Ao publicarmos o quarto número do volume 23 da revista ETD - Educação Temática Digital, consideramos importante destacar a fecunda contribuição de todos os sujeitos que se envolveram em sua produção no ano de 2021.

Os dois últimos anos foram bastante difíceis no desenvolvimento do trabalho acadêmico, marcado pelas condições de trabalho remoto e pela necessidade de nos adaptarmos às inúmeras plataformas digitais. Foram também anos marcados por uma aguerrida luta contra os ataques à ciência e à educação e inúmeras manifestações contra a redução de financiamento para a cultura, as ciências e as artes. No ano que finda, vivenciamos ainda luto e dor em uma proporção nunca imaginados. Os encontros com os estudantes seguiram escassos, os nossos corpos continuaram em distanciamento, nos tornamos muito mais impessoais com o uso das máscaras e a nossa audição teve que tornar-se cada vez mais sensível. Foi também um ano de aprofundamento da crise social e política no Brasil e em muitas outras partes do globo. Em tal conjuntura, a dinâmica das colaborações e das parcerias no trabalho, nos cuidados pessoais e com a vida de todos destacou-se por sua força e capacidade regeneradora e comunitária.

Richard Sennett, em seu livro “Juntos” (2019), analisa os rituais, os prazeres e a política da cooperação. Neste livro, ^Sennett nos compele ao exercício da cooperação dialógica uma vez que ela pressupõe a abertura dos sujeitos diante das distintas situações cotidianas e mobiliza a empatia. Para o autor, esta forma de cooperação não somente fornece sustentação ao grupo social como requer o desenvolvimento de habilidades como a audição atenciosa, a ação com destreza e tato, a gestão de conflitos. A cooperação exigente é aquela que exige compromissos. Ao nos depararmos, portanto, com um agudo nível de exigências como o que vivemos, a prática do compromisso amplia a possibilidade da vida comunitária e nos indica que devemos escolher a cooperação e a receptividade ao outros.

É dessa forma, pela colaboração e a cooperação de todas e todos os envolvidos em sua produção, que compreendemos que o ano de 2021 foi bastante profícuo na revista ETD pois conseguimos manter a revista em sua dinâmica editorial trimestral, publicando sessenta textos originais que foram distribuídos entre artigos, resenhas, entrevistas, apresentações de dois dossiês e em editoriais dos quatro números do ano. A revista se manteve pluricultural, multidisciplinar e incrementou as publicações de artigos em inglês e espanhol.

No número atual, que encerra as atividades do ano, são publicados treze artigos recebidos em fluxo contínuo e um relato de experiência com variados assuntos: tecnologias e educação – tema tão buscado em nossa revista-, aprendizagens, cinema, gênero, formação docente. São artigos trazem aos leitores resultados de pesquisas originais, apresentadas com rigor metodológico e que foram cuidadosamente trabalhados por autores e editores de seção.

A publicação de tantos originais durante o ano, demandou muito esforço em todas as etapas do processo de publicação. Agradecemos aos autores pela escolha da revista para a publicação de suas pesquisas e, pelo pronto acolhimento das sugestões realizadas pelos pareceristas; aos avaliadores dos artigos pela leitura atenta e muito sugestiva de todos os originais; aos editores de seção que se dedicaram ao trabalho completo, desde o desk review até o acompanhamento da versão final de cada artigo sob sua responsabilidade; às nossas bolsistas pelas conferências dos dados nas submissões, pelos relatórios de fluxo da revista e pelo auxílio no sistema OJS e, à nossa editora técnica executiva, pela preparação da versão final que colocamos no ar. Somos especialmente gratos ao professor Mauro Guari, que nos cede as imagens fotográficas utilizadas nas capas de cada novo número. A revista é, portanto, um trabalho coletivo e colaborativo, que envolve muitos sujeitos e reitera nosso pertencimento à uma comunidade acadêmica comprometida.

Ensejamos que o ano de 2022 seja um ano muito melhor. Que possamos realizar nossas atividades de pesquisa, docência e extensão com condições mais leves e efetivas, em contexto político muito melhor também. Que sigamos atentos e cooperativos, defendendo a educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada.

Boas leituras!