa de busca e análise de dados demonstrou a ausência de uma preocupação explícita na promoção da autorregulação da aprendizagem, bem como o uso de estratégias de aprendizagem na Geografia, mais especificamente, na formação inicial. Observou-se, então, a necessidade de uma outra busca, de caráter mais específico, que centrasse a análise na área de conhecimento de Geografia. Dessa forma, optou-se pela ampliação do escopo da pesquisa a partir da análise dos periódicos da área de Geografia, isto é, somente as revistas de caráter geral. As revistas temáticas da área, como as que abordavam sobre climatologia, Geografia Agrária, Geografia Urbana, entre outras, não foram incluídas.

Foram selecionados, então, um total de 22 revistas: 4 com Qualis A1; 6 com Qualis A2 e 12 com Qualis B1. Os periódicos selecionados circunscrevem geograficamente o território nacional, compreendendo representantes de todas as regiões brasileiras, como demonstrado nas especificações das revistas (Quadro 1).

Quadro 1 Revistas selecionadas para a pesquisa após critérios de inclusão e exclusão. 

Qualis Revistas Descrição Artigos Ensino de Geografia(n)
A1 Boletim Goiano de Geografia Programa de Pós-Graduação em Geografia (IESA)/ Universidade Federal de Goiás – GO 8
Geousp: Espaço e Tempo Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia – SP 6
Mercartor Universidade Federal do Ceará/Pós-Graduação em Geografia – CE
Sociedade e Natureza Instituto de Geografia e Programa de Pós-Graduação em Geografia/Universidade Federal de Uberlândia
A2 Ateliê Geográfico Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA)/Universidade Federal de Goiás – GO 9
Geographia Programa de Pós-Graduação em Geografia/Universidade Federal Fluminense – RJ
Caminhos de Geografia Instituto de Geografia/UFU Programa de
Pós-graduação em Geografia – MG
14
Ra'ega: o Espaço Geográfico em Análise Departamento de Geografia e pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia/Universidade Federal do Paraná – PR 4
Revista de Educação Programa de Pós-Graduação em Educação, Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas/Pontifícia Universidade Católica de Campinas SP 3
Revista do Departamento de Geografia Universidade de São Paulo (USP) Departamento de Geografia – SP 3
B1 Acta Geográfica Revista do Curso de Geografia/Universidade Federal de Roraima – RO 17
Boletim de Geografia (UEM) Departamento de Geografia/Universidade Estadual de Maringá – PR 5
Caderno de Geografia Programa de Pós-Graduação em Geografia - Tratamento da Informação Espacial/Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – MG 14
Estudos Geográfico Departamento de Geografia/Universidade Estadual Paulista/Rio Claro – SP 7
Geouerj Instituto de Geografia/Universidade do Estado do Rio de Janeiro – RJ 13
Geografar Programa de Pós-Graduação/Universidade Federal do Paraná – PR 3
Geografia UEL Departamento de Geociências/Universidade Estadual de Londrina – PR 13
Geosul Revista do Departamento de Geociências - CFH/Universidade Federal de Santa Catarina – SC 4
Geotextos UFBA Programa de Pós-Graduação em Geografia/Universidade Federal da Bahia – BA 5
Percursos Revista do Centro de Ciências Humanas e da Educação/ FAED/UDESC/Universidade do Estado de Santa Catarina – SC 11
Terra Livre Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) 10
Terr@ Plural Programa de Pós-Graduação em Geografia/Universidade Estadual de Ponta Grossa – PR 5
Total 154

Fonte: Elaborado pelas autoras (2018), com dados da Plataforma Sucupira - Capes.

Esta constatação demonstra a relevância desse escopo de abordagem, que permite investigar e mapear de forma abrangente as especificidades dos estudos da Geografia na formação inicial do professor, bem como possibilita avaliar se estão sendo utilizadas estratégias de ensino e estratégias de aprendizagem e se elas são potenciais para o estudo da autorregulação da aprendizagem.

Quanto aos critérios de busca desses periódicos, ao perceber uma ausência do termo 'autorregulação da aprendizagem' nas publicações da Geografia realizadas anteriormente nas bases de dados SciELO, Redalyc e na Plataforma Sucupira, para esta nova busca optou-se por termos que sinalizassem a presença de intervenções práticas na formação inicial docente. Assim, a busca centrou-se nos termos “estratégias de ensino” e “estratégias de aprendizagem”, “ensino de Geografia” e “formação de professores” e também obedeceu ao recorte analítico dos últimos cinco anos, sendo realizada na Plataforma Sucupira da Capes em periódicos Qualis referentes ao quadriênio de 2013-2016.

Foram encontrados nos periódicos da Plataforma Sucupira um total de 154 artigos que versam sobre o ensino da Geografia. Destes, apenas 25 artigos remetiam à formação inicial de professores, distribuindo-se da seguinte maneira: 3 em revistas A1; 7 em revistas A2; 15 em revistas B1.

Dos 25 artigos previamente selecionados, 15 foram descartados por serem apenas estudos teóricos sobre a formação inicial de professores. Ademais, dois deles foram descartados por serem estudos com a Educação a Distância. Restaram 8 artigos sobre estratégias de ensino e aprendizagem em Geografia na formação inicial de professores.

Ao julgar o número de revistas analisadas neste estudo (22 revistas) e o recorte temporal de cinco anos, e considerar também que a grande parte dos periódicos analisados é semestral e quadrimestral, conclui-se que há um número muito pequeno de publicações na área de ensino de Geografia, visto que há apenas 154 artigos. Ademais, dentre este número, apenas 25 tratam especificamente da formação inicial de professores. Esses dados evidenciam uma lacuna existente na pesquisa na área em apreço, ainda mais se for considerado que os estudos que discorrem sobre as práticas pedagógicas ou as intervenções na formação inicial de professores são ainda menores, uma vez que, dos 25 artigos selecionados, apenas 8 atendiam a essas premissas (Quadro 2).

Quadro 2 Artigos selecionados de Revistas de Geografia com Qualis A1, A2 e B1. 

Revistas Título do artigo Ano Autores Filiação Institucional
Ateliê Geográfico As contribuições do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência para a formação de professores de Geografia. 2017 Míriam Aparecida Bueno e Eliana Marta Barbosa de Morais Universidade Federal de Goiás
Ateliê Geográfico O estudo de cidade e a formação do professor de Geografia: contribuições para o desenvolvimento teórico-conceitual sobre cidade e vida urbana. 2017 Lana de Souza Cavalcanti Universidade Federal de Goiás
Boletim Geográfico/ Maringá-Paraná Atuações do Pibid na formação inicial de professores de Geografia. 2017 Eliete Woitowicz e Marli Terezinha Szumilo Schlosser Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Geotextos Práticas formativas e diferentes estratégias para o ensino de Geografia nos anos iniciais. 2017 Diego Corrêa Maia e Ana Claudia Nogueira Maia Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Rio Claro–SP
Geouerj O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) do Curso de Geografia/UFGD: Linguagens, prática e formação de professores. 2016 Silvana de Abreu e Adáuto de Oliveira Souza Universidade Federal da Grande Dourados
Geo USP O júri simulado como proposta didático-pedagógica para a formação inicial do professor de Geografia na perspectiva da aprendizagem baseada em problemas (PBL). 2018 Léia Aparecida Veiga e Ricardo Lopes Fonseca Universidade Estadual de Londrina
Percursos UDESC O PIBID e a formação de professores de Geografia no Sertão do Sisal: práticas, narrativas e experiências de iniciação à docência. 2016 Jussara Fraga Portugal e Simone Santos de Oliveira Universidade do Estado da Bahia
Percursos UDESC Linguagem fotográfica e ensino de Geografia: experiências desenvolvidas no PIBID/Geografia/UFGD. 2016 Flaviana Gasparotti Nunes Universidade Federal da Grande Dourados

Notas: UDESC: Universidade do Estado de Santa Catarina; UFGD: Universidade Federal da Grande Dourados; USP: Universidade Estadual de São Paulo. Fonte: Elaborado pelas autoras (2018).

No entanto, mesmo sendo um número diminuto de artigos, percebe-se um número crescente de publicações entre os anos de 2016 e 2018, de modo que todos os oito artigos foram publicados entre esses anos. Essa concentração pode significar um despertar da preocupação com a formação inicial de professores e, principalmente, com a qualidade das estratégias utilizadas nos cursos de licenciatura, resultado também possivelmente do investimento em políticas educacionais de formação de professores.

Esse fato foi reforçado quando se verificou que, dos oito artigos selecionados, cinco deles referiam-se a experiências do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID)4 nos cursos de formação de professores. Pode-se citar nessa perspectiva os trabalhos de Bueno e Moraes (2017); Woitowicz e Schlosser (2018); Abreu e Souza (2016) e Portugal e Oliveira (2016) que dissertam sobre o processo formativo dos professores de Geografia a partir das experiências desenvolvidas no PIBID. Nesses trabalhos são apresentadas as atividades compreendidas por cada um dos projetos realizados no programa, bem como os núcleos atendidos e as estratégias utilizadas no decorrer das atividades e práticas pedagógicas delineadas com o grupo de licenciandos, no período de implementação do PIBID nas instituições. O trabalho de Nunes (2016) também diz respeito a uma prática do PIBID, mas centra a análise descritiva em uma atividade realizada pelos bolsistas em uma instituição de Educação Básica.

Outros dois trabalhos selecionados dizem respeito às estratégias utilizadas no decorrer da disciplina de estágio docente. Cavalcanti (2017) apresenta um projeto de mediação didática acerca do desenvolvimento do pensamento teórico-conceitual sobre cidade e vida urbana, em que está previsto, além das análises bibliográficas e documentais, o desenvolvimento de planos de ensino e intervenções pedagógicas organizadas pelos alunos das disciplinas a partir de um percurso didático para ensinar Geografia da cidade. O trabalho de Veiga e Fonseca (2018), também realizado na disciplina de estágio docente, apresenta e discute o uso da metodologia ativa a partir da aprendizagem baseada em problemas (problem-based learning), tendo como proposta de trabalho o júri simulado.

O estudo realizado por Maia e Maia (2017) previu uma intervenção prática em duas unidades de Educação Básica com professores pedagogos, mas com o auxílio de graduandos do curso de Licenciatura em Geografia. Esse trabalho teve como propósito demonstrar a importância das práticas formativas e suas diferentes estratégias de ensino. O Quadro 3 apresenta uma síntese do conteúdo dos artigos encontrados nesta etapa de busca.

Quadro 3 Referência autoral e síntese do conteúdo dos artigos selecionadas para a pesquisa. 

Autores Descrição do estudo
Bueno, Míriam Aparecida e Morais, Eliana Marta Barbosa (2017) O artigo analisa as contribuições do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) para a formação de professores de Geografia do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA) da UFG. A discussão se assenta em três questionamentos: Em que contexto a Geografia iniciou a sua participação nesse programa. Como o PIBID/UFG se organiza metodologicamente para auxiliar na formação inicial e continuada dos professores e dos alunos das escolas parceiras. E se o programa vem contribuído para a qualificação docente.
Cavalcanti, Lana de Souza (2017) A pesquisa apresentada compreende um projeto maior que visa ser desenvolvido no período de 2016 a 2019. O objetivo geral da pesquisa é analisar as potencialidades da mediação didática para o desenvolvimento do pensamento teórico-conceitual sobre cidade e vida urbana em experiências formativas de alunos estagiários do curso de Geografia da UFG. Para desenvolver a investigação, adotou-se a perspectiva qualitativa na modalidade de pesquisa-ação a partir de um roteiro metodológico.
Woitowicz, Eliete e Schlosser, Marli Terezinha Szumilo (2017) A pesquisa apresenta reflexões a respeito das contribuições do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) na formação inicial de professores de Geografia, desenvolvido junto ao Curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Propõe uma discussão teórica sobre a formação inicial de professores e apresenta, as ações desenvolvidas no âmbito do PIBID no período de 2011 a 2015 e os impactos na formação inicial do docente em Geografia.
Maia, Diego Corrêa e Maia, Ana Claudia Nogueira (2017) O estudo demonstra a importância das práticas formativas e suas diferentes estratégias de ensino para professores pedagogos que atuam no primeiro segmento do Ensino Fundamental. A formação profissional foi organizada e pensada com o auxilio de estudantes do curso de Geografia visando promover os conteúdos ligados ao tempo, ao clima e às estações do ano, baseados na pesquisa-ação e na epistemologia da prática. Através do auxílio de dispositivos didáticos.
Abreu, Silvana de Abreu e Souza, Adáuto de Oliveira (2016) A proposta analisa o processo formativo dos professores de Geografia a parir da experiência promovida pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Como desdobramento do PIBID/Geografia/UFGD, são apresentadas as experiências registradas evidenciando a incorporação de diferentes linguagens e práticas formadoras.
Veiga, Léia Aparecida e Fonseca, Ricardo Lopes (2018) O estudo teve como objetivo discutir o uso da metodologia ativa a partir de uma problematização junto à formação inicial do professor de Geografia, buscando mesclar elementos da PBL (problem-based learning) com o júri simulado. Diferentemente do modelo convencional adotado nas instituições de ensino, a aprendizagem baseada em problemas (PBL) parte do problema para motivar e iniciar a aprendizagem. Essa experiência decorreu da aplicação de elementos da PBL juntamente com a prática do júri simulado numa disciplina presencial do curso de Geografia na Universidade Estadual de Londrina.
Portugal, Jussara Fraga e Oliveira, Simone Santos (2016) O texto, a partir de narrativas de professores de Geografia em formação inicial, apresenta as ações que compõem a proposta do subprojeto do PIBID da Universidade do Estado da Bahia – UNEB/Campus XI. Apresenta uma proposta de formação que tem como principal objetivo articular a Universidade à escola básica, ancorada em atividades com diversas linguagens, como artefatos didático‐pedagógicos e no método (auto)biográfico, que visa potencializar outros modos de conceber a formação docente, o ensino e a aprendizagem dos conteúdos curriculares de Geografia.
Nunes, Flaviana Gasparotti (2016) Esse estudo apresenta experiências desenvolvidas no âmbito Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). As experiências, foram desenvolvidas com alunos do Ensino Fundamental e Médio em escolas da rede estadual de Dourados (MS), na qual se trabalhou o potencial das linguagens imagéticas, sobretudo a linguagem fotográfica, no ensino de Geografia.

Fonte: Elaborado pelas autoras (2018).

Em relação às estratégias de ensino utilizadas nos artigos, percebeu-se que eles apresentam diferentes propostas, como roteiros, sequências didáticas e mediação pedagógica, ou seja, um conjunto de atividades planejadas etapa por etapa, o que revela a preocupação dos educadores, mesmo que de modo não explícito, em planejar intervenções que contribuam para a autorregulação das aprendizagens, bem como para tornar significativo o processo de ensino (as sequências/atividades) para seus alunos. As principais estratégias de ensino descritas nos artigos estão expostas no Quadro 4.

Quadro 4 Descrição das principais estratégias de ensino presentes nos artigos analisados na pesquisa. 

Autores Público participante Estratégias de ensino
Bueno, Míriam Aparecida e Morais, Eliana Marta Barbosa (2017) Bolsistas do PIBID Geografia Planejamento de atividades desde questões de ordem administrativa, como pedagógica do grupo de Pibidianos. Planejamento de atividades semanais. Participação e a organização de eventos. Participação em grupos de estudos e pesquisas destinados a discutir a Geografia Escolar. Organização de propostas de intervenções pedagógicas, a partir de planejamento prévio, assentado na análise de materiais de diferentes naturezas e articuladas à realidade local.
Cavalcanti, Lana de Souza (2017) Estagiários de Curso de Geografia Escolha de Unidades Temáticas: partir de temas já previstos no currículo escolar. Problematização dos temas escolhidos com base na realidade local vivenciada mais diretamente pelos alunos. Apresentação de material informativo/documentos. Sistematização de conhecimentos geográficos relacionados ao tema com base em material de apoio, aula(s) expositiva(s). Definição de agenda de demandas: solicitar dos alunos a confecção da agenda, a partir do material e das discussões anteriores.
Elaboração de documento aos gestores: elaborar uma carta aos governantes. Discussão dos resultados: discutir com os alunos os resultados da experiência para sua aprendizagem.
Woitowicz, Eliete E Schlosser, Marli Terezinha Szumilo (2017) Bolsistas do PIBID Geografia Reuniões de trabalho desenvolvidas semanalmente, com pautas pré-estabelecidas, entre licenciandos e professores das escolas e Universidade. Observações periódicas em sala de aula. Confecção de materiais didáticos. Exposição Elaboração de planos. Encontros semanais para promover narrativas sobre as experiências e percepções dos licenciandos nas escolas. Produção de resumo, resumo expandido, trabalho completo e artigo sobre a experiência no Subprojeto. Desenvolvimento de seminários e reflexões sobre a trajetória de formação. Pré-teste das atividades propostas aos alunos das escolas organizados pelos pibidianos e trabalhos de campo.
Maia, Diego Corrêa e Maia, Ana Claudia Nogueira (2017) Graduandos - licenciatura em Geografia e Docentes da Educação básica. Discussão de objetivos, dispositivos e sequências didáticas que seriam utilizados. Levantamentos das dificuldades mais citadas entre os docentes das unidades de ensino. Utilização de dispositivos didáticos para auxiliar na formação (planetário, estação metereológica móvel, o galinho do tempo e a história em quadrinhos “Malu e o galinho do tempo”). Trabalho de campo. Narrativas docentes e Memórias da Formação Docente.
Abreu, Silvana de Abreu e Souza, Adáuto de Oliveira (2016) Bolsistas do PIBID Geografia Trabalho com diferentes linguagens e novas tecnologias. Organização de atividades que mesclem ensino, pesquisa, extensão e cultura. Elaboração de propostas didáticas, orientadas para práticas educativas. Atividades de domínio teórico-prático das linguagens artísticas no processo de alfabetização geográfica. Valorização de experiências vividas pelos acadêmicos a partir de produção de textos e sistematização de experiências desenvolvidas.
Veiga, Léia Aparecida e Fonseca, Ricardo Lopes (2018) Estagiários de Curso de Geografia Definição do tema a ser pesquisado/julgado pela turma com a mediação do professor e com base em uma problemática. Pesquisa e reflexão sobre o tema em grupos. Elaboração de argumentos. Aulas expositivas dialogadas. Orientação realizada pelo professor em grupo de alunos. Diálogos sobre as temáticas. Socialização e autoavaliação da intervenção do Juri Simulado.
Portugal, Jussara Fraga e Oliveira, Simone Santos (2016) Bolsistas do PIBID Geografia Diálogo para a organização e o mapeamento da realidade escolar: observações do/no cotidiano escolar, aplicação de questionários e entrevistas. Espaços de Diálogos e Práticas: planejamento, elaboração, relatos e avaliação de práticas desenvolvidas no ensino de Geografia. Planejamento do trabalho pedagógico: (re)orientação do trabalho e discussões realizadas em encontros formativos. Ateliers Geográficos Temáticos: organização de oficinas temáticas. Tateio experimental: “hora da conversa”, os “círculos de leitura” e os “relatos de experiências” para superar dicotomias, fazem aflorar problematizações, reflexões e indagações sobre os conhecimentos adquiridos. Atividade de campo
Nunes, Flaviana Gasparotti (2016) Bolsistas do PIBID Geografia Planejamento e organização de oficinas. Uso de diferentes linguagens. Linguagem fotográfica. Trabalho de campo. Questionamentos com base nas imagens registradas. Reflexões críticas. Interpretação dos registros imagéticos.

Notas: PIBID: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência. Fonte: Elaborado pelas autoras (2018).

Constata-se, a partir das atividades elaboradas pelos professores, um potencial para propiciar o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem cognitivas, destinadas a ajudar o aluno – futuro professor –, a organizar, elaborar e integrar a informação e, também, às estratégias metacognitivas, responsáveis pela manutenção dessa aprendizagem.

As escolhas coerentes dos professores possibilitaram o desencadeamento de estratégias de aprendizagem cognitivas, como as presentes em atividades que auxiliam na assimilação e na compreensão das informações. Os exemplos dessas práticas citadas nos artigos dizem respeito, principalmente, ao uso de simulações, trabalhos de campo, recursos didáticos, rodas de conversa e à produção textual a partir de narrativas. Mais precisamente, as atividades que propõem o desenvolvimento da produção textual são as responsáveis por propiciar aos alunos estratégias de elaboração, pois lhes permitem estabelecer relações entre o conhecimento que já possuem, ou seja, o que é familiar, e o despertar para o novo. Essas estratégias são desencadeadas via narrativas, textos e desenhos. A partir destas eles são capazes de representar a si e ao outro e ir além, criando suas próprias analogias.

Pode-se observar que o planejamento foi uma das estratégias utilizadas em todos os estudos. As práticas propostas nos artigos estabeleciam objetivos e metas a serem atingidos; e, para cada uma dessas metas, eram estabelecidos planos que, posteriormente, eram compartilhados com os alunos. O material de apoio também foi utilizado em todas as propostas, assim como as aulas expositivas que antecediam as atividades, a fim de apresentar e contextualizar aos alunos o estudo e torná-lo significativo às atividades desenvolvidas, colaborando para que o sujeito em formação se motive e consolide a manutenção da motivação, da atenção e da concentração.

Boruchovitch (2014) explica, que, além das técnicas, dos procedimentos e das estratégias, a aprendizagem também é um processo repleto de motivação e afetividade. É, pois, de extrema importância que esses aspectos sejam considerados para que se tenha sucesso na aprendizagem. Ademais, o professor deve ter clareza sobre o seu papel, ao optar por intervenções de ensino que contribuam para o desenvolvimento das estratégias de aprendizagem.

Pela análise das estratégias de ensino dos professores, observou-se a preocupação com a administração do tempo e a organização do ambiente, tendo em vista que essa inquietação torna-se pertinente quando se objetiva uma atividade ao ar livre como, por exemplo, o trabalho de campo, muito presente na formação do geógrafo, ou uma intervenção fora da universidade ou da escola. Esses dados indicam e se constituem de exemplos de estratégias de planejamento e de organização.

Muito utilizadas nos artigos, as rodas de conversa ou aulas dialogadas incentivam o questionamento e a problematização de conceitos, de modo que o aluno possa monitorar sua compreensão, além de lhe propiciar o ato de captar e reformular o conteúdo que está sendo ensinado, exercendo, assim, a autorreflexão.

Estratégias como as rodas de conversa e aulas dialogadas são práticas que reforçam perspectivas mais recentes que associam a autorregulação a situações de aprendizagem altamente interativas e dinâmicas, em que a construção de conhecimento se dá de forma compartilhada e em colaboração mediante a interação social com o professor e com uso de pares, possibilitando a interação com o outro e a construção compartilhada do conhecimento e favorecendo a corregulação, uma forma muito importante de aprendizagem nos dias atuais. A corregulação refere-se às relações entre fontes de influências culturais, sociais e pessoais que juntas desafiam, moldam e orientam a identidade (McCaslin, 2009; Hadwin; Oshige, 2010; McCaslin; Burross, 2011; Hadwin; Järvelä; Miller, 2017).

É importante ponderar que a análise nos artigos demonstrou, mesmo que de forma implícita e incipiente, a existência de algumas iniciativas referente à presença das estratégias de ensino e de aprendizagem na formação inicial dos professores de Geografia. No entanto, apesar de existirem tais iniciativas e de sua relevância para a formação do futuro professor e do profissional em exercício, elas são muito escassas, haja vista o baixo número de pesquisas encontradas com essa preocupação. Ademais, são desprovidas de um trabalho intencional e explícito em torno de sua importância para o sucesso acadêmico e carecem do metaconhecimento e de uma autorreflexão, que seriam a chave para o fortalecimento dos processos autorregulatórios nos estudantes em formação.

Considerações Finais

Em síntese, a revisão sistemática de literatura mostra que existe uma lacuna, uma quase inexistência de trabalhos que abordem temáticas da área da autorregulação da aprendizagem na área de Geografia, mais especificamente na formação inicial de professores, situação que se torna explícita ao se constatar o pequeno número de publicações na área de ensino de Geografia. A busca pelos trabalhos nos últimos cinco anos teve como resultado o total de 154 artigos. Destes, apenas 25 tratavam especificamente da formação inicial de professores e, dentre estes 25, apenas oito atendiam às demandas da pesquisa. Todavia, é importante destacar que foi observada nos pouquíssimos trabalhos encontrados uma preocupação dos professores em desenvolver estratégias de ensino, via mediação didática, que envolviam problematização, simulações, narrativas, fotografias, trabalhos de campo, entre outras atividades que priorizavam a aprendizagem significativa dos alunos, de forma a contribuir para que eles desencadeassem no decorrer da sua vida acadêmica, como futuros professores, estratégias de aprendizagem que podem contribuir para a promoção da autorregulação.

Este complexo processo torna-se mais eficiente à medida que o aluno, a partir do material a ser aprendido, consegue armazenar as informações utilizando-se dos mecanismos aqui discutidos, como elaboração, organização, interpretação e análise, por meio das estratégias cognitivas (ou conscientes) e por meio das estratégias metacognitivas: o planejamento, o monitoramento e a autorreflexão.

Já nos trabalhos do PIBID, analisados neste estudo, percebeu-se o protagonismo maior dos alunos na compreensão, no monitoramento e na autorreflexão do seu aprendizado.

Essa revisão sistemática de literatura evidencia também a contribuição desse programa no desenvolvimento de práticas para o ensino da Geografia que incentivam o uso de estratégias de ensino e de aprendizagem. Os resultados revelam o impacto dessa política no curso de formação de professores. Constata-se que, dos oito artigos selecionados para a análise, cinco deles eram atividades realizadas pelo PIBID. Intervenções como as desenvolvidas pelo PIBID ao longo do planejamento, execução, monitoramento, avaliação e autorreflexão incentivam estratégias para a construção compartilhada do conhecimento, e apontam para a importância do trabalho em equipe.

Ao concluir este estudo, reforça-se o compromisso com a docência dos oito artigos analisados, uma vez que evidenciam a preocupação em propiciar práticas que sejam significativas para que o aluno desenvolva a aprendizagem de Geografia. Ainda, nestes mesmos poucos artigos, são utilizadas diferentes estratégias de ensino, as quais possibilitam a promoção de estratégias de aprendizagem. No entanto, somente a partir da revisão sistemática de literatura foi possível perceber que esse processo não é intencional em relação à promoção das estratégias de aprendizagem nem da autorregulação da aprendizagem.

Entretanto, pode-se mencionar que esses estudos, em geral, apontam para a importância de se estimular situações de estratégias de ensino que fortaleçam estratégias de aprendizagem cognitivas e metacognitivas nos cursos de formação de professores a partir também de uma concepção situada de aprendizagem, ou mais precisamente no que se refere ao contexto de formação inicial de professores de Geografia.

A interação com o contexto constitui uma ferramenta única para os profissionais desenvolverem experiências de aprendizagem com os seus alunos e ensiná-los a autorregularem as suas aprendizagens por meio do conteúdo das disciplinas que fazem parte do currículo, no caso específico deste trabalho, o currículo dos cursos de formação de professores em Geografia. Essa visão situada do conhecimento possibilita que as estratégias de aprendizagem sejam ensinadas ao mesmo tempo em que se ensinam os conteúdos pertinentes de cada disciplina.

Neste sentido, entende-se que é urgente a mediação qualificada e consistente teoricamente para que o professor seja formado com fundamentos que o possibilite pensar estratégias de ensino a partir do conhecimento de Geografia, tornando-o agente do seu processo de aprendizagem. É necessário enfatizar a importância do investimento na autorregulação da aprendizagem no campo da Educação, principalmente nos cursos de formação de professores, uma vez que essa iniciativa promove a qualidade do processo de ensino e aprendizagem.

Ao finalizar este artigo, é de extrema relevância enfatizar que esta revisão sistemática de literatura evidenciou a surpreendente escassez de trabalhos sobre a temática da autorregulação da aprendizagem e suas variáveis chaves como estratégias de aprendizagem, motivação e afetividade, principalmente no que tange à formação inicial do professor de Geografia. Conclui-se pela urgência na criação e consolidação de programas de intervenção que fortaleçam não só as estratégias de aprendizagem, como também os processos autorregulatórios de futuros professores de Geografia. Destaca-se ainda a necessidade de que pesquisas futuras examinem e disseminem na Geografia esse campo de pesquisa.

4 O PIBID é uma iniciativa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Ministério da Educação e Cultura (MEC), criado em 2007 e regulamentado através do Decreto nº 7219/2010). O programa prevê a participação de graduandos na formação inicial e na formação continuada de educadores atuantes na Educação Básica, e visa o trabalho em parceria com as escolas públicas no sentido de valorizar a educação e aperfeiçoar o profissional docente.

1Artigo elaborado a partir da pesquisa de Pós-Doutorado de L.C. DIAS, intitulada “Estratégias de aprendizagem em cursos de formação de professores de Geografia: um recorte das Universidades Federais do Rio Grande do Sul”. Universidade Estadual de Campinas, 2018.

Como citar este artigo/How to cite this articleDias, L.C.; Boruchovitch, E. Estratégias de aprendizagem autorregulada e formação inicial de professores de Geografia: uma revisão sistemática de literatura. Revista de Educação PUC-Campinas, v.25, e204568, 2020. https://doi.org/10.24220/2318-0870v25e2020a4568

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Recebido: 22 de Abril de 2019; Aceito: 08 de Novembro de 2019

L.C. DIAS e E. BORUCHOVITCH contribuíram na concepção e desenho do estudo, análise de dados e redação final.

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