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Práxis Educativa

versão impressa ISSN 1809-4031versão On-line ISSN 1809-4309

Práxis Educativa vol.15  Ponta Grossa  2020  Epub 26-Mar-2020

https://doi.org/10.5212/praxeduc.v15.14558.016 

Resenhas

Críticas ao autoritarismo neoliberal e as lutas por democracia: Henry Giroux em defesa de uma práxis educativa radical

Gustavo de Oliveira Figueiredo* 
http://orcid.org/0000-0003-2724-8826

*Professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor visitante na McMaster University, Canada. E-mail: <gfigueiredo.ufrj@gmail.com>.

GIROUX, Henry, A.. The terror of the unforseen: rethinking the normalization of fascism in the post-truth era. Los Angeles: Los Angeles Review of Books, 2019. 245 pp.


Esta resenha apresenta as ideias do livro The Terror of the Unforseen: rethinking the normalization of fascism in the post-truth era, de Henry A. Giroux (2019) 2. A obra analisa os desafios do autoritarismo e suas relações com a ideologia neoliberal. A crítica é baseada nos usos da linguagem, do medo e de outros processos de normalização pelo fascismo. Denuncia as ameaças à democracia e o surgimento de ditaduras capitalistas em todo o mundo, inclusive no contexto brasileiro. A obra propõe uma práxis capaz de potencializar redes de resistência política e cultural. Discute o papel da pedagogia radical nas lutas e nos enfrentamentos de professores, de estudantes, de movimentos sociais e de outros grupos minoritários, que se articulam contra o violento ataque neoliberal. Destaca a importância do ativismo organizado e da imaginação criadora. Coloca em pauta a necessidade de atualizarem-se conceitos como política, agência e democracia. Além disso, busca redefinir o papel da educação crítica na luta pela redução da desigualdade socioeconômica no século XXI.

Henry A. Giroux é professor e pesquisador no Departamento de Estudos Culturais, da Faculdade de Ciências Humanas - McMaster University - Canadá. Considerado um dos principais pensadores da teoria crítica na área da educação, ele desenvolve uma abordagem que fortalece a construção de valores democráticos na vida pública. Inspira-se, principalmente, no diálogo com as obras de Paulo Freire (com quem trabalhou durante muitos anos), Paul Willis, Hanna Arendt, Stanley Aronowitz, Larry Grossberg, Karl Marx, Antonio Gramsci, Raymond Williams, Noam Chomsky, Angela Davis e Zygmunt Bauman.

Muito conhecido no Brasil, por seus trabalhos sobre a responsabilidade dos professores como intelectuais públicos e a pedagogia radical, fundamentada nas teorias críticas e na importância dos movimentos de resistência na educação, Giroux, atualmente, amplia sua análise e aborda temas mais contemporâneos, principalmente relacionados ao neoliberalismo, à democracia, ao fascismo e à agência coletiva. Fundamentado nos autores com quem dialoga, o autor atualiza para o mundo contemporâneo, neste início de século XXI, alguns conceitos clássicos dos tempos modernos como pedagogia radical, cultura democrática e movimentos de resistência.

Neste novo livro de Giroux - The Terror of the Unforseen - Rethinking the Normalization of Fascism in the Post-Truth Era -, há uma preocupação em analisar a linguagem violenta e o perigo das ações autoritárias de governos de extrema-direita nesta segunda década do século XXI. O livro denuncia a privatização da educação pública e o ressurgimento de um clima de barbárie e idiotização. Aborda como as pessoas no poder impuseram, até com certo prazer sádico elitista, uma série de posições autoritárias como, por exemplo, a mitificação do líder como salvador, patriotismo e nacionalismo branco, racismo sistêmico, silêncio diante de um crescente estado policial. A promoção da violência, exercida pelo Estado, e o abandono da democracia pelos empresários revelam uma celebração grotesca da ganância, gerando um crescimento maciço da desigualdade e uma cultura crescente de crueldade e desprezo pelas virtudes públicas.

Em resenha recente sobre esse mesmo livro, Rohde (2019, n.p., tradução nossa) afirma que a origem do título vem da seguinte passagem: “[...] insistindo que todos temos a obrigação de reconhecer ‘o terror do imprevisível’ que se esconde nas sombras da censura, torna o poder invisível e ganha força”. De acordo com Rohde (2019), o alarme contra o avanço do autoritarismo soou antes para Giroux por meio da literatura quando escritores de ficção como George Orwell e Aldous Huxley denunciaram o avanço dos instrumentos de vigilância e as atitudes de normalização ou agência contra a violência do poder. Em seguida, os estudos foram sendo aprofundados teoricamente por meio da interação com as ideias de Noam Chomsky, Hannah Arendt e Robert Paxton.

Embora a discussão seja mais focada no estudo de caso dos Estados Unidos durante o governo neofascista de Donald Trump, o livro analisa a questão como fenômeno internacional financiado, tanto pelas grandes corporações transnacionais, como por banqueiros, herdeiros milionários e agentes do mercado financeiro. De forma insistente, Giroux reafirma a importância de atualizar a noção de resistência e caracterizá-la como um dispositivo capaz de organizar a ação em uma nova perspectiva de Agência individual e coletiva (Individual and Collective Agency). Tem o objetivo de contribuir para a formação de cidadãos críticos e não somente técnicos alienados. Uma ação de redefinição nas políticas públicas e regeneração da cultura de resistência por meio da agência.

A reflexão trabalha na interseção entre a educação formal - escolas/universidades - e as diversas tensões culturais contemporâneas (identitária, popular, erudita, moderna, virtual, etc.). O livro propõe uma práxis educativa que amplie a ação para além da repressão e avance na construção de uma práxis radical, crítica, socialmente engajada e coletivamente ativa. Esta precisa ser uma práxis que renove a esperança para o ativismo individual e a agência coletiva. Por fim, de acordo com o livro, somente um movimento internacional de luta pela democracia poderá enfrentar os desafios da desigualdade, pobreza, violência e exclusão social1.

A imprevisível Era do medo...

Na primeira parte do livro, há uma maior preocupação com a análise do uso que os governos autoritários fazem da linguagem para normalizar a implantação de governos de exceção e a declarada intenção de acabar com as democracias e apagar a memória histórica dos países, territórios e culturas locais. O livro recorre a uma vasta coleção de autores para fermentar o debate e discute de forma intensa o modo como o neoliberalismo cria um discurso autoritário guiado pelos princípios de privatização, de desregulamentação, de mercantilização e de livre circulação de capitais. Também é analisado, nesta primeira parte, o modo como o avanço dessas agendas de extrema-direita enfraquece os sindicatos, reduz drasticamente o estado de bem-estar social e rouba dinheiro dos serviços públicos, cortando o financiamento de investimentos essenciais para a sociedade democrática como educação, saúde, previdência, assistência, bibliotecas, parques, energia, água, inclusão social, emprego, alimentação, transporte público, etc.

Após mais de 50 anos em processo, sob o “neoliberalismo selvagem”, a linguagem capturada pelo discurso econômico agora assume a imprevisível forma de “Fascismo Neoliberal”. Fica explícito ao leitor como o fascismo começa primeiro com a linguagem e depois se fortalece como uma força organizadora para moldar uma cultura que penetra lentamente na subjetividade, normaliza o controle e legitima a violência indiscriminada contra grupos inteiros: negros, imigrantes, judeus, muçulmanos e outros considerados “descartáveis”.

A discussão concentra-se no ressurgimento da política fascista e as causas subjacentes que produziram os regimes nacionalistas reacionários contemporâneos, de modo a analisar as consequências da disseminação de uma linguagem de agressão, ódio, nacionalismo, homofobia e racismo. Esses ataques produziram uma cultura de medo que estimula o ultranacionalismo, o terrorismo de Estado e uma política de extermínio. Já sobre a questão das fake news e analisando o conceito de pós-verdade,Giroux (2019, p. 52, tradução nossa) afirma certeiramente que “[...] não vivemos no mundo da pós-verdade e nunca vivemos. Pelo contrário, vivemos no mundo da ‘pré-verdade’, em que a verdade ainda não foi completamente revelada”. As mentiras tornaram-se um dispositivo retórico no qual tudo o que é politicamente importante é negado, a razão perde o poder de fazer julgamentos, e a linguagem serve para infantilizar e despolitizar.

Por outro lado, à medida que o Estado se esvazia, as grandes empresas assumem as funções do governo, impõem severas medidas de austeridade, redistribuem a riqueza aos ricos e poderosos e reforçam a noção de sociedade como vencedores e perdedores. As consequências são conhecidas pela maioria: desigualdade social, escravidão salarial, colapso industrial, doações fiscais de elite financeira e políticas de austeridade que impulsionaram um ataque frontal ao Estado de bem-estar social, fortalecendo ainda mais os discursos fascistas e redirecionando a raiva populista contra populações vulneráveis ​​e imigrantes sem documentos, muçulmanos, mulheres oprimidas racialmente, pessoas LGBTQ+, funcionários públicos, intelectuais críticos, trabalhadores e movimentos sociais (ROHDE, 2019)

Fica muito bem detalhado no livro como o neoliberalismo cria um mercado transnacional global que é impulsionado pelos princípios de privatização, desregulamentação, mercantilização e fluxo livre de capital. Também é muito retratado como o avanço dessas agendas enfraquece os trabalhadores, ataca sindicatos e movimentos sociais, institui dispositivos de censura e ataca drasticamente o estado de bem-estar social. Henry denuncia, neste brilhante texto, como o fascismo neoliberal se apropria gananciosamente do dinheiro necessário ao funcionamento mínimo dos serviços públicos essenciais como educação, saúde, cultura, lazer, emprego, transporte, etc.

Fica demonstrado como os arquitetos e gerentes do capitalismo, em sua versão autoritária neoliberal, usaram a crise da desigualdade econômica e seus “arranjos manifestamente brutais e exploradores” para semear divisões sociais e ressuscitar o discurso da limpeza racial e da supremacia branca. Nesse caso, o neoliberalismo e o fascismo unem-se e avançam em um projeto e movimento confortável e mutuamente compatível que conecta os valores de exploração e as políticas cruéis de austeridade do capitalismo de cassino com os ideais fascistas. Tais ideais, de acordo com Gilroy (2000), incluem: veneração da guerra, anti-intelectualismo, desumanização, celebração populista de ultranacionalismo e pureza racial.

Em uma era de crescentes movimentos fascistas em todo o mundo, poder, cultura, política, finanças e vida cotidiana agora se fundem de maneiras sem precedentes que representam uma ameaça para as democracias em todo o mundo. Como os dispositivos culturais estão concentrados nas mãos dos ultrarricos, a força educacional da cultura tomou uma poderosa virada antidemocrática. Isso pode ser visto no surgimento de novos sistemas de produção e consumo direcionados digitalmente que produzem, moldam e sustentam ideias, desejos e relações sociais que contribuem para a desintegração dos laços sociais democráticos e promovem uma forma de darwinismo social. Sob tais circunstâncias, para Brown e Littler (2018), o infortúnio é visto como uma fraqueza e o domínio hobbesiano do “homem como lobo do homem” e uma “guerra de todos contra todos” substitui qualquer vestígio de responsabilidade compartilhada e compaixão pelos outros.

A obra aborda também como eleições e políticas promulgadas por líderes como Donald Trump, nos Estados Unidos; Jair Bolsonaro, no Brasil; e Viktor Orbán, na Hungria, um “fascismo neoliberal” está surgindo em todo o mundo. O autor afirma que “[...] o neoliberalismo se tornou uma incubadora do crescente populismo autoritário, impulsionado em grande parte pela desigualdade econômica” (GIROUX, 2019, p. 76, tradução nossa). Culturalmente, o resultado da lógica neoliberal é uma fragmentação e desintegração social generalizada. Por sua vez, isso se manifestou em uma onda de políticas autoritárias e fascistas em nações tradicionalmente definidas como “sociedades democráticas abertas e livres” (GIROUX, 2019, p. 90, tradução nossa).

As lutas contra o fascismo neoliberal em defesa de uma democracia radical

Avançando para a segunda parte do livro, destaca-se a análise sobre a função política da educação. A denúncia é explícita: “O mundo está em guerra mais uma vez, agora é guerra do capitalismo contra a democracia” (GIROUX, 2019, p. 114, tradução nossa). Segundo o autor, no contexto contemporâneo atual, a educação é um tema central para a política já que, em uma época de crescente tirania, é necessário posicionar-se teoricamente e também atuar na prática por meio da organização de protestos, de greves, de mobilizações e de iniciativas libertárias de formação política. Parece que o principal desafio será articular internacionalmente um movimento social maciço que unifique vários modos de resistência para iluminar e promover uma difícil alternativa ao neoliberalismo pela democracia radical (GIROUX, 2019).

Em uma acurada análise dos acontecimentos recentes nos Estados Unidos, Brasil, Polônia, Turquia e Hungria, aborda-se o ressurgimento de governos autoritários e faz-se uma dura crítica aos governos com características de ditadura que pregam ultranacionalismo, racismo, políticas de limpeza social, ódio à democracia e genocídio. É feito um forte alerta às forças progressistas e democráticas com base na história moderna em que a retórica nacionalista terminou na prática de uma política de horrores com violência, tortura, sequestros, ameaças, prisões políticas, conflitos sociais e até mortes. Para tal, apoia-se na reflexão de Abramsky (2017) quando afirma que esses governantes fascistas não teriam apenas “normalizado o indescritível”, o imprevisível, o impensável, mas também nos forçaram a fazer algumas perguntas que nunca havíamos feito sobre capitalismo, poder, política e até coragem. Além de atualizar outras velhas questões que acabaram ficando ultrapassadas, porque não imaginávamos que o discurso fascista pudesse retornar a reverberar com tanta força sobre a humanidade. Esse é o verdadeiro terror que não previmos. Portanto, de acordo com a abordagem do livro, tanto Donald Trump, nos Estados Unidos, como também Jair Bolsonaro, no Brasil, são duas caras de uma mesma moeda e devem ser vistos como o resultado imprevisto de um terrível passado autoritário, fascista e nazista que precisa ser lembrado para que o crescimento da extrema direita capitalista - atualmente neoliberal - possa ser evitado.

As lições do passado podem ensinar-nos muito sobre o presente e constituírem-se em importante conhecimento a ser mobilizado por uma práxis educativa radical. Giroux (2019) defende que os fantasmas do fascismo devem nos aterrorizar, mas o mais importante é que eles devem nos educar e nos imbuir de um espírito de justiça cívica e ação coletiva na luta por uma democracia substantiva e inclusiva. A sombra escura do autoritarismo pode estar se espalhando, mas pode ser parada. Além disso, essa perspectiva levanta sérias questões sobre o que educadores, jovens, intelectuais, jornalistas e outros trabalhadores culturais farão hoje para garantir que eles não sucumbam às forças autoritárias ao redor do mundo, esperando que a resistência pare e, assim, as luzes se apaguem. Isso significa restaurar uma linguagem para a política, a vida cívica, o bem público, a cidadania e a justiça com substância real.

Quando o texto nos desafia, a menos que abordemos criticamente o capitalismo neoliberal e o impacto que essa ideologia teve na vida de inúmeros seres humanos em todo o mundo, não podemos sequer começar a entender e resistir efetivamente a essa tendência crescente de movimentos populistas extremos em todo o mundo. Nessa mesma perspectiva, em recente entrevista a Farnsworth (2019) sobre sua obra recente, Giroux afirma que a violência armada não é apenas uma cultura crescente de violência, mas o surgimento de uma forma de terrorismo doméstico em que o medo, a desconfiança, a mentira, a corrupção e os ganhos financeiros se tornam mais importantes do que os valores, as relações sociais e as instituições públicas. A necessidade de pensar criticamente torna-se particularmente importante em uma sociedade que parece se tornar cada vez mais amnésia, um país em que formas de esquecimento histórico, político e moral são praticadas voluntariamente, mas também comemoradas.

Nesse ponto, vale a pena resgatar a linha de interpretação proposta por Rohde (2019), quando, ao citar literalmente Giroux (2019), reafirma ser indispensável que “[...] indivíduos, instituições, sindicatos, educadores, jovens e outros não fiquem em silêncio diante da atual virada fascista” (GIROUX apud ROHDE, 2019, n.p.). Ele insiste que “[...] ninguém pode se dar ao luxo de desviar o olhar, falar e correr o risco de ficar calado [...]” diante de “[...] ódio, racismo, misoginia e decepção” (GIROUX apud ROHDE, 2019, n.p.). É hora de “[...] construir movimentos sociais de base ampla liderados pela comunidade de baixo para cima” (GIROUX apud ROHDE, 2019, n.p.), começando pelas comunidades locais e expandindo para os níveis estaduais e nacionais. Embora ele não negue a resistência, ele exige que seja redefinido “[...] como inseparável da mudança fundamental exigida pela derrubada do próprio capitalismo” (GIROUX apud ROHDE, 2019, n.p.). Aqui, como em seu apelo por novos interlocutores, continua sem explicar o que ele quer dizer com “A derrubada do próprio capitalismo”, exceto para reiterar que “[...] o que é necessário não é apenas uma resistência à ordem estabelecida do capitalismo neoliberal, mas uma reestruturação radical da própria sociedade” (GIROUX apud ROHDE, 2019, n.p.).

Considerações finais

Consideramos que, no livro The terror of the unforseen: rethinking the normalization of fascism in the post-truth era, Henry Giroux fez um esforço brilhante em compreender melhor o fenômeno que ele denomina de “Fascismo Neoliberal” para propor formas organizadas não só de resistência, mas também de agência coletiva que possam contribuir para o enfrentamento do problema. Na obra, o autor continua a contribuir de forma relevante e decisiva para o desenvolvimento da teoria crítica, enfatizando as interseções cruciais entre o papel da educação e da cultura na vida pública.

Por fim, parece que o melhor título para o livro na sua versão traduzida em português poderia ser “O terror do imprevisível: repensando a normalização do fascismo na era da pós-verdade”. A obra cumpre seu objetivo e faz uma análise do processo social de normalização do “fascismo neoliberal” no contexto contemporâneo e denuncia corajosamente como esse movimento autoritário representa um forte ataque internacional do capitalismo à democracia, à cidadania e à memória pública. Todavia, além de compreender a complexa realidade social, o livro também nos convida a agir no mundo e a fazer história, expondo a natureza ditatorial da política e fortalecendo o ativismo revolucionário e a luta dos diversos movimentos sociais que tecem as redes de resistência e constroem a história no cotidiano concreto do mundo real.

1Para mais informações sobre a obra de Henry Giroux, acesse a sua página na internet: https://www.henryagiroux.com

2Tradução possível para o título do livro: O terror do imprevisível: repensando a normalização do fascismo na era da pós-verdade.

Referências

ABRAMSKY. S. How Trump has normalized the unspeakable. New York: The Nation, 2017. Disponível em: <https://www.thenation.com/article/how-trump-has-normalized-the-unspeakable>. Acesso em: 12 out. 2019. [ Links ]

BROWN, W.; LITTLER, J. Where the fires are: an interview with Wendy Brown. Vienna: Eurozine, 2018. Disponível em: <https://www.eurozine.com/where-the-fires-are>. Acesso em: 10 jul. 2019. [ Links ]

FARNSWORTH, P. The unforeseen: neoliberal ideology & paving the road towards fascism - interview with Dr. Henry Giroux. New York: Last Born In The Wilderness, 2019. PodCast da entrevista, 10 out. 2019. Disponível em: <https://www.lastborninthewilderness.com/episodes/tag/Capitalism>. Acesso em: 14 out. 2019. [ Links ]

GILROY, P. Against race. Cambridge: Harvard University Press, 2000. [ Links ]

GIROUX, H. The terror of the unforseen: rethinking the normalization of fascism in the post-truth era. Los Angeles: Los Angeles Review of Books - LARB, 2019. [ Links ]

ROHDE, S. Echoes of fascism. Los Angeles: Los Angeles Review of Books, 2019. Disponível em: <https://lareviewofbooks.org/article/echoes-of-fascism/?fbclid=IwAR10IfqbdNNdIVZNYDG93JTxi9mkVdzMEDEMgaSIH6DcvkvxvQ9PtF3uphA>. Acesso em: 22 set. 2019. [ Links ]

Recebido: 15 de Setembro de 2019; Aceito: 01 de Novembro de 2019; Publicado: 12 de Novembro de 2019

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