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Linhas Críticas

versión impresa ISSN 1516-4896versión On-line ISSN 1981-0431

Linhas Críticas vol.27  Brasília  2021  Epub 15-Dic-2021

https://doi.org/10.26512/lc27202138947 

Artigos

Grupos estudantis extracurriculares: estratégias de interação social no ensino superior

Grupos de estudiantes extracurriculares: estrategias de interacción social en la educación superior

Extracurricular student groups: social interaction strategies in higher education

Lucas Josias Marin1 
http://orcid.org/0000-0003-4900-3854

Regina Célia Linhares Hostins2 
http://orcid.org/0000-0001-8676-2804

1Mestre em educação pela Universidade de Caxias do Sul (2017). Doutorando em educação pela Universidade do Vale do Itajaí (bolsista PROSUC/CAPES). Membro do Grupo de Pesquisa Observatório de Políticas Educacionais.

2Doutora em educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (2006). Professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Vale do Itajaí. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Observatório de Políticas Educacionais.


Resumo

Construiu-se uma revisão da literatura do modo pelo qual os grupos estudantis extracurriculares se apresentam no ambiente universitário. Utilizou-se o Google Acadêmico como ferramenta de busca e valeu-se da Análise Textual Discursiva para analisar os textos: unitarizou-se o texto, categorizou-se os temas e construiu-se um metatexto. Os resultados indicam que a temática se concentra em quatro categorias distintas: grupo estudantil como (1) espaço de fomento ao desenvolvimento socioemocional; (2) espaço de treinamento e desenvolvimento de habilidades acadêmicas e profissionais; (3) espaço de difusão de ideologias políticas e culturais; e (4) estratégia para retenção e fidelização de alunos.

Palavras-chave Convivência acadêmica; Grupos estudantis; Universidade; Extracurricular

Resumen

Este artículo tuvo como objetivo construir una revisión bibliográfica sobre la forma en que los grupos de estudiantes extracurriculares se presentan en el ámbito universitario. Se utilizó Google Scholar como herramienta de búsqueda y se utilizó el Análisis Textual Discursivo para el análisis. Los resultados indican que la producción científica se concentra en cuatro categorías: grupo de estudiantes como (1) espacio para fomentar el desarrollo socioemocional; (2) espacio para la formación y desarrollo de competencias académicas y profesionales; (3) espacio para la difusión de ideologías políticas y culturales; y (4) estrategia de retención y fidelización de estudiantes.

Palabras clave Convivencia académica; Grupos de estudiantes; Universidad; Extracurricular

Abstract

This article aimed to build a literature review of the way in which extracurricular student groups present themselves in the university environment. Google Scholar was used as a search tool and the Textual Discursive Analysis was used to analyze the selected texts. The results indicate that scientific production is concentrated in four distinct categories: student group as (1) a space for fostering socio-emotional development; (2) space for training and development of academic and professional skills; (3) space for the dissemination of political and cultural ideologies; and (4) strategy for student retention and loyalty.

Keywords Academic conviviality; Student groups; University; Extracurricular

Introdução

Ao longo dos últimos séculos a instituição universidade vem sofrendo modificações na sua identidade e forma de relacionar-se com o conhecimento. Tais modificações foram resultado da interação de forças internas e de forças da sociedade, cada uma implicando seu modo de pensar a outra (McCowan, 2016). Na sua origem histórica, as universidades voltavam-se a atender a demanda de organizar e manter o conhecimento. Hoje sua função vai além, sendo baseada no tripé básico: ensino, pesquisa e extensão.

Para iniciar a discussão deste artigo vale debruçar-se sobre o eixo da pesquisa, pois, por si só, ela já representa a construção do conhecimento, a mudança e o aspecto vivo da universidade. Seguindo esse raciocínio, significa dizer que a universidade também se caracteriza por “ser o espaço de invenção, da descoberta, da teoria, de novos processos” (Fávero, 1999, p. 250). Esta constante mudança, o aspecto vivo, atualiza o saber. Ele não se restringe somente à inovação que a pesquisa propicia, mas à oportunidade de seus atores autorressignificarem-se. A formação universitária, além de ter cunho profissional, também se caracteriza pelo impacto que causa na sociedade em que está inserida, pois permite que seus egressos construam uma visão crítica da realidade (Fávero, 1999; Goergen, 2008) tanto a partir de ambientes formais de aprendizagem como nos ambientes informais, tais como os grupos estudantis extracurriculares.

Este processo, de formação da visão crítica, também se dá intermediado pelos atores envolvidos no âmbito acadêmico (Marin & Stecanela, 2018). Os professores e colegas são os entes mais próximos e possibilitam uma troca de saberes constante (Tinto & Pusser, 2006). No entanto, ainda faltam pesquisas e argumentos que indiquem como os relacionamentos sociais que extrapolam os espaços formais da universidade acontecem, em especial entre discentes, e que consequências geram para sua formação.

A sociedade contemporânea tem sido marcada pela expansão de processos de digitalização das relações (Weiss, 2019). Como contraponto, parece ainda pertinente debruçar-se sobre os contatos sociais presenciais na academia. Por ser reflexo de uma demanda acadêmica e de interesses coletivos, considera-se que o conceito de grupos estudantis extracurriculares pode ser caro para a jornada de formação discente.

Como guia conceitual para a compreensão das relações sociais nestes grupos estudantis extracurriculares utilizou-se o conceito de convivência acadêmica. Parte-se do pressuposto de que convivência acadêmica é um dos níveis de socialização entre discentes de graduação. Este nível de socialização indica total abertura e acolhimento do Outro, mesmo sendo diferente do Eu. Para que este acolhimento ocorra, espera-se que os discentes tenham oportunidade de relacionar-se também em ambientes e momentos informais em seu processo de formação em nível superior (Marin & Stecanela, 2018).

A partir deste conceito e com a demanda apresentada, este trabalho[1] objetivou construir uma revisão da literatura do modo pelo qual os grupos estudantis extracurriculares se apresentam no ambiente universitário. Para tal, foi realizado um levantamento da produção científica existente sobre o foco principal das atividades destes grupos e de que forma os alunos relacionam-se socialmente neles.

Método

Para se chegar na produção científica em língua portuguesa e em língua inglesa relacionada ao tema, realizou-se uma busca cuja fonte foi direcionada pelo Google Acadêmico. Esta escolha se deveu ao fato deste buscador permitir o uso de recursos booleanos e por ter indexadas diversas bases de dados científicas. Para esse levantamento foi construída uma string de busca que representasse os conceitos-chave envolvidos nas pesquisas relacionadas. Essa string foi utilizada no mecanismo de busca e os resultados que decorreram foram filtrados com o uso das ferramentas AND, OR e NOT. Desta maneira, foi combinada uma sequência de conceitos-chave para destacar e/ou para ignorar.

Dentro deste ambiente buscaram-se textos acadêmicos que apresentassem, em alguma parte de sua escrita, as palavras: graduação e extracurricular e, ao menos, uma das expressões: liga acadêmica, associações estudantis, associações acadêmicas, agrupamentos estudantis, grupos estudantis, grupos acadêmicos ou agrupamentos acadêmicos. Optou-se por excluir resultados que remetessem a trabalhos envolvendo as expressões: mídias sociais, virtual e colégio. Com isso, foram almejadas produções científicas que abordassem o ensino superior e que, de alguma maneira, indicassem a socialização e os agrupamentos estudantis presenciais.

Para chegar aos trabalhos, em língua portuguesa, foi utilizada a string de busca.“extracurricular” “graduação” “liga acadêmica” OR “associações estudantis” OR “associações acadêmicas” OR “agrupamentos estudantis” OR “grupos estudantis” OR “grupos acadêmicos” OR “agrupamentos acadêmicos” - “mídias sociais” - “virtual” - “colégio”. Utilizou-se o recurso NOT, a partir do símbolo - (sinal de menos), para descartar trabalhos que contivessem expressões que não se enquadravam ao objeto de estudo. No mês de novembro de 2020 localizou-se 117 resultados únicos.

Em língua inglesa utilizou-se a string de busca: allintitle: “college” “academic league” OR “student associations” OR “academic associations” - “high school” - “social media” - “virtual” - “tech”. Neste caso optou-se por utilizar o recurso de busca somente no título, assim apresentando 46 resultados únicos. Esta escolha se deveu à quantidade de resultados, considerando que foram 7.330 trabalhos encontrados quando liberado para busca em qualquer parte do texto. Mesmo filtrando por período de tempo, o volume de resultados foi acima da capacidade de revisão, pois desde 2019 foram 683 trabalhos publicados.

Com intuito de organizar os textos localizados, criou-se uma planilha no Microsoft Excel. Nesta planilha foram catalogados: Título, Ano de Publicação, Tipo, Resumo, Palavras-chave e link de acesso ao trabalho científico. Objetivando qualificar os resultados em busca de textos alinhados com a string de pesquisa, foram criados três critérios de exclusão para os trabalhos localizados: (1) se o texto aborda assuntos relacionados ao ensino superior, (2) se o texto aborda discentes e (3) se a socialização é em caráter presencial.

Realizou-se a leitura do título e do resumo de todos os textos destacados, sendo 117 em língua portuguesa e 46 em língua inglesa, e, a partir desta leitura, preencheu-se a planilha. Com os dados catalogados foram ativados os critérios de exclusão. Para ser considerado válido nesta pesquisa, um texto deveria ser aprovado simultaneamente nos três critérios de exclusão e ser, também, um artigo, uma tese ou uma dissertação, pois entendeu-se que estes passaram por uma banca avaliadora antes de sua publicação. Além disso, precisaria estar escrito em língua portuguesa ou língua inglesa. Neste primeiro filtro restaram 18 textos em português e cinco em inglês. Estes foram destacados para leitura completa.

Importante frisar que, da totalidade de materiais em inglês, 39 artigos não estavam disponíveis para acesso público nem para acesso via Portal Periódicos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Além disso, foi identificado que são produções com apenas o resumo em inglês, sendo o restante do texto produzido em língua vernácula chinesa. Desta maneira, foram retirados da continuidade das leituras.

Para analisar os textos foi elaborada uma ficha de leitura para coletar as principais informações, resultados e referências utilizadas. Após esta leitura completa, quatro trabalhos em português foram descartados pois três deles não abordam a socialização entre discentes e um foi excluído pois foram detectados indícios de autoplágio de outro artigo também selecionado. Dos artigos a que se identificou o possível autoplágio, optou-se por utilizar aquele com data de publicação mais antiga. Em língua inglesa também foi excluído um texto devido a deter-se sobre relacionamento em nível on-line. Desta maneira, restaram 14 textos em português com datas de publicação entre 2005 e 2020, sendo nove artigos, três teses e duas dissertações. Em inglês restaram quatro textos, sendo todos eles artigos produzidos entre 2015 e 2020.

A construção deste texto utilizou como guia as orientações da Análise Textual Discursiva (Moraes & Galiazzi, 2007). Após uma leitura introdutória desconstruiu-se os dados dos textos em unidades de sentido, ou seja, unitarizou-se o conteúdo buscando recorrências e possibilidades de agrupamento. Com isso, categorizou-se as unidades de sentido em temáticas aproximadas e, a partir disso, estruturou-se um metatexto, resultando no texto aqui apresentado.

Resultados e discussão

Ao finalizar a leitura dos 18 trabalhos, sendo 14 em português e quatro em inglês, pode-se perceber que os textos abordam os grupos estudantis extracurriculares em quatro categorias distintas: espaço de fomento ao desenvolvimento socioemocional; espaço de treinamento e desenvolvimento de habilidades acadêmicas e profissionais; estratégia para retenção e fidelização de alunos; e espaço de difusão de ideologias políticas e culturais. Estas categorias são o resultado emergente dos textos encontrados, ou seja, são categorias a posteriori.

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados reunidos a partir das strings de busca e critérios de exclusão.

Quadro 1 Distribuição das produções científicas por categoria 

Na categoria que se aproxima em relação a um espaço de fomento ao desenvolvimento socioemocional foram localizados três textos. Eles apresentam a importância dos grupos estudantis para a aproximação entre as pessoas e também pela oportunidade de experiências de desenvolvimento pessoal (Bucuto, 2016; Ferreira, 2017; Hamamoto Filho, 2011).

Agrupou-se na categoria espaço de treinamento e desenvolvimento de habilidades acadêmicas e profissionais os textos que encontram correlação e debatem sobre a importância dos grupos estudantis extracurriculares para propiciar um melhor desempenho acadêmico e, futuramente, profissional (Barbosa Neto, 2016; Costa et al., 2020; Freitas et al., 2010; Guimarães, 2019; Hamamoto Filho, 2011; Mercês et al., 2018; Peixoto, 2014; Queiroz et al., 2015; Silva et al, 2015).

Na categoria estratégias para retenção e fidelização de alunos foram reunidas as pesquisas que apontam a importância dos grupos estudantis para a fidelização de alunos e incremento de lealdade à instituição em que estão vinculados (Giuliani et al., 2010; Pinto, 2005).

A última categoria que se identificou, a partir dos textos, foi espaço de difusão de ideologias políticas e culturais. Nela foram agrupados os textos que abordam os grupos estudantis a partir do objetivo de difundir ideologias políticas e culturais no campus da universidade ou no curso em que estão vinculados (Bessa & Amorim, 2009; Cheng, 2015; Sui & Xie, 2019; Wu, 2020; Yue, 2020).

Importante mencionar que o conteúdo dessas categorias indica o desenvolvimento de habilidades do próprio aluno, sejam elas socioemocionais ou profissionais e técnicas, ou aponta na direção do fortalecimento a própria instituição universitária.

Grupo como espaço de fomento ao desenvolvimento socioemocional

É comum que, entre os alunos, as expectativas em relação ao ensino superior possam estar distorcidas, podendo haver, também, a necessidade de um tempo para adaptar-se ao novo ambiente (Coulon, 2017). Para adequar essas expectativas são necessárias algumas habilidades sociais (HS) desenvolvidas (Gomes & Soares, 2013).

Habilidade social é um conjunto de comportamentos frente a uma demanda interpessoal (Bolsoni-Silva et al., 2010), isto é, “são capacidades cognitivas e comportamentais que permitem a pessoa atender demandas sociais e interpessoais em um determinado contexto social” (Gomes & Soares, 2013, p. 782).

O estudo sobre tal conceito apontou que alunos com poucas habilidades sociais demonstraram desempenho acadêmico inferior a alunos com habilidades sociais mais desenvolvidas (Gomes & Soares, 2013). Para avaliar estas habilidades os autores observaram o falar em público e os relacionamentos amorosos e familiares desses indivíduos, além das formas como estes sujeitos se relacionavam com o mundo, em especial dentro do contexto acadêmico (Bolsoni-Silva et al., 2010).

As Habilidades Sociais (HS), dentro do contexto acadêmico, não estão somente relacionadas ao desempenho profissional e ao ajuste do indivíduo na instituição, mas também ao bem-estar físico e psicológico dos estudantes universitários, podendo garantir a estes um processo de socialização saudável e satisfatório. (Bolsoni-Silva et al., 2010, p. 63)

Assim, habilidades sociais dos universitários, como a interação com outros indivíduos e o falar em público, estão na base da atuação profissional. Além disso, habilidades sociais mais desenvolvidas facilitam o aumento da qualidade de vida (Bolsoni-Silva et al., 2010).

Entre as habilidades sociais está contida a competência social. Esta é a assertividade no comportamento social frente às demandas situacionais, “maximizando a obtenção de sucesso nas interações sociais” (Bolsoni-Silva et al., 2010, p. 64). Para o desenvolvimento destas habilidades sociais os grupos estudantis também têm protagonismo (Bucuto, 2016; Ferreira, 2017; Hamamoto Filho, 2011).

Hamamoto Filho (2011), ao investigar as Ligas Acadêmicas de cursos de Medicina, identificou que elas são espaços de aproximação entre os indivíduos. Os sujeitos as procuram desde o início do processo de formação acadêmica “por estimularem o senso de pertencimento a um novo grupo social, contribuem para a adaptação dos alunos, com potencial para combater fatores estressantes do curso e da mudança quando do ingresso no curso” (p. 537).

As Ligas Acadêmicas são entidades sem fins lucrativos que congregam alunos de um curso ou de diferentes cursos dentro da mesma área, sob a supervisão de um professor. Elas propiciam atividades de convergência do ensino, pesquisa e extensão, possibilitando atividades práticas, contato com a comunidade, realização de eventos científicos e publicações acadêmicas.

Ferreira (2017), para elaborar sua tese, aplicou um questionário em sala de aula para investigar a relação com pares e a participação em atividades recreativas. A amostra foi dividida entre dois grupos: um grupo com todos os alunos (1.029 estudantes) e outro com os que frequentavam o primeiro ano (145 estudantes) de um Curso de Licenciatura em Enfermagem.

Observou-se que há uma percepção positiva em relação à presença de pares na universidade e o suporte oferecido por eles, já que possibilitam apoio social e acadêmico, principalmente ao grupo de alunos que mudaram de cidade para estudar e não têm um convívio constante com o núcleo familiar de origem. Estes tiveram resultados mais elevados nas “dimensões ‘sentimento de comunidade’, ‘estímulo intelectual’, ‘envolvimento em atividades extracurriculares’, ‘participação em atividades recreativas com os colegas’ e ‘contacto [sic] com os professores’” (Ferreira, 2017, p. 195). Isto é justificado pelo maior tempo que os alunos passam no campus da instituição.

Em sua pesquisa de doutorado, Bucuto (2016) utilizou um questionário para analisar a qualidade de formação, desenvolvimento pessoal e social, formação para o emprego, interação social com os colegas, e envolvimento político e cidadania. Coletou os dados com 608 alunos da Universidade Pedagógica de Moçambique, da Delegação do Niassa e da Universidade do Lúrio, Faculdade de Ciências Agrárias. Como resultado identificou que os alunos têm elevadas expectativas em relação ao convívio e diversão e que alcançar isso favoreceria seu desenvolvimento pessoal. Já no âmbito de envolvimento político e cidadania os dados não demonstraram tendência.

Nos estudos que investigam o fomento de habilidades socioemocionais foram usados questionários para avaliar o objeto e posteriormente foi utilizada a avaliação estatística. Nas pesquisas, os sujeitos analisados são do mesmo curso, não são feitas análises ao longo do tempo e nem entre diferentes instituições. De maneira geral o aspecto qualitativo e a observação do indivíduo não foram preconizadas. Um dos trabalhos foi de cunho conceitual, a partir de um ensaio.

O desenvolvimento de habilidades sociais entre os estudantes são importantes ferramentas que favorecem a aproximação social, pois propiciam destreza, por parte do indivíduo, em lidar com diferentes situações, inclusive facilitando a aproximação social e, consequentemente a convivência acadêmica.

Grupo como espaço de treinamento e desenvolvimento de habilidades acadêmicas e profissionais

Nesta categoria são debatidas as pesquisas que se atêm aos resultados acadêmicos e profissionais da participação em grupos estudantis. A produção de Hamamoto Filho (2011) será novamente abordada, pois seu trabalho aponta resultados tanto em nível acadêmico e profissional quanto em desenvolvimento socioemocional.

Como estratégia de aprofundamento teórico e prático nos cursos da área da saúde, em especial em Medicina, diferentes universidades incentivaram a fundação de Ligas Acadêmicas. Seu funcionamento deve ser sem fins lucrativos e com gestão democrática. Seu trabalho é focado em um tema e sua composição pode ser multidisciplinar. Hamamoto Filho (2011) indica que em 2002 72,6% dos alunos de Medicina da USP de Ribeirão Preto participavam de uma Liga Acadêmica. Justificavam suas presenças na intenção de adiantar conteúdos que o currículo formal indica em semestres mais avançados e, também, por ser uma oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos teóricos.

Ainda dentro da área da saúde, Costa et al. (2020) publicaram, em seu artigo, o resultado do grupo focal que realizaram. O artigo abordou 11 indivíduos com o objetivo de investigar a percepção de alunos participantes e egressos da Liga Acadêmica. Os alunos selecionados eram dos cursos de Nutrição, Enfermagem, Medicina e Fisioterapia. Os autores identificaram que, da mesma forma como Hamamoto Filho (2011), o interesse na participação do grupo é motivado pelo objetivo de antecipar o aprendizado de um assunto, somar experiência e vivência prática, ajudar socialmente e pelo interesse no tema principal da Liga.

No grupo focal citado no artigo, observou-se que os alunos apresentaram algumas pontuações e sugestões de melhoria na estrutura da Liga Acadêmica. Relataram que a formalização legal é um fator dificultador da criação de uma Liga, pois é um processo muito burocrático. Além disso, percebem pouca presença de professores orientadores e baixo engajamento de alunos nas atividades (Costa et al., 2020).

As Ligas Acadêmicas geram opiniões contraditórias entre docentes, pesquisadores e alunos. Elas podem gerar a sensação de um currículo paralelo e mais prioritário que o formal, estabelecido pela instituição de ensino. Isso é corroborado na antecipação de conhecimentos que teriam pré-requisitos e com a possibilidade de especialização precoce (Queiroz et al., 2015). Nesta mesma pesquisa os alunos indicaram que, a partir de um relato de experiência com 14 sujeitos da Liga Acadêmica de Urgência e Emergência da Universidade de Franca, há ganhos na aprendizagem e na aplicação de conteúdo por terem participado da Liga Acadêmica.

O trabalho de Silva et al. (2015) faz um apanhado histórico da implantação da Liga Acadêmica da Faculdade de Medicina do campus Macaé da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A implantação deste grupo aconteceu em 2014. Naquele período a coordenação do curso fomentou a instauração da Liga. Este movimento foi concretizado por 21 alunos que estavam entre o segundo e oitavo semestre. Justificou-se pela intenção de incentivar o desenvolvimento de habilidades relacionais, o que favoreceria a participação nas equipes de trabalho interdisciplinar. Esta Liga ainda publicou artigos científicos, organizou simpósios e interagiu com outras Ligas Acadêmicas.

Para além do curso de Medicina, nas pesquisas que envolvem o curso de Psicologia também aparecem grupos estudantis que favorecem a aplicação prática dos conhecimentos teóricos, neste caso a partir de atividades em Empresas Juniores. Estas, comuns também na área de ciências sociais aplicadas, são entidades compostas por alunos voluntários e não visam ao lucro. A empresa tem acompanhamento de um ou mais professores orientadores e oferece serviços à comunidade.

Guimarães (2019) aplicou um questionário on-line de Estratégias de Aprendizagem no Trabalho com 198 empresários juniores de cursos de Psicologia em três universidades do sudeste e do centro-oeste brasileiro. O questionário investigou a reflexão ativa, busca de ajuda interpessoal, busca de ajuda em material escrito, repetição mental e aplicação prática. Os dados apontaram que os empresários juniores utilizaram principalmente as estratégias de busca de ajuda interpessoal, reflexão ativa e busca de ajuda em material escrito. Desta maneira, a empresa júnior se torna um espaço de troca e aprendizagem conjunta.

Outra experiência de pesquisa dentro do curso de Psicologia foi analisada por Peixoto (2014). Neste trabalho, o autor debruçou-se na literatura conceitual e produziu um ensaio. Ele defende que as empresas juniores possibilitam ao aluno “desenvolvimento de competências, capacidade empreendedora, formação diferenciada, networking, empregabilidade, desenvolvimento profissional, responsabilidade e comprometimento e liderança” (Peixoto, 2014, p. 470). Enquanto o currículo formal propicia uma formação generalista, a empresa júnior dá espaço para aprofundamento teórico e prático de alguns conceitos e técnicas.

O curso de Ciências Contábeis foi pesquisado por Barbosa Neto (2016). Ele avaliou o comprometimento dos alunos do curso em relação à aprendizagem. Para isso aplicou um questionário e o distribuiu em formato survey com 692 alunos de Ciências Contábeis de universidades federais de Minas Gerais. Ele indagou se o aluno havia participado como membro em entidades extracurriculares (diretórios acadêmicos, associações, atléticas). O resultado apontou que 78% dos alunos respondentes nunca participaram de atividades do tipo. Para justificar a baixa adesão, o autor criou a hipótese de que parcela significativa dos alunos do curso já atua profissionalmente ou estagia na área.

Freitas et al. (2010) seguiram um caminho diferente. Eles fizeram estudos de caso para identificar as deficiências na formação em engenharia a partir da percepção dos alunos provenientes da Sociedade Brasileira de Automática (SBA) e da SPEED (StudentPlatform for Engineering Education Development), espécie de rede internacional de alunos de engenharia. Os grupos de alunos indicaram novas abordagens que favoreceriam a formação em engenharia, entre elas os grupos estudantis. Estes grupos “permitem que o aluno possa desenvolver características que não são ensinadas em sala de aula, porém o mercado de trabalho exige, como liderança, comunicação oral e escrita, empreendedorismo e trabalho em grupo” (Freitas et al., 2010, p. 4).

Nesta seção foram agrupados os trabalhos científicos que identificaram os grupos estudantis como espaços de treinamento e desenvolvimento de habilidades acadêmicas e profissionais. Nos artigos foi pontuado que os alunos se agruparam para complementar sua formação no curso superior ou, até mesmo, acelerar esse processo, tomando a presença do colega como um meio para desenvolver a si próprio no âmbito técnico e profissional.

Grupo como estratégia para retenção e fidelização de alunos

Ao longo das últimas décadas, a população universitária tem aumentado sua heterogeneidade. Além disso, as instituições também estão se multiplicando para atender a demanda crescente pela formação superior (Pinto et al., 2017; Schleich et al., 2006). Apesar de haver campanhas e programas de incentivo à entrada na universidade, não houve uma preocupação ativa em adequar as instalações, políticas e processos para receber o maior número de estudantes (Pinto et al., 2017).

Frente a este alargamento do público frequentador das universidades e à falta de compasso na atualização das instituições para adequar-se a essa nova realidade, a retenção de alunos se tornou objeto de estudo. No interior do Estado de São Paulo observou-se que as instituições de ensino superior investigadas não investem em estratégias de retenção dos alunos, muito embora entendam a relação aluno-universidade como um processo comercial, ou seja, cliente-fornecedor. Neste sentido, a intenção dos gestores das universidades é a manutenção e crescimento do seu capital, visando à lucratividade (Giuliani et al., 2010).

Giuliani et al. (2010) apontam que um dos caminhos para manter a lealdade dos alunos é integrá-los à instituição. Esta integração pode acontecer via grupos estudantis. Nestes espaços é possível fomentar a aproximação social entre pares. Como exemplo há os grupos de estudos e repúblicas. Para chegar nestes resultados, o estudo de Giuliani et al. (2010) se valeu da aplicação de um questionário com 191 alunos de cursos de Administração em instituições privadas de Ribeirão Preto e região.

Pinto (2005) analisou o primeiro ano na Universidade do Algarve e os reflexos na experiência acadêmica. Para isso, abordou 249 sujeitos a partir de um inventário. O primeiro ano do curso superior é o que demanda mais atenção por parte dos alunos e da própria instituição de ensino, pois é um período de transição. Demarca a passagem da adolescência para a vida adulta e, de maneira geral, o aluno ainda não tem clareza se o curso que está fazendo é o que realmente quer para sua carreira (Igue et al., 2008).

Muitas vezes os alunos chegam ao ensino superior com expectativas equivocadas, pois ainda não têm uma visão clara do que é o ambiente universitário e as suas demandas. Esta divergência, entre as expectativas e a realidade vivenciada, pode gerar desconforto nos alunos. Dito de outra forma, “os estudantes têm expectativas quanto à qualidade do processo de formação, no que tange às atividades curriculares e extracurriculares e aos relacionamentos interpessoais” (Igue et al., 2008, p. 156) que muitas vezes não é alinhada com o que, de fato, é a vida acadêmica.

Na sua investigação, Pinto (2005) identificou que a experiência acadêmica é mais satisfatória quanto mais próxima à entrada na universidade for a aproximação entre os alunos. O relacionamento entre pares influencia a experiência acadêmica, pois eles são responsáveis pela adaptação dos ingressantes no ambiente universitário. No mesmo sentido que Ferreira (2017) defende, Pinto (2005) também ressalta que os alunos que mudaram de residência por conta da entrada na universidade foram os que mais tiveram facilidade na integração social com os colegas.

Diferentemente do que já foi exposto até aqui, Pinto (2005) apontou que os alunos mais propensos à socialização também tiveram mais tendência ao abandono escolar. Isto foi justificado pelas faltas nas aulas e pouca dedicação aos estudos. Os alunos preferiam a diversão e companhia dos outros do que a continuidade de seu processo de formação.

Em uma análise mais profunda, a investigação de Giuliani et al. (2010) procurou identificar se a satisfação acadêmica demonstra indicadores para elevar as taxas de retenção. A satisfação acadêmica pode ser entendida como um nível de percepção que o aluno tem frente à instituição de ensino superior (Pinto et al., 2017) e começa a ser criada pelas experiências que o aluno teve antes mesmo de estar matriculado na instituição (Thomas & Galambos, 2004). Satisfação acadêmica, em outras palavras, é como os atores acadêmicos avaliam sua experiência no contexto acadêmico (Santos et al., 2019).

Desta forma, a satisfação acadêmica é uma forma de avaliar a realidade percebida pelos discentes e é um fator decisivo na manutenção dos alunos, ou seja, quanto maior é a satisfação, maior é a tendência de índices de permanência (Pinto et al., 2017; Santos et al., 2019), pois a satisfação acadêmica interfere no envolvimento do discente com a instituição, nas decisões de permanecer nela ou não e no seu processo de integração social (Pinto et al., 2017).

Além do aspecto dos recursos disponibilizados pela instituição, a satisfação acadêmica também depende do próprio aluno, o que inclui também as expectativas dele com seu processo de formação (Alves et al., 2018).

Da mesma maneira que nos demais estudos, nesta categoria de grupos extracurriculares também se valeu de pesquisa calcada em inventários e análises mais focadas no aspecto quantitativo. As pesquisas com sujeitos foram priorizadas em um único curso e não foram repetidas posteriormente. Isto também leva a dificuldades na generalização dos resultados.

Os textos localizados indicaram que os grupos estudantis estudados favorecem a integração à instituição de ensino superior, o que, consequentemente, impacta na satisfação acadêmica e na continuidade, como aluno, dentro da instituição. Isso também pode favorecer a constituição da identidade da universidade. Alunos presentes e engajados criam uma cultura acadêmica e isso influencia na construção de quem é a instituição.

Grupo como espaço de difusão de ideologias políticas e culturais

Nesta seção ficaram agrupados os cinco textos selecionados em língua inglesa e um em língua portuguesa, aquele que trata do relato histórico da implantação de um Diretório Acadêmico em 1955. Esta categoria agrega os trabalhos que defendem a importância dos grupos estudantis para a disseminação de ideologias políticas e culturais e para a representatividade do coletivo. Os trabalhos provenientes da língua inglesa são ensaios e, desta forma, debatem conceitualmente as associações estudantis.

A partir dos ensaios lidos em língua inglesa identificou-se que em 2015 foi estimada a existência de mais de 10 mil associações estudantis na China, sendo que, destas, 5 mil estavam em Pequim (Cheng, 2015). Percebeu-se que há uma preocupação em manter os estudantes alinhados com os preceitos e a filosofia do governo nacional. Para tanto, é incentivada a abertura de associações estudantis.

A difusão ideológica tem como princípio a promoção de um desenvolvimento harmonioso dos estudantes universitários a partir de uma cultura acadêmica e educação política que agregue alunos de diferentes cursos, de modo voluntário (Cheng, 2015; Sui & Xie, 2019; Yue, 2020). Por terem, principalmente, caráter de difusão de ideologia, as associações estudantis dificilmente contam com um professor orientador. Isto acaba acarretando dificuldades na gestão e organização das tarefas científicas (Cheng, 2015). Quando há a presença deste professor, ele fica responsável tanto pelo acompanhamento das atividades, aprendizagens práticas e promoção ideológica, como também pelo desenvolvimento de aspectos socioemocionais dos alunos (Sui & Xie, 2019).

Na China, antes da educação de conteúdos, deve-se aprender a educação moral. Esta é parte fundamental da educação política (Wu, 2020). Estes grupos objetivam que se “incentive todos a estabelecer valores corretos, cultivar o patriotismo e permitir que os alunos entendam plenamente a importância de estabelecer ideias corretas” [2] (Wu, 2020, p. 149, tradução nossa). Os alunos são encorajados e cobrados por progressos no campo da moral, habilidade e prática social. São espaços para disseminação do ideário chinês.

No Brasil, a década de 1950 foi profícua para o desenvolvimento e implantação de associações, entre elas as estudantis. Por influência de órgãos associativistas nacionais e regionais, em 1955 foi criado o Diretório Acadêmico da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto. A pesquisa que deu origem ao artigo selecionado teve como base a micro-história e objetivou remontar a narrativa da fundação do diretório. Foi encontrado que o grupo estudantil tinha como objetivo enaltecer o nacionalismo e democratizar a política brasileira. Em paralelo, também era um espaço para contestação do Estado e seus movimentos, para participação em debates políticos, defesa dos interesses dos estudantes e desenvolvimento do espírito de classe. O Diretório congregava dois terços dos discentes da faculdade e somava-se a membros da União Metropolitana dos Estudantes (UME), entidade que agregava estudantes universitários na região (Bessa & Amorim, 2009).

Considerações finais

Neste texto foi proposta a construção de uma revisão da literatura do modo pelo qual os grupos estudantis extracurriculares se apresentam no ambiente universitário. Além disso, buscou-se identificar como se organizam as socializações entre os indivíduos nestes grupos. Como resultado pode-se identificar que ainda não há compreensão integral do papel dos agrupamentos estudantis nas instituições de ensino superior e como a participação dos alunos nestes grupos impacta no processo de socialização.

Observou-se que as pesquisas se agrupam em quatro temas principais: espaço de fomento ao desenvolvimento socioemocional; espaço de treinamento e desenvolvimento de habilidades acadêmicas e profissionais; estratégia para retenção e fidelização de alunos; e espaço de difusão de ideologias políticas e culturais. Parte dos autores coletou seus dados a partir do uso de inventários e escalas e outra parte focou-se em escrever um ensaio conceitual. Em menor escala também se observou o uso de grupos focais e da micro-história.

Os trabalhos sobre espaço de treinamento e desenvolvimento de habilidades acadêmicas e profissionais superaram em número os outros artigos, totalizando nove textos. Nas outras categorias foram analisados três textos de espaço de fomento ao desenvolvimento socioemocional, dois de estratégia para retenção e fidelização de alunos e cinco de espaço de difusão de ideologias políticas e culturais, totalizando 18 textos, sendo que um trabalho se repete em duas categorias. Chegou-se a esses trabalhos a partir da pesquisa no Google Acadêmico. Importante frisar que os textos aqui debatidos são reflexo do momento temporal em que a pesquisa foi realizada, ou seja, novembro de 2020.

Foram identificadas algumas recorrências durante a análise dos artigos. Mesmo abordando diferentes conceitos, os autores ressaltam que a presença de grupos estudantis e a participação neles traz benefícios aos alunos. Estes benefícios mudam de autor para autor, mas os relatos de pontos positivos são transversais em todos os textos analisados.

Os alunos ingressantes, ao chegarem na universidade, em especial os recém egressos do ensino médio, vivenciam um momento de encerramento de um ciclo de vida e início de outro (Pais, 2009; Tinto & Pusser, 2006). Além disso, muitos apresentam dúvidas de qual carreira pretendem seguir. Portanto, a presença do suporte social de pares auxilia na adaptação e diminui as chances de evasão ou baixa satisfação acadêmica.

Abordando este aspecto, Coulon (2017) aponta que o ano de ingresso no ensino superior é o mais difícil para os alunos, pois eles, muitas vezes, não estão preparados para o estilo de estudo do ensino superior. Para resolver esta questão, as relações sociais e a afiliação são aspectos que têm potencial para facilitar nessa transição e auxiliar os alunos a aprender a ser estudante universitário. Assim, a adaptação ao novo modus operandi de sua formação acadêmica é facilitada e as relações sociais tornam-se parte fundamental para a permanência na instituição.

Em síntese, quanto maior for o envolvimento em grupos estudantis, maiores são os benefícios para os alunos. Quanto mais interação social, mais possibilidades de gerar conhecimentos técnicos e desenvolvimento pessoal (Tinto & Cullen, 1973). Mesmo identificando pesquisas realizadas no que se refere a interação social no ensino superior e suas principais consequências, nenhum trabalho localizado aprofundou-se em compreender de que modo essa experiência é construída e como os estudantes entendem essa socialização, demarcando assim, espaço para o aprofundamento em futuras pesquisas.

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[1]O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

[2]Encourage everyone to establish correct values, cultivate patriotism, and enable students to fully understand the importance of establishing correct ideas.

Recebido: 08 de Julho de 2021; Aceito: 07 de Dezembro de 2021

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