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Jornal de Políticas Educacionais

On-line version ISSN 1981-1969

J. Pol. Educ-s vol.16  Curitiba  2022  Epub May 30, 2023

https://doi.org/10.5380/jpe.v16i0.87079 

Artigos

Percepção dos estudantes que abandonaram a educação superior: olhares diversos para o impacto dos fatores da evasão

Perception of students who dropped out of higher education: different perspectives on the impact of dropout factors

Percepción de los estudiantes que desertaron de la educación universitaria: diferentes perspectivas sobre el impacto de los factores de deserción

Eliane Felisbino1 
http://orcid.org/0000-0003-2086-3383

Marcos Rogério dos Santos2 
http://orcid.org/0000-0002-0736-8671

Silvia Maria Amorim Lima3 
http://orcid.org/0000-0002-6258-6874

1Doutoranda em Educação na linha de Pesquisa de Políticas Educacionais pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pedagoga na Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD/UFPR). Curitiba, PR. Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0003-2086-3383. Email: anefelis@gmail.com

2Doutor e Mestre em Educação pelo Programa de Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC. Integra o Núcleo interdisciplinar em Políticas Públicas (NIPP/UFSC) e o Laboratório de Pesquisas Sociológicas Pierre Bourdieu (LAPSB/UFSC). Curitiba, PR. Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-0736-8671. E-mail: marcosrogerio@ufpr.br

3Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Educação da UFPR. Professora do Curso de Serviço Social da Faculdade Tecnológica do Paraná e assistente social da Universidade Federal do Paraná. Curitiba, PR. Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6258-6874 E-mail: silvialimaas@gmail.com


Resumo

O presente estudo está inserido na linha de trabalhos que buscam identificar preditores que impactam na evasão escolar, mais precisamente na educação superior. A evasão de estudantes é considerada um fenômeno relativamente antigo, mas ainda pouco problematizado no meio acadêmico. As teorias explicativas desse fenômeno na educação superior são diversas, algumas fundamentadas no senso comum, no ideário meritocrático (dom), e outras na interação entre estudantes com diferentes níveis de capital econômico (renda, bens, riquezas), capital cultural (conhecimentos adquiridos em seu meio), capital social (relações sociais, de conhecimento) e a universidade. Neste sentido, uma pesquisa institucional, desenvolvida pela Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) buscou identificar fatores que poderiam apresentar correlação com o quadro de evasão da própria instituição. Para este fim, um grupo técnico de pesquisadores da PROGRAD, construiu um questionário que levou em consideração questões de ordem individual, sociorrelacionais, familiares, econômicas e institucionais, o qual foi enviado para os 34.184 estudantes considerados evadidos em 2019. A pesquisa institucional se concentrou no conjunto de percepções declaradas pelos 1.783 respondentes, total que perfaz 5% da amostra geral. Do ponto de vista teórico e conceitual, recorreu-se a autores que em diferentes tempos e lugares se ocuparam da temática considerada, enquanto metodologicamente, para análise dos dados secundários produzidos pela UFPR (2020), fez-se uso do método descritivo para melhor interpretar e apresentar os resultados obtidos. Por fim, apresenta-se uma discussão sobre o acesso e a permanência da população negra na educação superior.

Palavras-chave: Evasão Escolar; Educação Superior; Universidade Pública; Raça/Cor

Abstract

This paper is part of the line of research that seeks to identify predictors that impact school dropout, more precisely in higher education. Student dropout is considered a relatively old phenomenon, though not much problematized in academic studies. Theories that explain this phenomenon in higher education are diverse, some based on common sense, on the meritocratic ideology (gift), and others on the interaction among students with different levels of economic capital (income, goods, wealth), cultural capital (knowledge acquired in their environment), social capital (social and knowledge relations) and the university. From this standpoint, an institutional research, developed by the Dean of Graduation (PROGRAD) of the Federal University of Paraná (UFPR), sought to identify factors that could be correlated with the dropout situation observed in the institution itself. To this end, a technical group of researchers from PROGRAD created a questionnaire that considered individual, socio-relational, family, economic and institutional issues, which was sent to the 34,184 students considered dropouts in 2019. The institutional research focused on the set of perceptions declared by 1,783 respondents, a total equivalent to 5% of the general sample. From a theoretical and conceptual point of view, we resorted to authors who at different times and places have dealt with the considered theme, while methodologically, for the analysis of secondary data produced by UFPR (2020), the descriptive method was used for a better interpretation and presentation of results. Finally, a discussion is presented on the access and permanence of the black population in higher education.

Keywords: Dropout; Higher Education; Public Universit; Race/Color

Resumen

La presente pesquisa se relaciona con la línea de trabajos que buscan identificar predictores que impactan en la deserción escolar, específicamente en la educación superior. La deserción de estudiantes es considerada un fenómeno relativamente antiguo, pero aún poco problematizado en el medio académico. Las teorías que explican ese fenómeno en la educación superior son diversas, siendo que algunas se fundamentan en el sentido común o en la idea de meritocracia (don), mientras otras se basan en la interacción entre estudiantes con diferentes niveles de capital económico (ingresos, bienes, riquezas), capital cultural (conocimientos adquiridos en su medio), capital social (relaciones sociales, de conocimiento) y la universidad. En ese sentido, una investigación institucional desarrollada por la Prorrectoría de Graduación (PROGRAD) de la Universidad Federal de Paraná (UFPR) ha buscado identificar predictores (individual, socio-relacional, familiar, económico e institucional) que podrían presentar relación con la situación de deserción de esa institución. Para eso, fue elaborado un cuestionario que consideró aspectos de orden individual, socio-relacionales, familiares, económicos e institucionales. Ese instrumento fue enviado a los 34.184 estudiantes que se consideraban desertores en 2019. La pesquisa institucional se concentró en el conjunto de percepciones aludidas por los 1.783 respondientes, lo que representó 5% de la muestra total. Del punto de vista teórico y conceptual, fueron estudiados autores que trataron del presente tema en diferentes tiempos y lugares, mientras que metodológicamente, para el análisis de los datos secundarios (UFPR, 2020), fue usado el método descriptivo, posibilitando una mejor interpretación y presentación de los resultados obtenidos. Finalmente, se presenta una discusión sobre el acceso y la permanencia de la población negra en la educación superior.

Palabras Clave: Deserción Escolar; Educación Superior; Universidad Pública; Raza/Color

Percepção dos estudantes que abandonaram a educação superior: olhares diversos para o impacto dos preditores da evasão

A busca por um processo mais democrático, em todos os níveis da educação, deriva da consolidação de direitos sociais, promovida por interferência do Estado moderno. Trata-se de uma conquista que amplia o princípio de igualdade de direitos perante a lei e assegura a efetivação de direitos positivos, classicamente denominados sociais que visam à promoção de formas diversas de igualdade, materializando assim, o ideário de que todos são iguais aos olhos da República (DUBET, 2008). É no entremeio desse conjunto de transformações que a duplicidade igualdade de oportunidade e valorização do mérito tornou-se consubstancial para as sociedades modernas e tempos seguintes.

No que se refere à educação formal, Carneiro (2012) destaca que a universalização do direito à educação, no interior de cada sociedade, resultou de ações e tempo histórico diferenciado, uma vez que o avanço democrático promovido por cada nação aconteceu de modo distinto, medida que no Brasil ganhou notoriedade com a quase universalização do acesso ao Ensino Fundamental, mais precisamente a partir da década de 1990.

Ao retomar a historicidade do arcabouço das instituições públicas de ensino é possível perceber que diferente de outras nações consideradas democráticas, o advento da educação superior no contexto brasileiro ocorreu tardiamente. Se num primeiro momento a criação das universidades públicas surgiu para atender, principalmente, à juventude mais abastada. Em contrapartida, a ampliação do aumento de vagas veio há pouco tempo e respaldado pelo processo de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) em meados de 2007, e mais recentemente com a outorgação da Lei 12.711 de 2012, popularmente conhecida como Lei de Cotas, que ampliou a diversificação de perfis dos ingressantes no espaço acadêmico.

Nesse caminhar, o resultado das políticas educacionais de inclusão promovidas na última década, além de assegurar o acesso a diferentes camadas da população que historicamente ficavam à margem dos sistemas da educação superior, gradativamente tem contribuído para que o espaço acadêmico se torne um lócus de multietnicidade e interculturalidade. Não por acaso, o ambiente universitário no Brasil tem vivenciado uma potente mudança na sua composição demográfica, uma vez que os espaços acadêmicos têm recebido um público plural, com percurso escolar e capital cultural distinto, o que fica evidente na diversidade de estudantes oriundos de diferentes segmentos sociais e raça/cor.

Nota-se que são acontecimentos promotores de efeitos positivos das políticas públicas voltadas à equalização do acesso ao espaço universitário, medidas que no cômputo geral têm resultado em excelentes indicadores, pelo menos de ordem quantitativa. No entanto, em paralelo ao advento do efeito das políticas educacionais de inclusão, historicamente tem sido produzido e reproduzido outro fenômeno escolar que tem se tornado cada vez mais evidente, a evasão escolar. Acontecimentos que no Brasil ocupa a agenda de debates desde 1996, ano em que foi constituída a Comissão Especial de Estudos sobre Evasão, medida fundamentada pela Portaria SESU/MEC.

Nesse ínterim, pesquisadores de diferentes campos de saberes têm realizado pesquisas para fins de identificar, quantificar, analisar e atribuir racionalidade científica aos diferentes fatores considerados promotores de evasão na educação superior pública e privada. No âmbito das contribuições, o impacto causado pela necessidade de conciliar trabalho e escola (PIMENTA; ANASTASIOU, 2002), a falta de assistência socioeducacional (BIAZUS, 2004; GAIOSO, 2005; MARTINS, 2007), questões de relacionadas estrutura e insumos escolares (BIAZUS, 2004). Essas são algumas das percepções que indicam a importância da produção de novos estudos sobre os diferentes preditores que têm contribuído para a continuidade do fenômeno social evasão escolar. De modo complementar, a assertiva outrora descrita por Santana (1996), alude que “a evasão é um dos maiores e mais preocupantes desafios do Sistema Educacional, pois é fator de desequilíbrio, desarmonia e desajustes dos objetivos educacionais pretendidos”. A ausência de estratégias ou de um maior entendimento dos fatores promotores da evasão escolar parece depor contra o princípio de que “todo sistema educativo democrático tem como objetivo principal a melhoria de sua própria eficiência e uma melhor inserção social dos jovens que a sociedade está encarregada de formar” (LANGOUËT, 2002, p. 86).

O estudo a ser desenvolvido situa-se nesse contexto e associa-se à produção acadêmica voltada para a identificação e compreensão dos preditores associados à evasão escolar na educação superior. Acredita-se que as considerações a serem construídas poderão ajudar na ampliação de políticas educativas capazes de promover permanência, de modo a consolidar as chances em termos de formação e de inclusão dos egressos nos diferentes espaços da esfera social.

Construindo o objeto de análise: ampliando o olhar para a exclusão nos cursos de graduação da UFPR

No cômputo geral, o quantitativo de estudantes apresentado pelos Indicadores da UFPR, no portal de Dados Abertos (UFPR, 2022) em 2019, totalizou 27.059 estudantes matriculados(as) nos cursos de graduação da instituição. Nesse mesmo ano, a soma total dos(as) ingressantes foi de 7.430, já entre os formados(as), o total chegou a 4.016 (quatro mil e dezesseis), enquanto que a soma dos(as) evadidos(as) foi de 3.450 (três mil e quatrocentos e cinquenta) estudantes (UFPR, 2022).

Os indicadores apresentados dizem respeito unicamente aos cursos de graduação, isto é, não estão contabilizados os cursos de pós-graduação. Todos os números por sua proporção se mostram bem expressivos, porém os de evadidos quando visto em sua totalidade desperta preocupação. Mas afinal, o que se deveria entender por estudante evadido? A literatura descreve a evasão como sendo a saída do(a) estudante da instituição ou do curso, voluntariamente ou não (BAGGI; LOPES, 2011; CASTELO; JEZINE; NAKAMURA, 2015; SILVA FILHO et al., 2007).

Por mais que outras chaves metodológicas e interpretativas possam fornecer informações sobre os fatores que têm resultado na produção de diferentes fenômenos escolares, nenhuma delas mostrou-se tão eficaz quanto a construção de um questionário que pudesse ser aplicado junto aos estudantes evadidos. Constatação que contribuiu para que à Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional (PROGRAD/UFPR) desenvolvesse uma pesquisa que integra o Programa Conecta, cujo objetivo é propor uma escuta qualificada do estudante evadido, de modo a tentar compreender melhor o fenômeno da evasão com base na percepção dos próprios estudantes que decidiram não permanecer. Para tanto, elaborou-se um questionário, o qual foi dividido em blocos, considerando 5 possíveis dimensões causais: 1) questões de ordem individual; 2) problemas sociorrelacionais; 3) problemas familiares; 4) fatores de ordem econômica e 5) questões institucionais (LILLI et al., 2021; UFPR, 2020a).

Tendo em vista ampliar o alcance das respostas, o conjunto de questões elaboradas seguiu a seguinte ordem: características sociodemográficas; curso de graduação evadido; escolha do curso evadido; experiência no curso evadido; participação na vida acadêmica, motivos da evasão; suporte institucional, pós-evasão e observações finais (UFPR, 2020a).

O questionário online foi respondido no período de julho a outubro de 2020, o total de respondentes foi de 1.783 estudantes, o que corresponde a 5% da população dos 34.184 estudantes evadidos (com possibilidade de contato por e-mail). Uma percentual significativa que certamente atribui relevância estatística ao estudo a ser realizado.

O contato se deu via e-mail cadastrado no Sistema de Gestão da Informação (SIE) da UFPR, que receberam o link da enquete (UFPR, 2020a). Os estudantes autorizaram o uso dos dados – por meio do Termo de Consentimento – tanto para pesquisa institucional, quanto para futuras pesquisas acadêmicas, desde que devidamente preservadas as identidades.

Aspectos gerais: ampliando o olhar sobre a amostra considerada

A magnitude da amostra indicava que a composição dos perfis de estudantes evadidos seria diversa, constatação que em relação ao gênero declarado mostrou-se um tanto equilibrada, uma vez que o grupo de homens totalizou 50,5%, enquanto que entre as mulheres os percentuais chegaram a 45,5%. No que se refere à cor-raça autodeclarada pelos evadidos, o grupo de homens brancos perfaz 76% da amostra, enquanto que entre os não brancos a representatividade ficou distribuída segundo os seguintes percentuais: pardos 15,7% 4,1% pretos, 2,9% amarelos e 0,2% indígenas.

No que se refere à questão etária, o grupo apresentou significativas variações, 16% declaram ter até 20 anos, 25% de 21 a 24 anos, 20% de 25 a 29 anos. Por fim, o grupo com mais de 30 anos, cujo soma no total de evadidos mostrou-se bem expressiva, totalizando 33,7% da amostra, uma realidade que dialoga com outros estudos, que em diferentes tempos e lugares reconheceram a maior faixa etária como um dos possíveis fatores que contribuem para acentuar o quadro de evasão no ensino superior. (TINTO, 1993; SILVA, 2013).

Ampliando as correlações: reconhecendo outros preditores promotores de evasão

A consulta da literatura do campo educacional revelou que o fenômeno do fracasso escolar entre os estudantes da escola básica é comumente atribuído a tríade: repetência, distorção idade-série e evasão, constatação que nem sempre é associada a outros fatores. No entanto, no que tange a pesquisa realizada pela PRORAD/UFPR com estudantes evadidos da educação superior, o escopo de análise teve um caráter sociológico abrangente, de modo que pudéssemos mensurar o efeito de diferentes preditores na evasão, conforme observaremos a seguir.

QUADRO 1 Percentuais de respostas dos(das) estudantes: impacto dos principais fatores da evasão 

Especificação: incidência dos fatores da evasão na perspectiva do estudante evadido %
Dificuldades acadêmicas relacionadas ao processo de aprendizagem 61.1%
Dedicação insuficiente ao estudo 52.8%
Responsabilidade institucional/organizacional 47.7%
Questões relacionadas ao corpo docente 38.4%
Questões relacionadas ao trabalho 53.3%
Dificuldades financeiras 30.5%
Demandas familiares 32.5%
Adversidades sociorrelacionais 31.5%
Problemas de saúde 41.7%

Fonte: Adaptado pelos autores de Lilli et al. (2021).

Conforme é possível verificar, a taxa de respostas atribuída para cada preditor apresenta valores expressivos e indicam que as motivações que levaram os(as) estudantes a evadirem-se podem estar associadas a fatores de diferentes ordens.

Para fins de ampliar a epistemologia das devolutivas recebidas, considera-se que seria importante destacar que o questionário foi aplicado antes da pandemia, o que pressupõe um cenário com melhores perspectivas sociais, de futuro, de relação com os estudos, consequentemente de um cenário menos propenso a evasão.

No tocante ao conjunto de respostas, os três grupos com somas mais expressivas indicam forte correlação, a medida que 61% dos(das) estudantes evadidos(as) declaram ter dificuldades de aprendizagem, outros(as) 52,8% assinalaram dedicação insuficiente aos estudos, e 53,3% destacaram que tinham que conciliar trabalho e universidade.

Os resultados indicam que quanto mais estudantes estiverem conciliando trabalho e escola, maiores as chances dos(as) estudantes apresentarem dificuldade de aprendizagem ou tempo para se dedicarem aos estudos. Nesse cenário, outros três preditores podem ser associados: problemas de saúde (41,7%), dificuldades financeiras (30,5%) e, por fim, dificuldades familiares (30,5%). A tríade em questão parece apresentar forte relação com o mundo do trabalho.

O reconhecimento do preditor trabalho como tendo correlação direta com outros fatores promotores de evasão escolar, apresenta-se como sendo uma extensão dos estudos construídos por Santos (2020), o qual destaca que a combinação (estudar e trabalhar) adquire papel mais impactante do que a escola e a família no desempenho dos estudantes de ensino médio das escolas públicas. O autor destaca que o impacto, no entanto, é negativo, e está fortemente associado aos fatores raça/cor e renda, que equivalem a um perfil conhecido no contexto brasileiro, isto é: jovem negro, pobre, trabalhador, o qual apresenta maior incidência entre aqueles que compõem o quadro de “mortalidade escolar” (BOURDIEU; PASSERON, 2014, p. 23) da escola básica brasileira. Por esse prisma, os(as) estudantes que compõem o quadro de evadidos(as) da UFPR, nada mais são do que sobreviventes de outros ciclos de ensino, mas que não conseguiram sobreviver na educação superior.

Em consonância com os resultados apresentados, a V Pesquisa do Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE) e da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) ao se referir sobre o perfil do estudante das instituições federais de educação superior elegeu a variável “estudantes ocupados” como recorte para se referir aos estudantes que tem uma ocupação laboral paralela aos estudos. Conforme a V Pesquisa, 30% dos(as) estudantes são também estudantes ocupados(as), isso é, estudantes trabalhadores (as), e desse quantitativo 50% são pretos(as) e pardos(as) (ANDIFES; FONAPRACE, 2019).

Apresentado informações complementares, a pesquisa Conecta realizada junto a estudantes evadidos(as) aponta “questões relacionadas a trabalho” como um dos fatores que com mais frequência impacta na decisão de evadir, ao relacionarmos as duas pesquisas, Conecta (UFPR, 2020a; 2020b) e V Pesquisa da FONAPRACE (ANDIFES; FONAPRACE, 2019) e trazermos em consideração que 50% dos(as) estudantes trabalhadores(as), são negros(as), inferimos que essa é uma população acadêmica vulnerável pela discriminação racial e também pela questão social e econômica que insere a necessidade de conciliar estudos e trabalho.

Essa análise é confirmada nas palavras de uma estudante negra ao deixar seu comentário em uma questão aberta que permitia um espaço para o(a) estudante evadido(a) se expressar livremente (UFPR, 2020b):

Uma professora disse que, pelas notas, estava clara a diferença entre alunos que futuramente fariam mestrado/doutorado, e os que seriam fracassados. Desde então, só me senti cada vez mais fracassada e infeliz. Não conseguia estudar para as provas, ou prestar atenção nas aulas, devido ao meu emprego em período integral. As dps se acumulavam, e eu me encontrava cada vez mais desmotivada. Essa professora foi o maior catalizador para eu desistir do meu sonho, é muito fácil convencer que uma aluna negra de 18 anos que ela é insuficiente, afinal, essa mensagem nos é dita todo dia. (Estudante 6006).

Comumente, os fatores responsáveis pela evasão são mais de um e interligados, entre os participantes da enquete, apenas em 8,7% do total se constata um único fator; ainda, conforme o resultado da pesquisa, também se observou que há associação entre os fatores, por exemplo: problemas relacionados ao trabalho e aspectos financeiros; responsabilidades institucional/corpo docente e dificuldades relativas à aprendizagem; corpo docente e questões sociorrelacionais (LILLI et al., 2021).

Das dimensões pesquisadas no estudo além das relacionadas ao trabalho, chama a atenção dos autores deste artigo, a sociorrelacional, isto é, as relações estabelecidas com o estudante enquanto estudava no ambiente institucional, que por alguma razão impactaram na decisão de evadir. Dentre as relações vividas na instituição, uma questão inquiria especificamente sobre a forma de discriminação sofrida.

Ora, conforme o Art. 20 da Lei 9.459, de 13 de maio de 1997, discriminação é crime. Ao observarmos que a discriminação é um dos fatores que influencia a evasão, entramos em outra instância, visto que não se deve combater a discriminação exclusivamente porque ela impacta na evasão, mas também e principalmente, por ela estar relacionada a questões que extrapolam a acadêmica, tratando-se de crime contra os direitos humanos.

TABELA 1 Você sofreu alguma discriminação enquanto estava matriculado(a) nesse curso? 

Número de casos %
Não 1.453 81,5
Sim 330 18,5
Total 1.783 100,0

Fonte: Lilli et al. (2021, p. 48).

Conforme resultado da pesquisa, 330 estudantes afirmaram terem sofrido discriminação: por condição socioeconômica (131 discentes); por idade (88), por gênero e sexualidade (74), por aspecto ou condição física (68) por raça e etnia (49) (LILLI et al., 2021, p. 48). Cabe notar, em relação a estes resultados, que a frequência com a qual certas discriminações são relatadas depende, evidentemente, da composição da amostra, por exemplo, o fato da discriminação em relação à cor se apresentar em menor medida, 49 dos 330 respondentes, com relação as demais discriminações, deve-se principalmente ao fator da maioria (76%) dos entrevistados(as) serem brancos(as), uma categoria racial cuja cor não é alvo de discriminação (LILLI et al., 2021). Um marcador social de diferença que não produz discriminação.

Como visto a evasão é multicausal, ou seja, decorre de várias causas – pessoais, institucionais, econômicas, acadêmicas, dentre outras –, por isso, a influência que a discriminação teve na decisão de abandono do curso é um preditor que precisa ser analisado cuidadosamente. Para 75% dos trezentos e trinta 330 entrevistados(as) que sofreram alguma forma de discriminação, ela em potencial influenciou na saída da instituição, como verificamos na Tabela a seguir.

TABELA 2 Caso você tenha sofrido alguma discriminação, isso influenciou sobre sua decisão de abandonar o curso? 

Número de casos %
Não 83 25,1
Sim, em parte 163 49,4
Sim, totalmente 84 25,5
Total 330 100,0

Fonte: Lilli et al. (2021, p. 48).

Ao voltarmos os olhos para a evasão e os motivos que a circundam, estamos também pensando a permanência. Esse movimento de análise para ampliar a permanência estudantil envolve principalmente um movimento da instituição de ensino, de pesquisa e extensão e, também da sociedade na “garantia dos direitos e no compromisso com uma sociedade mais justa e igualitária, desvinculada da herança colonial, racista e patriarcal” que, historicamente, negou educação, para o contingente excluído (negros, deficientes, trabalhadores) da população brasileira (MORAES, 2021, p. 261).

Em pesquisa realizada sobre a permanência de estudantes cotistas raciais na UFPR, a autora Silvia Maria Amorim Lima (2016), aponta para a necessidade desses estudantes serem vistos de forma diferenciada, não porque a necessidade ou a dificuldade esteja neles, mas por considerar que o espaço acadêmico ainda se encontra manifesto de discriminação, onde o(a) estudante negro(a) ainda é visto como ocupante de vaga que “não lhe pertence”. Assim, torna-se necessário que a instituição fortaleça as políticas que visam trabalhar essas questões nos espaços acadêmicos e que também possa atender o alunado negro nas suas especificidades e subjetividades de forma a contexto (LIMA, 2016).

Mesmo com mais de dez anos de política afirmativa, as instituições de educação superior, e em especial a Universidade Federal do Paraná, ainda não possuem em seus quadros de professores número significativo de docentes negros que possam atuar como representatividade e positividade frente aos estudantes negros que adentram a academia (LIMA, 2016). Ou seja, a instituição que se abriu para uma diversidade de perfis, ainda não tem uma diversidade frente àqueles que promovem ensino e aprendizagem.

Na pesquisa sobre permanência (LIMA, 2016), realizada com 158 participantes da política de cotas raciais da UFPR, na indagação sobre eventual discussão sobre a temática racial nos cursos de graduação da UFPR encontram-se os seguintes percentuais de respostas, expostas a seguir.

Fonte: Lima, 2016.

GRÁFICO 1 Discussão sobre discriminação racial e diversidade nos cursos de graduação 

O gráfico aponta, por meio da análise dos seus dados, que nos cursos de graduação da UFPR as discussões sobre discriminação racial e diversidade não fazem parte da agenda de prioridades da instituição. Percebe-se que na maioria dos cursos não há uma preocupação com essa temática (48%), se utilizarmos valores agregados vamos ter um percentual de 79% de estudantes que declaram que em seus cursos essa discussão “nunca” ou “quase nunca” é abordada, e somente 21% afirmam que “sempre” ou “quase sempre”, o assunto entre em pauta.

Os percentuais reforçam que na UFPR, o debate em torno de uma das principais práticas decorrentes do racismo ainda não faz parte da agenda de discussões da maioria dos cursos de graduação. Não falar sobre algumas temáticas é uma das melhores formas de naturalizar, de perpetuar algumas práticas. Mais do que esconder a desigualdade, esse tipo de estratégia corrobora para desconstruir qualquer perspectiva de construção de identidade coletiva e/ou individual, é como se o espaço acadêmico depusesse contra uma diversidade de sujeitos que ele mesmo tem incluído por meio das ações afirmativas.

Considerações finais

A conclusão das diferentes etapas voltadas à produção deste texto permitiu fazer distintas considerações. Num primeiro momento, o reconhecimento de que estudos dessa natureza precisam ser continuados, inclusive com a criação de uma agenda de pesquisa privilegiando estudos longitudinais, com variações metodológicas considerando um número maior de variáveis internas e externas, de modo a ampliar o escopo de análise e difundir uma cultura de pesquisa institucional tendo como foco a evasão.

A constatação do paradoxo ingresso e evasão foram fundamentais não apenas para o reconhecimento dos efeitos positivos da equalização do acesso ao ensino superior, os avanços reforçam que é preciso ampliar as formas de acompanhamento, de modo que a evasão não seja vista apenas como uma desigualdade justa, aceitável e justificada pela falta de mérito, de esforço.

Com base no que foi apresentado é possível delinear que a inclusão de diferentes perfis sociais e étnicos num espaço acadêmico que historicamente havia naturalizado o ingresso de estudantes, que do ponto de vista social produziam distinção por serem capazes de transformar herança econômica e cultural em mérito, requer a ampliação de medidas institucionais capazes de tornarem os percursos escolares menos desiguais.

Ao transitar pelo processo de marcos políticos e ou legais que possibilitaram o acesso de estudantes oriundos de camadas populares a espaços acadêmicos, podemos perceber que a implementação dessa política afirmativa é na verdade uma resposta ao processo de luta de diferentes grupos coletivos, alguns deles materializados na atuação dos movimentos negros, cujas ações ganharam um maior respaldo jurídico a partir da outorgação da Constituição de 1988.

Com efeito, o acesso de acadêmicos(as) negros(as) não se deu de forma consensual, portanto havia e há, ainda, muitos contrários a essa política, o que muitas vezes é materializado nos diversos espaços acadêmicos e infelizmente também em sala de aula. Portanto, a discriminação com as quais esses(as) estudantes precisam lidar, quando são alvos de comentários ou piadas racistas, simplesmente reforça a perpetuação de um espaço hegemônico que historicamente negou aos negros o direito à educação.

Por isso, chama atenção a influência que a discriminação teve na decisão do(a) acadêmico(a) de abandonar o curso. A partir da análise dos dados secundários, possibilitados pela pesquisa Conecta aqui apresentada, constatou-se que, para 75% dos(as) trezentos(as) e trinta (330) entrevistados(as) que sofreram alguma forma de discriminação, ela foi fator potencializador da decisão de saída da instituição, ou seja, na evasão desses estudantes.

É urgente que as universidades se atentem para o desenvolvimento de políticas e ações que visem minimizar os fatores que acentuam a evasão, entre eles as diversas formas de discriminação. Se assim não proceder, a academia pode ter seu sistema inclusivo de acesso comprometido por não conseguir estabelecer mecanismos que verdadeiramente procurem superar os fenômenos pelos quais a política teve sua razão de implementação.

Por fim, tensionamos que as instituições de educação superior precisam refletir sobre os preditores institucionais que impactam na evasão, e desse modo, repensar o discurso de culpabilização do(a) estudante. Como exemplo, a pesquisa Conecta apresenta a partir das falas dos(as) estudantes evadidos(as), questões institucionais que precisam ser repensadas como: as dificuldades acadêmicas relacionadas à aprendizagem, a responsabilidade institucional e questões relacionadas ao corpo docente.

O(a) estudante que está abandonando os bancos escolares é um(a) sobrevivente da educação básica, cuja mortalidade se dá na educação superior. Esse público vulnerável constitui uma população com alta chance de evasão; ele tem cor, tem idade, tem classe social e tem mazelas educacionais em sua formação.

Na educação superior muitas vezes é culpabilizado(a) pela precária formação escolar pregressa, culpabilizado(a) por não conseguir se dedicar suficientemente aos estudos porque é trabalhador(a), culpabilizado(a) pela dificuldade em se adaptar a uma instituição pensada historicamente para a elite, com linguagem própria e toda uma sistemática educacional estruturada para o estudante com capital cultural, tempo de dedicação aos estudos e formação escolar anterior de alto nível.

É sabido que as instituições públicas de educação superior deram um grande salto e permitiram o acesso a uma população diversificada que até 2012 era excluída de seus bancos; negros(as), quilombolas, estudantes de escolas públicas, indígenas, deficientes, faz-se necessário agora pensar políticas de acolhimento e ampliar as de permanência, para oportunizar a esses(as) estudantes condições de concluírem esse nível de educação escolar.

Referências

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Recebido: 01 de Maio de 2022; Aceito: 01 de Julho de 2022; Publicado: 01 de Agosto de 2022

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