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Linhas Críticas

Print version ISSN 1516-4896On-line version ISSN 1981-0431

Linhas Críticas vol.25  Brasília Jan./Dec 2019  Epub Feb 11, 2019

https://doi.org/10.26512/lc.v25.2019.20096 

Dossiê: Ciência, Educação e Sociedade

Editorial – Dossiê Ciência, Educação e Sociedade

1Docente do Centro de Ciências Naturais e Humanas Universidade Federal do ABC

2Docente do Departamento de Física Experimental Universidade de São Paulo


A ciência é um tema que comparece nos espaços acadêmicos, nas escolas e na sociedade em geral. A preocupação recorrente entre aqueles que atuam no ensino de ciências vem da demanda em reconhecer seu papel enquanto saber privilegiado para compreender os problemas sociais e culturais atrelados aos problemas tecnológicos e ambientais que estão associados à sociedade contemporânea. Portanto, o dossiê Educação, Ciência e Sociedade se propõe a discutir com jovens pesquisadores e intelectuais reconhecidos no Brasil, Portugal e Espanha sobre como o saber científico pode ser apresentado nos contextos educacionais para construir uma sociedade mais reflexiva e comprometida com a ciência.

Partindo de uma temática bastante atual, o dossiê abre o trabalho de José Eduardo García Días, da Universidade de Sevilha, e Giselle Watanabe, da Universidade Federal do ABC, que apresentam o artigo “Menos pode ser mais: do decrescimento e descomplexificação à complexidade”. Nele, os autores realizam uma reflexão sobre a disseminação de temáticas socioambientais que podem gerar equívocos e limitações diante dos desafios associados a essas temáticas.

De Portugal, Elisabete Linhares, da Escola Superior de Educação, e Pedro Reis, da Universidade de Lisboa, apresentam o artigo “Capacitação de futuros professores para a ação sociopolítica através de exposições interativas”, onde apresentam dentro do projeto IRRESISTIBLE da União Europeia a possibilidade de promover formação de professores para a ação sociopolítica.

Juliano Camillo, da Universidade Federal de Santa Catarina, e Cristiano Mattos, da Universidade de São Paulo, são os autores de “Ensaio sobre as relações entre Educação, Ciência e Sociedade a partir da perspectiva do desenvolvimento humano” em que se debate a “relevância da ciência” a partir de quatros formas de compreender tal debate.

O artigo “Por uma educação científica que problematize a mídia”, de autoria de Danilo Cardoso, do Instituto Federal de São Paulo, e Ivã Gurgel, da Universidade de São Paulo, debate como as mídias se tornaram um elemento fundamental das sociedades contemporâneas e defende que os processos educativos em ciências devem ter como ponto de partida a problematização da mídia.

Suiane Ewerling da Rosa da Universidade Federal do Oeste da Bahia e Roseline Beatriz Strieder da Universidade de Brasília apresentam a discussão sobre o sentido da neutralidade científica na perspectiva dos estudos sobre Ciência-Tecnologia-Sociedade no artigo “Não neutralidade da ciência- tecnologia: verbalizações necessárias para potencializar a constituição de uma cultura de participação”.

Da Universidade Federal do Pará, Sebastião Rodrigues-Moura e Licurgo Peixoto de Brito debatem em “Eixos de convergência da alfabetização científica e técnica no ensino médio integrado” como meios de consolidação de um novo ensino médio para articulação entre saber científico e formação tecnológica.

Os pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Cruz Valéria Bonfim, Josenilda Assunção, Manuela Gomes Bomfim, Jeruza Rocha Lima Arcanjo e Simoni Tormohlen Gehlen apresentam “Levantamento preliminar como potencial para selecionar questões sociocientíficas: o exemplo de areia em Olivença/BA”. As autoras defendem o levantamento como parte importante para seleção de temas contextualizados socialmente na perspectiva da abordagem temática.

Em “Controvérsias sociocientíficas e relações de poder: desafios de sua inserção segundo futuros professores de ciências”, Graciella Watanabe, da Universidade Federal do ABC, e Pedro Reis, da Universidade de Lisboa, debatem como os aspectos sociais influenciam os sentidos e impactos para inserir questões controversas nas aulas de ciências na educação básica.

Os pesquisadores Giovanni Scataglia Botelho Paz, Paulo de Avila Junior e Ségio Henrique Bezerra de Sousa Leal da Universidade Federal o ABC apresentam no artigo "Indicadores de alfabetização científica de professores em serviço: a bioquímica como contexto formativo” como as práticas formativas podem proporcionar a alfabetização científica dos professores.

Seguindo a temática anterior, em “Alfabetização científica e ensino de ciências: construções de concepções e abordagens no contexto de formação de professores”, Patrícia da Silva Sessa, Júlio Carvalho de Paiva, Emile Ferreira da Cunha Casasco e João Rodrigo Santos da Silva, da Universidade Federal do ABC, apresentam as ideias de professores de ciência sobre o que compreendem acerca da alfabetização científica.

Esperamos que esse dossiê seja um instrumento de reflexão e que possibilite reconhecer temas e propostas que tenham o compromisso por uma educação científica que dialogue com as demandas sociais e os problemas escolares. O mesmo foi pensado de forma a abranger diferentes problemas atuais relacionados com a temática proposta e, em especial, buscou-se trazer autores com diferentes linhas de pensamento, de modo a garantir a pluralidade de ideias necessárias ao tratamento de temáticas tão complexas.

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