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Linhas Críticas

Print version ISSN 1516-4896On-line version ISSN 1981-0431

Linhas Críticas vol.27  Brasília  2021  Epub Feb 26, 2021

https://doi.org/10.26512/lc.v27.2021.33167 

Artigos

A formação e o trabalho do(a) orientador(a) educacional

La formación y el trabajo del asesor educativo

The education and work of the educational advisor

Bianca Resende Monteiro1 
http://orcid.org/0000-0003-3064-6913

Alicia Silva Uchôa Correia2 
http://orcid.org/0000-0002-0946-5184

Lajara Janaina Lopes Corrêa3 
http://orcid.org/0000-0003-1431-8354

Maria da Conceição Silva Freitas4 
http://orcid.org/0000-0002-6557-3171

1Graduanda em Pedagogia pela Universidade de Brasília. Participa do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação e Atuação de Professores/Pedagogos (GEPFAPe). Bolsista da FAP-DF.

2Graduanda em Pedagogia pela Universidade de Brasília.

3Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar (2017). Participa do Grupo de Pesquisa LAROYÊ Culturas Infantis e Pedagogias Descolonizadoras, da Universidade Federal de São Paulo.

4Doutora em Sociologia pela Universidade de Brasília - UnB (2005). Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Departamento de Teoria e Fundamentos, área Educação e Trabalho.


Resumo

Este artigo analisa a atuação do Orientador Educacional frente às funções político-sociais da escola e sua formação, e como esta se relaciona com as demandas originadas em sua carreira. Realizamos entrevistas semiestruturadas com vinte orientadores educacionais da rede pública de ensino do Distrito Federal; revisões bibliográficas de documentos da Secretaria de Estado de Educação e publicações nas bases de dados Google Acadêmico, Scielo e Portal de Periódicos da Capes, utilizando como filtro as palavras-chave: “orientação educacional” e “formação”. Como embasamento teórico, ressaltam-se autoras como Bicudo (1978), Pascoal et al. (2008), Grinspun (2011) e Curado Silva (2019).

Palavras-chave Orientação educacional; Formação; Trabalho

Resumen

Este artículo analiza el papel del Asesor Educativo en relación con las funciones políticas y sociales de la escuela y su formación, y cómo se relaciona con las demandas que surgen de su carrera. Realizamos entrevistas semiestructuradas con veinte asesores educativos del sistema escolar público del Distrito Federal; revisiones bibliográficas de documentos de la Secretaría de Estado de Educación y publicaciones en las bases de datos Google Scholar, Scielo y Portal de Periódicos da Capes, utilizando las palabras clave: “orientación educativa” y “formación” como filtro. Como base teórica, autores como Bicudo (1978), Pascoal et al. (2008), Grinspun (2011) y Curado Silva (2019).

Palabras clave Orientación educativa; Formación; Trabajo

Abstract

This article analyzes the role of the Educational Advisor in relation to the political and social functions of the school and its formation, and how it relates to the demands arising from his career. We conducted semi-structured interviews with twenty educational advisors from the public school system in the Federal District; bibliographic reviews of documents from the State Department of Education and publications in the Google Scholar, Scielo and Portal de Periódicos da Capes databases, using the keywords: “educational advisor” and “training” as a filter. As a theoretical basis, authors like Bicudo (1978), Pascoal et al. (2008), Grinspun (2011) and Curado Silva (2019).

Keywords Educational advisor; Formation; Job

Introdução

A orientação educacional, de acordo com Bicudo (1978), tem como objetivo analisar as circunstâncias em que se dá o processo educativo, bem como julgar sua relevância, procurar refletir sobre tais questões a partir do ponto de vista de todos que englobam esse ambiente educacional e, de alguma forma, unificar os interesses de todos dentro desse ambiente comum. O orientador educacional representaria, então, uma ponte entre a discência, a docência e a gestão no ambiente escolar. Ele estaria presente para guiar o estudante, que é um ser complexo, com conteúdo cultural, na sua jornada escolar, e, sob essa perspectiva, as suas decisões, enquanto orientador educacional, diriam respeito a todas as áreas de atuação que compõem a escola, não apenas a orientação educacional (Bicudo, 1978).

Historicamente, percebe-se que o trabalho do Orientador Educacional era limitado e abrangia ações individualizadas que tinham como público-alvo alunos considerados problemáticos ou que tinham dificuldade de se ajustar ao contexto escolar (Distrito Federal, 2019). A dimensão assistencialista da orientação é contraposta, entretanto, quando se articula o trabalho do Orientador para além dos estudantes “problemas”, salientando a ação contextualizada desse profissional no ambiente educativo como um todo:

O trabalho da Orientação Educacional deve estar articulado às demais instâncias da unidade escolar, bem como à família e à comunidade, estabelecendo uma rede social e institucional de proteção e garantia aos direitos do estudante e de melhoria da qualidade da educação. (Distrito Federal, 2019, p. 23)

A partir dessa concepção, traça-se a finalidade da Orientação Educacional, que está posta a partir do entendimento da função da escola, ou seja, das suas finalidades educativa, social e política (Distrito Federal, 2019). Assim, o objetivo geral da Orientação Educacional seria formar cidadãos críticos, favorecendo uma educação voltada aos direitos humanos, diversidade, sustentabilidade e que vise à formação integral do estudante, ou seja, uma aprendizagem permanente (Cavaliere, 2010) voltada à participação coletiva, democrática e indissociável das demandas concretas e da realidade social dos alunos (Souza, 2015).

O princípio de educação integral é inerente à educação pública do Distrito Federal, proposta feita por Anísio Teixeira no Plano Educacional de Brasília, sendo, portanto, um dos pressupostos teóricos do Currículo em Movimento da Educação Básica.

A Educação Integral, fundamento deste Currículo, tem como princípios: integralidade, intersetorização, transversalidade, diálogo escola-comunidade, territorialidade, trabalho em rede e convivência escolar negociada, o que possibilita a ampliação de oportunidades às crianças, jovens e adultos e, consequentemente, o fortalecimento da participação cidadã no processo de concretização de fundamentos, objetivos e procedimentos propostos pelo Currículo de Educação Básica. (Distrito Federal, 2018, p. 11)

Dessa maneira,

O entendimento da SEEDF [Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal] quanto à Educação Integral parte do princípio de que é necessário formar o ser humano em sua integralidade e para sua emancipação, ampliando espaços, tempos e oportunidades educacionais, respeitando suas múltiplas dimensões, de maneira a atender suas necessidades educativas durante o processo formativo construído a partir da interação entre escola e comunidade. (Distrito Federal, 2019, p. 46)

Neste sentido, ressalta-se no Currículo, a perspectiva histórico-cultural da aprendizagem e do desenvolvimento humano e a pedagogia histórico-crítica como embasamentos teórico-metodológicos orientadores da educação no Distrito Federal (Distrito Federal, 2018). O currículo das escolas públicas do Distrito Federal apresenta uma estrutura, na qual teoria e prática estão comprometidas com a concepção de educação integral.

A fundamentação teórica alicerçada na educação integral, na pedagogia histórico-crítica e na perspectiva histórico-cultural reafirma a relação intrínseca entre os conteúdos abordados na escola e a realidade social dos alunos: “não basta que os conteúdos sejam apenas ensinados, ainda que bem ensinados, é preciso que se liguem, de forma indissociável, à sua significação humana e social” (Libâneo, 2014, p. 41). Dessa maneira, a realidade social dos alunos é entendida como ponto de partida do processo educativo. Ao reconhecer esta realidade e questioná-la, os educandos são confrontados com o objeto de estudo, o conteúdo, a partir da mediação do educador. Esse confronto, a teorização, possibilita que os estudantes passem “do conhecimento empírico ao conhecimento teórico-científico, desvelando os elementos essenciais da prática imediata do conteúdo e situando-o no contexto da realidade social” (Gasparin, 2015, p. 6). Após esse percurso, é possível posicionar-se de forma diferente em relação à realidade, suscitando transformações na sociedade (Gasparin, 2015). Destaca-se, nesse percurso formativo, o papel do educador como mediador, ou seja, como sujeito social que, de forma sistemática e intencional, organiza o trabalho pedagógico (Gasparin, 2015).

Para Saviani (2013, p. 249), “o orientador é antes de tudo um educador”. Nesse sentido, percebe-se o posicionamento do Orientador Educacional como organizador do trabalho pedagógico (Distrito Federal, 2018; 2019), ou seja, um articulador no processo de formação cultural que se dá no interior da escola. É, destarte, mediador no processo ensino-aprendizagem, de forma a garantir a consistência das ações pedagógicas e administrativas (Vila & Santos, 2007) e tendo como objetivo a transformação da sociedade.

Tendo como referência o fato de a educação ser sempre um ato político (portanto, atividades educativas são atividades políticas), retoma-se o objetivo de transformação da sociedade e surge um desafio na atuação do Orientador Educacional: posicionar-se a partir de uma perspectiva crítica, de forma a orientar a sua atuação em prol dos objetivos a serem atingidos (Saviani, 2013).

A Orientação deve, portanto, “ajudar o aluno na formação de uma cidadania crítica, e a escola, na organização e realização de seu projeto pedagógico. Isso significa ajudar nosso aluno ‘por inteiro’: com utopias, desejos e paixões” (Grinspun, 2011, p. 37). A partir desse cenário, surge o seguinte questionamento: como os estudantes de graduação em pedagogia estão sendo preparados para responder às demandas diversas da escola e do trabalho como Orientador?

Este trabalho, em suma, tem como objetivo analisar a atuação do Orientador Educacional frente às funções político-sociais da escola e sua formação, e como esta se relaciona com as demandas originadas em sua carreira. O texto aborda a discussão sobre a formação e a atuação do orientador educacional hoje, no contexto político socioeconômico do Brasil e, especialmente, das escolas públicas do Distrito Federal, pensando-se como a formação inicial se relaciona (ou não) com as demandas geradas ao longo da efetivação do trabalho pedagógico desse profissional. Em seguida, focalizamos, de modo mais detido, as entrevistas realizadas com vinte Orientadores Educacionais atuantes na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, destacando as principais atividades desenvolvidas no cotidiano da Orientação Educacional.

Procedimentos metodológicos

Como procedimentos metodológicos, na construção deste trabalho, foram utilizadas revisões bibliográficas, análise documental e entrevistas semiestruturadas com pedagogas/os atuando como Orientadores Educacionais.

Em um primeiro momento, foi feito um levantamento das publicações existentes em três bases de dados, a partir das palavras-chave “Orientação educacional” e “Formação”: Google Acadêmico, Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Scientific Electronic Library Online (Scielo).

Neste levantamento bibliográfico, alguns critérios foram observados nestas buscas: os estudos deveriam ser realizados com tema central ‘orientação educacional e formação’; apenas artigos científicos foram catalogados; os estudos deveriam ser realizados no Brasil.

Iniciamos a pesquisa consultando a base de dados no Google Acadêmico e não foram encontrados trabalhos com ambas as palavras-chave. Em seguida, realizamos a busca no Portal de Periódicos da Capes e obtivemos 50 resultados. A partir da leitura dos resumos dos trabalhos, percebemos que destes achados, 45 (equivalente a 90%) deles não tinham como foco central a orientação educacional. Nesse primeiro momento, catalogamos todos os artigos, fizemos o primeiro filtro com objetivo de eliminar os duplicados, restando, assim, apenas 04 trabalhos. Após essa etapa, consultamos o banco de dados da Scielo e foram encontradas 20 publicações dentro da área temática “Educação e pesquisa educacional”. Pôde-se perceber um movimento semelhante ao já apresentado: 19 dos 20 trabalhos não tinham como tema gerador a orientação educacional. O único trabalho que abordou esta temática foi o mesmo encontrado no Portal de Periódicos da Capes: Experiências de ensino, pesquisa e extensão no setor de pedagogia do HIJG, de Terezinha Maria Cardoso (2007).

Assim, percebe-se que dentre os 70 trabalhos investigados, 64 não possuíam a orientação educacional como temática central, 02 foram retirados, pois estavam duplicados e 04 deles demonstraram estar relacionado ao tema. Nos 64 trabalhos acima citados, neles, predominantemente, a orientação educacional se sobressai como elemento que permeia temas diversos como supervisão, gestão, sexualidade, diversidade étnico-racial, formação integral e cidadã, inclusão e avaliação. Estes trabalhos posicionam o orientador educacional em diversos espaços e possibilidades, porém ele não é o foco dos estudos.

Ao realizar as primeiras leituras dos trabalhos, encontramos, nas bases mencionadas, apenas 04 trabalhos que continham os critérios escolhidos. Apresentamos as produções acadêmicas: Experiências de ensino, pesquisa e extensão no setor de pedagogia do HIJG (Cardoso, 2007); A Orientação Educacional no CEFET-RN frente às políticas de educação profissional e de ensino médio no Brasil, 1995-2005 (Pereira et al., 2014); O Orientador Educacional: a criação de espaços de participação social e exercício da cidadania (David, 2017); e Compreendendo o papel dos orientadores PDE: identidade, espaço e lugar (Hibarino & Nodari, 2018).

No mapeamento realizado, dos quatro trabalhos encontrados, temos: o que versa sobre a identidade de professores que atuam como orientadores (Hibarino & Nodari, 2018); o que aborda a gênese da orientação educacional (David, 2017); aquele que trata do trabalho do orientador educacional (Pereira et al., 2014); e apenas um deles, o de Terezinha Maria Cardoso (2007), que aborda a temática “formação” que estávamos buscando, porém seu recorte é relacionado a projetos de extensão e estágio curricular obrigatório no curso de pedagogia nas habilitações de Orientação Educacional e Supervisão Escolar, na área de pedagogia hospitalar.

Para a revisão, também foram feitas outras leituras cujo conteúdo se enquadrava no objeto de pesquisa deste artigo. Como fundamentação teórica, destacam-se as seguintes autoras: Bicudo (1978), Pascoal et al. (2008), Grinspun (2011) e Curado Silva (2019).

Além disso, foi feita uma análise documental utilizando documentos orientadores da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, como os Pressupostos Teóricos de 2018 e a Orientação Pedagógica da Orientação Educacional de 2019; e da Universidade de Brasília, dando um enfoque aos currículos do curso de Pedagogia da Universidade de Brasília, de 2002 e de 2018, ambos em vigor. Por fim, também foi consultada a legislação vigente que estabelece diretrizes de atuação do orientador educacional.

Na coleta de dados, inicialmente foi realizado um contato com os orientadores educacionais para prévia explicação dos objetivos da pesquisa, o conteúdo e os roteiros das entrevistas. Fizemos contato com sujeitos da pesquisa através de contato por telefone, visitas às escolas e endereço eletrônico, na sequência, agendamos as entrevistas com os orientadores educacionais as quais foram realizadas entre agosto e outubro de 2019.

A entrevista é “um dos principais instrumentos usados nas pesquisas das ciências sociais, desempenhando papel importante nos estudos científicos” (Oliveira, 2009, p. 12). Para o desenvolvimento deste trabalho, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com vinte orientadores educacionais, sendo 16 mulheres e 4 homens da rede pública de ensino do Distrito Federal. Foram feitas perguntas relativas ao cotidiano do trabalho, à visão do orientador em relação ao seu papel na escola, à sua formação, às demandas e atendimentos mais recorrentes, destacando as principais atividades desenvolvidas e as principais dificuldades enfrentadas no cotidiano da Orientação Educacional.

A formação do Orientador Educacional

Para evitar limitações na tentativa de compreender o papel do profissional da educação - Orientador educacional - optou-se pela abordagem em que a base do trabalho deste profissional é a docência (Azevedo, 2017) e a Orientação Educacional como parte constitutiva da Educação. Ele é mediador entre o conhecimento socialmente referenciado e o aluno. Nesse processo surgem questões: como trabalhar com a realidade do aluno, com a realidade da escola, com a realidade social e com as questões colocadas pela contemporaneidade? O impacto da globalização, do neoliberalismo e das tecnologias acarreta mudanças que atingem as famílias que se relacionam com a escola, com o Estado e com as instituições sociais existentes. Por isso, é importante contextualizar o campo de atuação deste profissional. Portanto, busca-se a consolidação do perfil de uma Orientação nas escolas de modo que o trabalho de viés pedagógico, crítico e consciente seja cada vez mais promotor, articulador e mediador para uma educação de qualidade.

Em termos de legislação, a formação do orientador educacional se dá em nível de graduação em pedagogia ou pós-graduação, como descrito no artigo 64 da Lei nº 9394/96 que estabelece as Diretrizes e Bases para a Educação Nacional. Essa abertura possibilita que cada sistema de ensino defina, por meio de editais, o perfil de entrada dos profissionais no serviço público (Azevedo, 2017). Ressalta-se ainda que, nesse cenário, os cursos de pedagogia formavam o especialista em educação, nas seguintes habilitações: orientação educacional, supervisão escolar, administração escolar e inspeção escolar, habilitações estas que foram extintas em 2006, o que acarretou não haver mais a formação específica para Orientador Educacional na Pedagogia e a consequente abertura da profissão às demais licenciaturas. Azevedo (2017) considera que essa abertura traz consigo uma contradição no que se refere à profissão do Orientador, considerando as formações específicas necessárias para sua atuação.

O trabalho do orientador educacional é um trabalho pedagógico, portanto de base docente e que necessita estar revestido pelo comportamento ético, estético, político e técnico, o que exige uma formação específica tendo como referência o trabalho pedagógico, portanto, a docência. (Azevedo, 2017, p. 96)

Neste sentido, no Distrito Federal, concebe-se o orientador como agente das ações educativas responsável pelo trabalho conjunto à comunidade em prol do desenvolvimento e da formação integral dos estudantes. Entretanto, a formação inicial desses profissionais é inespecífica, podendo se dar em nível de graduação ou pós-graduação e tem sido alvo de diretrizes que indicam novas perspectivas de formação para os orientadores. Assim, a falta de especificidade da formação dos orientadores é contraditória, pois eles precisam dominar alguns conteúdos para a atuação no cotidiano da Orientação Educacional.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia (Brasil, 2006) extinguiram as habilitações acima citadas em seus cursos. Aliás, no que se refere à formação do pedagogo as diretrizes reduzem a Orientação Educacional à área de serviços e apoio escolar:

As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos (Brasil, 2006, p. 11).

Na Universidade de Brasília, no Currículo de 2002, havia a obrigatoriedade da disciplina de Orientação Educacional, no quarto período do curso (totalizando 60 horas/aula). Já o novo projeto acadêmico do curso de Pedagogia de 2018 está de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, ofertando a disciplina de Orientação Educacional como optativa ao longo do curso, sem habilitações específicas (Universidade de Brasília [UnB], 2002; 2018).

Percebe-se, por fim, a dificuldade de pesquisa acerca da temática de formação dos Orientadores Educacionais. A Orientação Pedagógica da Orientação Educacional na Secretaria de Estado de Educação (Distrito Federal, 2019) ressalta a importância da formação continuada desses profissionais, mas não se aprofunda neste tópico. A lacuna de estudos e orientações acerca da formação do orientador traz um questionamento: como demandar que esse profissional forme os alunos quando a sua própria formação é invisibilizada?

As consequências destas transformações no campo da Orientação Educacional podem ser analisadas por alguns elementos, dentre os quais destaca-se: a) pouca e insuficiente teorização crítica sobre Orientação Educacional para fundamentar a atuação dos profissionais; b) aligeiramento da formação pelo encolhimento da oferta com vistas ao cumprimento da regulamentação profissional.

O trabalho do Orientador Educacional

O Orientador Educacional, como discorrido no tópico anterior, possui uma formação diversa e pouco específica. As demandas de atuação desse profissional na escola, entretanto, abrangem diferentes esferas e, portanto, ele deve “buscar os meios necessários para que a escola cumpra seu papel de ensinar/educar, promovendo as condições básicas para formação da cidadania de nossos alunos” (Grinspun, 2011, p. 55). Ou seja, possibilitar a formação integral dos estudantes e a efetivação da função social e política da educação.

No Distrito Federal, o Orientador Educacional integra-se ao trabalho pedagógico da rede pública de ensino, ele é colocado como um dos atores responsáveis pela concretização da educação e da formação integral do estudante como cidadão, educado para e pelos direitos humanos e pela diversidade (Distrito Federal, 2019). Conforme Candau et al. (2013, pp. 82-83),

Educar (e educar-se) em direitos humanos é bem mais que adicionar um componente novo à prática formativa e educativa. É, na verdade, construir uma nova identidade: a de educador e educadora em Direitos Humanos, o que faz toda a diferença quando se tem em mente uma educação para o exercício da cidadania, para a construção de uma sociedade marcada, definitivamente, pela dignidade de toda a pessoa humana. E mais: é construir não apenas a identidade pessoal, mas tecer também uma identidade coletiva que aproxima e alimenta cada um a cada uma que dela faz parte.

O trabalho do orientador está diretamente relacionado à organização do trabalho pedagógico, compreendendo-se sempre esse profissional como um educador. Para tal organização, ele deve almejar um “caráter mediador junto aos demais educadores, atuando com todos os protagonistas da escola no resgate de uma ação mais efetiva e de uma educação de qualidade nas escolas” (Grinspun, 2011, p. 35). Em síntese, o papel do orientador educacional na escola é complexo e deve possibilitar, a partir da mediação, um elo entre os demais agentes na escola com o objetivo de construir um espaço favorável de desenvolvimento e formação para o estudante.

Para delimitação do trabalho do Orientador, neste artigo, utilizou-se como base a Orientação Pedagógica da Orientação Educacional na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal de 2019, que se propõe a esclarecer características do trabalho de Pedagogos-Orientadores Educacionais em suas frentes de ação. É importante salientar que, no Brasil, das 26 redes públicas estaduais, mais o Distrito Federal, somente 13 possuem o cargo de Orientador Educacional (Pascoal et al. 2008; Azevedo, 2017).

Na região Centro-Oeste, somente o Distrito Federal possui o cargo ‘pedagogo-orientador educacional’na rede escolar e esse, além disso, especifica as ações desse profissional em edital.Sendo assim, destacamos que a Orientação Educacional não se limita a uma atuação burocrática, mas sim, a uma atuação pedagógica com a finalidade de promover uma educação de qualidade pautada na cidadania e no desenvolvimento integral do estudante.

Desse modo, “o papel do Orientador na dimensão contextualizada diz respeito, basicamente, ao estudo da realidade do aluno, trazendo-a para dentro da escola, no sentido da melhor promoção ao seu desenvolvimento” (Porto, 2009, p. 73, como citado em Distrito Federal, 2019, p.24). Portanto, entende-se que o trabalho do orientador educacional tem como pilar a formação integral do estudante, que está não somente em formação escolar, mas também está se moldando como pessoa, como parte integrante da cultura e detentora de subjetividade e cidadania. Nesta perspectiva, Grinspun (2011, pp. 24-25) destaca:

A Educação é uma prática social, e a Orientação deve ser vista como uma prática que ocorre dentro da escola, mas cujas atividades podem e devem ultrapassar seus muros; uma prática que caminha no sentido da objetividade, da subjetividade e da totalidade da Educação. É perceptível que a Orientação está cada vez mais junto à Educação como um todo, na busca das finalidades de um projeto político-pedagógico formulado para a escola, em favor de seus próprios alunos.

A atuação do Orientador Educacional, dessa maneira, integra as diferentes esferas presentes na escola, agregando saberes e ações em prol da formação do estudante como um todo. Assim sendo, o Orientador Educacional tem um papel fundamental e, em alguns momentos, pouco reconhecido na comunidade escolar. Esse cenário, se modificado, pode encaminhar a instituição escolar cada vez mais em direção ao cumprimento da sua missão social de educar seus estudantes para a cidadania.

Resultados e Discussões

Na coleta de dados, realizamos entrevistas semiestruturadas com vinte Orientadores Educacionais atuantes na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, organizamos um roteiro com quatorze questões contemplando os seguintes temas: o cotidiano do trabalho; a visão do orientador em relação ao seu papel na escola; a sua formação; as demandas e atendimentos mais recorrentes, com ênfase nas principais atividades desenvolvidas; as principais dificuldades enfrentadas e os aspectos positivos no cotidiano da Orientação Educacional.

De acordo com as entrevistas realizadas foi possível identificar as principais atividades do Orientador Educacional: mediação de conflitos estabelecidos nas relações professores-alunos, alunos-alunos, professores-família e professores-professores, atendimentos individuais aos estudantes, orientação aos pais, articulação família e escola, atendimento a estudantes com problemas emocionais, dificuldade de aprendizagem, serviço de prevenção, elaboração de rotina de estudos, mediação de problemas familiares, orientação a alunos que apresentam indisciplina, interação com demais membros da comunidade escolar, controle de faltas, desenvolvimento de projetos, levantamento de dados, encaminhamentos a outros especialistas, assessoria e suporte à equipe pedagógica e direção, confecção de relatórios pedagógicos e organização de formação continuada dos docentes.

Conforme os dados, observamos que as principais atividades se referem a atendimentos aos estudantes e pais, e assessoria à equipe pedagógica e direção. Os dados revelam, além disso, que as orientadoras buscam atender os estudantes nos processos de aprendizagem, em ajuda com a rotina de estudos e mediação de conflitos.

A maioria dos Orientadores Educacionais relataram que a mediação de conflitos se dá através dos atendimentos individuais e de forma coletiva por meio do diálogo, acolhimento, rodas de conversa e projetos junto aos professores na escola.

No presente trabalho, agrupamos as principais atividades “atendimentos aos estudantes e aos pais”, e na sequência, destacamos as características dos atendimentos realizados pelos orientadores educacionais no cotidiano de seu trabalho. Os entrevistados apresentam uma lista das características destes atendimentos: brigas entre alunos, problemas pessoais em casa, crise de comportamento, crise de personalidade, crise familiar, problemas relacionados a dúvidas e incertezas quanto à vida profissional, transtornos emocionais, resolução de problemas coletivos, automutilação, dificuldades pedagógicas, atendimentos em relação à aprendizagem, falta de hábito de estudos, adaptação escolar, rendimento escolar, orientação de estudos, falta de engajamento familiar, problemas relacionados à rede social, casos de ansiedade infantil, questões relacionadas à orientação sexual, questões referentes à sexualidade, vítimas de bullying, crianças desinteressadas, baixa autoestima, evasão, conflitos entre estudantes, brincadeiras inadequadas, violência familiar, violência doméstica, violência dentro da escola, negligência familiar, abuso sexual, racismo, homofobia, preconceito de gênero, de classe e religioso.

Na pesquisa, pode-se perceber o trabalho do orientador como processo dialético na medida em que suas ações influenciam os estudantes. O trecho a seguir, extraído do relato de um Orientador Educacional evidencia que o/a orientador/a: “[…] é um faz tudo, porque ele sabe que de alguma forma aquilo vai atingir o aluno…, se eu tiver que pegar uma escada e trocar uma lâmpada da sala de aula, eu farei isso! Porque isso vai atingir o aluno. É uma motivação pessoal!” (Daniel, 2019).[1]

Outro aspecto importante a destacar é a multiplicidade de trabalho dos orientadores educacionais, como por exemplo, atendimentos que se referem a abuso sexual, violência familiar, violência doméstica, crises familiares, entre outros. Estes atendimentos ultrapassam os muros escolares e a solução destes problemas nem sempre cabe à escola, porém atrapalha o processo de aprendizagem do estudante. A atuação do orientador nestes casos tem a finalidade de encaminhar os estudantes a outros profissionais e buscar apoio de outras áreas como a psicologia, assistência social, órgãos públicos e parcerias com outras instituições. Desse modo, observamos uma sobrecarga de trabalho dos orientadores.

Há, nas entrevistas, pistas das principais dificuldades encontradas pelos entrevistados no cotidiano da Orientação Educacional, que sistematizamos da seguinte forma:

1. Estudantes: alunos sem capacidade para lidar com frustrações.

2. Família: pais ausentes, falta de comprometimento dos pais, parceria das famílias, preconceito da família, e contato intenso dos estudantes com rede sociais sem supervisão dos familiares.

3. Comunidade escolar: falta de adesão da comunidade escolar, falta de assistência individualizada por parte do professor, e os orientadores têm pouco tempo com as crianças e adolescentes.

4. Estrutura física: falta de instrumentos de trabalho, de estrutura física, e de equipamentos e recursos para o trabalho no dia a dia; não tem telefone na sala de Orientação Educacional; Orientador Educacional não tem sala individual de trabalho; falta de equipamentos eletrônicos como tablets, computadores e smartphones; internet que funcione adequadamente; e salas precárias, sem ventilação.

5. Incapacidade de atendimento das demandas: encaminhamentos que demoram a ser efetivados, demandas referentes à saúde: médicos e fonoaudiólogos, poucas vagas no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e poucas vagas para atividades físicas nos Centros Olímpicos.

6. Formação continuada: falta ou dificuldade na obtenção de materiais pedagógicos e de livros da área, e falta formação continuada.

Aqui nos deparamos com uma questão bastante espinhosa na Orientação Educacional que se refere às dificuldades enfrentadas pelos profissionais da educação no cotidiano de seu trabalho, questões que vão desde a infraestrutura até a adesão da comunidade escolar e formação docente.

No caso de nossa pesquisa, gostaríamos de refletir sobre a formação do orientador como formador do aluno, pois a formação para orientação educacional não é priorizada nos projetos dos cursos de graduação em pedagogia, há poucos estudos específicos que tratam da formação do orientador educacional. Neste sentido, os relatos dos entrevistados afirmam ter dificuldade em obter materiais pedagógicos que tratam dos temas atuais e da prática da Orientação Educacional, alguns profissionais fazem cursos de especialização e ou formação continuada com recursos próprios.

Nas entrevistas, perguntamos quais os aspectos positivos que os motivavam a continuar o trabalho na Orientação Educacional, e, a partir de suas respostas, foi possível perceber algumas questões relevantes: eles se preocupam muito com a formação dos estudantes; e a experiência de trabalhar com os estudantes foi tida como enriquecedora, pois a orientação educacional contribui com o processo educativo a partir de uma prática junto à comunidade escolar. Os participantes ressaltaram, também, a importância do reconhecimento dos estudantes e das famílias que passaram pelo serviço de orientação educacional, explicitando que estas famílias relataram que houve uma mudança significativa nos estudantes. Os orientadores educacionais evidenciaram que sua profissão é desafiadora, sendo necessária a continuidade dos estudos para se manterem atualizados e realizar os atendimentos à comunidade escolar.

A maioria dos entrevistados informou que a prática da orientação educacional busca contribuir com a formação integral do estudante e não há fórmulas prontas no cotidiano da Orientação Educacional. As análises das entrevistas nos permitem compreender que o orientador atua como formador do estudante, sendo facilitador no processo de ensino aprendizagem e mediador de conflitos.

Considerações finais

A função do orientador educacional, dessa maneira, surge como uma ação educativa que contribui para o desenvolvimento e formação integral do aluno. Percebe-se, entretanto, uma falta de especificidade no que tange à formação desses profissionais, com a legislação permitindo orientadores em nível de graduação ou pós-graduação ao mesmo tempo que é possível notar um movimento de extinção das habilitações específicas para tal atuação nos cursos de graduação em pedagogia.

A partir dessa contextualização, é possível problematizar alguns tópicos envolvendo a formação e a atuação do Orientador Educacional. Em primeiro lugar, ressalta-se o conceito de práxis docente (que inclusive foi utilizado ao longo dos documentos orientadores da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, de 2018 e de 2019), que reflete a relação horizontal e indissociável entre teoria e prática, sendo que a prática social é o ponto de partida e o ponto de chegada do conhecimento, e a teorização é a mediadora desse processo (Saviani, 2013; Curado Silva, 2019).

Assim, é possível reforçar o caráter essencial do subsídio teórico-crítico como fundamentador da prática. Os pressupostos teóricos do Currículo em Movimento da Educação Básica (Distrito Federal, 2018) colocam como base teórico-metodológica a pedagogia histórico-crítica, buscando “superações” e “transformações”. Isso significa que o embasamento se dá a partir do movimento de transformação do empírico em concreto pela mediação do abstrato: a educação posiciona-se como instrumento de luta, como possibilidade de contraposição à hegemonia e requer a teorização para esse movimento (Saviani, 2013).

O embasamento é essencial para dar o caráter intencional ao processo educativo e o Orientador, como educador (Saviani, 2013), também é organizador do trabalho pedagógico, cujas ações são intencionais e devem possuir objetivos claros. Assim, a base do trabalho do orientador é a docência (Azevedo, 2017).

Ao longo deste trabalho, encontramos barreiras na revisão bibliográfica acerca do tema da formação do orientador educacional. O questionamento levantado inicialmente, se as demandas feitas ao profissional ao longo da carreira são coerentes com sua formação inicial, demonstra-se como um tópico delicado devido à pouca produção específica acerca desse tema e à pluralidade de atuações e demandas no cotidiano do orientador educacional.

A leitura do Projeto do Curso de Pedagogia da Universidade de Brasília de 2018 ratifica a percepção de uma formação inicial que não prioriza a orientação educacional. Nesse cenário, surge a formação continuada como possível apontamento para auxílio dos profissionais ao longo de suas carreiras. A formação continuada é salientada nos documentos como necessária para a atuação do orientador. Entretanto, é importante ressaltar que a formação continuada não é uma solução para lacunas na formação ou para problemas e dificuldades, mas sim, uma forma de (re)elaborar práticas e conceitos. Reitera-se a instrumentalização (teorização) como essencial no processo de transformação possibilitado pela educação. A apropriação de saberes críticos, a consciência dos embasamentos das ações e a ação intencional são ferramentas que auxiliam no cumprimento da função social e política da escola (Saviani, 2013).

Por fim, reitera-se a importância de estudos acerca da formação e atuação do Orientador Educacional, de forma a embasar políticas públicas, a fortalecer a identidade desses profissionais e a possibilitar uma ação mais consciente e crítica.

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[1]O nome do participante é fictício. Entrevista realizada em Brasília, no dia 23 setembro 2019.

Recebido: 08 de Agosto de 2020; Aceito: 09 de Novembro de 2020

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