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Práxis Educativa

versão On-line ISSN 1809-4309

Práxis Educativa vol.14 no.2 Ponta Grossa maio/ago 2019  Epub 14-Jun-2019

https://doi.org/10.5212/praxeduc.v.14n2.009 

Artigos

O uso do smartphone nas aulas de Língua Espanhola na perspectiva do aluno

The smartphone use in Spanish language classes from the student’s perspective

El uso del smartphone en las clases de Lengua Española en la perspectiva del alumno

Luciana de Cassia Pereira* 

Elias E. Goulart** 

*Mestre em Educação pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). E-mail: <luciana.cassia@hotmail.com>.

**Professor do Mestrado Profissional em Educação da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). E-mail: <elias.goulart@uscs.edu.br>.


Resumo:

Este artigo apresenta uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, que investigou 370 alunos de uma escola municipal em São Caetano do Sul/SP, e teve por objetivo identificar se o aluno utiliza, autonomamente, o smartphone nas aulas de Língua Espanhola com foco na aprendizagem do idioma, analisar como o utiliza, e levantar sua visão ideal sobre este uso. Os dados foram coletados de uma atividade de aula elaborada no Google Forms com questões alternativas, escala de Likert e questões dissertativas. As respostas foram submetidas ao método de análise de conteúdo e catalogadas em campos semânticos. A pesquisa revelou que o aluno faz uso autônomo do smartphone e que, para ele, seu uso ideal é exatamente o que já faz, resumindo-se a consultar dicionários e tradutores, fotografar a lousa para posteriormente copiar, no caderno, as informações e compartilhá-las com os colegas.

Palavras-chave: Smartphone; Língua Espanhola; Educação

Abstract:

This article presents an exploratory, qualitative approach that investigated 370 students from a municipal school in São Caetano do Sul/SP, and aimed at identify if the student uses the smartphone autonomously in Spanish language classes with a focus on learning the language, analyze how he uses it, and raise his/her ideal vision about this use. The data were collected from an elaborate class activity in Google Forms with alternative questions, Likert scale, and essay questions. The responses were submitted to the content analysis method and cataloged in semantic fields. The research revealed that student makes autonomous use of the smartphone and to him/her this use seems to be exactly what he/her already does, in short, consulting dictionaries and translators, photographing the slate and later to copying information in the notebook and sharing them with the friends.

Keywords: Smartphone; Spanish Language; Education

Resumen:

Este artículo presenta una investigación exploratoria, de abordaje cualitativa, que examinó 370 alumnos de una escuela municipal en São Caetano do Sul/SP, y tuvo por objetivo identificar si el alumno utiliza autónomamente el smartphone en las clases de Lengua Española con enfoque en el aprendizaje del idioma, analizar cómo lo utiliza, y levantar su visión ideal a respecto de este uso. Los datos fueron colectados de una actividad de clase elaborada en el Google Forms con cuestiones alternativas, escala de Likert, y cuestiones ensayo. Las respuestas fueron sometidas al método de análisis de contenido y catalogadas en campos semánticos. La investigación reveló que el alumno hace uso autónomo del smartphone y que, para él, su uso ideal es exactamente lo que él ya hace, resumiéndose a consultar diccionarios y traductores, fotografiar la pizarra para posteriormente copiar en el cuaderno las informaciones y compartirlas con los colegas.

Palabras-clave: Smartphone; Lengua Española; Educación

Introdução

A miniaturização dos dispositivos móveis de comunicação, como é o caso do smartphone, agregada à mobilidade e conectividade, estão ganhando espaço e remodelando (CORDEIRO; BONILLA, 2015) o fazer cotidiano das pessoas (BOTTENTUIT JUNIOR, 2012). Está cada vez mais raro encontrar alguém que não faça uso deste recurso mediando sua história, economia e cultura (SANTAELLA, 2012). Para Goulart (2014), o uso do recurso para acesso a redes sociais virtuais tem provocado uma revolução social, cultural, educacional e econômica como nunca antes vista.

A sociedade do século XXI, também conhecida como Sociedade do Conhecimento, assim chamada pelo desenvolvimento das Tecnologias Digitais Móveis (TDM), desencadeou o remodelamento (CORDEIRO; BONILLA, 2015) do cotidiano das pessoas, facilitando-o, agilizando processos e atividades. As TDM desenvolvidas no século XXI caracterizam-se pela mediação (SANTAELLA, 2012) e disseminação de conteúdos (LUCENA, 2012). Um dos representantes das TDM, objeto desta pesquisa, é o smartphone.

A presença de smartphones na escola tem provocado pesquisas, debates e estudos, conforme indica o Centro Regional para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC.br), que promoveu, em novembro de 2017, um debate com especialistas sobre educação e cultura digital, por conta do lançamento das publicações das pesquisas TIC Domicílios 2016, TIC Educação 2016 e TIC Kids Online Brasil 2016.

O TIC KIDS ONLINE - Pesquisa Sobre o Uso da Internet por Crianças e Adolescentes no Brasil - 2016, realizada com crianças e adolescentes da faixa etária de 9 a 17 anos, revelou que 82% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos, no Brasil, são usuários da Internet; e que 7 em cada 10, ou seja, 69% das crianças e adolescentes, conectaram-se à rede mais de uma vez por dia, e 77% deles tinham entre 15 e 17 anos.

O smartphone é um veículo de acesso à informação muito mais rápido do que ir à biblioteca. Esta acessibilidade é atraente ao aluno e altera a dinâmica da aula, tendo em vista que o uso do aparato em sala de aula ainda é uma questão social e pedagogicamente delicada. Conforme depoimento da consultora científica da Pesquisa TIC e Educação, Leila Iannone (2016, p. 13), "Essa complexidade aumenta à medida que pensamos no universo da escola que transita pela tensão cotidiana da conservação e transformação”.

Os Estados e Municípios, primeiramente, sancionaram leis que proibiram o uso do celular na sala de aula. No entanto, o smartphone é mais do que um aparelho para comunicar-se por voz, é praticamente um computador de mão e possui diversos recursos. Por isto, as discussões a respeito da proibição ainda ocorrem, um exemplo é o Estado de São Paulo, que reviu a legislação, alterando-a em 2017.

Dados da Teleco - Inteligência em Telecomunicações revelam que o Brasil terminou fevereiro de 2018 com 235,7 milhões de celulares. Parte destes aparelhos está nas mãos dos alunos nas escolas.

Uma pesquisa realizada em 2016 pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Educação (CETIC.br) - TIC KIDS ONLINE - sobre o uso que crianças e jovens, entre 9 a 17 anos fazem da Internet, revelou que 7 em cada 10 crianças, o que corresponde a 24,3 milhões, conectaram-se à Internet pelo menos uma vez ao dia. Ainda, 80% delas, ou seja, 22 milhões, utilizaram o WiFi por meio de um celular.

Estas crianças e jovens, acostumados ao acesso à informação de forma dinâmica e rápida, levam o smartphone à escola. De acordo com a consultora científica da pesquisa TIC KIDS ONLINE, Leila Iannone (2016), a presença do smartphone na escola é complexa, uma vez que gera cotidianamente tensão entre conservação e transformação.

A primeira reação frente a tal tensão foi proibir o uso do dispositivo móvel durante as aulas. Dentre os Estados e Municípios que legislaram a esse respeito, o primeiro foi Minas Gerais, que sancionou a Lei 14.486, de 9 de dezembro de 2002, proibindo a conversação em celular nas salas de aula, teatros, cinemas e igrejas. Em novembro de 2017, o Estado de São Paulo substituiu a Lei 12.730/2007, que proibia o uso do celular na escola durante as aulas, pela Lei 16.567/2017, que permite seu uso, desde que os fins sejam pedagógicos.

Quase a totalidade dos alunos da escola pesquisada possui smartphone, leva-o às aulas e o utiliza, mesmo sem a permissão ou orientação dos professores. Entender como o aluno concebe o uso do smartphone nas aulas de Língua Espanhola antes de orientá-lo a usar ou não o disposto durante as aulas, foi objeto desta pesquisa.

Este artigo apresenta uma pesquisa exploratória realizada em uma escola pública municipal de ensino Fundamental e Médio na cidade de São Caetano do Sul, no Estado de São Paulo, e faz parte do Programa do Mestrado Profissional em Educação da USCS - Universidade de São Caetano do Sul.

O objetivo principal desta pesquisa exploratória foi identificar se o aluno utiliza, autonomamente, o smartphone nas aulas de Língua Espanhola com foco na aprendizagem do idioma. Os objetivos específicos foram analisar como o aluno utiliza o smartphone nas aulas de Língua Espanhola, e levantar a visão ideal que ele tem sobre este uso.

A Lei do Espanhol no Brasil

O ensino da Língua Espanhola tornou-se obrigatório com a sanção da Lei 11. 161, de 05 de agosto de 2005 (BRASIL, 2005), mas desde 1958 vários projetos de lei transitaram pela Câmara dos Deputados na tentativa de introduzir o ensino dessa língua no cenário da educação brasileira.

A sanção da referida lei, popularmente conhecida como Lei do Espanhol, teve como motivação dois fatores:

  1. A dívida de US$25 milhões do Brasil com a Espanha, que foi convertida em formação e capacitação de professores de Língua Espanhola, cujo selo de tal conversão encontra-se na Declaração de Salamanca, no item 26; e

  2. A questão do isolamento linguístico do Brasil no MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) (BRASIL, 2005a).

A Lei 11.161/2005 (BRASIL, 2005b) tornou obrigatória a oferta do ensino da Língua Espanhola no Ensino Médio e facultativa no Ensino Fundamental. Quanto ao aluno, sua matrícula seria facultativa em ambos os seguimentos, as escolas teriam o prazo de 5 (cinco) anos para se organizarem, e a disciplina passou a vigorar no Plano Nacional do Livro Didático (PNLD).

Para atender a demanda necessária de professores, o Instituto Cervantes ofereceu-se para formá-los. Este envolvimento do referido Instituto na formação dos professores gerou muita polêmica, tendo em vista que, apesar desta instituição zelar pela divulgação da Língua Espanhola no mundo, ela não oferece titulação suficiente para um professor lecionar em escolas públicas. A Associação de Professores de Língua Espanhola do Estado de São Paulo (APEESP) promoveu encontros e manifestos contra o envolvimento direto do Instituto Cervantes na formação dos docentes (BRASIL, 2005c).

Novodvorski (2015, p.73), após pesquisa jornalística em periódicos, versão online, de circulação nacional e internacional no Brasil, Espanha e Argentina, em um eixo temporal de dez anos (1998-2007) revela, pela análise do corpus, que havia a existência paralela de “[...] um conjunto de negociações envolvendo a aprovação da lei e sua implementação, incluindo possibilidades de troca da dívida externa brasileira com a Espanha em investimento no ensino de espanhol”. Ainda, segundo o pesquisador, as justificativas recorrentes para a existência do ensino obrigatório da Língua Espanhola no ensino básico era a integração latino-americana, o MERCOSUL, e o problema de isolamento linguístico do Brasil com relação aos seus vizinhos hispano-falantes. No entanto, sua pesquisa observa que (NOVODVORSKI, 2015, p.73): “[...] o entusiasmo deliberado presente nas notícias vindas da Espanha revela um marcado interesse pela conquista do mercado”.

Efetivamente, ao longo destes anos, a introdução do ensino da Língua Espanhola no currículo da Educação brasileira não ocorreu como previsto, e a Lei do Espanhol foi revogada, passando a vigorar a Lei 13.415, de 16 de fevereiro de 2017 (BRASIL, 2017), que altera a lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDB 9394/96 - BRASIL, 1996) e desobriga o ensino da Língua Espanhola.

Na escola municipal na cidade de São Caetano do Sul/SP, onde aconteceu esta pesquisa, a disciplina de Língua Espanhola foi introduzida no currículo com 02 (duas) aulas semanais em 2007, sendo considerada disciplina obrigatória.

Implicações do uso do celular por alunos

O celular evoluiu para o smartphone e agora serve, também, como objeto de promoção e manutenção de relações sociais globalizadas, além de agregar, no mesmo espaço físico, várias funcionalidades. Este complexo de aplicabilidades fascina o aluno que, ao mesmo tempo em que ouve música, conversa por Whatsapp com algum amigo, mesmo estando em continentes diferentes, visualiza fotografias e pesquisa a resposta dos exercícios da aula.

Serres (2013) chama Polegarzinha a esta geração de alunos, e reflete a respeito de uma geração que vive em coletividade, que estuda com colegas de etnias diferentes, crenças religiosas diferentes, modelo familiar diferente, realidade socioeconômica diferente, que não tem contato com a natureza e que conversa com estranhos pela Internet.

As aplicabilidades e funcionalidades do smartphone propiciam ao aluno a sensação de poder estendido, segundo a psicóloga Kimberly Young, PhD em Psicologia Clínica e coautora do livro Dependência de Internet - Manual e Guia de Avaliação e Tratamento (GREENFIELD, 2011), e esta sensação pode provocar alteração no neurotransmissor dopamina e levar à dependência conhecida como compulsão de mídia digital.

Além da sensação de poder estendido, outros cinco fatores podem estimular a dependência, são eles: fatores de conteúdo, de processo e acesso/disponibilidade, de reforço/recompensa, sociais e da Gen-D.

A superabundância de conteúdo torna-se matéria-prima psicoativa da dependência, já que são conteúdos prazerosos, como músicas, jogos de azar e conteúdo sexual. O acesso e a disponibilidade ofertadas pela Internet 24 horas por dia, 7 dias da semana, somados aos fatores de reforço e recompensa, ou seja, o tempo que se gasta para adquirir o que se busca, segundo Greenfield (2011), torna-se altamente estimulante para o cérebro.

O fator social está na biologia do ser humano, enquanto criatura atraída pela interação social, como afirma Greenfield (2011). Segundo o especialista, as mídias digitais funcionam como uma extensão eletrônica da tendência natural de comunicação e socialização humana. E quanto ao fator Generation-Digital (Gen-D), diz respeito ao fato de crianças e jovens da atualidade terem nascido na Era Digital, e seus pais não quererem que seus filhos fiquem atrasados no conhecimento e manuseio das novas tecnologias.

Além das implicações psicológicas, como a dependência de mídia digital, há, também, as implicações físicas do uso excessivo do smartphone. As mais comuns têm sido a Síndrome Text Neck ou Cabeça de Texto, a WhatsAppinite e o aumento da miopia sem causa genética.

A Síndrome Text Neck ou Cabeça de Texto foi pesquisada pelo ortopedista e cirurgião em Nova York, Dr. Kenneth K. Hansraj, que em 2014 investigou o impacto da inclinação da cabeça sobre a coluna vertebral durante o tempo de uso do smartphone. A cabeça adulta pesa de 10 a 12 quilos em posição neutra, e à medida que a cabeça inclina, aumenta o peso na coluna vertebral. Flexionada a 15 graus, aumenta até 12 quilos; a 30 graus, quase 14 quilos; a 45 graus, quase 22 quilos; e a 60 graus o aumento é de 27 quilos.

Um dado importante revelado nesse estudo é o tempo médio gasto com a cabeça inclinada na leitura de mensagens e textos em dispositivos móveis. Em média, uma pessoa gasta de duas a quatro horas por dia, o que dá 700 a 1400 horas por ano. Já um aluno do Ensino Médio, por exemplo, permanece até 5.000 horas nesta postura. O ideal é que as pessoas façam um esforço para ler as mensagens com a cabeça na posição neutra.

A WhatsAppitis ou WhatsAppinite, como é conhecida no Brasil, apareceu pela primeira vez publicada em 2014, na revista científica The Lancet. A Dra. Inés M. Fernández-Guerrero, após atender uma colega de profissão com fortes dores nos pulsos ao se levantar pela manhã, descobriu que a colega havia passado seis horas do dia anterior enviando mensagens de Natal via smartphone, que pesava 130 gramas. A médica observou que o processo inflamatório estava diretamente relacionado ao uso excessivo do smartphone e indicou a abstinência total do aparelho.

O aumento da miopia sem causa genética também é uma implicação preocupante, pois está relacionado ao uso excessivo das Tecnologias Digitais Móveis (TDM) como, por exemplo, o smartphone (VILAR, 2016). No Sudeste asiático, o aumento da miopia sem fatores genéticos atingiu proporções de epidemia, passando a ser reconhecida como problema de saúde pública. Este aumento está relacionado ao fato das crianças em Xangai gastarem 14 horas semanais com trabalhos escolares em casa.

No que tange às implicações cognitivas, a preocupação está no acesso aos conteúdos inadequados às crianças e adolescentes, ao perigo de contato com pessoas desconhecidas, e de conduta como, por exemplo, tratamento discriminatório e preconceituoso pela Internet.

Alguns estudos mostraram que há, também, aspectos positivos no uso do smartphone nas aulas. Mestranda da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco observou, em 2015, por meio de uma Webgincana com alunos do Ensino Médio de uma escola pública de Recife (SOUSA, 2016), que eles se empenharam na realização das tarefas, mesmo no caminho para casa.

Enfim, percebe-se que as implicações do uso do smartphone pelos alunos poderão assumir caráter positivo ou negativo, dependendo do quanto e do como o utilizam.

Percurso Metodológico

Esta pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa que, segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 70), “[...] considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”, buscou saber se o aluno utiliza, autonomamente, o smartphone nas aulas de Língua Espanhola com foco na aprendizagem do idioma; se o utiliza, como o faz; e, por fim, em sua concepção, qual seria a situação ideal quanto ao uso do smartphone nas aulas de Língua Espanhola.

A preocupação em pesquisar o aluno, partindo da observação daquilo que o cotidiano da sala de aula revela que ele já faz, vai ao encontro do que Vaillant (2009) e Morin (2014) observam a respeito da formação dos professores. Deve acontecer em um sentido mais amplo, que envolva aspectos humanísticos, científicos e tecnológicos, que seja contextualizada e multidimensional, tendo em vista que o aluno já atua nesta realidade tecnológica.

A pesquisa ainda teve caráter de observação participante, na medida em que o docente aplicou as atividades aos alunos participantes durante as aulas formais na escola, e essas atividades fizeram parte efetiva do processo de aprendizagem objetivado. Os equipamentos empregados pelos estudantes foram os próprios smartphones, e o docente recebeu autorização formal da escola para seu uso em sala; aliás, a escola em que ocorreu a pesquisa oferece a liberdade para o docente emprega-los durante suas aulas.

A escola pública municipal onde ocorreu a pesquisa está situada na cidade de São Caetano do Sul, no Estado de São Paulo. São Caetano do Sul faz parte da região do Grande ABC Paulista, e sua colonização é predominantemente de imigrantes italianos. Seu território é de 15,331 km2 e possui aproximadamente 160 mil habitantes. Já foi considerada, em 2010, a cidade com o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil.

A coleta de dados foi realizada em novembro de 2017 e contou com a participação de trezentos e setenta alunos (370) do 1° e 2° ano do Ensino Médio, os quais, realizando uma atividade da disciplina de Língua Espanhola, responderam catorze (14) perguntas elaboradas na plataforma Google Forms e disponibilizada por uma semana. Os alunos não se identificaram por nome, apenas pelo número de chamada, série, idade e gênero.

As perguntas realizadas1 estão apresentadas no anexo. Exceto as perguntas que exigiram resposta dissertativa, as demais foram elaboradas com a possibilidade de resposta sempre / frequentemente / raramente / nunca, conforme a escala de Likert desenvolvida em 1932 para mensurar atitudes e concordância das pessoas em construtos de seu interesse (SILVA; COSTA, 2014).

As perguntas 1 à 11 focaram no uso que o aluno faz do smartphone, de forma autônoma, nas aulas de Língua Espanhola com foco na aprendizagem do idioma, e basearam-se na observação da sala de aula. A questão 12, de resposta dissertativa curta, serviu como ponte para o último bloco de perguntas, conduzindo o aluno à pergunta principal da pesquisa. As questões 13 e 14 não foram consideradas na análise desta pesquisa. No entanto, apresentaram resultados interessantes para novos estudos, sendo seu principal objetivo estimular o aluno a dar às perguntas respostas pessoais e sem a preocupação do certo e errado, que caracteriza uma atividade disciplinar. O quadro 1, mais abaixo, apresenta o resultado das perguntas de múltipla escolha.

Quadro 1 Uso do smartphone em sala de aula 

FREQUÊNCIA DE USO (%) SIEMPRE FREQUENTEMENTE RARAMENTE NUNCA
APRENDER O IDIOMA 6,8 55,1 34,3 3,8
FOTOGRAFAR A LOUSA COM AS EXPLICAÇÕES 29,2 47,0 20,3 3,5
FOTOGRAFAR PARTES DO LIVRO 19,7 36,5 30,8 13
GRAVAR EM ÁUDIO AS EXPLICAÇÕES 1,6 8,1 33 57,3
FILMAR AS EXPLICAÇÕES 0,5 1,4 16,5 81,6
COPIAR NO CADERNO AS INFORMAÇÕES REGISTRADAS COM O APARELHO 44,9 34,9 17,6 2,7
LER NO PRÓPRIO SMARTPHONE AS INFORMAÇÕES REGISTRADAS 34,9 40,0 20,5 4,6
IMPRIMIR AS INFORMAÇÕES REGISTRADAS 8,9 11,6 30,3 49,2
COMPARTILHAR COM OUTROS ALUNOS OS CONTEÚDOS REGISTRADOS 44,1 38,9 11,6 5,4
CONSULTAR DICIONÁRIOS 26,2 36,5 27,5 9,7
UTILIZAR TRADUTOR 37,3 44,3 15,1 3,2
UTILIZAR ALGUM APLICATIVO PARA APRENDER A PRONÚNCIA DAS PALAVRAS 12,4 35,1 33,5 18,9

Fonte: Elaborado pelos autores.

Dos 370 pesquisados, 362 responderam às questões dissertativas, as quais foram catalogadas em campos semânticos e submetidas ao método de análise de conteúdo que, segundo Bardin (2016), refere-se a um conjunto de técnicas de análise das comunicações. As 362 respostas dissertativas foram enumeradas e disponibilizadas em um quadro com a idade do aluno, o gênero e a série, tornando possível, posteriormente, outras abordagens de análise.

Utilizando a ferramenta localizar do processador de texto Word, foram catalogados os seguintes campos semânticos: Dos Verbos, Da Língua Espanhola, Da Tecnologia, Dos Recursos, Dos Usuários, Do aluno, Do professor, Do Pedagógico, Do Cognitivo, Dos Termos Legais, Das Adjetivações (smartphone é...) e Das Preposições, Advérbios e Pronomes.

Destacam-se, no quadro 1, as respostas com indicação de mais de 50% dos estudantes. Nota-se que o uso do dispositivo digital móvel foi aplicado para a aprendizagem pelos alunos para mais de 55% deles. Interessante que 57,3% nunca usaram para gravar explicações em áudio da professora (a pergunta dirigiu-se apenas às aulas de língua espanhola) e, principalmente, 81,6% nunca gravaram uma aula. Esta informação carece de maior investigação, uma vez que outras pesquisas, como a de Cavalcante e Sousa (2015), parecem indicar uma predileção dos estudantes por filmarem as aulas, ou ao menos parte delas.

Agora, grande parte dos alunos passa para o caderno as informações registradas no dispositivo (~80%), lê no próprio aparelho as informações capturadas durante as aulas (~75%), consulta dicionários (~62%) e usa o dispositivo como auxiliar no processo de tradução (~82%). Adicionalmente, percebeu-se que 83% dos estudantes pesquisados indicaram compartilhar informações com os colegas, assinalando o uso dos dispositivos como provedor de comunicações que potencializa o processo de interação e aprendizagem.

Os índices discutidos anteriormente dizem respeito a uma abordagem positiva do uso do dispositivo móvel, tendo considerado conjuntamente as respostas sempre e frequentemente.

O quadro 2 apresenta o método de busca das palavras para a elaboração dos campos semânticos.

Quadro 2 Resultados da busca por campo semântico 

Palavras por Campo SemânticoDa Língua Espanhola Vocábulo procurado Quantidade
palavra(s) / palabra(s) "palav" / "palab" 85
tradutor / traductor / tradução "tradu" 74
dicionário(s) / diccionario "dic" 60
significado(s) "sign" 17
espanhol(a) / español(a) "esp" 17
pronúncia, pronunciações / pronunciación(es) "pronunc" 17
verbo(s) "verb" 13
conjugação / conjugador / conjugación "conjug" 13
língua(s), idioma / lengua "língua" / "leng" / "idio" 10
vocabulário(s) / vocabulario(s) "vocab" 09
áudio(s) "áud" 04
frase(s) "fras" 03
expressão "expr" 03
Gramática "gram" 02
Ortografia "ortogr" 02
países "país" 02
fala "fala" 01
oral "oral" 01
Grafia "grafia" 01
Texto "text" 01
Da Tecnologia    
celular, móvil(es) "celular" / "móvil" 30
aplicativo(s) "aplic" 24
smartphone(s) "smar" 20
Internet "internet" 12
informação(ões) / información(es) "inform" 07
interativo(s), (a/s), interatividade "interat" 07
virtual(is) "virt" 06
acesso(s), acceso "aces" / "acce" 05
Wifi "wi" 05
aplicação, aplicación "aplicaç" /"aplicac" 04
jogo(s) "jog" 04
material(is) "mater" 04
mão(s) / mano(s) "mã" / "mano" 03
online "online" 03
tecnologia, tecnológica "tecn" 02
recurso(s) "recurs" 02
Aparelho "aparel" 02
interação "interaç" 02
compartilhamento "compart" 01
Mídia "mídi" 01
Digital "digit" 01
computador "comput" 01
Dos Recursos    
foto(s) / fotografia(s) "fot" 21
música(s) "mús" 08
vídeo(s) / película(s) "ví" / "pel" 06
Dos Usuários    
pessoa(s) / persona(s) "pess" 06
jovem / jóvenes "jov" / "jóv" 01
Do Aluno    
atividade(s) / actividad(es) "ativ" / "activ" 48
aluno(s), (a/s) / estudiante(s), alumno(s) "alun" / "estudia" / "alum" 34
exercício(s) / tarefa(s) / tareas "exer" / "tare" 24
lição, lições, deveres / lección, lecciones "liç" / "lec" / "dever" 15
estudo(s) / estudio(s) "estud" 13
escola, escolares "escola" 08
livro(s) / libro(s) "livr" / "libr" 06
trabalho(s) "trab" 04
caderno(s) "cader" 03
casa(s) "casa" 02
resposta(s) "respos" 01
avaliação(ões) "aval" 01
Leitura "leitur" 01
extraclasse "extra" 01
Do Professor    
aula(s) / clase(s) "aul" 54
professor(a), professores, maestra "prof" 32
conteúdo(s) / contenido "cont" 21
matéria / materia * "mat" 19
lousa / cuadro, pizarra(s) "lou"/ "cuad" / "piz" 19
explicação(ões), explicación "explic" 11
Assunto "assun" 03
ensino / enseñanza "ensin" / enseñ" 01
Do Pedagógico    
dinâmica(s) "din" 05
didático(s) "did" 04
educacional, educativos "educ" 03
Instrumento "instr" 03
acadêmico(s) "acad" 02
Reforço "reforç" 01
método(s) "métod" 01
técnica(s) "técn" 01
práticas "prát" 01
propósito "propós" 01
Do Cognitivo e da Aprendizagem    
aprendizagem, aprendizado, aprendizaje "aprendiza" 21
dúvida(s) / duda(s) "dúv" / "duda" 20
entendimento "entend" 07
limites / limitaciones "limit" 03
meio (mediador) desenvolvimento, desarrollo "meio" 03
desenvolvimento / desarrollo "desenv" / "desar" 02
conhecimento / conocimiento "conhec" / "conoc" 02
verificação / verificación "verif" 02
cultura "cultur" 01
Realização "realiz" 01
Desempenho "desemp" 01
monitoramento / monitoreo "monit" 01
Facilidade "facilid" 01
Dificuldade "dificul" 01
Prático "prát" 01
interesse "interes" 01
Dos termos legais    
permissão / permiso "permis" 03
vontade, voluntad "vont" / "volun" 03
Consciência "consc" 02
Autorização "autoriz" 01
restrição (ões) "restr" 01
escolha(s) "escolh" 01
consequência(s) "conseq." 01
consentimento "consent" 01
alternativa(s) "altern" 01
responsabilidade(s) "respons" 01
Moderado "moder" 01
Das Adjetivações (smartphone é...)    
necessário(s), (a/s) / necesario(s), (a/s) "neces" 15
distração / distracción "distr" 03
necessidade / necesidad "neces" 02
benefício(s) "benef" 01
malefício(s) "malef" 01
eficiente "efic" 01
Controle "control" 01
incoerente "incoer" 01

Fonte:Elaborado pelos autores.

Para a elaboração dos campos semânticos e posterior análise dos dados, foram consideradas as palavras com maior representatividade nas respostas. A figura 1, mais abaixo, representa os resultados.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 1 Palavras representativa nos campos semânticos 

A análise de conteúdo visa a investigar, segundo algumas abordagens de coleta e organização dos dados, a ocorrência dos principais assuntos ou temas no material sob estudo. Para que se possa levantar uma descrição qualitativa, alguns autores apontam aspectos quantitativos também, como a contagem de termos, e prover uma compreensão adequada.

As respostas dos foram individuais, sem supervisão e, em geral, espontâneas. As perguntas abertas ou dissertativas visaram a oportunizar espaço para contribuições mais específicas da experiência do uso do dispositivo móvel durante as aulas propostas.

Os dados fornecidos pelo Google Forms são apresentados em forma de planilha eletrônica online, ainda podendo ser baixado no computador do usuário. Logo, remota ou localmente, a planilha pode ser organizada de várias formas, e os vocábulos ou termos, facilmente organizados e contados. Assim originou-se a informação apresentada no quadro 2 e sintetizada na figura 1.

Em resumo, como se pode observar na figura 1, bem como na leitura das respostas dos estudantes, o smartphone foi associado aos termos tradutor e dicionário, sendo as principais utilizações realizadas pelos estudantes. Claramente se pode esperar que, em uma aula de língua espanhola ou no aprendizado de qualquer outra língua, atualmente os aplicativos e possibilidades de acesso a conteúdos variados facilitam e agilizam a busca por uma determinada informação ou seu significado, aplicação, etc. Contudo, qual o impacto no aprendizado final é uma questão em discussão.

Em termos tecnológicos, os vocábulos tecnologia, celular e aplicativo apresentam-se como condutores nos processos reflexivos dos estudantes. Há a percepção da dependência dessa tecnologia, de sua importância, bem como dos efeitos negativos que podem provocar, especialmente quando usados em sala de aula, causando distração e falta de foco nos alunos.

Os estudantes viram-se mais voltados a desenvolver atividades específicas com os dispositivos durante a proposição da pesquisa. Contudo, não se observou abordagens que levassem a sua relação com os aspectos pedagógicos da aula ou cognitivos da aprendizagem. Evidentemente, as atividades propostas foram direcionadas conforme o plano de aula e planejamento da pesquisa. Esse aspecto quase produtivo do uso do celular merece melhor análise, pois o sujeito deve compreender todo o contexto educativo em que ele, o dispositivo móvel, o professor, a turma, enfim, todo o ecossistema educacional se insere.

Considerações Finais

Esta pesquisa qualitativa e de caráter exploratório teve por objetivo geral identificar se o aluno utiliza, autonomamente, o smartphone nas aulas de Língua Espanhola com foco na aprendizagem do idioma. Teve como objetivos específicos entender como ele utiliza o smartphone nas aulas de Língua Espanhola para aprender o idioma; e levantar a visão ideal que ele tem sobre o uso do smartphone nas aulas de Língua Espanhola. Foram pesquisados 370 alunos entre 14 e 19 anos de uma escola municipal de Ensino Fundamental, Médio e Técnico na cidade de São Caetano do Sul em São Paulo, submetendo-os a uma atividade nas aulas de Língua Espanhola desenvolvida na plataforma do Google Forms com questões de múltipla escolha e dissertativa.

A atividade foi disponibilizada aos alunos via e-mail da sala, compunha-se de perguntas de múltipla escolha, dissertativa curta e dissertativa longa, a respeito do uso que já fazem, ou não, do smartphone nas aulas de Língua Espanhola, se pensam que o uso do aparelho deve ser proibido na escola, se o smartphone distrai a atenção durante a aula (esta pergunta não foi considerada nesta pesquisa), e qual a visão sobre a situação ideal de uso do smartphone nas aulas de Língua Espanhola.

Dos 370 alunos pesquisados, 362 responderam à questão dissertativa. As respostas foram analisadas pelo método de análise de conteúdo, e as palavras separadas por campos semânticos’, sendo eles: Dos Verbos, Da Língua Espanhola, Da Tecnologia, Dos Recursos, Dos Usuários, Do aluno, Do professor, Do Pedagógico, Do Cognitivo, Dos Termos Legais, Das Adjetivações (smartphone é...) e Das Preposições, Advérbios e Pronomes e Dos verbos.

Os resultados desta pesquisa apresentam um perfil de aluno que utiliza o smartphone nas aulas de Língua Espanhola de forma autônoma e focada nas tarefas que ele já realiza durante as aulas.

O smartphone frequentemente é utilizado pelo aluno para fotografar a lousa e, neste caso, podemos inferir que seja pelo fato do aluno não conseguir copiar a tempo o conteúdo, ou por não enxergar adequadamente a lousa do lugar em que está sentado. Posteriormente, as informações da fotografia são copiadas no caderno, revelando que o hábito da cópia está introduzido no cotidiano do aluno. A leitura no próprio smartphone também aparece como relevante, em contrapartida à impressão dos registros.

A filmagem do professor durante as explicações não ocorre, seja por vídeo ou áudio, possibilitando a dedução que o aluno entende que, para tal atitude, precisaria de autorização. Na dinâmica da aula, o aluno utiliza frequentemente dicionários, tradutores, e raramente algum aplicativo que auxilia na pronúncia.

O compartilhamento das informações registradas via smartphone são sempre compartilhadas com os colegas, revelando que os alunos desejam estar em contato constante com uns com os outros, e o smartphone propicia este contato, inclusive entre salas.

Em relação à visão de uso do smartphone nas aulas de Língua Espanhola, a pesquisa concluiu que o aluno visualiza o uso do smartphone como instrumento de aprendizagem, de acesso ao conhecimento e ao desenvolvimento intelectual, e considera que o smartphone pode ajudar a aprender nas aulas, mesmo que algumas vezes seja uma distração. Sabe que sua vontade de usá-lo está vinculada à permissão e à consciência do uso, e que deve ter uma finalidade e um momento específico para isto. Identifica como situação ideal de uso do smartphone nas aulas de Língua Espanhola aquelas em que ele precisa consultar um dicionário e/ou tradutor, quando precisa pesquisar alguma palavra e quando desconhece as normas gramaticais de conjugação verbal, assim como em situações de acesso à informação de maneira virtual e interativa, aplicativos e jogos, principalmente durante a realização das tarefas.

Por fim, esta pesquisa revelou que o aluno entende como ideal o uso do smartphone nas aulas de Língua Espanhola, o uso que ele já faz do aparato. Não foi possível perceber uma reivindicação ou apresentação de uso diferente, ou mais amplo. Observa-se que, mesmo o aluno da atualidade, acostumado ao manuseio do smartphone, apenas substitui recursos de papel pelo virtual, como é o caso do dicionário, por exemplo.

1Na atividade as perguntas foram realizadas em Língua Espanhola por se tratar de atividade da disciplina.

ANEXO

Você usa, autonomamente, o smartphone nas aulas de Língua Espanhola para aprender o idioma? Como você o usa?
1. Fotografa a lousa?
2. Fotografa partes do livro?
3. Grava em áudio as explicações?
4. Filma as explicações?
Estas perguntas foram baseadas em observações do comportamento autônomo do aluno em sala de aula e ofereceram as seguintes opções de resposta: 'sempre', 'frequentemente', 'raramente', 'nunca'.
Como você aproveita as informações registradas com o smartphone?
5. Copia no caderno?
6. Lê no próprio smartphone?
7. Imprime?
8. Você compartilha com outros alunos os conteúdos registrados com o smartphone?
Estas perguntas foram baseadas em observações do comportamento autônomo do aluno em sala de aula e ofereceram as seguintes opções de resposta: 'sempre', 'frequentemente', 'raramente', 'nunca'.
Como você usa o smartphone para fazer as tarefas na aula?
9. Consulta dicionários?
10. Utiliza algum tradutor?
11. Utiliza algum aplicativo para aprender a pronúncia das palavras?
Estas perguntas foram baseadas em observações do comportamento autônomo do aluno em sala de aula e ofereceram as seguintes opções de resposta: 'sempre', 'frequentemente', 'raramente', 'nunca'.
12. Se faz algum outro uso, escreva-o aqui. (resposta dissertativa curta). Qual a sua opinião?
13. Você acha que o smartphone deve ser proibido na escola? Esta pergunta levou em consideração a opinião do aluno frente a existência de legislação proibitiva. As alternativas de respostas foram: 'sim', 'não', 'talvez'.
14. Você acha que o smartphone tira a atenção do aluno durante as aulas? Esta pergunta objetivou estimular o aluno a perceber-se enquanto usuário do smartphone nas aulas.
Para você, qual seria a situação ideal quanto ao uso do smartphone nas aulas de Língua Espanhola? (resposta dissertativa longa)
(pergunta principal da pesquisa)

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Recebido: 23 de Abril de 2018; Revisado: 25 de Fevereiro de 2019; Aceito: 05 de Fevereiro de 2019; Publicado: 18 de Março de 2019

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