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ETD Educação Temática Digital

On-line version ISSN 1676-2592

ETD - Educ. Temat. Digit. vol.24 no.4 Campinas Oct./Dec 2022

https://doi.org/10.20396/etd.v24i4.8664014 

DOSSIÊ

ESTUDO DAS ILUSTRAÇÕES APLICADAS A LIVROS INFANTIS: UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA A PARTIR DOS PORTAIS DATACAPES E SCIELO

MULTIMODALITY APPLIED TO CHILDREN'S BOOKS: A STATE OF ART FROM THE DATACAPES AND SCIELO PORTALS

LA MULTIMODALIDAD APLICADA A LOS LIBROS INFANTILES: UN ESTADO DE ARTE DESDE LOS PORTALES DE DATACAPES Y SCIELO

Patricia Michelotti1 

Graziela Frainer Knoll2 

Valeria Iensen Bortoluzzi3 

Taís Steffenello Ghisleni4 

1Mestra em Ensino de Humanidades e Linguagens - Universidade Franciscana (UFN). Santa Maria, RS - Brasil. Professora universitária; Coordenadora de Projetos Culturais e Educacionais - Fundação Antonio Meneghetti. São João do Polêsine, RS - Brasil. E-mail: michelottipatricia@gmail.com

2Doutora em Estudos Linguísticos - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Santa Maria, RS - Brasil. Pós-Doutorado - Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter). Professora Adjunto - Universidade Franciscana (UFN). Santa Maria, RS - Brasil. E-mail: grazi.fknoll@gmail.com

3Doutora em Letras - Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS - Brasil. Professora Adjunta - Universidade Franciscana (UFN). Santa Maria, RS - Brasil. E-mail: valeria.bortoluzzi@gmail.com

4Doutora em Comunicação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Santa Maria, RS - Brasil. Professora - Universidade Franciscana (UFN). Santa Maria, RS - Brasil. E-mail: taisghisleni@yahoo.com.br


RESUMO

A literatura infantil é essencial para o desenvolvimento do adulto leitor, capaz de interpretar a sociedade em que está inserido. No entanto, deve-se considerar que, no livro infantil, as mensagens resultam de textos verbais e ilustrações que são complementares do ponto de vista do sentido. Assim, esta pesquisa busca fazer uma pesquisa bibliográfica a partir de um levantamento de artigos que vêm estudando a ilustração em livros para crianças de acordo. A perspectiva teórica deste trabalho é a teoria da multimodalidade de Kress e Van Leeuwen (1996), segundo a qual os textos contendo ilustração e texto verbal são chamados multimodais. Foi realizado um levantamento nas bases de pesquisas científicas (Datacapes e Scielo) com o objetivo de mapear trabalhos focados no estudo das ilustrações nos livros infantis, com identificação de pontos positivos e, também, possíveis lacunas deixadas nas pesquisas. Como resultado, percebemos que ainda há um vasto campo a ser explorado em relação à multimodalidade, principalmente na análise das ilustrações em livros infantis.

PALAVRAS-CHAVE Multimodalidade; Literatura infantil; Pesquisa bibliográfica

ABSTRACT

Children's literature is essential for the development of the adult reader, able to interpret the society in which he is inserted. However, it should be considered that, in the children's book, communicational messages are the result of texts and images that are complementary. Thus, this research seeks to carry out a bibliographic survey of Brazilian researches that have been working with text and images in books for children, according mainly to the theory of multimodality by Kress and Van Leeuwen (1996). For this, a survey was carried out in the bases of scientific research (Datacapes and Scielo) in order to map these works and identify the highlights of these researches, as well as the gaps left by them. As a result, we realize that there is still a vast field to be explored in relation to multimodality, especially with regard to the analysis of images in children's books.

KEYWORDS Multimodality; Children's literature; Bibliographic research

RESUMEN

La literatura infantil es fundamental para el desarrollo del lector adulto, capaz de interpretar la sociedad en la que se inserta. Sin embargo, se debe considerar que, en el libro infantil, los mensajes comunicativos son el resultado de textos e imágenes que se complementan. Así, esta investigación busca realizar un relevamiento bibliográfico de investigaciones brasileñas que han venido trabajando con texto e imágenes en libros para niños, de acuerdo principalmente con la teoría de la multimodalidad de Kress y Van Leeuwen (1996). Para ello, se realizó un relevamiento en las bases de la investigación científica (Datacapes y Scielo) con el fin de mapear estos trabajos e identificar los aspectos más destacados de estas investigaciones, así como los vacíos que dejaron. Como resultado, nos damos cuenta de que aún queda un vasto campo por explorar en relación a la multimodalidad, especialmente en lo que respecta al análisis de imágenes en libros infantiles.

PALABRAS CLAVE Multimodalidad; Literatura infantil; Investigación bibliográfica

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento infantil perpassa todo o incentivo recebido em casa e na escola, sendo diretamente relacionado ao apoio que crianças e jovens recebem para progredirem. As rodas de leitura, em sociedade ou em família, vêm desde o séc. XVII, constituindo-se como prática que antecede as salas de aula (CASTRO, 2008). Nas últimas décadas, principalmente, a literatura vem sendo utilizada além de seu sentido moralizante, constituindo-se como uma brincadeira, conforme os livros ganham mais cores, texturas, imagens migram entre formatos e plataformas: hoje não estão só no papel, estão também em formato digital, o que amplia ainda mais as suas possibilidades de trabalho.

Intrínseco a isso, a literatura infantil vem constituindo-se como instrumento de inserção social, aproximando a criança da sociedade em que vive, por meio de metáforas e representações de alguma forma vinculadas a situações reais. Ramos, Panozzo e Zanolla (2011) consideram que a leitura, em suas formas diversas, proporciona a inclusão do leitor nos âmbitos da sociedade e da própria condição humana, afinal, a criança que interpreta o livro é o mesmo adulto que interpreta a sociedade em que vive. Stearns (2006 apud RAMOS; NUNES, 2017) lembra que as crianças ajudam a construir a sociedade em que se inserem, por meio dos adultos que serão: “A infância, nesse sentido, é uma chave única para a experiência humana maior” (p. 111). E a literatura vem ao encontro disso, à medida que, para Santos (2020), é um patrimônio artístico e cultural que possibilita ao leitor expandir linguística, histórica e intelectualmente seu repertório.

Consideramos, neste trabalho, o conceito de texto como materialidade discursiva, um todo organizado, um conjunto de signos da linguagem (KOCH, 1984). Ilustrações são textos visuais, tão importantes quanto os textos verbais na produção do sentido. Partimos do princípio de que as ilustrações, as quais também são textos, têm papel fundamental na compreensão da história e são essenciais para cativar os pequenos leitores. Seguindo a perspectiva de Rojo (2014) acerca de texto multimodal como um enunciado dito (ou cantado, escrito ou mesmo pensado) concreto e único, “irrepetível”, que gera significação e se vale da língua/linguagem para sua materialização, constituindo o discurso. Assim, para diferenciar quando falamos exclusivamente de palavras e quando falamos de imagens, usaremos os termos texto verbal e texto visual.

Ramos, Panozzo e Zanolla (2011, p. 251) afirmam que “a ilustração amplia as possibilidades semânticas da palavra, mostrando sentidos paralelamente a ela, antecipando- os ou extrapolando-a”. Da mesma forma, Ramos e Nunes (2017, p. 108) entendem que há um equívoco na compreensão comum de que a presença de imagens como linguagem seja algo simples: “Essa falsa simplicidade e desvalorização, porém, pode ser superada pelo desvendar da imagem, procurando percebê-la como texto em constituição própria, o que enriquece a produção de sentido”.

Para isso, é essencial, então, que a criança (e, consequentemente, o adulto) possa entender os livros como um construto de texto verbal e texto visual, no qual todos elementos importam e fazem parte da mensagem. Ramos, Panozzo e Zanolla (2011) entendem que a presença de linguagens diversas permite uma interação do leitor com o texto, ampliando, assim, a possibilidade de efetivação do sentido, ou seja, para uma leitura completa, deve-se considerar o texto em sua totalidade. A pesquisa realizada em caráter qualitativo pelos autores aponta que os leitores, estudantes da terceira série do Ensino Fundamental, focaram suas atenções no texto verbal, não considerando a complementaridade entre palavras e imagem. A priorização do texto verbal demonstra a falta de familiaridade dos leitores com as imagens, sendo, essas, consideradas um acessório. Isso acontece, ainda segundo Ramos, Panozzo e Zanolla (2011), provavelmente devido à hegemonia da palavra em relação ao não verbal trazida pelos adultos, em casa e nas escolas. Dessa forma, “Os entrevistados afirmam que é possível ler sem a imagem, mas também indicam que a presença das duas linguagens orienta a leitura, oferecendo âncoras para o reconhecimento do universo focalizado” (RAMOS; PANOZZO; ZANOLLA, 2011, p. 251).

Acreditamos, portanto, que, para promover um leitor que saiba interpretar textos de maneira adequada, com uma produção de sentido suficiente e, ao mesmo tempo, com senso crítico para analisar ou entender o que é lido, seja essencial promover o desenvolvimento cognitivo dos jovens leitores quanto a todos elementos que compõem o texto literário – infantil ou não.

Um aporte teórico-metodológico ainda pouco explorado nas pesquisas brasileiras para essa análise é a multimodalidade. A perspectiva da multimodalidade surge, assim, como possibilidade de ampliação de leitura e complementaridade dos sentidos em um texto multimodal, isto é, que é formado pelo conjunto de diferentes códigos semióticos, conforme Kress e van Leeuwen (1996).

Assim, o objetivo deste artigo é realizar uma pesquisa bibliográfica, a partir das bases de dados Datacapes e Scielo, de trabalhos que abordam o estudo dos textos visuais (imagem ou ilustração) em livros de literatura infantil. Como perspectiva teórica deste trabalho, abordamos a multimodalidade conforme a Gramática do Design Visual, de Kress e van Leeuwen (1996). Entretanto, para o levantamento, foram selecionados não só artigos com essa mesma perspectiva teórica-metodológica, mas também outros trabalhos acadêmicos abordando o texto visual na literatura infantil. Entendemos a relevância dessa busca haja vista que a multimodalidade ainda parece ser pouco utilizada como perspectiva teórica no estudo de livros infantis.

Na sequência deste trabalho, serão abordados os conceitos de ilustração e multimodalidade, os procedimentos de pesquisa utilizados, os resultados referentes ao levantamento bibliográfico e, por fim, as conclusões.

2 ILUSTRAÇÃO E MULTIMODALIDADE

A imagem está presente em todos os aspectos da vida cotidiana adulta: nas telas digitais, nos outdoors, nas revistas, nas paredes, apenas para citar alguns dos inúmeros exemplos. Ela produz sentidos e é utilizada em um contexto social, com vistas a um objetivo de comunicação. Entretanto, nem sempre o texto visual é entendido como um texto complexo e merecedor de uma leitura sistematizada ou embasada, ou seja, a leitura da imagem é vista, muitas vezes, como um acessório ou um processo natural.

Como ler imagens é uma atividade considerada, pelo senso comum, como algo menos complexo do que a leitura de textos verbais, ao longo da vida escolar, a imagem tem sido, de certa forma, negligenciada ou vista de forma rasa e superficial. Kress e van Leeuwen (1996) destacam que, pelo contrário, a imagem requer um estudo tão aprofundado e uma leitura cuidadosa, assim como as outras modalidades de texto. Os autores defendem, assim, a necessidade de alfabetização visual do leitor para uma outra modalidade de texto, o texto multimodal, isto é, não constituído somente por um código semiótico, mas por diferentes recursos sígnicos que, combinados, compõem um texto.

Na Gramática do Design Visual, Kress e van Leeuwen (1996) apresentam e definem um conjunto de categorias de análise da imagem, desnaturalizando a linguagem visual, por compreender que os textos visuais são construções motivadas por uma intenção de comunicação e, nesse sentido, são tão elaborados quanto qualquer outro texto. Fazem parte dos textos visuais, ilustrações, fotografias, linhas, formas e molduras, além do próprio desenho das letras obre um papel ou uma tela.

Acreditamos, então, que para que haja uma maior atenção ao uso de imagens nos textos em geral, é necessário que já na infância esse olhar seja incentivado. Uma ferramenta para isso pode ser a utilização de imagens que podem atuar, entre outras possibilidades, como antecedente ao texto verbal, como defende Abreu (2010):

O trabalho com os elementos gráficos [no livro infantil] deve ser utilizado desde muito cedo. Pois sua característica visual permite que a criança inicie seu aprendizado antes mesmo do domínio do código escrito. A magia, a criação, a imaginação que eles proporcionam são fatores determinantes para a construção de uma aprendizagem significativa

(ABREU, 2010, p. 332).

Dondis (2015) também compreende que grande parte do aprendizado é visual e ressalta a importância da figura em relação ao objetivo que levou a sua criação. Para a autora, a forma da imagem segue sua função. Assim, as imagens estão colocadas junto ao texto para representar algo. São criadas para atender objetivos de comunicação.

As autoras Lajolo e Ziberman (2007) acreditam, no mesmo sentido, que a literatura feita para crianças traz as imagens como elementos para reforçar a histórias e a atração que o livro exerce. Assim, o papel que a ilustração possui é notável e merece destaque. Entendemos, assim, o livro como um conjunto de imagens que deve ser analisado como um todo.

Entendendo, assim, a importância da perspectiva da multimodalidade e de outros estudos que advém da importância do estudo criterioso dos textos visuais, é que consideramos essencial a busca pelo que se vêm estudando e trabalhando acerca da multimodalidade, especialmente nos livros infantis que são, em nossa percepção, uma das primeiras interações humanas com a imagem produzida com finalidade comunicacional.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGOS

Esta pesquisa bibliográfica é um levantamento de trabalhos acadêmicos publicados no Brasil com foco no estudo da ilustração na literatura infantil. Configura-se como um estudo teórico, de natureza descritiva, acerca de produções já publicadas em relação à análise de imagens utilizando diferentes abordagens, não restritas à perspectiva da multimodalidade e de outros procedimentos metodológicos, a fim de comparação. Segundo Gil (2008), uma pesquisa bibliográfica sempre é feita por meio de uma busca por materiais já elaborados, um conjunto constituído principalmente de livros e artigos científicos. No caso deste estudo, buscamos artigos publicados em periódicos. Ainda para o autor “os periódicos constituem o meio mais importante para a comunicação científica. Graças a eles é que se vem tornando possível a comunicação formal dos resultados de pesquisas originais e a manutenção do padrão de qualidade na investigação científica” (GIL, 2008, p. 66).

Como este estudo faz parte de um mestrado em andamento, justificamos sua importância a partir da afirmação de Lakatos e Marconi (2003), de que nenhuma pesquisa parte do zero. Assim, “a citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradições ou reafirmar comportamentos e atitudes” (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 225).

Como critérios da busca, no Portal de Periódicos da Capes, colocamos como palavras- chave o termo “multimodalidade” associado a “livro infantil” e “literatura infantil”. Não foi acrescentado outro filtro para a busca e, dessa forma, foram obtidos 12 resultados, incluindo resultados dobrados (artigos duplicados). Ao reduzirmos as buscas para trabalhos no idioma português, chegamos a sete trabalhos. Com a leitura flutuante dos trabalhos, no entanto, entendemos que apenas três estavam relacionados à multimodalidade articulada à literatura infantil. Já ao aplicar os mesmos critérios de busca no portal Scielo, chegamos a dois resultados, sendo que ambos já estavam dentro da busca anterior.

Com a finalidade de coletar mais trabalhos envolvendo a análise de imagens em livros infantis, optamos por agregar outras terminologias, além da “multimodalidade”. Os termos “multissemiose” e “multissemiótico” juntamente de “livro infantil” não retornaram resultados, já o termo “semiose” trouxe poucos trabalhos, mas nenhum com relação direta ao nosso tema. Foi realizada, então, a busca pelo termo “ilustração” juntamente com “livro infantil”. Optamos por escolher apenas artigos em língua portuguesa e revisados por pares. Como o termo “ilustração” mostrou-se muito mais abrangente do que nossa pesquisa inicial, a busca foi delimitada também para trabalhos publicados nos cinco últimos anos (2015 a 2020). O resultado da busca constituiu um corpus de 24 artigos, nos quais foi realizada a leitura flutuante e constatado que a maioria dos resultados trazia os termos nos trabalhos, mas não focava na análise das ilustrações de livros infantis. A busca foi refinada, então, para que a palavra “ilustração” fizesse parte do assunto do trabalho e retiramos o filtro do ano de publicação no portal Datacapes. Além das palavras-chave no assunto, aplicamos apenas o filtro do idioma português. Como resultado imediato, conseguimos nove trabalhos, dos quais retiramos apenas os reincidentes (um mesmo trabalho apareceu quatro vezes) e chegamos ao número de seis artigos. Destes, ainda, um estava publicado no idioma português de Portugal e se tratava de trabalhar a obra específica de um autor do país, portanto, não consideramos relevante à nossa pesquisa e o excluímos do corpus.

Ao aplicarmos os mesmos critérios de busca no portal Scielo, chegamos a mais dois resultados, um deles já elencado na busca anterior e o outro focando na atuação do bibliotecário como intermediador entre livro e leitor, concluímos, então, que os resultados relevantes já estavam elencados, não sendo necessário considerar esses trabalhos. Somando os resultados de nossa busca anterior, chegamos a um corpus de oito artigos que trabalharam, nos últimos dez anos, com a análise das imagens nos livros de literatura infantil, trabalhos que estão apresentados na seção a seguir.

4 RESULTADOS DO LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Nesta seção, apresentamos uma síntese dos trabalhos encontrados, iniciando com os artigos que utilizam a perspectiva da multimodalidade para a análise da ilustração em livros infantis. Após isso, foram citados os trabalhos que envolvem a ilustração, ou seja, que estão ligados à mesma temática, embora não utilizem a multimodalidade como perspectiva teórico- analítica, encontrados mediante as aplicações de filtros explicitadas na seção anterior.

Dentre os trabalhos encontrados, uma publicação de dez anos atrás se propôs a analisar livros infantis com uso da multimodalidade. O trabalho de Belmiro (2010) apresenta um recorte de sua tese de doutorado, que envolve 29 obras de literatura infantil. No artigo, a autora faz uma análise multimodal de livros selecionados para o estudo, enfatizando aspectos da multimodalidade para a formação da competência leitora dos professores.

A autora faz uma análise, nesse trabalho, das obras Vizinho, vizinha de Roger Mello (Ilustrações: Graça Lima, Mariana Massarani, Roger Melo); Poeminha em língua de brincar, de Manoel de Barros (Ilustrações: Martha de Barros) e Coração de Ganso, de Regina Rennó. Nos três livros, a autora conclui sobre a funcionalidade da imagem em relação ao texto, trazendo uma complementaridade do texto escrito, percebendo que as ilustrações vão ao encontro do conteúdo do livro, trazendo aspectos de apresentação dos personagens, leveza dos poemas e função narrativa, respectivamente.

O trabalho foi fundamentado, principalmente, na obra de Mikhail Bakhtin, e a autora não traz uma definição expressa de multimodalidade, também não cita os trabalhos de Kress e Van Leeuwen (1996), embora, em suas conclusões, dê indícios de uma compreensão sobre importância da imagem semelhante ao que é defendido na Gramática do Design Visual:

Os projetos gráfico-editoriais das obras de literatura infantil não devem ser compreendidos somente do ponto de vista técnico, abordados principalmente pela área de design gráfico. Mesmo aí, há estudos que sinalizam a importância do design como linguagem, na construção visual do suporte e na atualização do gênero

(BELMIRO, 2010, p. 418).

Como resultado de sua pesquisa, Belmiro (2010), afirma que há uma tendência em propor-se, cada vez mais, uma interação entre texto e imagem, principalmente no caso de autores-ilustradores. Isso gera, consequentemente, a necessidade das universidades e dos cursos de formação continuada de professores (principalmente das áreas de Letras e Pedagogia) de abordarem a leitura literária de forma mais inclusiva, recuperando-se as complementações entre texto verbal e não verbal.

Já com base diretamente no conceito de multimodalidade de Kress e Van Leeuwen (2001), Moraes (2015) fez conclusões sobre a análise de obras da literatura infantil em diferentes suportes. A escolha da obra Flicts, de Ziraldo representou o livro impresso; a amostra digital escolhida foram os poemas de Angela Lago, disponíveis no YouTube e que, em sua maioria, foram produzidos a partir de Ave, palavra (2009), livro póstumo de João Guimarães Rosa; ainda, a pesquisadora analisou o aplicativo-livro Es así (2011), publicado na Colômbia pela editora Fondo de Cultura Económica, a partir do livro ilustrado da autora chilena Paloma Valdivia.

Como conclusão, Moraes (2015) percebeu que as três ferramentas, para uma compreensão mais precisa, precisam ser analisadas como um conjunto entre o dito e o não dito. Para a pesquisadora, o estudo contemporâneo, para permitir uma maior fruição “deve lançar mão de novas capacidades relacionadas aos atos de ver e de ouvir; esse leitor deve ser provocado a indagar a respeito dos fatos da vida que podem ser ressignificados pela via do verbal e não verbal” (MORAES, 2015, p. 250). A autora entende, portanto, que a multimodalidade serviu como instrumento de enriquecimento de análise dos objetos estudados. A autora reforça ainda a contribuição da aplicação de estudos sobre multimodalidade também para os mediadores de leitura:

Os estudos da multimodalidade, ao refletirem sobre os discursos que articulam diferentes modos semióticos, oferecem aportes significativos para a compreensão desse processo. Desta forma, consideramos que a ampliação da discussão sobre a literatura produzida na atualidade para crianças, na perspectiva dos estudos de Gunther Kress, Theo Van Leeuwen, entre outros, pode ajudar na construção de uma crítica mais qualificada das produções contemporâneas de literatura para crianças, bem como oferecer subsídios para o desenvolvimento de estudos no campo da formação de leitores e mediadores de leitura no Brasil

(MORAES, 2015, p. 250).

O mais recente trabalho encontrado, de Araújo et al (2019), traz um levantamento conceitual detalhado das categorias estabelecidas por Kress e van Leeuwen (1996), explicando os critérios da Gramática do Design Visual e suas aplicações. Constitui-se como um aporte teórico bastante didático em Língua Portuguesa acerca dessa temática. Após esse estudo teórico, aplica a GDV na análise da capa do livro Brincando de inventar, de Neomaly Cavalcante e ilustrações de Emanuel Oliveira. A proposta das autoras é “analisar os elementos que compõem a semiótica visual da capa desse livro de literatura infantil, utilizando como base o referencial teórico de Kress e van Leeuwen (1996)” (ARAÚJO et al, 2019, p. 713).

Ao fazer a análise – segundo as autoras, não esgotada – da capa do livro, alguns apontamentos resultaram do trabalho. De acordo com Araújo et al (2019), o texto imagético tem potencial de atração do leitor e valoriza a identificação com a obra. As autoras entendem que “é necessário compreendermos que as imagens não se constituem apenas como suportes para textos verbais, porém são imensamente carregadas de sentidos” (p. 739). O que leva, mais uma vez, a conclusão de que cabe também aos professores voltarem sua atenção as leituras proporcionadas pelas imagens, resultando em um diálogo entre teoria e prática, para conseguir, assim, incentivar essa competência dentro de sala de aula (ARAÚJO et al., 2019).

Trabalhando com análise de imagens, sem o foco na teoria da multimodalidade, Palo (2012) discute a relação entre imagem e texto no livro infantil. Para ela, a ilustração se aplica aos mais diversos usos dependendo do destinatário escolhido. Para a autora, a leitura de imagens produz realidades diversas para os leitores: “Os infinitos modos de transmitir significados geram interfaces da imagem, junto à palavra, as quais oferecem ao leitor-criança infinitos arranjos de linguagem pictórica, seja ela verbal ou icônica” (PALO, 2012, p. 192).

Em seu trabalho, Palo ainda discute o papel da forma artística por meio do signo que leva a criança à apreensão do que lê. Isso constitui a experiência da chamada leitura perceptiva da imagem na interdependência imagem e palavra. Palo (2012) não utiliza nenhum método de análise de imagens em seu trabalho, mas as relaciona em relação ao verbal, de acordo com as categorias definidas por Kibédi-Varga. O autor citado por Palo traz uma hierarquia com três graus de união dessa inter-relação: a) Coexistência; b) Interferência; c) Co-referência. Acrescenta, ainda, a categoria referente a Poesia Visual (SANTAELLA, 1998, p. 56 apud PALO, 2012): d) auto-referencialidade.

A discussão da autora termina com a constatação de que o papel do leitor é essencial para que a relação imagem e texto tenha sentido: “É inegável dizer que a imagem no texto ilustrado fica sempre no aguardo de interpretantes, como ideia ou imaginação, entre associações de signos icônicos gerados pelo próprio caráter de signo imaginário interpretativa da ilustração” (PALO, 2012, p. 198).

Em outro estudo, Ramos e Nunes (2013) propõem-se a responder algumas dúvidas em relação à ilustração do livro infantil:

afinal, que ilustração presente no livro infantil pode ser considerada artisticamente de qualidade, de modo que efetue uma recriação e não uma mera reprodução da realidade ou, talvez, construa um estereótipo dessa realidade para as crianças? E, além disso, de que modo o ponto de vista do ilustrador modaliza o texto verbal e influência na experiência interativa do leitor com o texto - verbal e visual?

(s/p).

Investidas nesses questionamentos, as autoras analisaram a ilustração da capa de duas edições do livro Ah, cambaxirra se eu pudesse... uma publicada em 1991 e a mais recente publicada em 2013, ilustradas por Gerson Conforto e Graça Lima, respectivamente. Para as autoras, a ilustração é decisiva para assimilação do texto. A análise das duas capas foi feita de maneira descritiva, comparando elementos como tipologias utilizadas, cores, disposições e os traços das imagens. Não houve um aporte teórico para essa análise, que foi feita pela observação e descrição das autoras.

A conclusão do trabalho não julga o valor estético dos desenhos, mas Ramos e Nunes baseiam-se no conceito de que

a imprecisão/indefinição da imagem possibilitaria ao leitor não apenas observar, mas introduzir seu repertório na concretização do texto, de modo que provavelmente proporcionaria mais qualidade no processo de leitura da narrativa verbo-visual destinada à infância

(RAMOS e NUNES, 2013, s/p).

Assim, a edição de 2003, com desenhos mais disformes permite, para as autoras, uma maior participação do leitor na cena inicial da história.

Partindo do conceito de que texto verbal e imagem (texto visual) se complementam, Freitas e Zimmermann (2007) traçam um breve percurso histórico acerca do livro infantil e da ilustração. Ambos os conceitos são trazidos desde a pré-história até os dias atuais, com o destaque a autores e ilustradores ao longo dos anos. O levantamento tem o intuito de resgatar os principais acontecimentos que marcaram o percurso da literatura infantil, não trazendo conceitos ou métodos de análise acerca das ilustrações. Como conclusão, as autoras entendem que sua pesquisa “visa valorizar o trabalho e a participação do ilustrador na elaboração e desenvolvimento do livro infantil, lembrando que este é o resultado da combinação entre texto e imagem” (ZIMMERMANN, 2007, p. 337).

Cabral (2010) relaciona a imagem ao texto poético, ritmado. Em seu trabalho O lugar do leitor infantil em A música dos bichos, a autora constata o papel lúdico da ilustração como responsável pela identificação do leitor com a obra, já que o texto traz apenas figuras de animais, deixando a relação humana explícita apenas com o desenho de um menino. Ao observar as imagens, a autora faz um exercício de inferências, constatando que a identificação vai sendo gerada em cada página, sem fazer uma análise baseada em alguma teoria. Como resultado, Cabral constata que “há o diálogo entre o texto escrito e a ilustração, uma vez que um, muitas vezes, complementa o sentido do outro” (s/p).

Também Ramos e Tornquist (2010) analisaram a ilustração como apoio ao texto poético. As autoras voltaram o olhar ao livro “Os bolsos do mundo”, de Fabiana Tasca Perin. A análise foi baseada na linguagem verbal e não verbal, uma vez que, segundo as autoras, “a interação entre as linguagens propicia a ampliação de leituras da poesia que circula para o leitor mirim” (p. 348). As autoras constataram, por meio de uma análise descritiva das imagens, que, nessa obra, a harmonia estabelecida entre texto verbal e ilustração propicia a conquista do leitor, apontando:

Vale referir também a sintonia entre a prosa poética e as ilustrações, o jogo entre os bolsos do mundo e os bolsos dos homens, o natural e o “fabricado”, o pessoal e o global. Nota-se, inclusive, que a palavra escrita ondula nas páginas, acompanhando o dinamismo das novidades mostradas pelo sentido revelado

(RAMOS; TORNQUIST, 2010, p. 354).

A ilustração, nesse caso, ilumina as palavras e acrescenta ao texto possibilidade de interpretação, significação, proporcionando ao leitor identificação e prazer estético (RAMOS; TORNQUIST, 2010). Assim, as autoras concluem que a obra é uma opção de poesia de qualidade, que, aliada às imagens, possibilita o desenvolvimento do potencial do infante.

Percebemos, então, uma importante inclinação de pesquisas brasileiras acerca dessa temática. Após análise de oito produções coletadas, em síntese, o resultado da pesquisa bibliográfica está expresso no quadro:

QUADRO 1 Resumo dos resultados 

Título do artigo Autoria Periódico no qual foi
publicado
Ano de publicação Metodologia
resumida
Síntese das conclusões
A leitura da capa do livro Brincando de inventar na perspectiva da gramática do design visual ARAÚJO, Sammya Santos; PARENTE, Lya Oliveira da Silva Souza; ARAÚJO, Antonia Dilamar Revista Brasileira de Linguística Aplicada 2019 Pesquisa de campo - análise qualitativa com GDV É necessário compreendermos que as imagens não se constituem apenas como suportes para textos verbais, porém são imensamente carregadas de sentido
Do livro ilustrado ao aplicativo: reflexões sobre multimodalidade na literatura para crianças MORAES, Giselly Lima Estudos de Literatura Brasileira Contempor ânea 2015 Análise qualitativa na perspectiva da multimodalid a-de A ampliação da discussão sobre a literatura produzida na atualidade para crianças, na perspectiva dos estudos de Gunther Kress, Theo Van Leeuwen, entre outros, pode ajudar na construção de uma crítica mais qualificada das produções contemporâneas de literatura para crianças
A multimodalidade na literatura infantil e a formação de professores leitores BELMIRO, Celia Abicali Revista Brasileira de Linguística Aplicada 2010 Análise qualitativa, enfatizando aspectos da multimodalid a-de A formação inicial de professores nas universidades deve tratar a leitura literária de forma mais inclusiva, contemporânea, para que se recuperem as tensões entre
A ilustração na produção literária infantil: interdependência palavra e imagem PALO, Maria José Fronteira Z 2012 Discussão teórica - estudo bibliográfico A imagem no texto ilustrado fica sempre no aguardo de interpretantes, como ideia ou imaginação, entre associações de signos icônicos gerados pelo próprio caráter de signo imaginário
Efeitos da ilustração do livro de literatura infantil no processo de leitura RAMOS, Flávia Brocchetto; NUNES, Marília Forgearini Educar em Revista 2013 Análise comparativa de imagens Uma ilustração plurissignificativa tem mais chance de que o leitor a reconstrua a partir da interação, conferindo-lhe espaço para criar a partir do ponto de vista do ilustrador
A ilustração de livros infantis – uma retrospectiva histórica FREITAS, Neli Klix; ZIMMERMANN, Anelise Revista da pesquisa 2007 Levantament o bibliográfico Valorização do trabalho e a participação do ilustrador na elaboração e desenvolvimento do livro infantil, entendendo que este é o resultado da combinação entre texto e imagem.
O lugar do leitor infantil em A música dos bichos CABRAL, Izaura da Silva Revista Espéculo 2010 Análise descritiva das imagens No decorrer do texto sempre há o diálogo entre o texto escrito e a ilustração, uma vez que um, muitas vezes, complementa o sentido do outro
Os bolsos do mundo - unindo palavra e ilustração RAMOS, Flávia Brocchetto; TORNQUIST, Sandra Regina Raído - Revista do programa de pós- gradua-ção em Letras da UFGD 2010 Análise descritiva das imagens A exploração de diversos recursos estilístico contribui de maneira significativa para a conquista do leitor que se apaixona pela sonoridade, pela novidade da palavra e sua associação com a imagem

Fonte: Elaboração própria com base nos dados coletados nos portais Datacapes e Scielo.

Quanto às considerações gerais sobre os trabalhos observados, todos trazem a literatura infantil como importante componente para a formação de crianças. Isso reforça uma premissa desta pesquisa e, além disso, esclarece que todos os pesquisadores consultados entendem a imagem no livro infantil como parte essencial da obra, não com menos importância que o texto escrito, pois percebem como a imagem é capaz de complementar e ampliar o sentido estabelecido pelas múltiplas modalidades presentes.

Dos trabalhos pesquisados, seis apresentam uma análise de parte de um ou mais livros infantis. Quatro deles, no entanto, fazem uma análise descritiva que não considera categorias ou indica formas de interpretação, o que pode ser visto como uma forma menos criteriosa de estudo. Entendemos o mérito dos trabalhos ao refletir sobre a importância dos recursos imagéticos nos livros de literatura infantil, porém, percebemos que a falta de categorização dificulta a replicação de trabalhos, constituindo, assim, uma pesquisa com caráter, principalmente, subjetivo ou interpretativo. Nesse aspecto, a Gramática do Design Visual forneceria um repertório amplo de categorias multimodais que podem ser utilizadas e replicadas.

Por fim, todos os trabalhos consultados entendem que a atenção às imagens juntamente – ou independentes – com o texto escrito constitui um campo de estudos que permite e necessita ser mais explorado, incentivando novas pesquisas acerca dessas temáticas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir desta pesquisa, percebemos, então, que a ilustração, de maneira geral, tem ganhado destaque nas pesquisas acadêmicas que incluem livros infantis, por meio de aplicações de diferentes perspectivas teóricas. As pesquisas mais recentes são, no entanto, ainda em um número reduzido. Essa realidade é mais visível quando falamos especificamente sobre a perspectiva da multimodalidade aplicada ao estudo da ilustração em livros infantis. O levantamento demonstra que essa é uma área que vem sendo estudada, mas ainda pouco aplicada nas análises de livros infantis por meio da Gramática do Design Visual, de Kress e van Leeuwen (1996). Quando voltamos o olhar para as imagens em livros infantis, percebemos que há uma unanimidade quanto a sua importância na composição das obras voltadas para crianças, mas falta uma clareza quanto às categorizações ou formas de entender os recursos utilizados, ou seja, ainda não há uma coerência quanto à forma de análise de imagens, o que, muitas vezes, acaba gerando análises descritivas e interpretativas, aparentando um material muito subjetivo ou ancorado na literatura mais do que na análise das imagens.

Ainda como conclusão, este levantamento bibliográfico sinaliza para uma resposta que atende, portanto, a duas demandas: a necessidade de estudar e aplicar a Gramática do Design Visual como um instrumento de análise da multimodalidade em livros de literatura infantil e a possibilidade de, dentro dessa perspectiva teórica, estabelecer categorias úteis para a análise de imagens em livros infantis, possibilitando a replicação de uma técnica em mais de uma obra. Por fim, destacamos que este trabalho demonstra uma lacuna de pesquisa, que já vem apresentando trabalhos basilares, mas que ainda permite grandes avanços no entendimento acerca da importância da multimodalidade.

Revisão gramatical realizada por: Graziela Frainer Knoll

E-mail: grazi.fknoll@gmail.com

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Recebido: 19 de Janeiro de 2021; Aceito: 30 de Março de 2022

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