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Jornal de Políticas Educacionais

On-line version ISSN 1981-1969

J. Pol. Educ-s vol.16  Curitiba  2022  Epub May 30, 2023

https://doi.org/10.5380/jpe.v16i0.87069 

Artigos

A Evasão Na Educação a Distância (EaD) e Suas Interfaces com a Democratização do Acesso e a Intensificação das Desigualdades

Evasion in Distance Education (DE) and Its Interfaces with the Democratization of Access and the Intensification of Inequalities

La evasión en la Educación a Distancia (ED) y sus interfaces con la democratización del acceso y la intensificación de las desigualdades

Fernando Lionel Quiroga1 
http://orcid.org/0000-0003-4172-2002

1Doutor em Educação e Saúde na Infância e Adolescência. Professor Efetivo da Universidade Estadual de Goiás. Anápolis, GO. Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-4172-2002. E-mail: fernando.quiroga@ueg.br


Resumo

Neste estudo apresentamos uma abordagem crítica ao problema da evasão na educação a distância (EaD) a partir de uma leitura dos principais resultados obtidos pela literatura especializada. Buscamos compreender os sentidos subjacentes da evasão na educação a distância (EaD) enquanto resultado da tensão entre expansão desenfreada do acesso e a intensificação das desigualdades sociais e educacionais. Buscamos na literatura especializada dos últimos cinco anos (2017-2021), pontos de acesso que pudessem lançar luz à questão. Fizemos a coleta do material em periódicos revisados por pares, no Portal de Periódicos Capes. Para a busca, foram utilizados os seguintes descritores: “Educação à distância”; “evasão”; “classes sociais”; “dificuldades”; “desafios”. Como técnica de análise, empregamos os pressupostos da Análise de Conteúdo. Dentre os principais resultados, constatamos uma forte tendência na literatura em abordar a evasão por meio de uma analogia ao “corpo biológico”, em que são apresentadas diversas formas de enfrentamento ao problema: terapias alternativas, fortalecimento da dimensão comunicativa, ajustes nos processos interativos, adaptação aos estilos de aprendizagem. Neste estudo propomos uma leitura alternativa ao problema assumindo ser a evasão um problema eminentemente político, em que pese a instrumentalização da EaD à serviço do mercado, cuja simbologia pode ser expressa por meio da metáfora da “alimentação estocada” em favor da lógica neoliberal e a reprodução de mão-de-obra de baixo custo.

Palavras-chave: Educação a distância; Evasão; Expansão; Desigualdades; Mercado

Abstract

In this study we present a critical approach to the problem of dropout in distance education (DE) from a reading of the main results obtained by specialized literature. We seek to understand the underlying meanings of dropout in distance education (DE) as a result of the tension between the unbridled expansion of access and the intensification of social and educational inequalities. We searched the specialized literature of the last five years (2017-2021) for access points that could shed light on the issue. We collected the material in peer-reviewed journals, on the Capes Periodicals Portal. For the search, the following descriptors were used: “Distance Education”; "evasion"; "social classes"; “difficulties”; "challenges". As an analysis technique, we used the assumptions of Content Analysis. Among the main results, we found a strong tendency in the literature to approach evasion through an analogy to the “biological body”, in which different ways of coping with the problem are present: alternative therapies, strengthening the communicative dimension, adjustments in the interactive processes, adaptation to learning styles. In this study, we propose an alternative reading to the problem, assuming that evasion is an eminently political problem, despite the instrumentalization of Distance Education at the service of the market, whose symbology can be expressed through the metaphor of "stored food" in favor of neoliberal logic and the reproduction of low-cost labor.

Keywords: Distance education; Evasion; Expansion; inequalities; Marketplace

Resumen

En este estudio presentamos una aproximación crítica al problema de la deserción en la educación a distancia (ED) a partir de una lectura de los principales resultados obtenidos por la literatura especializada. Buscamos comprender los significados que subyacen a la deserción en la educación a distancia (ED) como resultado de la tensión entre la expansión desenfrenada del acceso y la intensificación de las desigualdades sociales y educativas. Se buscó en la literatura especializada de los últimos cinco años (2017-2021) puntos de acceso que pudieran arrojar luz sobre el tema. Recolectamos el material en revistas revisadas por pares, en el Portal de Periódicos de Capes. Para la búsqueda se utilizaron los siguientes descriptores: “Educación a distancia”; "evasión"; "clases sociales"; "dificultades"; "desafíos". Como técnica de análisis se utilizaron los supuestos del Análisis de Contenido. Entre los principales resultados encontramos una fuerte tendencia en la literatura a abordar la evasión a través de una analogía con el “cuerpo biológico”, en la que se presentan diferentes formas de enfrentamiento del problema: terapias alternativas, fortalecimiento de la dimensión comunicativa, ajustes en lo interactivo procesos, adaptación a los estilos de aprendizaje. En este estudio, proponemos una lectura alternativa al problema, asumiendo que la evasión es un problema eminentemente político, a pesar de la instrumentalización de la educación a distancia al servicio del mercado, cuya simbología puede expresarse a través de la metáfora del “alimento almacenado” a favor de la lógica neoliberal y la reproducción de mano de obra barata.

Palabras Clave: Educación a distancia; Evasión; Expansión; desigualdades Mercado

Introdução

O ponto central desta investigação decorre do problema já explicitado no título desta pesquisa: que vínculos podemos perceber da evasão na educação a distância (EaD) enquanto resultado da tensão entre expansão desenfreada do acesso e a intensificação das desigualdades sociais e educacionais? Embora o presente texto apresente outras pistas para o problema, neste artigo nos aprofundaremos acerca do problema da evasão como aspecto fundamental.

Trata-se, evidentemente, de um problema que incide diretamente sobre as expectativas de mobilidade social como consequência da continuidade nos estudos. Deste modo, não se pode desprezar ou diminuir a importância moral contida no cerne desta investigação.

Em artigo publicado pela Le Monde Diplomatique Brasil, Sousa et. al. (2022) abordaram a questão a partir da iminência de extinção de professores de faculdades privadas como consequência dos interesses de mercado sobre o setor. Segundo os autores, a EaD alinhada à falta regularização deste processo de expansão e crescimento do ensino tem sido o principal vetor de sua precarização e, consequentemente, do trabalho. O que se deve destacar, todavia, é que se o avanço tecnológico não constitui e não justifica este processo de desmantelamento da correlação ensino-trabalho, o problema reside justamente nas formas de regulamentação, bastante frouxas no contexto brasileiro, abrindo margens para que iniciativas de livre mercado, puramente preocupadas com o lucro e sem nenhum compromisso com a “boa formação” ou o reconhecimento da qualificação de seus professores, encontrem terreno fértil para fortalecer um sistema perverso de formação humana em grande escala. Diante deste cenário, os autores fazem o seguinte alerta:

Submetida aos interesses do capital e combinada com uma regulamentação débil, a tecnologia aplicada à educação tem sido instrumento de precarização tanto da formação, como das condições de trabalho de docentes. Nessa medida, as consequências do EaD não podem ser tomadas como descaso, elas são antes um projeto em curso e em execução (SOUSA et. al. 2022).

Projeto em que se observa, ainda segundo os autores:

(...) a diversificação de produtos e serviços educacionais pelo setor privado não só consiste numa estratégia de compensação diante da queda dos repasses de subsídios públicos, a partir da crise das instituições de ensino superior e do Prouni, como também responde a uma demanda cada vez mais central na formação superior brasileira: a distinção entre cursos de baixíssimo curso, massificados, sem professores e com elevada carga de conteúdos digitais de um lado, e cursos de “elite”, de outro, ampliando e aprofundando a desigualdade social e de formação profissional num país que fabrica mais e mais pobreza a cada ano (SOUSA, et. al. 2022 – grifo nosso).

Está posto o desafio. O mesmo, aliás, apontado por Diane Ravitch, em tom confessional, acerca do sistema educacional americano, em que narra sua experiência como ex-secretária-assistente e conselheira do secretário do Departamento de Educação dos EUA durante o governo de George H. W. Bush. O título do livro “Vida e Morte do grande sistema escolar americano” pode ser lido como um alerta sobre os riscos decorrentes das reformas educacionais: como substituição do poder público pela lógica de mercado, adoção de modelos de testes padronizados, desregulamentação e privatização. E que ameaçam, por assim dizer, a própria manutenção da sociedade democrática, cuja educação de qualidade deveria ser a base de sua sustentação.

Na mesma linha, Coraggio (2003) reflete sobre os sentidos ocultos das propostas do Banco Mundial para a educação. Para ele, na medida em que as “políticas sociais mínimas” deslocam o investimento do Estado sobre o Sistema Educacional para as ‘pessoas’, percebe-se uma desobrigação de suas responsabilidades formativas ou profissionais, produzindo-se efeitos de culpabilização e ressentimento social. Em suas palavras: “as políticas sociais são elaboradas para instrumentalizar a política econômica, mais do que para continuá-la ou compensá-la. São o “Cavalo de Tróia” do mercado e do ajuste econômico no mundo da política e solidariedade social” (CORAGIO, 2003, p. 78).

Vista sob essa ótica, torna-se crucial a compreensão da EaD para além de sua aparência democrática. Há, em seus sentidos ocultos no mínimo duas graves consequências: a) fracasso - o investimento de baixo custo e baixa qualidade na formação da pessoa que, via-de-regra, não sofrerá qualquer alteração positiva em termos de formação, e que deverá, ainda, suportar o próprio fracasso como consequência individual, e não política; b) ressentimento e fascismo - a produção, em larga escala, de toda uma sociedade mal formada, indiferente, insensível e ignorante (em sua ampla acepção) em cujo resultado, em última instância, implicaria na reprodução do ressentimento em sua base fundamental2 e, consequentemente, atuaria como vetor favorável na escalada ainda mais acelerada aos preceitos do livre mercado e do fascismo emergente.

Diante deste contexto, o problema da desigualdade merece ser visto com maior profundidade, dada a dimensão da consequência social que se coloca como produto final do projeto de expansão do ensino por meio da EaD subsumido a lógica do mercado. Com efeito, compreender de que modo o problema da evasão tem sido abordado pela comunidade científica torna-se uma ferramenta fundamental no sentido de encontrar o ponto de equilíbrio entre, de um lado, o fator positivo da tecnologia aliada à expansão democrática do ensino e, de outro, a voracidade do mercado, em que pese à espoliação do sistema educacional e suas consequências à manutenção da própria democracia.

Metodologia

A orientação metodológica da presente investigação caracteriza-se como Pesquisa de Revisão Bibliográfica. A partir de nosso problema de investigação, que consiste em encaminhar uma resposta a relação assimétrica da evasão na educação a distância e suas interfaces com a democratização do acesso ou intensificação das desigualdades, buscamos na literatura especializada dos últimos cinco anos (2017-2021), pontos de acesso que pudessem lançar luz à questão. Fizemos a coleta do material em periódicos revisados por pares, no Portal de Periódicos Capes. Para a busca, foram utilizados os seguintes descritores: “Educação à distância”; “evasão”; “classes sociais”; “dificuldades”; “desafios”. Localizamos 485 ocorrências, às quais foram analisadas por separado até um refinamento que atendesse as nossas expectativas quanto a temática. Da totalidade dos resultados obtidos, selecionamos 25 artigos que contemplavam os anseios de nossa investigação.

Para o trabalho de interpretação recorremos a técnica de pesquisa proposta por Laurence Bardin (2022), Análise de Conteúdo. Evidentemente tal pesquisa enquadra-se no tipo de comunicação linguística verbal escrita. Para tanto, foram obedecidos os pressupostos teóricos preconizados pela autora, especialmente quanto à organização da análise compreendida pelas etapas de a) pré-análise; b) exploração do material; c) tratamento dos resultados obtidos e interpretação. Posteriormente foram empregados os procedimentos relativos a codificação, sub-divididos em: a) unidade de registro e contexto; b) regras de enumeração; c) análise qualitativa dos dados.

Finalmente seguimos para o trabalho de leitura e releitura das fontes onde buscamos obter inferências e interpretações em várias camadas, das superficiais até as mais profundas e seus nexos com as etapas complementares de nosso corpus bibliográfico, isto é, o resumo, os objetivos e os resultados obtidos a partir do problema apresentado.

Características do estudo

No Gráfico 1 apresentamos o volume de trabalhos por ano de publicação. O ano de 2020 aparece como fonte de maior produção entre os 5 anos, seguido do ano 2018, com 7 publicações. No ano de 2019, marcado pelo início da pandemia e o medo coletivo provocado pelo aumento gradativo de mortes no Brasil, percebe-se um hiato de apenas 3 artigos, número igual ao do ano 2017. Finalmente, em 2021 constam apenas 2 artigos. Devido a nossa amostra não ser grande o suficiente para que se possa extrair maiores inferências, percebemos apenas sinais relativos ao temperamento contextual de cada período, considerando se tratar de uma amostra que congrega antecedentes recentes ao período da pandemia, 2017 e 2018, passa pela sua fase de maior gravidade 2019-2020, quando o Brasil chegou a marca que ultrapassou os 650 mil óbitos, e que chega, finalmente, ao período de arrefecimento da pandemia, com redução significativa de mortes em razão da cobertura vacinal em todo território nacional: no final de dezembro de 2021 o Brasil contava com 143,3 milhões de pessoas totalmente imunizadas.

GRÁFICO 1 Publicações por ano 

O Gráfico 2 registra informações relativas aos periódicos de maior difusão dos temas relativos aos interesses desta pesquisa. O Periódico EaD em Foco (Revista Científica em Educação a Distância)3 aparece em primeiro, representando 44,0 % da amostra, o equivalente a 11 dos 25 artigos. O segundo periódico de maior afinidade com a presente temática é RBPAE4 (Revista Brasileira de Política e Administração da Educação), com 12,0 % da amostra (3 artigos). Em terceiro lugar aparece, com 8,0 %, (o equivalente a 2 artigos), o Research, Society and Development5. Os outros 9 artigos aparecem de modo diluído, cada um em um periódico, representando 36,0 % da amostra.

GRÁFICO 2 Artigos por Periódico 

Quanto a distribuição regional da filiação institucional dos autores pelo Brasil, no Gráfico 3 é possível verificar as regiões do Sudeste e Sul como as que mais tem se ocupado da temática sob uma perspectiva crítica da realidade. No Sudeste, o índice de autores chega a 38,5 % e, no Sul, 30,8 % da totalidade dos autores. As duas regiões, juntas, equivalem a 69,3 % da amostra. Os outros 30,7 % aparecem assim distribuídos: 11,5 % na região Centro Oeste, 7,7 % Norte, 7,7 % Nordeste e 3,8% no Distrito Federal.

Evasão e permanência no ensino a distância

Aspecto crítico na educação a distância, a evasão tem se colocado como o grande desafio a ser enfrentado por todos os setores envolvidos com esta modalidade de ensino. O dado não é autoexplicativo. Há aspectos sutis contidos no fato de porquê alguém abandona os estudos. É necessário o esforço interpretativo com base em evidências relacionadas ao fenômeno.

Em um artigo publicado por Kohls dos Santos e Giraffa (2017) as autoras abordam o problema da permanência na perspectiva de uma sistematização de ações, sugestões e estratégias que possam contribuir no processo de garantia da permanência dos alunos nas modalidades presencial e a distância. As autoras buscaram compreender a questão por meio da análise da relevância da permanência por meio de duas variáveis: a) dedicação do estudante; b) qualidade do curso. A fonte das informações partiu da coleta de dados provenientes da voz dos próprios estudantes. Segundo as autoras, a evasão não pode ser entendida como sinônimo de fracasso escolar:

Trocar de curso, cancelar um curso, cancelar sua matrícula na instituição pode ter múltiplas causas. Restringir este complexo cenário a interpretação reducionista de fracasso escolar é desconsiderar a mobilidade, contextos econômicos difíceis, situações pessoais e outras (KOHLS e GIRAFFA, 2017, p. 307).

A questão exige uma compreensão profunda do que quer que seja a expressão “fracasso escolar”, pois mesmo este conceito é polissêmico o suficiente para permitir um mergulho aos diversos aspectos que fazem com que um aluno não obtenha êxito em sua trajetória escolar. No caso brasileiro, onde a desigualdade social é uma das mais intensas do mundo, o fracasso escolar está fortemente relacionado a uma estrutura de exclusão educacional e social das classes mais vulneráveis6. Um indicador a ser destacado e suscita reflexão é o da dedicação do estudante. Segundo as autoras, “ao se dedicar mais aos estudos, haveria por consequência maior probabilidade de o mesmo permanecer nos estudos” (KOHLS E GIRAFFA, 2012, p. 319). Para tanto, o aprofundamento na leitura seria a condição que mais viria a contribuir nesta dimensão. Chama à atenção a ausência de uma crítica mais ampla que tome como pano de fundo outros aspectos igualmente relevantes para os indicadores apresentados, a relação entre dedicação e leitura, em que o próprio hábito se vê ameaçado pela concorrência de uma ‘cultura digital’ cada vez mais presente nas sociedades contemporâneas. As duas categorias são analisadas em seu sentido objetivo, como ações ou gestos voluntários individuais, absolutos e isolados, sem nenhuma relação com elementos do campo simbólico, ideológico, imaterial. Os autores ignoram que tanto a “dedicação” quanto a “leitura” constituem privilégios de classe que não podem ser ignorados, pois, como observa Souza:

É precisamente esse tipo de “aprendizado invisível” de disposições por herança afetiva e familiar, que permite criar crianças de classe média “vencedoras”, mesmo antes de se chegar à escola, que muitas vezes apenas ratifica e “carimba” com o selo do Estado ou do mercado o estatuto de vencedor no futuro mercado de trabalho competitivo (SOUZA, 2018, p. 449).

Em outro artigo, Lott et. al. (2018) discutem a relação entre persistência e evasão buscando elementos que podem explicar esta complexa equação. Trata-se de uma abordagem quantitativa sobre o fenômeno da evasão cujos objetivos consistem na elaboração de um modelo teórico capaz de explicá-lo. De acordo com os autores, as variáveis “suporte à aprendizagem”, “autodisciplina” e “aumento de renda” refletem maiores chances dos alunos não evadirem. Também nesta abordagem sente-se a ausência de uma leitura crítica da realidade social, política, ideológica e cultural enquanto dimensões explicativas do fenômeno. As variáveis aparecem de modo isolado, semelhante à peças de um conjunto mecânico, passíveis de reparo e substituição a qualquer sinal de desgaste. A noção de “suporte a aprendizagem” ignora questões subjacentes ao problema da permanência e evasão, supondo que o empenho de professores e tutores e um melhor arranjo nos processos interativos da aprendizagem online são indicadores positivos neste sentido. Obviamente uma tutoria bem qualificada e professores bem formados são fatores que contribuem de modo determinante na qualidade dos cursos. Todavia, em que pese à baixa valorização e reconhecimento de categorias de tutores e sua consequente baixa atratividade aos profissionais mais bem formados, pode-se questionar a efetividade do suporte a aprendizagem como dispositivo em favor da permanência. Considerando este raciocínio, a posição no campo educacional ocupado pela figura da tutoria não pode ser igualada, por exemplo, a de professores efetivos, vinculados a um departamento ou instituto7. A ingenuidade científica de “passar por alto” sobre as novas categorias que impregnam o campo educacional, sem realizar um exame minucioso a respeito, tratando-as com a naturalidade pretendida pelos condicionantes econômicos subjacentes, mesmo que tenha como objetivo buscar soluções práticas aos problemas apontados, como a evasão, pode surtir o efeito contrário ao ratificar conceitos que demandam uma leitura complexa da realidade, tratando-os como variáveis isoladas.

Em outro estudo da mesma natureza, Boghi et. al. (2019) problematizam a questão da evasão em busca de possibilidades de sua minimização por meio de terapias alternativas. Trata-se, mais uma vez, de uma pretensão ingênua por duas razões. Primeiro porque ao tratar de problemas sociais sob uma metáfora de “corpo biológico” – situando a evasão como um distúrbio passível de terapia – cai-se na velha questão já superada desde a tradição durkheimiana de sociedade. O problema de partida, ao se assumir tal concepção, consiste na suposição de que haveria certo estado de natureza em assuntos que são essencialmente sociais. Vejamos este trecho do resumo: “A Educação a Distância (EaD) é uma modalidade educacional na qual há um alto índice de evasão. Esta pode ser causada por diversos fatores e um deles é a depressão” (BOGHI et. al. 2019, p. 1). Com efeito, os autores optam por investir na premissa causal de que a diminuição da depressão (causa) possui relação na redução da evasão (efeito). Para tanto, sugerem terapias alternativas de baixo custo como forma de intervenção. Tudo poderia se arranjar perfeitamente bem, caso a pretensão dos autores tivesse alguma validade. Ocorre que, na tentativa de lançar luz sobre o problema, e na busca, bem intencionada sem dúvida, de encontrar-lhe soluções, o que os autores fazem é cair no vão de dois problemas. De um lado, quando não vista na condição de fenômeno social, verifica-se uma tendência em perceber a evasão como uma espécie de “anomalia” ou “distúrbio” inerente à EaD. De outro, na tentativa de encontrar-lhe soluções, cria-se outro problema: o da depressão. Justamente um assunto que também possui forte vinculação com problemas estruturais da sociedade: como falta de perspectiva em relação ao futuro, preconceito racial e de gênero, pobreza, más condições de vida, problemas de identidade, violência doméstica, uso excessivo de tecnologias, Síndrome de Burnout, tipo de profissão, dentre outros, que obviamente não se resolveriam com uma intervenção terapêutica alternativa de baixo custo. Obviamente há efeitos positivos na medicina integrativa energética, como variante da Saúde Coletiva, que se contrapõe ao paradigma biomédico. O problema reside na pretensão de tratar um fato social, cujos fatores são múltiplos, como observado preliminarmente, sanando uma de suas variantes (a depressão) por meio da terapia alternativa, o que equivaleria a mais de um terço, segundo cálculo dos autores – predição igualmente problemática, pois, por meio de uma sugestão, admitem que os problemas pessoais e de saúde possam ser causadores de depressão. Novamente, insistimos na crítica, a ausência de rigor metodológico coloca em risco não só o desenvolvimento da pesquisa como interfere diretamente sobre seus resultados.

Em outro artigo, De Oliveira et. al. (2020) analisaram os preditores de permanência e evasão nos cursos a distância. Tratou-se de uma revisão de literatura em que os autores objetivaram localizar preditores da evasão com vistas a apontar soluções ao problema. O estudo permitiu concluir que, embora os preditores não sejam eficazes para responder antecipadamente sobre a permanência ou evasão destes alunos, contribuem ainda assim, para balizar seu acompanhamento. Neste sentido, o conhecimento dos alunos de modo mais aprofundado, em que se aproximam aspectos de sua realidade de vida, motivações, ambiente, mostrou-se como uma característica fundamental na melhoria da educação a distância na medida em que, uma vez de posse destas informações, se podem pensar em metodologias de aprendizagem que favoreçam seus estilos de aprendizagem. Como se pode perceber, há aqui, também um problema que pouco avança em direção a uma resposta sobre a evasão. Se o problema da evasão se restringir a questões de idiossincrasias relativas a estilos de aprendizagem, portanto, reduzido a sua dimensão cognitiva, parece ingênuo esperar que uma mudança na metodologia – mais ou menos inovadoras, com mais ou menos estímulos visuais, vídeos explicativos, etc. – possa indicar uma resposta satisfatória em direção à sua solução. Parece necessário que se lancem, a partir daqui, outros sentidos ao fenômeno.

Um aspecto recorrente percebido na literatura acerca da evasão na EaD é a tendência de tratar o fenômeno como uma metáfora do “corpo biológico”. É o que percebemos também no artigo de Habowski et. al. (2020), em que os autores refletem sobre possibilidades de “prevenção” da evasão no contexto da EaD. O artigo orienta-se sob uma perspectiva sobre o assunto, afirmando que “o direito de todos à educação não pode sucumbir à facilitação de cursos oferecidos, sob pena de não vencer a barreira da ignorância, do conformismo e ser uma farsa” (HABOWSKI, 2020, p. 1). Mas a resposta ao problema não parece se colocar à altura da crítica quando os autores apontam para o fator comunicativo como elemento central em favor da relação do estudante e as plataformas digitais de ensino. A partir da relação assimétrica entre o número de matriculados e de concluintes, os autores observam que:

Tudo leva a crer que não se trata de buscar e desenvolver novos dispositivos e inovações tecnológicas, mas de saber aprender e integrar suas potencialidades a favor da educação, de forma significativa para a aprendizagem do estudante. Trata-se de usar a tecnologia a partir de um propósito coerente, num exercício de poder comunicativo e autocrítico, nos apropriando das possibilidades da tecnologia (HABOWSKI, 2020, p. 12).

O cerne do problema, segundo os autores, reside nas formas de comunicação, que devem ser aprimoradas no sentido de prevenir os elevados índices de evasão. Embora os autores reconheçam que os principais motivos da evasão dos cursos de licenciatura, em particular, da Pedagogia, ao apontarem sua baixa atratividade em razão da baixa remuneração e desvalorização social da profissão, ainda assim optam por deslocar a questão, que apresenta fortes indícios de ser um fenômeno eminentemente social, para um problema de comunicação. Segundo os autores: “a reprodução de um modelo falido de educação acaba influenciando diretamente o processo de EaD, as políticas de permanência, e a evasão é consequência dessa problemática da educação” (HABOWSKI, 2020, p. 12). Mas o que se percebe, mais do que a influência de um modelo falido de educação é que a EaD é o último vetor de uma política deliberada a serviço desta falência. Seria contraditório pensar que diante de um cenário educacional em permanente crise a modalidade a distância estaria isenta de seus piores entraves, e que que seus problemas se restringissem à sua dimensão comunicativa. A questão da comunicação em benefício do fortalecimento dos laços afetivos, de empatia e reconhecimento do outro é, sem dúvida, fundamental neste processo e a contribuição de Vygotsky, neste sentido, é de valor inegável ao debate. Mas isso somente é possível ao se admitir que o problema da evasão diz respeito a esta dimensão – aspecto que até mesmo os autores parecem discordar. Com efeito, a boa intenção na busca de soluções ao problema esvazia-se de sentido se se perceber que o problema, no fundo, consiste em um ‘falso problema’.

Em outro artigo, Branco et. al. (2020) buscaram, por meio de uma revisão de literatura a partir de dissertações e teses correspondentes ao decênio 2007-2017, elementos que tem orientado o debate acerca da evasão no contexto da EaD. Neste sentido, foram agrupados fatores comuns entre as pesquisas no sentido de apontar pontos e contrapontos nas diversas abordagens. Para os autores:

Dado os altos índices de evasão mapeados nos cursos de EaD, evidenciamos o império de uma lógica voltada para o mercado, com uma preocupação maior de lucro, com valor econômico advindo das matrículas, do que com questões ligadas à gestão comunicacional e aos interesses de formação humana, o que deveria ser um processo mútuo de (retro) alimentação e produção de conhecimento empático e solidário (BRANCO et. al. 2020, p. 148).

Diante deste cenário, os autores – os mesmos do antigo anterior – reforçam a alternativa de revigorar o poder da comunicação como estratégia de prevenção no combate à evasão na EaD . Como já apontamos anteriormente, o problema da perspectiva apresentada resulta de uma fragilidade na própria formulação da hipótese ao problema da evasão. Ao se admitir, ou optar por um recorte dentre as múltiplas causas que levam a evasão e tratá-la como aspecto nuclear para, a partir de então, propor um resgate do potencial comunicativo como solução ao problema, ou se está admitindo que todos os demais fatores são consequência de limitações nos processos de comunicação, ou que a resposta atende apenas uma parcela do problema.

O artigo de Silva et. al. (2020) dá suporte a nossa crítica. Na busca por compreender as razões subjacentes ao problema da evasão, os autores buscaram seus nexos exatamente no problema da comunicação, apontando o silêncio virtual em face dos ambientes de aprendizagem. O que os autores perceberam é que “mesmo diante do esforço dos mediadores do curso em estabelecer uma comunicação, muitos alunos se mantiveram em silêncio, terminando por evadirem” (SILVA et. al. 2020, p. 01). O silêncio enquanto maior expressão da desconexão, do desinteresse, sugere que a questão não está na comunicação, mas nos aspectos contextuais em que se apoia esta relação, isto é, no contexto social, político, cultural e econômico.

Mas resolver apenas uma pequena fração do problema não parece muito alentador. Parece ser necessário avançar mais profundamente à raiz do problema no sentido de apontar, de modo mais assertivo e sem eufemismos, sua verdadeira natureza. É chegada a hora que se afirme, finalmente, que o problema da evasão na EaD é um problema eminentemente político. E é fundamental reconhecer que todos os fatores a ela vinculados são desdobramentos ou ângulos do mesmo problema. Se nos perguntarmos, simplesmente, o que leva alguém a evadir um curso de EaD, obviamente encontraremos diversas respostas. Entretanto, se olharmos mais a fundo, poderemos perceber o denominador comum que as conecta, isto é, o caráter político que, aqui, adquire fortes vínculos com o temperamento do livre mercado enquanto característica central do neoliberalismo.

Qualquer tentativa de olhar para suas consequências ou seus efeitos de modo isolado, seja a partir da depressão, seja a partir do hiato produzido entre o homem e a máquina, seja pela falta de motivação, e de “tratá-las” de modo isolado, pode significar uma eufemização e um gesto de deliberada negligência sobre o real problema. Se é verdade, como praticamente todos os autores concordam, que a EaD tem sido a ferramenta que mais tem atraído investidores dos grandes conglomerados empresariais que tem dispendido esforços no sentido de assumir o controle dos sistemas de ensino; é aqui que reside o problema. Este é o cerne da questão e não adianta dele escapar. É preciso que a comunidade científica se concentre em sua natureza problemática, evitando que o mesmo se dissipe em fragmentos onde suas soluções possam não ser mais do que atenuantes.

Considerações finais

Se a razão do problema consiste nas estratégias do mercado, cujos objetivos consistem, como aventamos anteriormente, produzir um estoque de mão de obra barata por meio de uma formação de baixo nível, então é preciso que se olhe com atenção para a metáfora da “alimentação estocada” como forma de manutenção de um sistema operado pelas elites econômicas que visam a menor presença do Estado, impulsionando iniciativas de privatização dos serviços públicos, livre circulação de capitais estrangeiros e abertura econômica para empresas multinacionais. A reprodução desta estrutura, finalmente, encontra na EaD sua principal aliada: expansão desregulada pautada em políticas sociais mínimas, cuja culpabilização recai sobre o indivíduo quando este não é absorvido por um mercado de trabalho sem qualquer garantia trabalhista.

Como a preocupação neste tipo de cálculo não reside, de fato, no papel democrático da educação, garantindo a qualidade e a permanência dos alunos, mas na formação em massa de trabalhadores conformados que servirão ao estoque de um modelo de trabalho precário, a evasão, neste sentido, corresponde ao cálculo de um modelo educacional em acelerada e desregulada expansão.

O que os estudos abordados até aqui têm em comum é o fato de todos concordarem sobre a multiplicidade de fatores que levam os alunos à evasão. Há uma relação inobservada até aqui que chama a atenção. É a expansão vertiginosa dos cursos EaD. E parece que é aqui, justamente, onde reside o coração do problema. Se acrescentarmos a relação evasão-expansão o conceito de reprodução8, de Pierre Bourdieu, podemos formular uma noção preliminar do que está no núcleo deste fenômeno. O chamaremos aqui de “alimentação estocada”, uma metáfora tirada da alimentação das baleias quando abrem suas mandíbulas sobre grandes cardumes de krills ou mesmo das águas do oceano para reter pequenos peixes que ficam presos às suas barbatanas. A metáfora, em nosso caso, resultaria da compreensão de uma expansão sem limites da educação que, por meio da modalidade a distância, pode realizar, finalmente, o sonho republicano da “educação para todos”. Neste caso, como nem todos os krills ou peixes de um cardume são aproveitados na alimentação da baleia, também os evadidos erram em grupos ou acabam isolados no imenso e frio oceano da sociedade. Os que lhe servem de alimento ou os que “alimentam o sistema”, no entanto, permanecem na condição de “estoque” de mão de obra de baixa qualificação: justamente o que dá margem, no intenso e concorrido mercado de trabalho, que se reproduza uma estrutura de exploração cada vez mais acentuada que sujeita o trabalhador a baixos salários, jornadas exaustivas e ausência de qualquer proteção trabalhista. A evasão, nestes termos, tem tudo a ver com o cálculo que serve de interesse as elites dominantes, isto é, aqueles que se beneficiam da mão de obra desses trabalhadores.

A reprodução da formação em massa sem qualquer compromisso com a qualidade nos processos formativos evidencia-se a partir de um referencial de cunho mais crítico, como as ferramentas conceituais propostas por Pierre Bourdieu, por exemplo. Neste artigo buscamos compreender o problema da evasão como principal aspecto envolvendo a tensão entre democratização do acesso e intensificação das desigualdades. Pudemos perceber que boa parte da literatura especializada tende a considerar a evasão enquanto “corpo biológico”, sugerindo formas alternativas de enfrentamento ao problema, seja via terapias, seja por meio de ajustes aos meios de comunicação da educação a distância.

2Nos últimos anos a ideia de um “retorno ao fascismo”, especialmente após a disseminação de governos de extrema-direita pelo mundo e a ameaça das democracias tem ocupado boa parte do pensamento crítico contemporâneo A título de exemplo, verifica-se no Portal de Periódicos Capes, em periódicos revisados por pares, que entre os anos 2001-2011 há ocorrência de 1.652 registros do termo “fascismo”, indicador que salta para 3.514 entre os anos 2012-2022.

3Qualis A3 na Avaliação preliminar dos periódicos da Capes.

4Qualis A2 na Avaliação preliminar dos periódicos da Capes.

5Qualis A3 na Avaliação preliminar dos periódicos da Capes.

6Ver mais em Gualtieri e Lugli (2012) em “A escola e o fracasso escolar” e Lorena Freitas (2018) “A instituição do Fracasso: a educação da ralé”.

7Em um artigo a respeito do trabalho do tutor, Mendes (2013) aponta para as mudanças ocorridas no mundo do trabalho das últimas décadas e o sentido de precarização encarnada, no âmbito educacional, pela figura do tutor.

8Na obra de Bourdieu e Passeron, o conceito de reprodução diz respeito aos diversos mecanismos presentes nos sistemas escolares que contribuem para ratificar e legitimar os interesses das classes dominantes, reproduzindo a estrutura social em favor dos mais favorecidos, neutralizando, assim, o papel da escola em sua promessa de mobilidade social.

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Recebido: 01 de Junho de 2022; Aceito: 01 de Julho de 2022; Publicado: 01 de Agosto de 2022

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